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From: Mariana

To: Marcelo Cattoni e alunos


Subject: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG
Date: Thu, 26 May 2011 19:30:45 +0300

PREZADO MARCELO CATTONI, e todos os que receberem este email e se interessarem em lê-lo...

venho por meio desta comunicar a minha insatisfação, insatisfação está que anda generalizada no terceiro
período do curso de Ciências do Estado,
na aula de Cidadania Cultural.
Não concordamos com os métodos utilizados pela professora Mariá Brochado, e não concordamos com o tom
intimidador que ela usou em várias de suas
aulas para se comunicar conosco.
Eu, mais do que ninguém, estou certa de que, intimidação, abuso de poder, coerção, falta de educação e de
gentileza, as duas últimas utilizadas por Felipe Bambirra comigo, em sala de aula,
muito tem afetado do meu bom humor, do meu desejo de continuar frequentando este curso, e configuram o
que, pra mim, é muito claro e muito grave: bullying universitário.
Professores e alunos de docência que usam de intimidação, de coerção, de falta de educação, de grosseria,
para calar alunos, calar questionamentos saudáveis e verídicos como os que
se verificam em nossa sala são sim, agressores, agressores, no mínimo, da liberdade de expressão.
A turma dos formados em história apresentou um trabalho no mesmo dia que o meu grupo, eles receberam a
nota 11 em 20, meu grupo tirou 18, e as apresentações deles, são sempre
muito interessantes já que, além serem portadores de uma cultura geral indiscutível são também professores,
quando questionaram a nota com a Natália Lipovestsky sobre o motivo de nota tão baixa ela disse:
Vocês perderam nota porque a turma estava conversando. Que espécie de método avaliativo, coercitivo é
esse que baseia a minha nota nas conversas e no comportamento alheio? Posso dar conta do meu
comportamento, do que cabe a mim, mas não posso ser responsabilizada por comportamento alheio.
Também me senti coagida quando a já referida Natália leu em sala de aula a lista dos nomes das pessoas que
não estavam falando nos debates. Eu me senti exposta desnecessariamente e, pra mim, esse ato foi um
abuso, uma violência à minha liberdade de calar, à minha liberdade de conduzir a minha graduação da
maneira que melhor me convier... Disponho de
liberdade para falar e para calar, se eu decidir que quero apenas assistir as aulas sem fazer provas, sem fazer
trabalhos, é um direito meu, desde que esteja disposta a arcar com as consequências.
Penso que a universidade é um espaço de democracia, de liberdade, de construção de conhecimento de
forma livre, através da convivência prazerosa e saudável, da participação(voluntária), de diálogo e de debate.
Não é espaço para violência(nem mesmo simbólica), intimidação, coerção.
Estou certa de que, numa altura dessa da vida, aos 37 anos de vida, muito bem vividos por sinal, não faz
sentido sair do conforto da minha residência para vir à Faculdade de Direito compactuar com um espetáculo
deprimente: assistir
uma turma cheia de energia e de vida, cheia de questionamentos e de idealismos, ser calada pelo uso da
coerção. Na última segunda-feira, durante e após a apresentação de A Democracia, de Hans Kelsen, com
medo de falar qualquer coisa e de com isso prejudicar a nota do grupo que se apresentava, a turma se calou.
O silêncio dos oprimidos. Algumas pessoas ficaram escrevendo, outras lendo, outras olhando pela janela,
algumas prestando atenção ou fingindo que prestavam, outras dormindo, quando acabamos de apresentar,
ninguém quis debater, levantaram-se todos
e foram embora. Realmente desconheço qual a graça de uma turma que não questiona, que não se posiciona,
que não participa.
O objetivo da universidade não é moldar robôs acéfalos capazes apenas de obedecer ordens, bajular
professores, e decorar textos sem criticar, a universidade tem um papel importante na formação de indivíduos
pensantes, ou pelo menos deveria ter.
O terceiro período de Ciências do Estado é composto por pessoas, cidadãos pensantes, críticos, inteligentes,
questionadores, porque destruir algo tão precioso?? Os professores que tiverem humildade e interesse de
escutar, aprenderão muito mais do que vão ensinar. Eles sabem que se estou insistindo até hoje neste curso é
por amar minha turma, mas eles ao contrário de mim, estão lutando e se empenhando para que este curso
seja o melhor possível, para que este curso dê certo. Admiro e invejo tal persistência, porque sei que quando
eu me estressar demais largo tudo e procuro outra coisa pra fazer...

