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quatro continentes
Adenauer
3
ano viii 2007
Partidos políticos:
quatro continentes
Cadernos
Sumário
1. Cf. Robert Dahl: Poliarchy. Participation and Opposition. New Haven 1971.
10 Com toda a flexibilidade que venha a ter em sua concreta implementa- publicações, eram tecidas duras críticas aos partidos.2 Desde então, essas crí- 11
ção, a democracia necessita de instituições que garantam sua consolidação, ticas não silenciaram. Ao invés disso, as pesquisas de opinião pública com-
sua estabilidade e sua projeção, e que protejam as ‘jovens’ democracias contra provam uma tendência continuada de baixo prestígio dos partidos junto à
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8. UNDP: Democracy in Latin America: Towards a Citizens Democracy. New York 2004;
cf. também as pesquisas regulares do Latinobarómetro (www.latinobarometro.org). 9. Ignacio Walker, in: Foreign Affairs En Español 6 (2006) 2.
20 parlamentos, tribunais independentes, o reconhecimento da oposição ou de cia na América Latina, pode-se ressaltar que, desde 1993, não menos de 14 21
meios de comunicação independentes. Em lugar dessas instituições, domina presidentes eleitos foram obrigados a deixar o cargo antes do tempo, e alguns
a figura do ‘grande líder’. Através de sua relação direta e quase mítica com as até mesmo foram expulsos por meio de protestos de massa.
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21. Cf. Juan Linz in: ders. / Arturo Valenzuela: La crisis del presidencialismo. Madrid 1997.
Sobre o mesmo tema, cf. também Scott Mainwaring / Matthew Soberg Shugart (Eds.): WILHELM HOFMEISTER: Diretor do Centro de Estudos e Representante da
Presidentialism and Democracy in Latin America. Cambridge 1997. Fundação Konrad Adenauer no Brasil.
Sistema eleitoral e ideologia política: 33
uma experiência nova
RO G E R S O U T H H A L L
1. Southall, Roger (ed.) (2001). Opposition and Democracy in South Africa. Londres, Frank
Cass.
34 partidos de oposição.1 Não obstante, embora o ANC continue a dominar o número de votos, usando-se a cota “Droop”, com os assentos não ocupados 35
cenário eleitoral e político, pode-se dizer que os fundamentos de seu domí- na primeira divisão sendo distribuídos por meio do método das maiores
nio estão sendo desgastados, em primeiro lugar, pelo declínio do entusiasmo sobras.3 Não há um limite mínimo que os partidos devam obter, asseguran-
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enhuma lei governa o modo como os partidos políticos compõem suas CLIENTELAS DOS PARTIDOS
N listas de candidatos, embora a maioria deles adote uma combinação de
eleições por delegados e decisões da executiva. Por exemplo, nas conferências stá em andamento um grande debate sobre se as eleições sul-africanas cons-
provinciais do ANC anteriores às eleições, os delegados votam em nomes de
candidatos potenciais em duas listas de indicados apresentadas para os legis-
E tituem, na verdade, um “censo racial”, ou seja, o ANC capta a imensa
maioria do eleitorado africano majoritário, o IFP depende completamente de
lativos provincial e federal. As listas resultantes são então revistas por comitês uma clientela zulu decrescente e a DA reúne o apoio dos brancos tanto conser-
provinciais de listas e depois encaminhadas, já emendadas, à Executiva vadores quanto liberais, enquanto os partidos menores encontram eco em
Nacional. Além disso, uma lista nacional de indicações (“nacional para nacio- minorias minúsculas (como o FF junto aos africâneres conservadores). A maio-
nal”) é compilada por um Comitê Nacional de Listas a partir das figuras mais ria dos analistas de hoje vê um impacto crescente da classe e de outras formas
populares que surgem das indicações em todo o país. A metade dos represen- de diferenciação nos padrões eleitorais. Não obstante, esses padrões continuam
tantes do ANC na Assembléia Nacional vem dessa lista e o resto, de listas a mostrar características raciais muito significativas. Porém, uma vez que raça e
“provincial para nacional”. As regras do ANC exigem também que pelo classe continuam a coincidir, um partido como a DA, que atrai principalmen-
menos 30% dos que já são deputados devem ficar com posições nas listas sufi- te os brancos, tende a obter o grosso de seu apoio junto aos mais abastados.
