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A INSERÇÃO DA LEI 10.

639/03 NOS AMBIENTES ESCOLARES A PARTIR DA


LITERATURA INFANTIL

Grace Kelly Silva Sobral Souza

Resumo
A utilização da literatura infantil pode ser vista e utilizada como aliada da difusão ou rejeição
da cultura afro-brasileira. O desenvolvimento de ações que despertem um olhar sobre as
questões étnico-raciais é fundamental para a construção de cidadãs e cidadãos mais
conscientes da riqueza da diversidade da nossa sociedade e mais libertos de conceitos e
valores que contribuem para o aumento das desigualdades sociais do país. Trabalhar estas
questões a partir da educação básica permite que crianças conheçam as diversas etnias e
culturas que compõe seu país, vivenciem valores civilizatórios que permitam a compreensão
do outro e de si mesmo a partir de uma lógica inclusiva, respeitosa e emancipatória. São
conceitos já previstos na lei nº 10.639/03 (que inclui nos currículos escolares a história e
cultura africana e afro-brasileira no currículo) e que devem ser implementados no ambiente
escolar. O único percalço é como formar crianças leitoras, haja vista vivermos numa
sociedade globalizada, onde a era da tecnologia se sobressai. Costumes como o ato de ler já
não é tão visto com grande importância. Tal aspecto se torna preocupante principalmente
quando se percebe que no próprio seio familiar não há a prática da leitura e, por sua vez, no
próprio ambiente de educacional, onde sua prática está sendo esquecida, dando espaço para
uma educação conteudista. Dessa forma, as crianças afastam-se da leitura de obras de
literatura infantil, agentes importantes no processo de letramento e escrita.

Palavras-chaves: Literatura Infantil; Cultura Afro; Lei nº 10.639/03; Crianças Leitoras

1. Introdução

Entende-se que a literatura infantil é uma ferramenta indispensável para estimular


o imaginário e a fantasia tanto em crianças quanto em jovens, por isso os livros não somente
atraem sua atenção, mas na verdade acabam sendo capazes de corresponder, de alguma forma,
aos anseios do leitor de qualquer idade. Para o desenvolvimento de uma educação que respeite
a diversidade e valorize o indivíduo como um ser possuidor de uma trajetória histórica, que
está intimamente ligada à sua especificidade e a de seu grupo social e cultural, é fundamental
percebermos a importância da questão étnico-racial nas obras literárias para uma maior
difusão da cultura afro-brasileira. Cabe então nos perguntarmos: será que é interessa da escola
e dos professores trabalharem a questão racial nas escolas, haja vista, quando se tratando das
séries iniciais, o mesmo oferece amplos recursos para se trabalhar tal temática, como a
literatura, por exemplo? A lei 10.639/03 mostra que tanto essa questão não é trabalhada como
também nunca foi interesse das instituições de ensino trabalhá-la. "Art. 79-B. O calendário
escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”
(BRASIL, 2003). Observa-se, então, que só com a lei é que realmente haverá (ou não) o
estudo da história e cultura de um povo que tanto ajudou a construir identidade brasileira e
que agora é rejeitado.

Segundo FREIRE (1997) a leitura do mundo precede a leitura da palavra. A


literatura infantil é uma das práticas que possibilita tais leituras. Ela tem por finalidade
estimular a capacidade intelectual do leitor através dos seus livros a partir do momento em
que é colocado em prática o imaginário. A escola, por sua vez, é um espaço sociocultural
responsável pelo trato pedagógico, tanto do conhecimento quanto da cultura, e o ambiente
escolar, como um lugar de conflitos, contradições, aprendizagem e troca de vida deve sempre
buscar práticas pedagógicas igualitárias visando a colocar a educação a serviço da
diversidade, que reconheça e respeite as diferenças humanas em detrimento da
homogeneização.

A utilização dos livros de literatura infantil pode ser vistos e utilizados como
aliadas da difusão ou rejeição da cultura africana e afro-brasileira. O desenvolvimento de
ações que despertem um olhar sobre as questões étnico-raciais é fundamental para a
construção de cidadãs e cidadãos mais conscientes da riqueza da diversidade da nossa
sociedade e mais libertos de conceitos e valores que contribuem para o aumento das
desigualdades sociais do país. Trabalhar estas questões a partir da educação básica permite
que crianças conheçam as diversas etnias e culturas que compõe seu país, vivenciem valores
civilizatórios que permitam a compreensão do outro e de si mesmo a partir de uma lógica
inclusiva, respeitosa e emancipatória.

