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1. Generalidades
2. Princípio de operação
3. Vantagens e limitações
3.1. Vantagens
3.2. Limitações
4. Variantes
Muito usado em corrente contínua, o arco piloto ‚ um arco auxiliar estabelecido entre
um eletrodo principal e um auxiliar, aberto inicialmente por alta frequência. Estando este arco
aberto, a ponta do eletrodo principal está aquecida. Por aproximação da peça e auxiliado pelo
fluxo gasoso, já ionizado, o arco é aberto.
8.1. Compostos
8.1.5. Tocha
São usadas para correntes até 130/150 A, com ciclo de trabalho 100%, sendo
compostas por um corpo em material isolante, pinça porta-eletrodo, circuito de gás, bocal
direcionador de gás, junção elétrica, etc.
São tochas pequenas e leves.
São usadas para correntes até 500 A (limite prático do processo TIG) e além dos
elementos descritos acima, possui circuitos de circulação de água de refrigeração.
São convenientes para trabalhos pesados devido à sua grande robustez.
8.1.6. Eletrodos
se a densidade de corrente for elevada, a forma da extremidade é totalmente irregular (fig e).
Em corrente contínua os eletrodos W-Th devem ser apontados, principalmente
quando a densidade de corrente for baixa. Quanto mais apontados, maior a penetração. A
altura da ponta deve ser aproximadamente igual a 1,5 vezes o diâmetro; se a ponta for feita ao
esmeril, deve-se ter o cuidado de fazê-lo no sentido longitudinal do eletrodo, para que as
estrias fiquem nesse sentido. Se a esmerilhagem for no sentido radial, as estrias também o
serão e dificultarão a passagem da corrente, introduzindo instabilidade no arco.
Se o apontamento for executado de forma correta e ainda assim houver instabilidade,
tal pode ser devida a um polimento imperfeito do eletrodo. Um aumento da corrente permite a
obtenção de uma superfície totalmente lisa.
Em havendo dúvida quanto à composição do eletrodo, fazer um cordão de vinte
centímetros com intensidade média de corrente, comparando-se a forma obtida com as
mostradas a seguir.
As faixas de corrente para operação de eletrodos W puro e W-Th são dadas na tabela
abaixo:
CORRENTE ALTERNADA CORRENTE CONTÍNUA
Diâmetro W W-Th W W-Th
1,0 10 a 50 20 a 70 10 a 70 10 a 80
1,6 40 a 80 50 a 100 50 a 100 50 a 120
2,0 60 a 110 60 a 180 90 a 160 90 a 190
3,0 90 a 180 150 a 270 140 a 260 170 a 300
4,0 160 a 240 220 a 320 220 a 380 260 a 450
5,0 200 a 340 300 a 400 350 a 550 400 a 650
6,0 300 a 450 350 a 550 500 a 700 600 a 800
7,0 400 a 600 500 a 700
Observações:
- não ultrapassar os limites recomendados.
- proteger com argônio enquanto os eletrodos estiverem quentes. Deixar escoar gás
antes de abrir o arco para evitar contaminação e oxidação pelo ar atmosférico.
- nunca tocar o banho.
- para abrir o arco, quando for o caso, usar placa de cobre.
8.1.7. Bocal
Corrente (A) < 70 70 a 150 150 a 250 250 a 300 300 a 500
Diâmetro (mm) 6 ou 9 9 ou 11 11 ou 13 13 ou 15 15 ou 18
Certos bocais são munidos de um espalhador (lente de gás - gas lens), para evitar
turbulência do gás, podendo-se manter com este dispositivo um comprimento de eletrodo de
20 mm além do bocal, sem perder a proteção do gás, o que facilita soldagens em ângulo ou
chanfros profundos.
8.2. Monoblocos
Os equipamentos monobloco tem eletroválvula economizadora de gás, debímetro,
fonte de alta freqüência e, por vezes, unidade de refrigeração agrupados num mesmo
gabinete.
Certos equipamentos contém funções programáveis, controladas por circuitos
eletrônicos, como acionamento de gás para "limpeza" do bocal, corrente de pré-soldagem
para pré-aquecimento da área a ser soldada, corrente de pós-aquecimento ou de
amortecimento para evitar a formação de crateras de solidificação, etc.
Para a escolha de um posto de soldagem TIG, devem ser conhecidos alguns fatores,
como por exemplo:
- natureza do metal a ser soldado - tipo de corrente.
- espessuras a soldar - valor da corrente.
- características mecânicas exigidas da solda.
Na soldagem TIG são usados gases inertes como o argônio e o hélio. Outros gases
inertes como o neônio e o xenônio não são usados, salvo para aplicações de pesquisa, em
virtude de seu elevado preço. Usa-se também gases ativos, como hidrogênio e nitrogênio.
Apesar do uso limitado, o hidrogênio é adicionado ao argônio ou hélio, para soldagem
automática de aço inox, enquanto o nitrogênio é misturado ao argônio para uso em cobre e
suas ligas.
10.1.1. Argônio
10.1.2. Hélio
É o mais leve gás monoatômico, sendo obtido a partir de gás natural e purificado até
99,99%. A exemplo do argônio, pode ser fornecido na forma gasosa ou líquida (no Brasil só
uma empresa o fornece na forma líquida.
Dada a maior condutividade térmica, tem uma maior tensão de arco que o argônio,
fornecendo com isso maior calor à peça. Assim, o arco em atmosfera de hélio é preferido na
soldagem de metais com alta condutividade térmica, como o cobre, em instalações
automáticas de alta velocidade e em soldagem de grandes espessuras.
Estas misturas são usadas em casos especiais, como solda automática de tubos em
aço inox, onde o H2 não altera as características metalúrgicas do metal base. Pode -se obter
aumento na velocidade de soldagem, em proporção quase direta ao acréscimo de H2 por
causa do aumento da tensão de arco. Obviamente o teor de H2 deve variar com a espessura a
ser soldada e o preparo da junta. Um excesso de H2 pode causar porosidade.
As concentrações de até 35% de H2 podem ser usadas em qualquer espessura, desde
que se dê uma abertura de raiz de 0,25 a 0,50 mm.
A mistura mais comum é a de 15% de H2, usada em solda de topo em inox, para
espessuras superiores a 1,6 mm e com velocidade de soldagem comparável ao hélio.
CA - Corrente alternada
CC - Corrente contínua polaridade direta
AF - Alta freqüência
As misturas A-He tem mais que 75% de He e as misturas A-H2 tem mais que 15% de H2
Em termos de Brasil, o hélio é, na maior parte das vezes, substituído por argônio,
devido ao seu elevado custo.
O preparo de bordos varia segundo o tipo de metal e a espessura, como será visto
adiante. Como regra geral, os bordos devem estar limpos e com bom aspecto. Se as peças
forem oxicortadas, deve-se eliminar a camada de óxido superficial por meio mecânico, como
por exemplo, esmerilhamento. A abertura da raiz deve ser o mais regular possível, pois dela
dependerá a qualidade da solda.
12.2. Ponteamento
O ponteamento é necessário sempre que a peça não esteja imobilizada por meios
mecânicos, devendo ser feita exclusivamente pelo processo TIG.
Os pontos devem ser longos o suficiente para que não se rompam sob tensão, devida
à deformação. Dependendo da espessura, os pontos devem ter de 20 a 80 mm de
comprimento, sendo de volume suficiente para permitir a refusão, quando da soldagem final.
Deve-se por isso, preferir pontos longos a pontos volumosos. O espaçamento entre pontos
pode ser tomado como 30 vezes a espessura da chapa.
Antes da abertura do arco, o gás deve estar fluindo e não deve ser fechado antes do
eletrodo e da solda estarem suficientemente resfriados. Na abertura um tempo de 2 a 4
segundos é suficiente para expulsar qualquer molécula de oxigênio que possa oxidar o
eletrodo. No final é recomendado manter o fluxo gasoso por um tempo de 5 a 30 segundos,
dependendo da corrente de soldagem e do diâmetro do eletrodo.
O arco deve ser aberto sobre uma placa e se a alimentação é em corrente alternada, a
abertura é feita por dispositivos auxiliares, tipo arco piloto. O importante é não haver contato
entre o eletrodo e uma peça em alumínio.
12.6. Operação
O alumínio é‚ o metal mais comumente encontrado na crosta terrestre. Mas por causa
de sua natureza extremamente reativa, não é quase nunca encontrado na forma livre. É
particularmente notável a sua afinidade pelo oxigênio e se oxida imediatamente quando
exposto ao ar. O alumínio tem uma camada de óxido de alumínio de 20 a 25 Angstrons de
espessura. Mesmo se retirada, a camada refaz-se imediatamente, adquirindo uma espessura
de 15 Angstrons.