cientemente altas para que sejam reeleitos. Ademais, o ANC impôs uma cota
que requer que 30% dos seus membros na Assembléia Nacional sejam do sexo FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS
feminino.12
marco legislativo atual que governa o financiamento dos partidos sul-afri-
RELAÇÕES PARTIDÁRIAS COM OUTRAS ORGANIZAÇÕES O canos está baseado na seção 236 da Constituição de 1996, que diz: “Para
fortalecer a democracia multipartidária, a legislação nacional deve estipular o
A única relação formal de significância entre um partido político e uma financiamento dos partidos políticos que participam das legislaturas nacional
organização social é aquela existente entre o ANC e o COSATU, formaliza- e provincial de forma eqüitativa e proporcional”.
da na Aliança Tripartite. Os princípios incrustados nessa provisão constitucional fundamentaram
a aprovação pelo Parlamento da Lei 103 de 1997 de Financiamento Público
12. Lodge, Tom. Consolidating Democracy: South Africa’s Second Popular Election. dos Partidos Políticos Representados que criou o Fundo dos Partidos Políticos
Joanesburgo, Witwatersrand University Press, cap 4. Representados e uma comissão parlamentar para tomar as decisões centrais
48 sobre a fórmula de financiamento dos partidos; a Comissão Eleitoral tido. As ramificações legais e políticas desse escândalo ainda estão em proces- 49
Independente administra o fundo. O dinheiro dado aos partidos representa- so de desvendamento.
dos deve ser para qualquer objetivo compatível com o funcionamento de um A Lei do Financiamento Público de 1997 permite um amplo arbítrio no uso
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PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
ADRIANO NUVUNGA
BIBLIOGRAFIA
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Cambridge University Press , 1976.
DOCUMENTOS CONSULTADOS
Constituição da Republica (2004), Imprensa Nacional de Moçambique, Maputo
Lei Nr. 8/91 de 18 de Julho, sobre a Liberdade de Associação,
Lei Nr. 9/91 de 18 de Julho, sobre a Liberdade de Reunião e de Manifestação,
Lei Nr. 18/91 de 10 de Agosto, sobre a Liberdade de Comunicação Social
Lei Nr. 23/91 de 31 de Dezembro, sobre a Liberdade Sindical,
Lei 7/91 de 23 de Janeiro, sobre a Liberdade de Criação de Partidos Políticos
Lei 20/2002, de 10 de Outubro, que cria a CNE
Lei Nr. 7/2004 de 17 de Junho, Lei Eleitoral
Lei 14/1992 de 14 de Outubro que Derroga a Lei 7/91 de 23 de Janeiro;
Lei 11/2204 DE 20 de Outubro que Define e Regula a Orgânica Geral da
Administração da Assembleia da República
Resolução Nr. 16/2003 de 31 de Dezembro que Aprova o Plano Estratégico da
Assembleia da República; ADRIANO NUVUNGA: Professor do departamento de Ciência Política e Adminis-
Partido Frelimo (2004) Manifesto Eleitoral tração Pública da Faculdade de Artes e Ciências Sociais da Eduardo Mondlane
University.
O Sistema político partidário da Índia 75
A J AY K. M E H R A
1. CONDIÇÕES GERAIS
Sistema político
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República da Coréia (RDC) é um sistema presidencialista, com eleições
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Comparative Perspective. Nova Delhi: Konark Publishers, pp. 107-135, 1995.
A diretas para o Executivo. Atualmente, a permanência do presidente no
cargo é limitada a um mandato de cinco anos. Ele é o responsável geral pelos
negócios do Estado. O poder executivo é contrabalançado por um
Legislativo que é formalmente independente do presidente. Porém, o poder
OUTRAS LEITURAS político e administrativo está concentrado na presidência, enquanto que à
Assembléia Nacional cabe fiscalizar o governo e o direito de demitir o gabi-
GHOSH, Partha S. BJP and the Evolution of Hindu Nationalism: From Periphery to nete. Pela Constituição, o presidente pode dissolver a Assembléia Nacional.
Centre. Delhi: Manohar Publishers, 1999. Contudo, com exceção de um caso ocorrido em 1972, nenhum presidente
JAFFRELOT, Christophe. India’s Silent Revolution: The Rise of the Lower Castes. Nova fez uso desse poder.
