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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo compreender a implantação dos


Centros de Referência Social - CRAS, bem como seu funcionamento, no que
se refere aos serviços prestados. Como forma de responder a este objetivo,
realizamos uma visita institucional ao CRAS Norte, onde entrevistamos a
coordenadora, psicóloga Ana Lúcia a fim de obtermos informações pertinentes
à realização deste trabalho.
Neste sentido tendo em vista a perspectiva socioterritorial1,
contextualizaremos brevemente sobre o histórico do CRAS, seu
funcionamento, financiamento, demandas, projetos, programas, serviços e
também o processo de trabalho do Assistente Social no CRAS.

1
Sobre perspectiva socioterritorial ver Política Nacional de Assistência Social - Gestão da Política
Nacional de Assistência Social na Perspectiva do Sistema Único de Assistência Social - SUAS
3
2 Centro de Referência de Assistência Social – CRAS

Os Centros de Referência Social - CRAS são unidades públicas


estatais responsáveis pela oferta de serviços continuados de Proteção Social
Básica de Assistência Social a famílias, grupos e indivíduos em situação de
vulnerabilidade social, sendo espaço de referência e “porta de entrada” para o
acesso dos usuários aos serviços da rede sócio-assistencial. (PNAS, 2004)
Devido ao novo modelo de gestão integrada deliberado na IV
Conferência Nacional de Assistência Social, que descentraliza as ações na
Assistência Social, com bases na Política Nacional de Assistência Social
(PNAS) e no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) fez-se necessário
que os municípios incorporassem a implantação do CRAS no seu município,
implicando na proteção de ações continuadas e por tempo indeterminado.
Sendo assim, Caxias do Sul por ter uma Fundação de Assistência Social
(FAS), está configurada na Gestão Plena2, enquanto alguns municípios ainda
estão na Gestão Inicial, Gestão Básica e não habilitados3.
Caxias do Sul é considerado um município de grande porte, com cerca
de 410.1664 mil habitantes, e por isso conforme a PNAS regulamentada pela
Norma Operacional Básica – NOB estipulou-se que deveriam ser instalados 29
CRAS. Devido ao alto custo a VI Conferência de Assistência Social, deliberou a
implantação de ao menos 4 CRAS tendo em vista as regiões com maior índice

2
Nível onde o município tem a gestão total das ações de assistência social sejam elas financiadas pelo
Fundo Nacional de Assistência Social mediante repasse fundo a fundo, ou que cheguem diretamente aos
usuários, ou, ainda, as que sejam provenientes de isenção de tributos em razão do Certificado de
Entidades Beneficentes de Assistência Social – CEAS. (NOB/SUAS; 2005 p. 25)
3
Gestão inicial, gestão básica e não habilitados ver em NORMA OPERACIONAL BÁSICA
NOB/SUAS.
4
Dados extraídos do IBGE.
4
de vulnerabilidade. Sendo assim, a cidade conta hoje com os CRAS/CREAS
Centro, Zona Norte, Zona Oeste e Zona Leste.
Desta forma, o Município respaldado pela Fundação de Assistência
Social – FAS, que é o centro gestor da Política de Assistência Social do
Município e de acordo com o Plano Nacional de Assistência Social (PNAS)
implantou na região os CRAS, estando de acordo também o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS) que regula e organiza os elementos essenciais da
PNAS e define os serviços sócios assistenciais, bem como dos princípios e
diretrizes da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS que são:

Dos Princípios
• Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as
exigências de rentabilidade econômica;
• Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o
destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais
políticas públicas;
• Respeito à dignidade do cidadão, sua autonomia e ao seu direito
a benefícios e serviços de qualidade, bem como â convivência
familiar e comunitária, vedando-se qualquer natureza,
garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
• Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e
projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo
Poder Público e dos critérios para sua concessão.

Das Diretrizes
• Descentralização político-administrativa para os Estado, o
Distrito Federal e os Municípios, e comando único das ações
em cada esfera de governo;
• Participação da população, por meio de organizações
representativas, na formulação de políticas e no controle das
ações em todos os níveis;
• Primazia da responsabilidade do Estado na condução da
Política de Assistência Social em cada esfera de governo.