A tenacidade da camada de óxido tornou rara a soldagem do alumínio até meados da
década de 40. Naquela época o desenvolvimento dos processos de soldagem MIG e TIG
tornou possível a solda do alumínio, sem a necessidade do emprego de fluxos corrosivos. É
importante ter em mente que, em termos de dureza, o óxido de alumínio está colocado
imediatamente abaixo do diamante e é regularmente usado como abrasivo em esmeris e lixas.
A temperatura de fusão do óxido de alumínio é de 2.037 º C, o que é mais de três vezes a
temperatura de fusão do alumínio. Sua superfície é porosa e tende a aprisionar umidade e
outros contaminantes superficiais, que causam porosidades às soldas.
O problema da porosidade
A porosidade nas soldas em alumínio é principalmente causada por bolhas de
hidrogênio que se formam na poça de fusão solidificada. A solubilidade do hidrogênio no
alumínio cresce quase vinte vezes na transição do estado sólido para o estado líquido e
continua a crescer com o aumento da temperatura (Fig 1). O hidrogênio absorvido enquanto o
metal está líquido, é forçado a sair da solução quando o alumínio se resfria e passa para o
estado sólido. O hidrogênio é aprisionado em bolhas e não pode ser removido da solda. O
reaquecimento da área porosa somente causará a redissolução do H2 no alumínio e a
repetição do processo de formação de bolhas após subsequente solidificação.
Os problemas de porosidade e inclusões de óxidos são resolvidos com técnicas que
incluem preparação para soldagem e seleção de processos adequados. A preparação inclui a
limpeza das partes a serem soldadas para a remoção de todas as fontes de hidrogênio e
outros contaminantes.
O uso de solventes à base de petróleo, para limpar a superfície do alumínio antes da
solda, tende a espalhar uma fina camada de hidrocarbonetos, contaminando a superfície.
Embora esta fina camada seja melhor que a contaminação inicial, não é a ideal. A água e o
sabão usados após a limpeza com solventes proporciona excelentes resultados na remoção
dos hidrocarbonetos da superfície. Mas a água usada na limpeza pode ter efeitos maléficos.
A superfície porosa da camada de óxido pode capturar as moléculas de água em sua
superfície. O hidrogênio das moléculas da água pode ser absorvido pelo alumínio e levar à
porosidade da solda. Por isso é necessário assegurar que o alumínio esteja seco. O pré-
aquecimento ajuda a retirar a umidade superficial, melhorando a qualidade da solda.
É também necessário prever a contaminação por outros materiais usados na
soldagem. O metal de adição precisa ser protegido da umidade e do óleo. Precisa ser
protegido antes e durante a soldagem; precisa ser protegido da contaminação pelo
mecanismo alimentador de arame. O gás de proteção deve estar isento de umidade. Embora
esteja normalmente "seco" quando sai do cilindro, o gás pode absorver umidade através da
entrada de ar falso.
Uma limpeza mecânica, imediatamente anterior à soldagem é uma excelente prática
para remover ambos os contaminantes e a fina camada de óxido. Claro está que o óxido é
refeito imediatamente pelo ar, mas uma limpeza antes da soldagem assegura que a camada de
óxido seja mínima.
É ampla e geralmente sabido que o processo TIG proporciona uma soldagem de alta
qualidade na maior parte dos metais. Embora esteja ligado à soldagem com proteção gasosa,
o processo TIG é freqüentemente tido como mais lento que os outros processos e às vezes
associado à velocidade do processo eletrodo revestido. Na realidade, o processo TIG pode
ser até mais rápido que o processo MIG em certas aplicações. É especialmente adequado para
as operações de soldagem por fusão de chapas finas, onde esse processo de eletrodo não
consumível é usado sem metal de adição. O processo TIG, no entanto, não é um processo
simples. Um grande número de variáveis precisa ser levado em conta para a obtenção de
cordões de alta qualidade e para assegurar uma boa performance do equipamento utilizado.
O equipamento TIG é um sistema que converte energia elétrica em calor, mediante a
obtenção de um arco elétrico sobre a peça. A performance do equipamento e a eficiência da
energia convertida é determinada por alguns requisitos que garantam as condições exigidas.
Calor
Mangueiras e cabos
Gases de proteção
O argônio e o hélio são os dois gases inertes de proteção mais utilizados no processo
TIG. Cada gás tem vantagens e inconvenientes na utilização, sendo que algumas vezes são
usadas misturas entre ambos, para haver utilização das vantagens de cada gás. O argônio,
geralmente usado para soldagem manual, tem menor tensão de arco que o hélio, o que
significa partida de arco mais fácil e calma e um funcionamento mais silencioso. O gás de
proteção é ionizado por uma tensão de partida, que direciona o arco à peça. O argônio tem um
potencial mínimo de ionização de 15,7 V e uma condutividade térmica maior que a do hélio, o
que significa arco estreito e concentrado. O argônio é 1,3 vezes mais pesado que o ar, o que
propicia boa proteção, com fluxo mínimo de 12 l/min, dependendo da corrente, bocal e
configuração da junta.
O hélio transfere maior quantidade de calor que o argônio, em vista da excelente
condutividade térmica, que requer maior tensão de arco, o que implica em maior injeção de
calor na peça. O potencial mínimo de ionização é de 24 V, o que torna a partida do arco mais
difícil que no caso do argônio. A proteção gasosa com hélio é mais adequada à soldagem dos
metais com elevada condutividade térmica, por causa da maior quantidade de calor disponível
e é geralmente usado em soldagem automática. O hélio é mais leve que o ar, requerendo uma
vazão de 2 a 3 vezes daquela do argônio, para a mesma qualidade de proteção.
Tungstênio
Bocais e espalhadores
Os bocais dirigem o gás sobre a zona da solda. São feitos em alumina, disponíveis em
vários diâmetros e em comprimentos longos, médios e curtos. O tamanho do bocal é
determinado pala acessibilidade à junta, necessidade de visão da junta e do metal de adição e
do diâmetro do eletrodo. Geralmente o diâmetro do bocal é de quatro a seis vezes o diâmetro
do eletrodo. Uma boa proteção é obtida mediante a correta escolha do tamanho do bocal. Os
bocais em alumina são recomendados para aplicações onde a liberação de calor é elevada,
em correntes superiores a 250 A. Esses bocais são frágeis e devem ser manipulados com
cuidado, dado o risco de trinca e quebra, sendo muito sensíveis a choques térmicos. A ponta
do bocal, no lado da tocha, é relativamente fria, enquanto a outra extremidade recebe o calor
irradiado pelo arco e pela poça de fusão; eventuais respingos também podem causar danos
ao bocal. A melhor maneira de eliminar ambos os problemas, é aumentar a distância bocal-
peça, o que pode ser obtido com o uso de espalhadores, para manter a qualidade de proteção.
O uso de espalhadores permite o uso de eletrodos de tungstênio até a mais de 25 mm fora do
bocal, sem perda de proteção.
Corpo da tocha
Conclusão
1. Generalidades
A experiência adquirida com a proteção do arco por gases inertes nos eletrodos
refratários e o interesse em substituir os mesmos por um eletrodo que fosse ao mesmo tempo
contínuo e metal de adição, possibilitou o aparecimento do processo MIG.
Os primeiros trabalhos executados foram sobre aços, com a proteção de gases
ativos. Tais trabalhos foram desenvolvidos entre 1.929 e 1.932 por Alexander nos laboratórios
da General Electric. Várias tentativas foram feitas, ma s a impossibilidade de domínio dos
fenômenos de carburação ou por vezes, de oxidação, não viabilizaram o processo.
Os trabalhos foram retomados durante a 2ª Guerra para soldagem de ligas leves,
levando-se em consideração os conhecimentos adquiridos com o TIG. Na realidade, somente
em 1.948 o processo adquiriu caráter industrial para o caso do magnésio e em 1.949 para os
outros metais. Até então, os únicos gases utilizados eram os inertes.
Pouco após, o argônio foi substituído pelo CO 2, puro ou misturado, o que veio trazer
vantagens do ponto de vista econômico. Durante muitos anos porém, o processo com
transferência do metal por pulverização (spray arc) foi o único utilizado, de maneira que a
soldagem de espessuras maiores ou iguais a 5 mm, eram as únicas realizadas; tal fato era
devido à grande penetração obtida com o uso de CO2.