York: Columbia University Press, 2003.
Antes do período da democratização, a Assembléia Nacional não podia
MEHRA, Ajay K., Khanna, D. D. e Kueck, Gert W. (eds.) Political Parties and Party controlar o presidente. Durante as ditaduras das décadas de 1950, 1960, 1970
Systems. Nova Delhi: Sage Publications, 2003.
e começo de 1980, o governo intervinha no processo eleitoral – o presidente
MITRA, Subrata. Democracy and Social Change in India: A Cross- Sectional Analysis of
selecionava os candidatos do partido da situação à Assembléia – e, em conse-
the National Electorate. Nova Delhi: V.B. Singh, 1999.
qüência, esse partido era dominado pela vontade do presidente. Após a demo-
PAI, Sudha. Dalit Assertion and the Unfinished Democratic Revolution: The Bahujan
cratização de 1987, reduziu-se a influência do presidente sobre o partido e
Samaj Party in Uttar Pradesh. Nova Delhi: Sage Publications. 2002.
aumentou o poder da Assembléia Nacional. A partir de então, as eleições mais
1. Por sua contribuição para este capítulo, os editores agradecem ao professor Du-Chel Sin,
AJAY K. MEHRA: diretor do Centro de Relações Públicas, Noida, Uttar Pradesh. da Comissão Eleitoral Nacional da República da Coréia.
102 importantes do sistema político coreano passaram a ser a presidencial e a geral • Se os objetivos ou as atividades de um partido político são contrários à 103
para a Assembléia Nacional. Desde 1995, implementaram-se as eleições para ordem democrática básica, o presidente, o governo ou a Comissão
os governos e assembléias locais. Isso contribuiu para contrabalançar um Eleitoral Nacional (CEN) pode iniciar uma ação para a sua dissolução
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Ö M E R F A R U K G E N Ç K AYA
I. CONDIÇÕES GERAIS
Sistema político
Continuities in the 1990s”, in: Comparative Political Studies (27), pp. 79-87, consolidação democrática1
1994.
LEITURAS ADICIONAIS
ÇARKO LU, Ali / ERDEM, Tarhan / KABASAKAL, Mehmet / GENÇKAYA,
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B Ř E T I S L AV D A N Č Á K , V Í T H LO U Š E K
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Cass. Major obstacles The KAS Democracy Report 2007 352, 2002.
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I. CONDIÇÕES GERAIS
Boulder: Lynne Rienner Publishers, 2002.
ÖZBUDUN, Ergun. Contemporary Turkish Politics, Boulder / London: Lynne Sistema político
Rienner Publishers, 2000.
A República Checa foi estabelecida como Estado independente no dia 1
de janeiro de 1993, após a desintegração da República Federativa Tcheca e
Eslovaca. A transição da República Checa para a democracia começou em
novembro de 1989, com a queda do regime comunista.
A constituição adotada em 1992 estabelece que o sistema político da
República Checa é uma democracia parlamentar. O Parlamento Bicameral da
República Checa é formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e tem
legitimidade direta. A Câmara dos Deputados possui 200 membros e o
Senado tem 81 senadores. A posição do parlamento é realmente essencial para
as relações mútuas entre os órgãos centrais. O modelo é um bicameralismo
assimétrico, já que os poderes da Câmara dos Deputados são decisivos em
comparação com os do Senado tanto no processo legislativo quanto no con-
trole do executivo (o governo).
1. Este artigo foi ampliado a partir do arcabouço do projeto de pesquisa “Atores Políticos na
República Checa no processo de europeização e internacionalização do espaço político”,
Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais da República Checa (código No. 1J 002/04-
ÖMER FARUK GENÇKAYA: professor associado da Bilkent University, Ankara. DP1).
136 O parlamento elege um presidente em uma sessão conjunta das duas nho entre 5 e 25 cadeiras), usando a fórmula d’Hondt e, portanto, com uma 137
câmaras. Embora o presidente tenha poder para nomear e demitir o pri- única votação. Atualmente, a cláusula de barreira é de 5% para um partido,
meiro-ministro e os ministros em geral, por exemplo, e também exerça um 10% para uma coalizão de dois partidos, 15% para três partidos e 20% para
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K O N S TA N T Y A DA M W O J TA S ZC Z Y K
I. CONDIÇÕES GERAIS
Sistema Político