Sei que é um homem ocupado, e que atualmente não está mais no colegiado do nosso curso, e espero
realmente não ser perseguida nem discriminada na Faculdade de Direito, como tenho visto acontecer, por
estar dizendo o que eu penso.

Aqui jaz o que venho sentindo nas aulas de cidadania cultural, sinto-me sufocada, oprimida, desrespeitada em
minha liberdade de expressão, não estou acostumada a imposições, nem a intimidações porque embora tenha
nascido em 1973, no auge da ditadura, meus pais eram hippies, e me deram liberdade de me expressar
plenamente, e expressão e franqueza, pra mim,
nunca vieram acompanhados de punição.

Sincera e atenciosamente,

Mariana Tanure Machado

From:Marcelo Cattoni
Date: Thu, 26 May 2011 17:44:31 -0300
Subject: Re: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG
To: Mariana
Cara Mariana:

Quero te dizer que permaneço como coordenador do colegiado.

Como coordenador do colegiado, posso remeter à chefia do departamento a que a professora faz
parte, já que as questões que você relata são antes de competência do departamento.

De toda forma, já estava ciente dessas questões e já tenho procurado a chefia do departamento,
assim como a professora, para tratar desse assunto.

Acredito assim que essas questões poderão ser resolvidas em breve.

No mais, estou à disposição.

Atenciosamente,
Marcelo Cattoni.

Em 26 de maio de 2011 20:07, Mariana Tanure escreveu:

P.S. hoje consigo entender porque algumas pessoas com estrutura psíquica mais frágil,
submetidas a situações de intimidação constante sucumbem... muitas vezes, a violência
e a tortura (psicológicas) conseguem ser mais nocivas, mais atormentadoras do que a
física. Vivendo e aprendendo!!!!!

Acho que eu já disse tudo o que eu tinha pra dizer, agora é esperar que o mal estar passe
e que as coisas melhorem...

M.

From: Marcelo Cattoni


Date: Fri, 27 May 2011 09:33:26 -0300

Subject: Re: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG


To: Mariana

Cara Mariana:
Como disse, desde ontem, a questão já está encaminhada formalmente ao Departamento,
competente para o caso.

Qualquer coisa, estou à disposição.

Marcelo Cattoni.

De: Marcelo Cattoni


Data: 26 de maio de 2011 18:40
Assunto: Fwd: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG
Para: Daniela Muradas Reis , UFMG DIT <
dit@direito.ufmg.br>

Prezada Sra. Chefe de Departamento


Professora Doutora Daniela Muradas Reis

Encaminho manifestação de aluna do terceiro período do curso de


Ciências do Estado, por considerar tratar-se de questão de
competência do Depártamento.

Atenciosamente,

Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira


Coordenador pro tempore do curso de Ciências do Estado

De:Mariá Brochado
Para:Daniela Muradas Reis
Cc:DIREITO-DIT-Secretaria , marcelo cattoni , Marcelo Galuppo
, Andityas Soares de Moura Costa Matos , Mônica Sette Lopes
, Maria Fernanda Salcedo Repolês , Fabiana de Menezes Soares
, Antonio Duarte Guedes Neto , Adriana Sena, Thomas Bustamante , travessoni , José Luiz Horta, Renato
Cesar Cardoso , Ricardo Salgado , karine salgado , Arnaldo Afonso Barbosa

