Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Identificar e focalizar o questão central da pesquisa é geralmente a parte mais difícil de um projeto de
pesquisa. Esse processo de clarificar o FCP implica em algumas interações: o tópico, propósito, problema,
alvos, perguntas da pesquisa, delimitações, revisão da literatura e a metodologia a ser aplicada. Ao fazer isto,
trará validade e confiabilidade. Além disso, trará a certeza da continuidade (foco no mesmo assunto),
seqüência (progresso lógico) e interação (unidade e coerência) de toda a pesquisa.
O pesquisador que não estabelece o FCP enfrentará muitos problemas, tais como: ambigüidade
(duplo significado) de cada parte da pesquisa, e inabilidade para saber POR QUE, O QUE? ONDE,
QUANTO, ONDE E QUEM perguntar, e incerteza sobre quando a pesquisa está ou não concluída.
1. A ESCOLHA DO TÓPICO
O tópico para a pesquisa precisa ser restrito (específico) o suficiente para ser tratado no nível de dissertação
de mestrado e, ao mesmo tempo, amplo (geral) o bastante para ser relevante. Por isso, é imprescindível que
o(a) pesquisador(a) defina o tópico logo no início do curso. A partir do tópico (mais geral) é que se estabelece
o FCP (mais específico). Cada matéria deve servir de base para os capítulos da monografia. A pergunta é: “O
que eu posso aprender desta matéria sobre o foco central da minha pesquisa?”
O tópico precisa ser restrito o suficiente para que o(a) pesquisador(a) possa ter a certeza que tem condições de
(1) tempo, (2) habilidades pessoais e (3) finanças para realizar o estudo. Por outro lado, precisa ser amplo o
suficiente para servir não só para o pesquisador(a), mas também para a comunidade e avanço do estudo
científico (missiologia, teologia e pastoral, etc). O tópico precisa ser encorajador para o(a) pesquisador(a).
Alguns tópicos são em si mesmo depressivos e desestimulantes. O tópico deve ser fruto da caminhada pessoal
do(a) pesquisador(a). Deve estar relacionado ao seu ministério e vida. Ele (o tópico) deveria influenciar a vida
de muitas pessoas por décadas à frente. A pesquisa bem feita demanda um compromisso de tempo, atenção e
energia.
Ao definir o tópico, você precisa responder: “O tópico que vou estudar trará uma contribuição significativa
para a comunidade acadêmica, para minha vida acadêmica e ministerial, para a Igreja e para a sociedade?”
Ao escolher um tópico, a grande tentação é achar que a pesquisa servirá para todos, em todos os lugares e
circunstâncias. Para que o tópico seja suficientemente específico, leve em consideração:
• O assunto
• Geografia
• Período de tempo
• Estatística (população, tamanho)
• Fontes disponíveis (finanças, logística, suporte)
• Habilidades pessoais para a pesquisa
• Pré-conhecimento do assunto
• Tempo requerido para a pesquisa
• Acesso as fontes primárias e secundárias (arquivos, pessoas, biblioteca)
2. CONTEXTO (justificativa)
A descrição do contexto do estudo proporciona uma justificativa para o estudo e a perspectiva para entender a
pesquisa. Em muitos casos, as pesquisas necessitam demonstrar o contexto no qual o estudo está sendo
realizado. Sem isso, muitos leitores não entenderam o porquê da pesquisa.
Ao escrever sobre o contexto você precisa entender dois níveis: experiência pessoal e fontes secundárias
(estudos precedentes) para estabelecer a plataforma do estudo. Sua experiência pessoal quase sempre irá
determinar sobre suas percepções sobre como você trabalho o assunto. O contexto não é necessariamente
uma auto-biografia, mas a perspectiva pessoal na qual o(a) pesquisador(a) trará consigo naquele contexto.
A pesquisa pode conter vários alvos, mas somente UM propósito, todos os alvos devendo estar a ele
relacionados.
O problema deve definir, clarificar e colocar os limites da pesquisa. Ele deve proporcionar a unidade da
pesquisa e seu produto final, a dissertação. Deve ser simples na redação. Também deve indicar o
conhecimento que será proporcionado na área da pesquisa. O problema deve ter adequada significância para
justificá-lo.
O problema deve mostrar quais são as variáveis a serem estudadas. Ele precisa dar direção ao estudo. A
grande diferença entre o problema e o propósito é que o problema relaciona-se a O QUÊ e o propósito ao
POR QUÊ do estudo.
Em algumas pesquisas, o FCP é melhor expresso em forma de tese, uma proposição a ser demonstrada ou
testada. Se você optar pela tese, então será necessário trabalhar com hipóteses.
Hipóteses são sentenças proposicionais que precisam de teste. Geralmente as hipóteses são escritas em forma
de “se-então”. O “se” introduz a variável independente (causal) e o “então” a variável dependente (resultado,
conseqüência).
Exemplo: A estratégia adotada por Paulo na evangelização, conforme relatada no livro dos Atos dos
Apóstolos, fundamentava-se: (1) na intenção paulina de não anunciar o Evangelho onde ele já fora anunciado;
(2) no desejo paulino de levar o Evangelho a todas as nações conhecidas de sua época, em cumprimento à
Grande Comissão; (3) nas possibilidades contextuais de difusão de uma nova visão de fé, aproveitando-se do
idioma grego e do sistema de transporte e comunicação do Império Romano.
5. DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A delimitação consiste em estabelecer limites plausíveis para a consecução da pesquisa, em nível de
Mestrado. Define o que será incluído e excluído na pesquisa. O pesquisador(a) pode mostrar a relevância do
seu estudo em outras áreas, porém para efeito desta pesquisa, ele(a) precisa mostrar a relevância do estudo
para o foco em questão. Os limites podem ser expressos em forma de: bibliografia, estudo de caso, tempo,
lugar, número, etc. Não confunda delimitação com limitação. Delimitações são divisas estabelecidas pelo
pesquisador. Limitações são fraquezas herdadas do projeto que ameaçam a validade ou confiabilidade da
pesquisa.
6. PERGUNTAS DA PESQUISA
Todo problema implica em algum tipo de resposta. Por isso, é necessário fazer perguntas para resolver o
problema. Deve-se usar não menos do que 3 e, talvez, não mais do que 5 perguntas. Essas perguntas devem
ser abrangentes, ou seja, devem cobrir todas as dimensões do problema em estudo. Cada pergunta deve ser
exclusiva – não deve duplicar outra – e ser formulada de modo simples, claro e consistente.
A TESE a ser enfocada neste estudo é que a migração interna brasileira está positivamente relacionada à
receptividade do evangelho no período de 1940 a 1972.
Avaliação:
1. Breve
2. Questões claras
3. Relacionamento das variáveis
4. Delimitações
5. Conhecimento a ser produzido
6. Duplicada?
Perguntas da Pesquisa:
1. Quem migrou no Brasil dentro do período de 1940-1972. Por quê?
2. De onde e para onde pessoas migraram no período específico?
3. Quais são os dados estatísticos de crescimento nas igrejas para onde essas pessoas migraram?
4. Como o índice de crescimento se compara com o de igrejas em contextos não-migratórios?
5. Como a condição de migrante influencia no processo de recepção do Evangelho?