5
Neste sentido conseguimos de uma forma geral compreender a
respeito da implantação dos CRAS no município de Caxias do Sul. Contudo
passaremos agora a contextualizar especificamente a implantação do CRAS
Norte, bem como sua estrutura e serviços prestados segundo entrevista
realizada com a coordenadora Ana Lucia.

3 Implantação do CRAS Norte


A implantação do CRAS NORTE foi viabilizada devido a uma infra-
estrutura já existente, onde se localizava o abrigo Recanto Amigo. Este espaço
sofreu algumas reformas, que totalizaram o custo médio de R$ 25.000,00,
segundo a coordenadora Ana Lucia.

O CRAS Norte possui hoje uma estrutura física de 220 m² e conta com
seis salas de atendimentos. Cabe ressaltar que existiu preocupação com a
posição destas salas de atendimento, de modo que fossem arejadas e com boa
posição solar, a fim de proporcionar um ambiente agradável ao usuário como
também para a própria equipe. O mesmo foi e entregue a comunidade no dia
vinte e dois de junho de dois mil de seis, e está localizado na Rua das Fruteiras
nº 925, Bairro Santo Antonio. Este CRAS l abrange bairros, Santa Fé, Belo
Horizonte, Centenário I e II, Santo Antônio, Fátima (Baixo); Canyon, Millenium,
Parque Oásis, Altos da Maestra, Loteamento Madalosso, Portal da Maestra,
Jardim Esmeralda, Colina do Sol, Abramo Susin I e II, Loteamento Luxor,
Antônio Franzoi, São Bernardo, Sete Heras, Loteamento Dall’Agnol,
Loteamento São Luiz, Vila Ipê, Jardim Embaixador e Nossa Senhora do
Rosário.
O trabalho no CRAS NORTE é desenvolvido através de uma equipe
multidisciplinar5, sendo esta composta por uma coordenadora – psicóloga,
quatro assistentes sociais, uma estagiária de Serviço Social, dois educadores
sociais, dois psicólogos, uma estagiária de psicologia, um agente administrativo
e um servente.
5
Multidisciplinaridade ver em Serviço Social e Interdisciplinaridade dos fundamentos filosóficos à
prática interdisciplinar no ensino, pesquisa e extensão/Antonio Joaquim Severino [et al], Janete Lasch
Martim de Sá (org.) São Paulo; Cortez, 1989.

6
Quanto aos serviços de proteção, o CRAS NORTE desenvolve os de
proteção básica, como também de proteção social especial de média
complexidade. Segundo a PNAS a Proteção Social Básica:
Serviços de proteção básica de assistência social são aqueles que
potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus
vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de
seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam a
convivência, a socialização e o acolhimento, em famílias cujos vínculos
familiar e comunitário não foram rompidos, bem como a promoção da
integração ao mercado de trabalho. (PNAS, 2004 p. 29)

Neste sentido o CRAS Norte no que diz respeito a proteção Básica


realiza ações de caráter preventivo, tais como:
1) Atendimento Comunitário – o acolhimento (PNAS);
É o acolhimento realizado na entrada do CRAS, onde a recepcionista, realiza a
distribuição de senhas para o devido atendimento.

2) Programa de Atendimento Integral a Família (PAIF)6:


Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, cuja finalidade
é fortalecer a função protetiva das famílias, prevenindo a ruptura dos seus
vínculos, promovendo seu acesso e usufruto de direitos assim contribuindo na
melhoria de sua qualidade de vida. Visa também o desenvolvimento de
potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários.
O PAIF fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no combate a
todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de
estigmatização nas relações familiares. Sendo este programa baseado no
respeito aos arranjos familiares, valores, crenças e identidades destas famílias.
Ressaltando que tais ações não devem ter caráter terapêutico.

3) Programa Renda Mínima Familiar:


O programa é destinado à famílias com renda per capita de até meio salário
mínimo, com prioridade para as que tenham crianças e/ou adolescentes em
situação de vulnerabilidade e/ou risco social. O Renda Mínima tem por objetivo
assegurar renda mínima, mensal e temporária, às famílias e/ou indivíduos em