2. Conceituando Literatura Infantil

A literatura infanto-juvenil hoje é vista como uma aliada para a formação do


indivíduo e no desenvolvimento da aprendizagem durante a infância e adolescência. Contudo,
quando utilizada de forma maçante e com um único intuito de alfabetizar, pode provocar
sérios danos à formação do indivíduo e à sua capacidade de interpretação seja literária ou da
leitura de mundo.

A partir do momento em que a leitura começa a fazer parte da vida de um


individuo, o leitor constrói seu ambiente e seus conceitos, haja vista que as obras literárias
nada mais são que o retrato do real. A curiosidade, muito presente nas crianças e adolescentes,
faz parte do desenvolvimento do aprendizado e do descobrimento do imaginário e com o
auxílio da leitura, possibilita a leitura do mundo. “[...] a literaura tem um papel no
desenvolvimento lingüístico e intelectual do homem. [...] A língua é transparente quando
cumpre a função comunicativa de deixar claro o que quer dizer.” (CADEMARTONI. 2006.
p.69)

É essencial e necessário que o processo de leitura ocorra desde a infância e se


torne contínuo pela vida de cada indivíduo. Cabe ao(à) professor(a) utilizar a literatura infantil
como prática pedagógica a fim de possibilitar futuros leitores da escrita e do mundo. Por se
tratar de um mecanismo de iniciar o homem ao mundo literário, a literatura infantil deve ser
usada como instrumento para a sensibilização da consciência e para a expansão da capacidade
de analisar o mundo. JOSÉ (2007) em seu livro intitulado Literatura infantil: ler, contar e
encantar crianças mostra que o Eros está dentro da criança, neste sentindo do imaginário,
portanto, “a família e a escola tem o dever de abrir espaços variados para que a criança
conviva com o Eros, com o imaginário [...] só uma visão lúdica e poética da vida permite
equilíbrio, poder de imaginar e criar [...]” (JOSÉ.2007.p. 10).

3. Breve histórico das lutas do movimento negro em prol de uma educação igualitária

A Constituição de 1988 prevê, em seus artigos, uma sociedade democrática, onde


no país há espaço para todos os tipos de grupos sociais principalmente no ambiente escolar.
Porém o que se perpassa no contexto atual é a nítida desigualdade de oportunidades e, na
educação, o silencio quando se é necessário trabalhar a história de indivíduos historicamente
esquecidos. Ao longo de duas décadas, o Movimento Negro expressou suas reivindicações em
busca do reconhecimento da grande contribuição da cultura africana na sociedade, o que é mal
interpretada, estereotipada, estereotipada, bem como, banalizada e relegada ao fetichismo e à
demonização pelas práticas pedagógicas (é o caso da religião de matriz africana, por
exemplo).
Com o intuito de denunciar a desigualdade racial existente, o movimento negro
vem procurando espaço na sociedade em meio à diversidade e diferença cultural no Brasil, em
meio ao racismo explícito. A aprovação da lei 10.639/03 constitui uma entre tantas vitórias
conquistas pelo movimento, porém ainda enfrenta inúmeros desafios o que se percebe na
dificuldade de trabalhá-la dentro do ambiente escolar (falta de interesse dos professores e da
própria instituição em se trabalhar a história africana, é um exemplo).

[...] a promulgação da lei 10.639/03 – que altera a Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional (LDB) e inclui no currículo oficial dos estabelecimentos de
ensino básico das redes pública e privada do país a obrigatoriedade do estudo da
temática “história e cultura afro-brasileira” – é essencial para eliminar a
desigualdade presente no sistema educacional brasileiro. A lei se torna efetivamente
mais importante e orgânica porque sabemos que foi fruto de demandas e lutas
históricas dos grupos que enfatizam a necessidade da implementação e continuidade
de políticas que procuram reparar os danos causados por séculos de violência racial
e discriminação. [...] (CAMACHO, 2007, p.8)

4. Literatura infantil: um enfoque na educação das relações étnico-raciais

Vivemos numa sociedade globalizada, onde a era da tecnologia se sobressai, bem


como a internet (visto como uma biblioteca virtual). Costumes como o ato de ler já não é visto
com grande importância. As crianças/jovens já não são estimulados a ler, principalmente com
advento das redes sociais (MSN, Orkut, Facebook, etc). Todos esses aspectos se tornam
preocupante aos olhos de um educador engajado com o progresso da leitura, pois se percebe
que, no próprio seio familiar não há a prática da leitura e, por sua vez, no próprio ambiente de
educacional a prática da leitura está sendo esquecida, dando espaço para uma educação
conteudista.