A descoberta das propriedades do arco curto (short arc ou curto circuito) possibilitou
a soldagem de chapas finas, mesmo em posição, ampliando consideravelmente o campo de
aplicação do processo.
A fusão do metal de base e do metal de adição fazem uso de grande parcela de calor
gerado no arco. Esta fusão é produzida pelo calor gerado entre o eletrodo fusível contínuo e a
peça, sendo a proteção do arco e da poça de fusão feita por gás ativo ou inerte.
As figuras mostram a posição relativa dos componentes e os equipamentos básicos
de uma instalação de soldagem MIG.
2. Princípio de operação
O eletrodo fusível, contido numa bobina, é enviado à tocha, pelo moto alimentador,
através do feixe de cabos.
A poça de fusão, o arco e o eletrodo são protegidos pelo fluxo gasoso, sendo o arco
estabelecido pela passagem da corrente através da coluna ionizada.
3. Vantagens e limitações
Vantagens:
As vantagens do processo de soldagem MIG podem ser enumeradas como sendo:
- eletrodo contínuo (não há perda de tempo ou sobra de material).
- soldagem em todas as posições.
- alta velocidade de soldagem.
- total visibilidade da operação.
- facilidade de execução.
- grandes taxas de deposição.
- deformações limitadas.
- fácil controle da penetração.
Limitações:
O processo também possui limitações:
- equipamento mais complexo e mais dispendioso.
- relativa dificuldade de soldar em locais de difícil acesso.
- maior velocidade de resfriamento do metal.
Assim que a gota se destaca, existe uma aceleração que cresce com a intensidade da
corrente e diminui com o volume da gota. Esta aceleração pode chegar a 22 g (g = aceleração
da gravidade).
O arco é estável e a penetração é boa. A película de óxido, porventura existente, é
rompida pelo bombardeamento dos íons positivos, que vão na direção do polo negativo
(catôdo).
e em seguida:
2 CO2 ----> CO + C + O 2 + O
A tensão e a corrente sofrem grandes variações. Para um fio de diâmetro 0,8 mm, com
velocidade de alimentação de 2 m/min, a duração do ciclo é de 29 milisegundos.
Após abertura do arco, há formação de uma profunda cratera, que reduz
drasticamente as projeções. A tensão é então da ordem de 26 V; a gota começa a crescer, a
corrente começa a cair e a tensão tende a seu valor de regulagem, enquanto o comprimento
do arco começa a ser diminuído. A gota começa a se aproximar da peça e o contato da gota
com o banho leva à formação do curto circuito, com a absorção da gota pelo banho. A
corrente cresce rapidamente, o que provoca um aumento do campo eletromagnético. A
corrente atinge 160 A e a tensão cai a quase zero. Pouco após, o efeito de estrangulamento,
devido àquelas forças eletromagnéticas, provoca a ruptura da gota, que mergulha no banho.
O arco reaparece e o ciclo recomeça.
Da mesma maneira que sob atmosfera de argônio, ne ste caso, a polaridade direta
produz grandes gotas, não sendo usada em soldagem e por esta razão não será aqui
analisada.
Deduz -se então que, mantidos constantes o tipo de gás, a composição do fio e o seu
diâmetro, o funcionamento da máquina será determinado por:
U - tensão de arco
I - corrente
l - comprimento do arco
h - comprimento livre de fio
v - velocidade de alimentação do fio
Cabe neste ponto lembrar, que uma fonte de energia para soldagem MIG dispõe como
único controle, de um seletor para mudança da característica externa. Isto vale dizer que uma
fonte de corrente para soldagem MIG fornece algumas curvas características externas, como
ilustrado na figura abaixo.
Pode-se então dizer que, para uma dada velocidade de fio constante, existe sempre
um ponto de funcionamento estável, onde o comprimento de arco (l) é constante, assim como
o comprimento livre de fio (h), já que a distância tocha-peça é constante (h + l). Este ponto de
funcionamento estável é obtido pela mudança da curva característica externa da máquina, de
A1 para A2.
Quando o fio tem baixa resistividade (Al ou Cu, por exemplo), o comprimento livre terá
pouca ou nenhuma influência e h - ∆h estará muito próximo de h, o que significa que A1 fica
muito próximo de A2.
Na realidade, no plano U x I, existe sempre um ponto A, elo qual passa uma curva
característica da máquina, uma curva para a tensão de arco e uma curva de velocidade de
alimentação, conforme mostrado na figura acima.
Dada a grande inclinação de cada curva de velocidade constante, é ela, a velocidade
que determina em última análise, a corrente de soldagem. Consequentemente, estando fixada
uma velocidade, é possível escolher o comprimento de arco ideal às condições de soldagem,
mudando-se a curva característica externa da máquina.
9. Auto-regulagem do arco
Uma queda na velocidade de alimentação de fio pode ser devida a uma variação na
velocidade dos roda-fios ou a uma flambagem do arame no interior do guia-fio.
Se houver variação da velocidade, esta passa de v a v + ∆v. O arco sofre um
encurtamento passando de l a l - ∆l, num ponto de funcionamento instável, onde a corrente
passa a ser I2, maior que I1. A velocidade de fusão aumenta, por causa do aumento da cor-
rente e o ponto de funcionamento volta a ser o ponto 1.
Um posto de soldagem MIG possui fonte de gás, fonte de corrente, moto alimentador,
feixe de cabos, tocha e quando necessário, unidade autônoma de refrigeração.
A válvula economizadora de gás tem por função interromper o fluxo gasoso quando o
equipamento não estiver sendo usado. Pode ser do tipo mecânico ou eletromagnético (mais
comum).
A válvula economizadora mecânica corta o fluxo de gás quando a tocha é nela
apoiada, enquanto a eletromagnética é acionada pelo microrruptor da tocha; assim que
acionado libera o fluxo gasoso que se encaminha para a tocha.
U2 = 14 + 0,05 I2
Caso particular é o de fontes de corrente pulsante, onde a corrente de soldagem é
obtida pela superposição de uma corrente "de fundo" contínua, de pequena intensidade e
uma sucessão de impulsos de corrente a uma freqüência de 30, 60 ou 120 Hz.
A transferência do metal se dá de modo particular, entre duas impulsões; a corrente é
baixa, evitando respingos devidos aos efeitos de pinçamento. Durante as impulsões, a alta
densidade de corrente transfere as gotas praticamente sem projeções (fig A). A condição
necessária é o uso de gás com teor mínimo de argônio de 80%.
11.2.1. Enrolamentos
Tem a função de transformar a tensão da rede, via campo magnético obtido pela
circulação da corrente, na tensão de soldagem.
Um comutador com 4 "taps" define uma tensão em vazio, entre as quais pode haver
variações, graças a um transdutor auto-saturável, regulado por potenciômetro, que quando
independente, funciona como regulador à distância. Neste caso, as inclinações não são
paralelas.
11.2.6. Ventilador
O moto alimentador tem a função de fornecer o fio para alimentar a poça de fusão,
com velocidade constante. A regularidade e a qualidade de uma solda MIG estão diretamente
relacionadas com o grau de curvatura e com a constância da velocidade de chegada do fio ao
tubo de contato.
O fio deve passar pelo roda-fio sem deslizar e quando necessário, parar
instantaneamente.
O moto alimentador pode estar localizado junto à fonte de corrente ou ser
independente (caso mais comum), quando deve ser facilmente deslocável, colocado
diretamente sobre o solo ou suspenso em armações especiais.
A bobina e o suporte podem estar separados do moto alimentador de distâncias de
até 30 metros (sistema "push"). Se o feixe de cabos é longo (de 3 a 10 metros), um segundo
motor é colocado perto da tocha ou incorporado à mesma (sistema "push-pull"), havendo
porém uma certa dificuldade com o sincrinismo dos motores. No caso do uso de fios de
pequeno diâmetro, é necessário que o guia-fio esteja o mais próximo possível das roldanas,
para evitar flambagem do fio.
Os moto alimentadores são compostos por: porta-bobina, motor, moto-redutor, rodas
endireitadeiras e roda-fio.
11.3.1. Porta-bobina
11.3.2. Motor
11.3.3. Moto-redutor
Montado juntamente com o motor está a caixa de redução de velocidade, cuja função
é transformar a velocidade do motor (muito elevada) na velocidade do roda-fio, de modo a
obter uma velocidade compatível do arame.
11.3.5. Roda-fio
O caso mais simples é o de um par de roldanas. Uma delas, pressionada por uma
mola, é movida, enquanto a outra é motora, recebendo o movimento do motor através do
moto-redutor de velocidade.