6
PAIF – ver em Relatório Técnico Final elaborado pelo Grupo Técnico de Trabalho GTT Exercício 2008
– Caxias do Sul.
7
situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social, construindo estratégias na
busca da autonomia, no fortalecimento do processo emancipatório e
principalmente na superação das dificuldades, contribuindo assim, na
construção e no resgate da cidadania.
Quanto ao processo seletivo podemos dizer que é composto por três
etapas, são elas:

a) Responsabilidade da Equipe Técnica que executa o Programa de


Renda Mínima Familiar no CRAS:
 Análise da Ficha de Encaminhamento;
 Visita Domiciliar, com agendamento de data para entrevista e
orientação da documentação necessária.
 Entrevista com a família e preenchimento da ficha cadastral;
 Análise e parecer técnico da situação familiar;
 Garantir o registro no RECRIA dos dados das famílias
selecionadas.

b) Responsabilidades da Comissão Executiva Municipal:


 Analisar a documentação e definir as famílias a serem
contempladas;
 Acompanhar, avaliar e monitorar o desenvolvimento do
Programa, comprometendo-se com a resolutividade da
problemática da família no que se refere à política pública que
seu integrante representa na Comissão;
 Assessorar a execução das ações do Programa.

c) Responsabilidade das Famílias


 Comparecer para entrevista e preenchimento do cadastro
apresentando toda a documentação exigida.
 A partir do momento em que a família for selecionada, deve
aceitar as obrigações estabelecidas no Termo de Compromisso e
Responsabilidade.

8
4) Projovem:

O Projovem Adolescente é uma modalidade do Programa Nacional de Inclusão


de Jovens (Projovem) voltada, exclusivamente, para a faixa etária de 15 a 17
anos. É um serviço sócio-educativo de convívio de assistência social, que
integra as ações de proteção social básica do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS). O Programa tem como objetivo complementar a proteção
social básica à família, criando mecanismos para garantir a convivência familiar
e comunitária e criar condições para a inserção, reinserção e permanência do
jovem no sistema educacional.

Podem participar do Projovem jovens de 15 a 17 anos:

I - pertencentes a famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF);

II - egressos de medida socioeducativa de internação ou em cumprimento de


outras medidas socioeducativas em meio aberto, conforme disposto na Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto Criança e do Adolescente (ECA);

III - em cumprimento ou egressos de medida de proteção, conforme disposto


na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;

IV - egressos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI);

V - egressos ou vinculados a programas de combate ao abuso e à exploração


sexual.

Os jovens a que se referem os incisos II a V do caput deste artigo devem ser


encaminhados ao Projovem Adolescente - Serviço Sócio-educativo pelos
programas e serviços especializados de assistência social do município ou do
Distrito Federal ou pelo gestor de assistência social, quando demandado
oficialmente pelo Conselho Tutelar, pela Defensoria Pública, pelo Ministério
Público ou pelo Poder Judiciário.

Quanto a forma de organização o programa deve ser estruturado em


grupos de 25 integrantes, denominados de coletivos, sob a responsabilidade de
um orientador social. O Projovem oferece na região Norte e outras oficinas de
Lid/Metrologia, Educação Física, Desenho, Informática, atividades pedagógicas
e orientação social.

O serviço de Proteção Social Especial de Média Complexidade esta


vinculado ao Centro Especializado de Assistência Social (CREAS). Este
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oferece os serviços de Proteção Especial de Média Complexidade, atendendo
às fámilias e indivíduos com direitos violados, cujos vínculos familiar e
comunitário ainda não foram rompidos. Este serviço busca a orientação, apoio
e fortalecimento sócio-familiar e comunitário, diferenciando-se da proteção
social básica por tratar-se de atendimento dirigido às situações em que os
direitos das pessoas foram violados. (PANS; 2004). Este serviço é destinado às
famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social
por decorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou psíquico, abuso sexual,
uso de substâncias psicoativas, adolescentes em cumprimento de medidas
sócio educativas, situação de rua, trabalho infantil, entre outras. (PANS;
2004.p31) .
Neste sentido são oferecidos no CRAS Norte a partir do CREAS os
seguintes programas:
1) Serviço de Orientação e Apoio Especializado a Crianças,
Adolescentes e Famílias (OASF):
É um serviço de acompanhamento e orientação às famílias e seus membros,
que se encontrem em situação de vulnerabilidade social e/ ou com os vínculos
fragilizados.
2) Plantão Social:
Este é um serviço de atendimento às famílias e indivíduos que, em situação
emergencial buscam auxilio matéria ou em espécie e orientação. Deve
encaminhar os usuários, de acordo com as necessidades constatadas, aos
serviços da Proteção Social Básica, da Proteção Social Especial e das demais
políticas Públicas.