O incentivo à leitura e sua prática contribui incansavelmente para o


desenvolvimento cognitivo da criança. Atualmente, os diversos tipos de mídia acabam
prendendo cada vez mais a atenção e interesse de jovens, adultos e crianças, principalmente
do público infantil, que estão constantemente em contato com diferentes tipos de mídia, como
televisão, vídeo-game, computadores e Internet. Dessa forma, as crianças afastam-se da
leitura de livros de literatura infantil, agentes importantes na formação de leitores ativos no
processo de leitura e escrita, contribuindo para a não formação de crianças leitoras. Cabe ao
escritor e ao professor tornarem os livros de literatura infantil mais atraentes aos olhos de
quem lê, podendo trabalhar com gravuras e textos, por exemplo.
A literatura infantil pode ser vista com diversos olhares a partir do momento em
que são abordados temas variados. As histórias infantis funcionam como instrumentos de
conhecimento do mundo; assim, então, como uma maneira prática do leitor de decodificar a
sociedade e seus problemas na qual vivem, pois é com a literatura que os homens têm a
oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida.

Ao trabalhar com literatura infantil é importante que o professor escolha livros


que abordem temas de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano, pois a
criança e o adolescente em algum momento terão que crescer e se tornarem cidadãos capazes
de interferir na organização de uma sociedade, seja de uma forma consciente ou não. Todavia,
o cuidado ao selecionar livros que tenham algum tipo de preconceito, por exemplo, nas
histórias infantis tem-se fundamental para um trabalho democrático dentro da sala de aula.
Utilizando livros de histórias infantis, o professor tem em mãos uma forma de explorar a
temática étnico-racial, a importância do negro e do índio na história do Brasil, enfim inúmeras
formas de ampliar e estimular o indivíduo a ser um ser leitor.

Pautada na problemática da não utilização de temas voltados para a cultura negra


e por várias reivindicações de movimentos negros, foi criada a Lei 10.639/2003 que
institucionalizou o ensino de História e Cultura Afro – Brasileira e Africana em todos os
espaços de educação básica. Colocar esta lei em prática continua sendo até hoje uma tarefa
difícil para muitos educadores. O grande desafio agora é construir práticas pedagógicas que
destaque o negro como agente transformador da sociedade

[...] se o professor contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos, das
revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; contar algo do que foi a
organização sócio-político-econômica e cultural na África pré-colonial; e
também sobre a luta das organizações negras, hoje, no Brasil e nas Américas.
(SILVA, 2005, P.25)

Iniciar um trabalho com esta temática voltada para a Educação Básica, como uma
etapa fundamental na luta contra o preconceito e o racismo, é de total importância, pois é
neste período da vida que se inicia a formação da identidade e dos conceitos e valores sobre a
vida e sobre o mundo. A utilização da Literatura Infantil como vínculo aproximativo da
criança/adolescente-mundo, acaba sendo uma aliada para uma primeira abordagem racial
dentro de sala de aula. Contudo, o que encontramos são educadores despreparados, ou que se
dizem como tais, para trabalhar esse novo olhar. Na verdade o que se vê são professores que
ao identificarem que dentro do convívio escolar existe preconceito e racismo, apesar de
muitos acreditarem que as mesmas não existem entre as crianças e adolescentes, alegam não
ter conhecimento necessário para desenvolver ações que ações que as combatam, ainda
questionam como abordar temas tão complexos com crianças da Educação Básica.

A presença dos estereótipos nos materiais pedagógicos e especificamente nos livros


didáticos, pode promover a exclusão, a cristalização do outro em funções e
papéis estigmatizados pela sociedade, a auto-rejeição e a baixa auto-estima,
que dificultam a organização política do grupo estigmatizado. O professor pode
vir a ser um mediador inconsciente dos estereótipos se for formado com uma
visão acrítica das instituições e por uma ciência tecnicista e positivista, que não
contempla outras formas de ação e reflexão. (SILVA, 2005, P.24)

Crianças e adolescentes normalmente se interessam por brincadeiras, jogos, histórias.