A roda motora pode ter um rebaixo ranhurado ou perfil em V. O rebaixo ranhurado tem
excelente poder de tração, mas as estrias acabam marcando o fio e fazendo com que seja
liberado um pó metálico; tais partículas acabam funcionando como limas no tubo de contato,
provocando desgaste prematuro, o que exige limpezas freqüentes.
O perfil em V não apresenta este inconveniente, sendo por isso o mais comumente
utilizado, apesar deste sistema não apresentar uma aderência tão eficiente. Uma maneira de
aumentar o poder de tração é aumentar a pressão da mola. Se a pressão da mola, no entanto,
for exagerada, poderá haver deformação do fio, principalmente se o arame for mole, como é o
caso do alumínio. Estes problemas são resolvidos se forem usados dois pares de roldanas,
que dividem entre si os esforços de compressão e de tração.
11.3.6. Guia-fio
O guia-fio se situa logo após as roldanas e tem por função direcionar o arame para o
interior da cordoalha. O guia-fio deve ficar o mais próximo possível das roldanas,
principalmente quando do uso de arames de pequeno diâmetro, sujeitos aos efeitos de
flambagem, que, se ocorrer, causa a formação de "rabo de porco", ou seja, forma um
emaranhado que obriga à parada da operação de soldagem, retirada do fio do interior da
tocha e recolocação do equipamento em estado de marcha.
11.3.7. Velocidade de alimentação do arame
O feixe de cabos liga a fonte de corrente, a fonte de gás e o moto alimentador com a
tocha.
O feixe de cabos deve satisfazer duas condições: ser flexível o suficiente para seguir
sem resistência os movimentos do operador e ao mesmo tempo ter a tendência natural de se
manter retilíneo. São condições contraditórias, o que obriga o fabricante a vencer alguns
problemas de projeto e manufatura. O feixe de cabos não pode, também, ser extensível, pois
quando da alimentação do fio, haveria mudança na velocidade de saída. Como já visto, é da
constância da velocidade de saída do arame que depende a regularidade da corrente de
soldagem e consequentemente a qualidade da solda.
O feixe de cabos, normalmente com comprimento de três metros, é composto por:
cabo de corrente, tubulação de gás, cordoalha, cabo de comando e quando necessário,
tubulação de líquido de refrigeração.
11.5. Tocha
Usa-se o termo tocha para aqueles equipamentos de pescoço curvo e usados para
metais como o aço. As pistolas tem pescoço reto e são usadas para ligas leves.
As tochas e pistolas são compostas por um corpo, um pescoço, um bocal, um tubo de
contato e um microrruptor.
11.5.1. Corpo
O corpo da tocha tem a função de dirigir o fluxo gasoso e o fio. Deve ser resistente ao
aquecimento provocado pelo arco, às projeções do metal em fusão e aos choques de
trabalho, sendo ao mesmo tempo leve, maleável e robusta.
Dois são os modelos existentes: com resfriamento natural ou refrigeradas a água.
A escolha de dado tipo dependerá:
- da corrente e da tensão do arco. Se a tensão é menor que 22 V (equivalente a
soldagem sob atmosfera de CO 2, em curto circuito), as de resfriamento natural são
convenientes.
- da natureza do gás. O comprimento de arco não é o mesmo para todos os gases.
Para uma mesma corrente e um mesmo fator de trabalho, sob atmosfera de CO 2, o
aquecimento é mais elevado.
- da distância tocha-banho. O aquecimento diminui com o aumento da distância, ao
mesmo tempo que a proteção gasosa também diminui.
- do tipo de junta. A soldagem em ângulo interior aquece mais a tocha que em
soldagem de topo.
- do diâmetro do fio. Quanto maior o diâmetro do fio, maior é a corrente de soldagem e
portanto, maior o aquecimento.
- do fator de trabalho. Quanto maior o fator de trabalho, menor o tempo de "descanso"
da tocha, logo, maior o aquecimento.
Pode-se dizer que é possível o uso de tochas de resfriamento natural para correntes
inferiores a 350 A.
11.5.2. Pescoço
11.5.3. Bocal
O bocal tem a função de dirigir o fluxo gasoso, de forma laminar, na direção do arco e
da poça de fusão.
Deve ser resistente ao calor e aos choques, permitindo que a aderência de respingos
não seja exagerada. A desmontagem dos bocais deve, dentro do possível, ser da maneira
mais fácil e rápida.
Os bocais podem ser em cobre ou em material refratário e o diâmetro é função das
condições de soldagem.
Quando em cobre, os bocais devem ser isolados eletricamente do corpo da tocha e
do arame (ou seja, do circuito elétrico da pistola) para não haver aparecimento de arco entre a
peça e o bocal.
O sistema de fixação do bocal à tocha deve ser tal que não permita a entrada de ar, o
que iria contaminar a solda.
O estado da superfície é muito importante e por se tratar de uma peça sujeita a atrito,
logo a desgaste, é necessária uma verificação periódica, para que seja evitado arco entre o fio
e o tubo de contato.
11.5.5. Microrruptor
Além destes tipos, existem tochas que possuem uma bobina de fio de 5 polegadas de
diâmetro, incorporadas ao corpo da mesma.
Tais tochas, apesar da pouca autonomia, são usadas quando o acesso do moto
alimentador ao local de trabalho é muito difícil ou quando a distância da tocha ao moto
alimentador é muito grande.
11.6. Unidade autônoma de refrigeração
Para a soldagem de chapas finas, com fios de pequeno diâmetro, sob atmosfera de
CO2 ou misturas à base de CO2, não há necessidade de máquinas cuja corrente ultrapasse 200
A. A partir daí, a corrente, e consequentemente a capacidade da máquina, será escolhida em
função da espessura do metal ou das velocidades de avanço.
Quando as necessidades de soldagem são muito diversificadas, é possível usar
fontes de extensa gama de regulagem. Deve-se ter em mente, no entanto, o fato de que os
equipamentos de alta potência, quando trabalham nas faixas inferiores tem rendimento
bastante baixo.
Outro fator a ser considerado é com relação à mobilidade do posto. Se o mesmo é
fixo, pode ficar apoiado sobre pés metálicos, sendo que quando eventuais deslocamentos se
fizerem necessários, usa-se pequenos carros ou pontes rolantes. Se a construção é de
grandes dimensões (reservatórios de petróleo ou grandes construções metálicas) o
equipamento deve poder ser deslocado com maior facilidade, devendo ser provido de rodas.
Nestes casos o moto alimentador é obrigatoriamente independente.
O argônio e o hélio são gases inertes usados na soldagem de não ferrosos e tem
propriedades diferentes. As diferenças são observadas durante a transferência do metal no
arco, na penetração, na forma do cordão e sobre outras variáveis e a escolha de um ou outro,
ou mistura deles, é função dos efeitos desejados.
O hélio tem maior condutividade térmica que o argônio, conforme figura abaixo. Nos
Estados Unidos principalmente, por serem os únicos produtores do mundo, o que torna baixo
o seu custo, há uma tendência ao uso de hélio na soldagem de grandes espessuras,
sobretudo em metais de elevada condutibilidade térmica como cobre e alumínio. O argônio
éusado em pequenas espessuras (devido à sua menor energia de arco) ou na soldagem em
posição (que não a plana).
O hélio é um gás leve; o argônio é 10 vezes mais pesado que o hélio e 1,3 vezes que o
ar. Quanto mais pesado for o gás, maior a proteção para dada vazão: o argônio forma uma
cobertura sobre a área de solda, enquanto o hélio tende a se dispersar. A proteção com hélio
exige, consequentemente, maiores vazões que no caso do argônio.
As características do cordão e de penetração são diferentes: as feitas com hélio, tem
maior largura que as feitas com argônio; as feitas com argônio são mais penetrantes no
centro que nas bordas, se comparadas às soldas feitas com hélio. Nas misturas argônio-hélio,
o hélio aumenta a penetração e o argônio mantém as características de transferência do metal
no arco.
A forma do cordão e a penetração são influenciadas pela transferência do metal no
arco. A transferência por "spray arc" produz um cordão de maior penetração no seu centro,
tendo as bordas menor penetração; este efeito é devido às forças presentes no arco. A
transferência por curto circuito e a transferência globular produzem cordões largos e pouco
penetrantes. De modo geral, a transferência por "spray" é obtida mais facilmente com argônio
que com hélio, mas em ambos os casos, a forma da seção varia com a polaridade do eletrodo.