3) Programa Municipal de Execução de Medidas Sócio educativas


em Meio Aberto (MSE):
Trata-se de um serviço dirigido a crianças e adolescentes, realizado em contra-
turno escolar, em que são executadas atividades voltadas à garantia de
direitos, promoção, proteção, desenvolvimento e socialização, tendo como
intercomplementariedade, propostas de ações com a família , escola e a
comunidade. As medidas Sócio-Educativas podem ser:
a) Liberdade Assistida (LA) –

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Art. 118 - A liberdade Assistida será adotada sempre que se afigurar
a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente. § 1° - A autoridade designará pessoa
capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada
por entidade ou programa de atendimento. § 2 - A liberdade
assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída
por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor. (ECA)

Se trata portanto de uma medida que impõe condições de vida no cotidiano do


adolescente, visando o redimensionamento de suas atitudes, valores e a
convivência familiar e comunitária É uma intervenção educativa centrada no
atendimento personalizado, garantindo a promoção social do adolescente
através de orientação, manutenção dos vínculos familiares e comunitários,
escolarização, inserção no mercado de trabalho e/ou cursos profissionalizantes
e formativos.
b) Prestação de Serviços à Comunidade:
Ari. 117 - A prestação de serviços comunitários consiste na realização
de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a
seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e
outros estabelecimentos congéneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.
Parágrafo único - As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito
horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis,
de modo a não prejudicara frequência à escola ou jornada normal de
trabalho. (ECA)

A prestação de serviços à comunidade impõe ao adolescente autor de ato


infracional, o cumprimento obrigatório de tarefas de carâter coletivo, visando
interesses e bens comuns. Trabalhar gratuitamente, coloca o adolescente
frente a possibilidade de adquirir valores sociais positivos, através da vivência
de relações de solidariedade e entre-ajuda, presentes na ética comunitária. É
um atendimento personalizado que requer a participação efetiva da família, da
comunidade e do poder público, garantindo a promoção social do adolescente
através de orientação, manutenção dos vínculos familiares e comunitários,
escolarização, inserção no mercado de trabalho e/ou cursos profissionalizantes
e formativos.
Segundo Ana Lúcia os profissionais do CRAS e CREAS trabalham com
demanda diversificada os usuários atendidos apresentam vulnerabilidades
sociais associadas a questões de renda financeira, riscos habitacionais, baixa
qualificação para o trabalho, difícil acesso a rede pública de saúde e
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principalmente a medicamentos, desemprego, vínculos rompidos, violência
doméstica, etilistas e usuários de drogas ilícitas e usuários com problemas
estruturais, dentre outras vulnerabilidades sociais. Especificamente na região
norte a maior demanda se concentra em casos de falta de alimento, usuários
de drogas, entres estes pais cujos os filhos acabam sendo cuidados por avós,
idosos sem renda alguma, desemprego e situações de violência. Ana Lucia
ainda destaca que quanto ao número de atendimentos o CRAS Norte possui
hoje cerca de 3.100 famílias referenciadas. Sendo que toda a região
abrangente totaliza em média 45.000 famílias segundo informações dadas pela
igreja local.
Para efetivar os programas e projetos acima explicitados, o CRAS
criou parcerias com a SMED, SMEL, CONDICA, Conselho Tutelar, Órgão
Judiciário e ONGS. Dentre estas parcerias vale ressaltar a que se refere a
SMEL que trouxe o Caxias Navegar. Tal projeto tem como proposta oferecer a
prática de modalidades náuticas de vela, remo e canoagem, de forma
orientada. Durante o ano também são realizadas palestras, ações de
preservação ao meio ambiente e duas competições dirigidas aos participantes,
uma mini olimpíada e a Copa Navegar.
No que se refere as verbas direcionadas ao CRAS segundo Ana Lúcia
são provenientes da Esfera Federal, Estadual e Municipal, sendo as verbas na
esfera Federal provenientes do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF)
e do Programa Bolsa Família (PBF), na esfera Estadual o recurso é repassado
pelo Fundo de Assistência Social e na esfera Municipal através da Política e
Fundo Municipal da Assistência Social e de Renda Mínima.