Desenvolver práticas educativas a partir destas situações tem sido importante para que educandos e
educadores conheçam histórias e culturas africanas e afro-brasileiras, desmistificando o tema e
tornando positiva e real a participação dos africanos a afro-brasileiros na história nacional.

Partindo do pressuposto da abordagem racial na Literatura Infantil, apesar de toda


uma discussão em torno da história e da importância do negro para a sociedade, existem livros
que continuam vinculando conteúdos racistas. Um dos fatores apontados para esta
problemática é justamente as relações de dominante e dominado imposto pela Ideologia.

[...] a sociedade é palco de conflitos e relações assimétricas de poder de classe, raça,


gênero e idade, que o sujeito é ativo e que mantém a capacidade de, em alguma
medida, contrapor-se ao status quo, que a ideologia é um entre outros mecanismos
que concorrem para estabelecer e sustentar essas assimetrias de poder e que as
mídias têm um papel central na construção e reprodução do universo simbólico,
ideológico ou não. (ESCANFELLA, 2006)

Ela aparece nos textos infanto-juvenis muitas das vezes de maneira implícita, mas
que de certa forma é vista por quem lê apresentando padrão de discriminação baseado na
supremacia dos brancos em detrimento dos negros. Portanto, cabe ao educador juntamente
com a escola selecionar livros adequados para a abordagem adequada dessa temática dentro
de sala de aula, para que assim não haja conceitos pré-concebidos e uma desvalorização da
cultura africana que pela história, faz parte das nossas vidas.

É indispensável que os currículos e livros escolares estejam isentos de


qualquer conteúdo racista ou de intolerância. Mais do que isso. É indispensável que
reflitam, em sua plenitude, as contribuições dos diversos grupos étnicos para a
formação da nação e da cultura brasileiras. Ignorar essas contribuições – ou não
lhes dar o devido reconhecimento – é também uma forma de discriminação
racial. (MUNANGA, 2005, p. 9)
Já em meados do século passado, foi percebida a importância da leitura como
ponto de partida para a mobilização anti-racista. No ano de 1944, Abdias do Nascimento
funda o Teatro Experimental do Negro. Seus objetivos principais eram denunciar e combater
o racismo e formar atores, diretores e dramaturgos negros, capazes de representar a realidade
étnica e a identidade cultural brasileira, apresentando o papel desempenhado pela diáspora
africana em seu processo de construção. Como muitos desses atores eram trabalhadores
oriundos de classes mais pobres, sendo grande parte deles analfabetos

[...] o TEN passou a oferecer e realizar cursos de alfabetização e cultura geral para
os seus integrantes ou para aqueles(as) trabalhadores e desempregados(as) que o
procuravam. Isso também levou a instituição a se preocupar em usar o palco como
instrumento, ou melhor, como laboratório, para ensinar os indivíduos que o
procuravam a ler e escrever. [...] Mas não se tratava somente de ler e escrever
formalmente; não se tratava somente de uma decodificação e reprodução da escrita
ou uma identificação de palavras. Tratava-se de uma ação de “re-escrever o mundo”
reflexiva e criticamente, questionando a dominação social e racial a que estavam
submetidos. (SANTOS, 2007, p.89)

Apesar da sua histórica omissão em relação à situação de exclusão da população


negra, a mobilização de inúmeros integrantes do Movimento Negro “cansados de promessas
não realizadas” (SANTOS, 2007, p. 24) ao longo do século XX teve como consequência
algumas mudanças na postura do Governo Federal. O tema da discriminação racial, sobretudo
no ambiente escolar, foi incluído na agenda nacional, com o próprio Presidente da República
assumindo que

É indispensável que os currículos e livros escolares estejam isentos de


qualquer conteúdo racista ou de intolerância [...] que reflitam, em sua plenitude, as
contribuições dos diversos grupos étnicos para a formação da nação e da cultura
brasileiras. Ignorar essas contribuições – ou não lhes dar o devido
reconhecimento – é também uma forma de discriminação racial. (MUNANGA,
2005, p. 9 – 10)

A partir da implantação da Lei 10639/2003 ficou estabelecida o estudo da História


e Cultura Afro – Brasileira e Africana nos currículos de Educação Básica, mas como trabalhar
com essa temática na literatura infanto-juvenil? Antes de tudo, é necessário que haja uma
modalidade de ensino desta temática ainda no curso de formação de professores para que
assim tenhamos educadores preparados para lidar com esse assunto, antes tão rejeitado na
sociedade.