Em polaridade inversa a forma do cordão é melhor que em direta.
Os gases puros são usados para soldagem dos metais não ferrosos, não
apresentando boas características de soldagem nos metais ferrosos; neste caso, há uma
tendência, quando se usa argônio, do metal de adição não escoar para a linha de fusão; o
metal tem ainda, tendência a ser transferido de forma errática e com grande quantidade de
projeções, principalmente com o uso de hélio.
Para aços, a adição de oxigênio ou CO2 ao argônio estabiliza o arco, facilita a
transferência do metal e minimiza as projeções, ao mesmo tempo em que é modificado o perfil
do cordão; a penetração diminui e as porosidades são muito reduzidas.
A adição do oxigênio ou CO2 ao argônio ou hélio, muda as condições de operação em
corrente contínua polaridade direta. O arco é estável, a transferência melhorada e a
penetração aumentada. Os teores são sempre maiores que 1%. No caso de aço carbono, as
misturas argônio-oxigênio a 5% afinam a ponta do eletrodo, forçando a que a transferência do
metal seja feita em gotas. A sobrespessura é menos convexa e a penetração mais próxima
daquela obtida com polaridade inversa. Ao mesmo tempo há uma redução notável na taxa de
fusão do eletrodo.
A quantidade de oxigênio ou CO 2 necessária para produzir uma mudança substancial
na estabilidade do arco e na transferência do metal é geralmente pequena, da ordem de 0,5%
O2. São comuns as adições de 1 a 5% O2 e 3 a 10% CO 2. A quantidade adicionada depende da
geometria da junta, da posição de soldagem, da composição do metal de base e da técnica
operatória. A adição de O2 ou CO2 ao hélio ou à mistura argônio-hélio, é usada quando se
deseja transferência por curto circuito ou por arco pulsante em corrente contínua. Geralmente
as adições feitas ao argônio são para melhorar a transferência axial em "spray" e também a
molhagem.
Estas adições, que tornam o gás oxidante, podem causar porosidade em alguns
metais ferrosos, a menos que seja neutralizada por elementos desoxidantes colocados no
metal de adição. Estas atmosferas podem causar a perda de certos elementos como cromo,
alumínio, vanádio, titânio, manganês e silício, que também podem ser compensadas no metal
de adição. Alguns arames são concebidos para soldagens rápidas e econômicas, de boa
qualidade; outros para soldas de qualidade, em cordões livres de oxigênio, o que vem de
encontro às atuais exigências da soldagem.
As figuras abaixo mostram cordões em aço carbono depositados em chapas, tendo
sido protegidos por atmosfera de argônio puro (superior) e mistura argônio(98%)-
oxigênio(2%).
13.2.2. Transferência por curto circuito
Os gases usados em soldagem por curto circuito são diferentes daqueles usados em
transferência por "spray". Misturas argônio-CO2, que contém de 20 a 50% CO2 são
freqüentemente usadas na soldagem de aços ao carbono, por curto circuito e raramente por
"spray".
Os gases poliatômicos ou de "alta tensão" são mais usados para soldagem por curto
circuito, que para "spray". O objetivo é aumentar o fluxo de calor e melhorar a molhagem
entre o metal de adição e o de base; a quantidade de gases reativos porém, deve ser
controlada para evitar reações metal-gás, que podem ser metalurgicamente perigosas. As
misturas argônio-CO2 tem bom desempenho na soldagem de aços inox, podendo no entanto
elevar o teor de carbono do aço inox e com isso, reduzir a resistência à corrosão,
principalmente em solda multipasse. Misturas menos reativas (90% He - 7,5% A - 2,5% CO2)
são usadas em aços inox, com manutenção da resistência à corrosão e com reduzidos riscos
de oxidação. Nesta mistura, tanto o hélio quanto o CO2, aumentam a tensão de arco para dada
corrente; o efeito de melhora de estabilidade de arco é dado pelo CO 2. Resultado: melhor
molhagem e melhor estabilidade de arco.
Misturas de 60 a 70% He - 25 a 35% A - 4 a 5% CO2 são usadas na soldagem de aços
baixa liga, quando se deseja alta resistência ao impacto. A redução da porcentagem de CO2
para níveis mínimos, melhora a resistência de Charpy a valores compatíveis com aqueles
obtidos em transferência por "spray", com 98% A - 2% O2. As vazões dos gases para
soldagem por curto circuito são aproximadamente 50% inferiores àquelas para transferência
em "spray", graças à menor corrente de solda, para obtenção da mesma poça de fusão.
13.3. CO2
Até agora, foi visto que alguns parâmetros tem influência sobre as soldas realizadas.
Esses parâmetros são:
a - diâmetro do fio.
b - velocidade de alimentação do fio, logo, da intensidade da corrente.
c - comprimento livre do fio.
d - característica externa da fonte de corrente e respectivas tensões em vazio.
e - distância tubo de contato-peça.
f - constante de tempo (L/R) do circuito de soldagem.
g - natureza do gás de proteção.
h - vazão do gás.
O conhecimento e o controle das variáveis é essencial para a obtenção de soldas de
boa qualidade.
Os parâmetros listados acima são interdependentes, isto ‚é a variação de um deles
afeta os outros. Para que melhor se entenda o processo, deve-se raciocinar esquecendo-se
esta interdependência.
Existem outros fatores que influenciam a soldagem, como a composição do fio, que é
no entanto, dependente do metal de base, estando portanto dentro de limites estreitos. Outro
fator importante é a velocidade de deslocamento da tocha.
Supondo-se estarem escolhidos o tipo de gás, o diâmetro e a composição do fio, a
distância tubo de contato-peça e o comprimento livre de fio e fazendo-se variar outros
parâmetros, como a tensão em vazio e a velocidade de alimentação do arame, faz-se a
medição da tensão de arco e da corrente de soldagem. Os valores assim obtidos são levados
a um gráfico tensão-corrente; tomados os pontos que correspondem a modos operatórios e
qualidade de solda aceitáveis, chega-se à conclusão que os pontos representativos estão
dentro de uma elipse. Se o arco é longo, as perdas são grandes e corre-se o risco do arco
"entrar" no bocal. Se o arco é curto, a transferência é por curto circuito e corre-se o risco de
"mergulhar" o eletrodo no banho.
Os pontos localizados sobre a reta AB no seu centro, correspondem a uma regulagem
ótima, podendo-se no entanto, escolher regulagens que se aproximam das extremidades da
elipse. Pode-se observar, que geralmente a baixas tensões correspondem baixas correntes,
sendo o banho de fusão pouco fluido e tornando possível a soldagem em posição. Às altas
tensões, correspondem altas correntes, que são aplicáveis em soldagem plana.
Obviamente, a escolha da regulagem da corrente, antes de iniciada a soldagem, pode
não ser a ideal, requerendo pequenos ajustes durante a realização da mesma.
Um indicador da falta de regulagem é a elevada quantidade de salpicos, indicando
que o comprimento de arco (tensão) e a velocidade de fusão (corrente) não estão
convenientemente adaptados. Para uma boa regulagem, as perdas por projeção devem estar
entre 3 e 5% do peso do metal fundido.
14.1. Corrente
14.2. Tensão
Em soldagem MIG, os valores de tensão encontrados são dados pela tabela abaixo:
O preparo das peças para soldagem pelo processo MIG é muito mais delicado que
para o processo de soldagem por eletrodo revestido. A abertura da raiz deve ser regular e
constante e as superfícies próximas à zona da solda, devem estar cuidadosamente limpas.
O oxicorte é o modo de preparo mais usado, devendo ser feito em máquinas de boa
precisão, com a retirada de todos os defeitos.
O corte automática por plasma vem sendo mais e mais utilizado, tanto para corte de
inox como para corte de não ferrosos. É também utilizado corte ao eletrodo de carvão e mais
raramente ao TIG.
Para solda de alta qualidade deve-se usar tesouras mecânicas (até 12 mm para o aço
e pouco mais para o alumínio) ou serras, ou outros processos de corte mecânico.
Se as espessuras o exigem, faz-se ao mesmo tempo o corte e o chanfro.
As peças podem ser montadas livremente, de modo a que não se oponham aos
movimentos de dilatação, ou montadas umas após as outras, para soldagem em sequência.
Outra maneira usada em fabricação de peças complexas, em série, é imobilizá-las num
gabarito.
Em peças com montagem livre, principalmente as de pequena espessura, usa-se
mata-juntas, que podem ser permanentes ou não e que permitem o emprego de maiores
correntes, sem o risco de aparecimento de fusão excessiva.