Desta forma, o CRAS NORTE desenvolve programas e projetos


através do serviço de Proteção Social Básica (baixa complexidade) e Proteção
Social Especial (média complexidade), cabendo ao profissional de Serviço
Social realizar no CRAS um trabalho essencialmente sócio educativo. O
assistente social está qualificado para atuar nas diversas áreas ligada a
condução das políticas sociais públicas e privadas, tais como planejamentos,
organização, execução, avaliação, gestão, pesquisa e assessoria; procurando
responder as demandas dos usuários nos serviços prestados, garantindo o

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acesso aos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na
legislação complementar (LOAS / PNAS/SUAS/).
Portanto, o Assistente Social precisa utilizar-se de vários instrumentos
de trabalho a fim de desenvolver suas competências conforme a lei 8862 de 07
de junho de 1993 que estabelece:

I - Elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a


órgão da administração pública direta ou indireta, empresas,
entidades e organizações populares;
II – Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e
projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com
participação da sociedade;
III – Encaminhar providências, e prestar orientação social a
indivíduos, grupos e população;
IV – Vetado
V – Orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no
sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no
atendimento e na defesa de seus direitos;
VI – Planejar, organizar e administrar benefícios sociais;
VII – Planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir
para análise da realidade social e para subsidiar ações
profissionais;
VIII – Prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração
pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com
relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX – Prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos
direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
X – Planejamento, organização e administração de Serviços Sociais
e de Unidade de Serviço Social;
XI – Realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins
de benefícios e serviços sociais junto a órgão da administração
pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades.

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Contudo percebemos que o Assistente Social precisa estar em
contínua capacitação profissional, aprimorando seus conhecimentos e
habilidades nas suas diversas áreas de atuação.

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4 Considerações Finais

Devido ao novo modelo de gestão integrada deliberados na VI


Conferência Nacional de Assistência Social, que descentraliza as ações na
assistência social, com bases na PNAS e na SUAS fez-se necessário que os
municípios incorporassem a implantação do CRAS implicando na proteção de
ações continuadas e por tempo indeterminado. Assim, Caxias do Sul por ter
uma fundação de assistência social, a FAS está configurada na Gestão Plena
enquanto alguns municípios ainda estão classificados como não habilitados.
Os projetos, programas bem como os serviços prestados no CRAS
NORTE possibilitam ao profissional superar pequenas barreiras, sendo:
[...] um dos maiores desafios que o Assistente Social vive no
presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e
construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e
efetivar direitos, e a partir de demandas emergentes no cotidiano
(IAMAMOTO, p.20, 2004).
Desta forma, o trabalho realizado no CRAS principalmente o do
assistente social, consiste na busca ativa da efetivação dos direitos da
população, resgatando-os e possibilitando a participação social. Sendo este um
trabalho que requer conhecimentos, habilidades e atitudes, no seu fazer
profissional, pois só assim derrubaremos barreiras, a partir de num esforço
contínuo na busca de efetivação dos direitos dos cidadãos. Pois segundo
IAMAMOTO: “As alternativas não saem de uma suposta “cartola mágica” do
Assistente Social; as possibilidades estão dadas na realidade, mas não são
automaticamente transformadas em alternativas profissionais” (2004, p. 21).

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5 Referências:

BRASIL; Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 10° Região.


Coletânea de Leis, 2005.

_____________, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria Nacional – Norma Operacional Básica – NOB/SUAS – junho de
2005.

_____________, Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Secretaria Nacional de Assistência Social – Política Nacional de Assistência
Social – novembro de 2004.

_____________, Lei 8.0969, de 13 de Julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto


da Criança e do Adolescente (ECA) e dá outras providências.

IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 11º edição - São Paulo: Cortez, 2004.

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Apêndice A – Questões Norteadoras para Entrevista no CRAS NORTE

Questões:

I - Como foi o processo de implantação do CRAS NORTE?

II – Qual a maior demanda do CRAS Norte?

III - Através de que esferas são destinadas às verbas ao CRAS?

IV - Como funciona o financiamento?

V - O atendimento ao usuário fica restrito a Proteção Social Básica ou também


há serviço de Proteção Social Especial?

VI - Quais os programas e projetos existentes no CRAS?

VII - Qual o trabalho do Assistente Social no CRAS?

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