Pensar as práticas sociais de leitura como fonte e canal de informação e formação


requer considerar a necessidade de articular o uso de diferentes tipos dos textos com
temáticas em torno de aspectos comuns à vida dos educandos e educandas.
(SOUZA; PIRES, p.2)

O primeiro passo para trabalhar com a temática racial é justamente selecionar


livros que possam enriquecer e contrapor com a visão negativo do negro, sempre criticando as
abordagens racistas.

Adiantamos que a tarefa em torno da leitura destes livros é dupla e


concomitante: reconhecer e denunciar abordagens, textos e imagens
que possam de alguma maneira desfavorecer a construção positiva da
identidade da população negra e também identificar materiais, livros
adequados, fomentando boas práticas de leitura, capazes de questionar
e desconstruir mecanismos e práticas racistas e discriminatórias.
(SOUZA; PIRES, p.1)

Trazer a tona abordagens sobre preconceitos ou personagens negros em livros não


é o bastante para que estes sejam considerados uma boa referência, pois o importante é
entendido como são trabalhados os textos e ilustrações, além dos mesmos proporem uma
releitura da história do nosso país, por exemplo. Souza e Pires citam cuidados básicos para a
seleção de materiais:

• que apresentem ilustrações positivas de personagens negras;

• cujos conteúdos remetam ao universo cultural africano e afro-brasileiro;

• que possibilitem aos leitores o acesso a obras onde habitem reis e rainhas negras, deuses
africanos, bem como os mitos afro-brasileiros;

• cujas tessituras realizadas durante a leitura possam construir a elevação do aumento da


auto-estima das crianças negras;

• que representem, sem estereótipos, a população negra brasileira;


5. Conclusão

Concluiu-se que o desenvolvimento de ações que despertem um outro olhar


sobre as questões étnico-raciais é fundamental para a construção de cidadãs e cidadãos
mais conscientes da riqueza da diversidade da nossa sociedade e mais libertos de
conceitos e valores que contribuem para o aumento das desigualdades sociais do país.
Trabalhar estas questões a partir da educação básica permite que crianças conheçam as
diversas etnias e culturas que compõe seu país, vivenciem valores civilizatórios que permitam
a compreensão o outro e de si mesmo a partir de uma lógica inclusiva, respeitosa e
emancipatória.
Referências

Lei 10.639/03 <www.planalto.gov.br> (acessado em: 10/05/2011)

FREIRE, Paulo; A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 48ªed. Ed
Cortez. 1997
JOSÉ, Elias. Literatura infantil: ler, contar e encantar crianças. Porto Alegre: Mediação,
2007.

CADERMATORI, Lígia. O que é Literatura Infantil. São Paulo: Brasiliense, 2006

ESCAFELLA, Célia Maria. Relações raciais na literatura infantil: uma construção de


palavras e imagens. São Paulo. 2007

MEC/MJ/SEPPIR. Contribuições para a implantação da Lei 10.639/2003. Proposta de


Plano Nacional de Implementação das Diretrizes curriculares Nacionais da educação das
relações Étnico-raciais e para o ensino de História e cultura Afro-Brasileira e Africana –
Lei 10.639/2003. Brasília, 2008.

MUNANGA, Kabengele (Org.) Superando o Racismo na Escola. 2ª edição revisada.


Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade, 2005. 204 p.

SANTOS, Sales Augusto dos. Movimentos Negros, Educação e Ações Afirmativas.


Trabalho de Conclusão de Curso (Tese de Mestrado) – Departamento de Sociologia –
Universidade de Brasília. Brasília, 2007.

SILVA, Ana Célia da. A Desconstrução da Discriminação no Livro Didático. (In):


MUNANGA, Kabengele (Org.) Superando o Racismo na Escola. 2ª edição revisada.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade, 2005. 204 p.52

PIRES, Rosane de Almeida; SOUSA; Andréia Lisboa; SOUZA, Ana Lúcia Silva; Afro-
literatura brasileira:O que é? Para quê? Como trabalhar? Fonte: www.gruhbas.com.br

RISSO, Suzana Aparecida. A importância da literatura infantil na formação o indivíduo


durante o processo de aprendizagem.

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