A abertura deve ser tão pequena quanto possível, para permitir que o metal de base
escoe, permitindo uma penetração conveniente. A inclinação da junta é um fator a ser levado
em conta, principalmente devido à sua grande influê ncia sobre a penetração.
Em solda por curto circuito é mais cômodo soldar "à esquerda", isto é, a tocha é
deslocada no sentido para o qual aponta o eletrodo. Contrariamente, o método "à direita" é
usado se o precesso de transferência do metal no arco é por pulverização, pois é mais fácil e
garante melhor qualidade de depósito.
Excepcionalmente, em passes de fundo em chapas grossas, usando-se curto circuito,
adota-se a soldagem "à direita" que possibilita melhor acompanhamento e controle da solda
realizada
Em soldagem plana, a tocha é mantida de maneira ao fio estar no plano de simetria da
junta e fazer com a superfície da peça um ângulo máximo de 30º, podendo-se soldar
"puxando" ou "empurrando".
No primeiro caso, a penetração é máxima e o cordão apresenta grande
sobrespessura. O arco tende a penetrar no banho criando uma grande concentração de calor.
A pressão do arco está sobre o metal fundido e acentua ainda mais a sobrespessura.
No segundo, a pressão do arco empurra o metal fundido na direção do metal frio,
reduzindo a penetração e a sobrespessura. Neste caso a velocidade de avanço da tocha é
maior que no primeiro caso.
Se a solda é em ângulo interior, uma inclinação lateral da tocha pode ser necessária.
A velocidade de soldagem não é fixada previamente por tabelas, sendo adotada pelo
operador em função da penetração, que é dada indiretamente pela largura do banho.
O operador se guia também pelo comprimento livre do fio, que se aquece por efeito
Joule. Sua temperatura é tanto maior quanto mais longo for o comprimento livre de fio, o que
possibilita a diminuição da corrente. A conseqüência é que quanto maior for h, menor será a
penetração.
Para soldagem em curto circuito, o comprimento livre de fio varia de 15 a 25 mm,
enquanto em "spray", de 30 a 45 mm para os maiores diâmetros.
A qualidade da solda ‚é largamente influenciada pela velocidade de soldagem; quanto
mais elevada, mais estreito e com mordeduras será o cordão, sendo elevado o número de
mordeduras; se for pequena, os cordões são largos, de mau aspecto, podendo haver fusão
exagerada da base. Pelo fato da tensão de arco e da velocidade de soldagem terem efeitos
contrários (sobre a largura do cordão e penetração), um dos parâmetros pode ser usado para
compensar o outro.
Inicialmente, deve-se dizer que a soldagem de chapas muito finas deve ser realizada
pelo processo TIG. Em espessuras variáveis de 0,5 a 0,8 mm não se faz uso de atmosfera de
CO2, mas de misturas entre argônio e oxigênio ou entre argônio e CO 2, com as quais é
possível o emprego de baixas correntes, bem como menores velocidades de fusão e menores
penetrações.
Para aços ao carbono, entre 0,8 e 4 mm, a proteção será com gás carbônico, com
arame de diâmetro 0,8 ou 0,9 mm, sobre bordos retos. Até 2 mm não há abertura de raiz e daí
até 4 mm a abertura deve ser de 0,5 a 1,0 mm, devendo haver imobilização, ou por
ponteamento das chapas ou através de dispositivos apropriados.
O operador, como já mencionado, deve usar o método “à esquerda", devendo o bocal
fazer um ângulo de 100º com a chapa, no sentido de avanço da tocha.
O soldador tem boa visão do banho e a proteção é eficaz. Até 2 mm não é necessário
qualquer balanço; daí até 4 mm, um de pequena amplitude se faz necessário.
15.3.5.2. Ponteamento
Deve ser usado sempre que não haja dispositivos de imobilização, sendo feito em
algumas empresas por eletrodos revestidos (há sempre o risco de introdução de defeitos). É
possível fazer o ponteamento em MIG, com fios de pequeno diâmetro ou se tratar de material
de baixa condutividade térmica, pelo processo TIG.
Sempre que possível, e sobretudo em grandes espessuras, deve-se fazer o
ponteamento pelo reverso, o que facilitará a eliminação dos pontos quando da soldagem pelo
reverso do cordão.
O ponteamento deve ser longo o suficiente para que resista aos esforços
transversais. O comprimento ‚ de 15 a 30 mm para aços, segundo a espessura a distância
entre pontos deve ser de 30 vezes a espessura, quando esta for de até 5 mm.
Estas chapas podem ser soldadas tanto por "spray" quanto por curto circuito.
As chapas são soldadas sem qualquer preparo de bordos, desde que mantido um
espaçamento regular de 1,0 a 1,5 mm e que o reverso tenha mata-junta. Não sendo possível a
colocação do "back", por falta de acesso ao reverso da solda, deve-se fazer um chanfro em Y
até meia espessura.
15.3.5.4. Soldagem de chapas médias e grossas
Em chapas de mais de 6 mm de espessura, usa-se sempre transferência por
pulverização ("spray"), que possibilita velocidades de soldagem maiores que por curto
circuito.
Até 10 mm de espessura, sem qualquer preparo de junta, é possível soldar sob CO2,
sendo preferível a adoção de um chanfro em Y a 60º ou em V a 30º.
Em soldagem multipasses, o que é usual a partir de 12 mm e por vezes até a partir de
10 mm, é possível executar o passe de raiz por curto circuito com fio de diâmetro 0,8 mm e os
passes seguintes com fios de maiores diâmetros e com correntes mais elevadas, fazendo uso
de transferência por "spray", podendo-se então dispensar o mata-junta. Os passes
executados em "spray" devem ser feitos com uma oscilação da tocha, de pequena amplitude,
com o fim de se evitar porosidades.
Ao término da solda ou numa parada, deve-se ter certas precauções para evitar a
formação de crateras, ponto de formação de fissuras a frio. Este defeito é evitado diminuindo-
se progressivamente o volume do banho, aumentando a velocidade de avanço da tocha e
inclinando-a levemente na direção do cordão já executado.
16.1.1. Desnivelamento
Falha no preparo das chapas ou da junta; as bordas devem ser alinhadas e assim
mantidas.
16.2.4. Mordeduras
16.2.6. Porosidades
É o defeito mais comum e o mais difícil de ser evitado. A origem são os gases
dissolvidos no metal fundido (N2, H2 ou CO).
O N2 é devido a impurezas presentes no gás de proteção ou mais freqüentemente, à
má proteção do banho. O ar atmosférico pode penetrar de várias maneiras:
a- tocha muito inclinada. A tocha não deve fazer ângulo superior a 15º com a
perpendicular.
b- bocal não conveniente ao tipo de gás. As características de escoamento variam de
um gás para outro. Os bocais para uso com CO2 (bocais curtos) não são os melhores para
argônio ou misturas, que exigem escoamento laminar.
c- bocal com incrustações . As projeções do metal fundido que aderem ao bocal
provocam turbulência no gás, facilitando a mistura do mesmo com o ar.
d- excesso ou falta de vazão, devido à má regulagem ou a congelamento da válvula
redutora de pressão.
e- contaminação por falta de estanqueidade nos dutos, falta de concentricidade do
tubo de contato, geometria desfavorável da junta, sopro no arco ou correntes de gás.
f- velocidade exagerada na soldagem que ocasiona falta de proteção, quando o metal
ainda no estado plástico absorve gases do ar.
O H2 pode ser proveniente da umidade contida no gás ou nas superfícies do fio ou
peça; de óleos da superfície da peça ou lubrificantes de trefilação entre o fio e o cobreamento;
da umidade do ar devida a proteção insuficiente.
O CO é advindo de reações entre o carbono e óxidos ou das reações de
decomposição do CO2. Para evitá-la, o arame deve conter um teor compatível de silício (não
podendo permanecer no cordão um teor superior a 0,3%.)
16.2.7. Fissuras
Gases de proteção
Os gases de proteção são usados para circundar a área do arco, de modo a impedir
que o ar entre em contato com o metal fundido. O ar contém oxigênio, nitrogênio e hidrogênio,
os quais, dentre os elementos encontrados na atmosfera, causam muitos problemas na
soldagem dos metais ferrosos. O oxigênio é talvez o mais reativo dos três, pelo fato de se
combinar com outros elementos do metal, para formar óxidos e gases.
O nitrogênio entretanto causa sérios problemas no metal soldado, em função da sua
solubilidade no ferro a alta temperatura, que quando do resfriamento, forma nitretos
metálicos, aumentando o limite de resistência e a dureza. Algumas dessas propriedades são
indesejáveis na zona soldada, por causa da baixa resistência ao impacto e à formação de
zonas frágeis, levando ao aparecimento de fissuras no cordão e suas proximidades; se em
teores elevados, pode haver o aparecimento de porosidades.
O hidrogênio reage da mesma forma que o N2, em função da sua solubilidade no metal
fundido. Quando do resfriamento, o gás é expulso, havendo a formação de poros e tensões
internas, que podem levar ao aparecimento de trincas e microtrincas.
Quando se deseja um fluxo gasoso para proteção contra o ar atmosférico é preciso
considerar os três gases comumente utilizados na soldagem MIG de aços: argônio, hélio e
CO2.
Argônio
Dentre os gases inertes, o argônio tem sido o mais utilizado em função da facilidade
de obtenção, já que o ar contém 0,94% de argônio em volume ; embora possa parecer pequeno
o volume, vale lembrar que além do oxigênio (21%) e do nitrogênio (78%), os outros gases
respondem por 0,04% em volume.
Além da facilidade de obtenção, o argônio é importante por causa do baixo potencial
de ionização. O argônio libera elétrons, o que torna o arco calmo e estável durante a soldagem
e a estabilidade reduz as projeções. O baixo potencial de ionização do argônio no entanto,
traz algumas desvantagens quando usado puro na soldagem de chapas. O baixo potencial de
ionização reduz a tensão de arco, gerando baixa potência e consequentemente pouca
penetração, mordeduras e perfil ruim.
Em soldagem de chapas grossas, o argônio é misturado a outros gases, para
obtenção de proteção mais efetiva, o que melhora o perfil, a aparência e a penetração. Pelo
fato de ser um gás denso, mais pesado que o ar, o argônio substitui-o ao redor da solda e é
pouco susceptível a deslocamentos.
Hélio
Dióxido de carbono
Procedimento experimental
Para o estudo dos efeitos dos três gases de proteção e das composições que dão
melhores resultados econômicos e de performance, foram executados testes empregando os
gases puros e misturas gasosas de várias proporções entre He, A e CO2. Algumas soldas
foram realizadas com misturas comerciais binárias de argônio-oxigênio e ternárias de
argônio-oxigênio-CO2.
Para que a execução das soldas fosse uniforme e feitas sempre sob mesmo critério,
foram fixados os seguintes parâmetros e procedimentos:
a) uma máquina de corte foi modificada para receber uma tocha MIG.
b) o ângulo da tocha foi fixado a 60º com relação à normal.
c) foi usado um eletrodo de diâmetro 0,9 mm com um comprimento livre de fio (stick-
out)de 12,7 mm.
d) a velocidade de alimentação do arame foi fixada em 56 cm/s (equivalente a 80 A).
e) a vazão do fluxo de gás foi fixada em 16 l/min.
f) a tensão foi fixada entre 20 e 35 V.
g) o acionamento da máquina foi mantido independente da tocha.
h) as chapas, de 6,4 mm de espessura, foram preparadas por jateamento de areia para
remoção de óxidos.
i) os dados foram registrados após cada solda, com indicativos de ruído de arco,
aparência do cordão e quantidade de respingos. A inspeção visual e o estudo individual de
cada corpo de prova, foi realizada posteriormente.
j) as amostras foram cortadas, montadas, polidas e atacadas com solução a 40% de
ácido nítrico, para observação da microestrutura.
k) os perfis de cordão foram examinados para determinação da profundidade de
penetração, da largura e da altura, bem como de defeitos; em seguida, determinados os
percentuais de penetração.
Resultados experimentais
Não foram feitas medidas para determinar o perfil do cordão, largura, altura e
penetração, em função da grande quantidade de poros e inclusões mostradas pela
macrografia.
O perfil observado apresentou pouca penetração e reforço com altura exagerada. Foi
o espécime que apresentou o menor percentual de penetração, com superfície muito
enrugada e grande número de respingos.
A largura era estreita e a concordância com cantos vivos, com zonas de recobrimento
e fusão incompleta, tornando a solda imprópria para várias aplicações.
Do ponto de vista econômico, o emprego industrial de argônio puro não traz
vantagens ( exceto na soldagem de pequenas espessuras) em função do alto custo do gás e
da baixa penetração obtida.
A mistura acima produz cordões lisos e uniformes, de boa aparência e com largura e
altura regulares. Respingos foram observados com esta mistura, mas quando comparados
aos obtidos com CO2, são desprezíveis.
Apesar desta mistura ter produzido a segunda melhor penetração, com penetração de
30%, é importante notar a penetração em forma de dedo, estreito e profundo, que não cobre
toda a largura do cordão.
O perfil e a superfície obtida com esta mistura foram excelentes. Foi notado um baixo
nível de ruídos durante a soldagem e o arco se manteve sempre estável, contrariando ao
observado em atmosfera de CO2. O baixo nível de ruído do arco corresponde a um cordão
liso, com linhas de solidificação espaçadas, conferindo ao cordão uma ótima aparência. A
desvantagem observada foi a fusão incompleta ao longo da lateral do cordão.
Com a redução do teor de hélio foi notada uma mudança no perfil e na penetração do
cordão. A aparência foi não uniforme e as linhas de solidificação não tiveram espaçamento
homogêneo, enquanto a largura do cordão foi menor ao longo da solda; foi observado um
aumento na quantidade de respingos. Este fato sugere que, com a redução do teor de He, haja
maior instabilidade do arco.
O objetivo ao se fazer experime ntos com misturas CO2-He e CO2-A, foi comparar a
performances destes gases, com o objetivo de evitar efeitos danosos do uso de CO2 puro.
Esta comparação provou ser a mais interessante e reveladora entre os experimentos
realizados.
O experimento nº 9 foi fe ito com uma mistura 80% CO2 e 20% He e os resultados
foram excelentes. A mistura com alto teor de CO2 era tida como causadora de perfis de má
aparência. O resultado, no entanto, foi igual ao do experimento nº 7, com alta penetração e
boa largura de cordão. A penetração foi mais profunda e uniforme que os dos outros
experimentos realizados com gás hélio.
Os resultados do experimento nº 10, com uma mistura de 20% de argônio em
substituição ao hélio, permitiram observar desvios em relação à solda ideal, com relação ao
perfil e à penetração, sendo o cordão estreito e o reforço muito pronunciado. Foi também ob-
servada uma penetração em forma de dedo muito estreita, além de falta de fusão ao longo do
cordão, bem como aumento da quantidade de respingos, se comparado aos respingos
obtidos com misturas CO2-He.
Conclusões e recomendações
Para cada kg de arame sólido adquirido, 92 a 98% se tornam material depositado. Esta
eficiência de deposição torna o processo superior aos processos eletrodo revestido e arame
tubular. Para arame tubular o rendimento é de 80 a 90%, enquanto somente 60 a 70% para o
eletrodo revestido (se considerada a perda da parte não consumida do mesmo).
A pequena camada de escória presente no cordão realizado com MIG, reduz
sensivelmente o tempo gasto para a limpeza do cordão em solda multipasse, bem como um
reduzido risco de inclusão de escória e os defeitos de cordão dela resultantes. Estes fatores,
combinados aos 35 a 50% de ciclo de trabalho atingido pelos processos automático e semi-
automático, como MIG, permitem atingir rapidamente elevados níveis de produtividade.
1.2. Confiabilidade
Todos os metais ferrosos e a maioria dos não ferrosos, podem ser soldados pelo
processo MIG. Uma ampla gama de espessuras pode ser soldada em todas as posições,
mediante correta seleção do modo de transferência metálica. O correto ajuste do processo
MIG com o trabalho a ser realizado, possibilita a obtenção de soldas com um mínimo de
esforço e um máximo de economia.
3. Transferência globular
7. Resumo
1. Generalidades
O processo arame tubular tem tido uma participação cada vez maior dentre os
processos de soldagem, no que se refere a peso de metal depositado.
Trata-se de um eletrodo contínuo, que contém no seu interior um fluxo pulverulento,
que fornece a proteção gasosa. Outros tipos de arame necessitam, também, uma proteção
gasosa externa.
Os dois tipos de arame tubular diferem entre si através da maneira usada para
proteger o arco e a poça de fusão contra o ataque do ar atmosférico. Um dos tipos, com auto-
proteção (Innershield), faz a proteção através da vaporização de elementos voláteis, pelo calor
do arco, contidos no fluxo. O outro tipo faz uso de uma proteção gasosa injetada através do
bocal, que somada aos gases gerados pelo fluxo, cria a atmosfera protetora. Em ambos os
tipos há a formação de uma fina camada de escória, que protege o metal durante a
solidificação.
O arame tubular é usado em processo semi-automático, onde a tocha é manipulada
pelo operador, ou em processo automático.
2. Características
3. Aplicações
O processo arame tubular é usado na soldagem de aços ao carbono, aços baixa liga,
aços inox e revestimento.
A opção sobre o uso de arame tubular com ou sem proteção gasosa, depende dos
tipos de eletrodos disponíveis, das propriedades mecânicas desejadas, da geometria da junta
e das condições de ajustagem entre as chapas.
As principais vantagens deste processo com relação ao eletrodo revestido são a
maior produtividade, maior taxa de deposição, maior fator de trabalho e maior rendimento
(não há sobra de eletrodo), gerando menores custos por peso de metal depositado (desde que
as juntas sejam contínuas). Como desvantagens há o aspecto de custo do equipamento e
dificuldades de mobilidade. Com relação ao MIG há a desvantagem da necessidade de
remoção da fina camada de escória entre os passes, o que aumenta os custos.
4. Eletrodos
Os arames tubulares são fabricados para depositar metal com composição química e
características mecânicas determinadas, semelhantemente aos eletrodos revestidos.
Alguns eletrodos são feitos para soldagem somente em posição plana, enquanto
outros para soldagem em posição plana e horizontal; a soldagem vertical e sobrecabeça
podem ser feitas mediante o uso de diâmetros e valores de corrente adequados e escolhidos
cuidadosamente para a realização dessas operações.
A maior parte dos arames tubulares baixa liga são feitos para deposição de material
com auxílio de proteção gasosa externa.
Possuem características de resistência ao impacto mínima de 27 J a -18ºC . Alguns
arames à base de Ni, com 4 ou 8 formulações, são produzidos para terem resistência ao
impacto de 27 J a -18 ºC.
O eletrodo E XXXT -1, protegido por CO2, tem perda nos elementos desoxidantes
devido ao poder oxidante do gás de proteção e aumento no teor de carbono.
O E XXXT -3 é usado sem proteção externa e a absorção de N2 pode ser significativa. O
uso de baixas correntes e longos comprimentos de arco absorvem grandes quantidades de
nitrogênio do ar atmosférico; conforme é sabido, o N2 estabiliza a austenita e reduz a
quantidade de ferrita.
As exigências do tipo T-3 são diferentes do T-1, pois a proteção sem fluxo gasoso
externo não é tão eficiente quanto a dupla proteção (gás gerado pelo fluxo e gás de proteção
externa). Dessa forma, os depósitos obtidos com T-3 tem maior teor de N2 que com o T-1, o
que significa que no controle do teor de ferrita do T-3 deve-se ter uma relação Cr/Ni diferente
da do T-1. As propriedades mecânicas são especificadas para cada tipo.
6. Gases de proteção
6.1. CO2
O CO 2 é o gás mais usado como fluxo de proteção para o arame tubular. As duas
principais vantagens do uso do CO2 como gás de proteção residem no baixo custo do gás e
na alta penetração, havendo uma transferência do metal no arco na forma globular.
Na temperatura ambiente o CO 2 é um gás bastante estável; quando porém, sua
temperatura é levada até‚ a temperatura do arco, o gás se dissocia em monóxido de carbono
(CO) e oxigênio.
2 CO2 <=====> 2 CO + O 2
2 CO <=====> 2 C + O2
As misturas gasosas usadas em soldagem com arame tubular tiram partido das
vantagens fornecidas por cada um dos gases componentes da mistura. Quanto maior for o
percentual de gases inertes misturados ao CO2 ou ao O2, maior será a transferência de
desoxidantes contidos no fluxo para o banho. O argônio tem a capacidade de proteger a poça
de fusão na temperatura de soldagem e sua presença em quantidades suficientes acaba
resultando em menor oxidação que uma atmosfera a 100% de CO2.
A mistura mais comumente empregada com arame tubular é a argônio-CO2 (75-25%).
O metal depositado com o uso desta mistura tem melhores propriedades mecânicas
(resistência à ruptura) que os depositados com dióxido de carbono puro. Esta mistura é
principalmente usada em soldagem fora de posição, em função das melhores características
de arco.
O uso de misturas de proteção com elevados teores de gases inertes em eletrodos
projetados para uso com CO2 puro, pode causar um aumento indesejável dos teores de Si, Mn
e outros desoxidantes no metal de solda; se os teores desses elementos forem muito
elevados, as propriedades mecânicas serão modificadas. Os fabricantes de consumíveis
sempre indicam o tipo de gás a ser usado com os arames; se, no entanto, houver desejo em
se modificar a composição do gás de proteção, deve-se efetuar testes, para que se conheça
os resultados da nova aplicação.
Os gases de proteção são armazenados em cilindros ou tanques. Para a regulagem da
pressão e da vazão são usadas válvulas reguladoras de pressão e fluxômetros; se as válvulas
reguladoras apresentarem risco de congelame nto, deve-se fazer uso de aquecedores.
Especial atenção deve ser dispensada ao nível de umidade dos gases, já que uma das causas
do aparecimento de porosidade reside na existência de água.
7. Variáveis do processo
7.1. Corrente
A parte não fundida do eletrodo, entre o tubo de contato e o arco, é aquecida por
efeito Joule, proporcionalmente ao seu comprimento, influenciando a energia do arco, a taxa
de fusão e a penetração, podendo afetar também a estabilidade do arco e a própria qualidade
da solda. Esta propriedade faz com que uma nova variável seja introduzida na operação de
soldagem e deve ser considerada.
O produto da fusão dos ingredientes do fluxo precisa ser coerente com o metal da
fita, assim como com as características do arco. Se todos os outros parâmetros
permanecerem constantes, um excesso no comprimento livre do arame produz um arco com
muitos respingos; essa grande extensão produz um arco longo, para uma dada regulagem da
fonte. Para eletrodos com proteção gasosa haverá excesso de respingos, que aderirão ao
bocal e causarão turbulência no fluxo gasoso, com aparecimento de porosidades e oxidação
excessiva.
A maior parte dos fabricantes recomenda, dependendo da aplicação, um comprimento
livre de 19 a 38 mm para os arames com proteção gasosa externa e 19 a 95 mm para os auto-
protegidos.
Para os arames com proteção externa a qualidade da solda pode ser afetada por uma
variação do fluxo de gás. Um fluxo insuficiente causa falta de proteção ao metal que está
sendo transferido no arco e à poça de fusão, com conseqüente aparecimento de porosidade e
oxidação. O excesso de vazão de gás, por seu turno, acaba provocando turbulência e arraste
do ar, com as mesmas conseqüências descritas anteriormente. A correta escolha da vazão de
gás ‚ função do tipo e diâmetro do bocal, da distância da tocha ao ponto de trabalho e da
movimentação do ar na região da solda.
O ângulo formado pelo eletrodo determina a direção que a pressão do arco tem com a
superfície de trabalho. Quando as variáveis estão ajustadas para as condições de operação, a
pressão do arco pode ser usada para se opor aos efeitos advindos da ação da força da
gravidade.
Nos processos arame tubular e arco submerso a pressão do arco é usada não
somente para dar forma ao cordão, como para impedir que a escória flua e acabe sendo
aprisionada pelo metal.
Na soldagem de chanfros ou em filetes, a força da gravidade tende a fazer com que a
poça de fusão escoe à frente do arco. Para que isto seja evitado, o eletrodo deve formar um
"ângulo de ataque" com a peça (direcionado contra o sentido de avanço).
O "ângulo de ataque" formado com a vertical depende da espessura do metal de base
e da posição de soldagem. Para o arame auto-protegido este ângulo pode ser igual ao usado
no processo eletrodo revestido. Para posição plana varia de 20 a 45 º, sendo que
ângulos de ataque maiores são usados para menores espessuras. À medida que a espessura
aumenta, o ângulo deve ser diminuído para que a penetração aumente. Em soldagem vertical
ascendente o ângulo deve ser de 5 a 10º.
Em soldagem horizontal, para o processo com proteção externa, há uma tendência ao
banho escoar na direção do trabalho. Para que isto seja evitado, o eletrodo deve ser
direcionado para a chapa de fundo, próximo à junta e fazer um ângulo com a vertical de 40 a
50º (não esquecer de observar o "ângulo de ataque").