Data:27/05/2011 15:59

Assunto:Re: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG

Prezada Profa. Dra. Daniela Muradas,


Chefe do Departamento de Introdução ao Estudo do Direito e Direito do
Trabalho

A propósito do email em questão, manifesto-me denunciando a ausência de via


administrativa formalmente adequada para se discutir o mérito aventado,
seja por vício de legitimidade do autor do texto, que fala em nome de toda
uma turma sem autorização para tal; seja por vício procedimental, pois não
há processo administrativo instaurado com peça veiculando causa de pedir
próxima ou remota, bem como nenhum pedido. Quid Juris? Sob o suposto de
satisfação desses pressupostos e condições procedimentais, penso que
atribuir a prática de BULLYNG levianamente a um professor desta Faculdade
de Direito é um dos ilícitos mais graves que se possa praticar contra o
próprio e contra a instituição. Como não estou me manifestando
juridicamente quanto ao mérito, haja vista as razões formais expostas, só
poso manifestar moralmente o meu profundo pesar e extrema indignação face a
acusações tão grosseiras e sem qualquer pudor, seja quanto à imputação das
práticas elencadas, seja com relação à inobservância acintosa ao princípio
allegata et probata, seja com relação à absoluta ausência de senso de
responsabilidade sobre a gravidade do que aqui se afigura, sobre o que,
realmente, faltam-me palavras.
Como não tenho todos os emaisl em minha caixa, peço a gentileza de
encaminhar minha manifestação pelo DIT aos demais colegas e representação
discente.
Sem mais, manifesto-me nestes termos.
Atenciosamente,
Mariá Brochado.
--
Profa. Dra. Mariá Brochado
Professora Adjunta - Faculdade de Direito/UFMG;
Coordenadora do Núcleo de Estudos Paideia Jurídica - Faculdade de
Direito/UFMG;
Vice-Chefe do Departamento de Introdução ao Estudo do Direito e Direito do
Trabalho - Faculdade de Direito/UFMG;
Vice-Coordenadora pro tempore do Curso de Ciências do Estado e Governança
Social - Faculdade de Direito/UFMG.
http://lattes.cnpq.br/9693432157207273

orexis eidenai

Em 27 de maio de 2011 18:47, Fabiana de Menezes Soares escreveu:


Prezados Colegas,

Diante de um fato deste calibre, que avilta a nossa condição de educadores, em particular de um
docente com as credenciais de Marià, proponho uma MOCÃO DE APOIO à nossa colega a ser
encaminhada ao Colegiado de Graduação, visto que o coordenador do Curso de Ciência do
Estado, Prof Cattoni, transfere ao DIT, questão da sua esfera de competência.
Se houve alguém que sofreu bullyng neste episódio, foi a Profa Marià com esta manifestação
pública de hostilidade.
No mais meu abraço, conte comigo, Fabiana

De:Marcelo Cattoni
Data: 27 de maio de 2011 20:49
Assunto: Re: moçao de apoio à Maria
Para: Daniela Muradas Reis
Cc: Mariá Brochado , Fabiana de Menezes Soares , DIREITO-DIT-Secretaria Marcelo Galuppo , Andityas
Soares de Moura Costa Matos , Mônica Sette Lopes , Maria Fernanda Salcedo Repolês , Antonio Duarte
Guedes Neto , Adriana Sena , Thomas Bustamante , travessoni, José Luiz Horta , Renato Cesar Cardoso ,
Ricardo Salgado , karine salgado , Arnaldo Afonso Barbosa

Cara Daniela:

Por favor, peço a você, como chefe de Departamento, que esclareça aos colegas e a todos os interessados do
teor dos arts. 49 e 54 do Estatuto da UFMG. Segundo o art 49, citado abaixo, a competência para
supervisionar a execução das atividades de ensino dos professores é da Câmara ou Assembleia do
Departamento. A função do Colegiado de Graduação é a de coordenação e de orientação didático-pedagógica
e, no que se refere a docentes, sua competência é meramente propositiva, nos termos do art. 54 também
citado abaixo.

Assim sendo, já tendo conversado inúmeras vezes com você, com a Mariá e com a representação discente
para chegarmos a uma solução para o caso, no exercício de minha função como coordenador do curso não
me omiti de forma alguma no sentido de buscar mediar as posições envolvidas e encontrar um bom termo.

E, por isso, por dever de ofício, encaminhei já ontem, assim que o recebi e conforme você me pediu por
telefone, o email da aluna do terceiro período, exatamente com a preocupação de dar ciência, mais uma vez
ao Departamento e à sua chefia, como lhe é devido por competência, e especialmente para dar ciência à
Mariá das alegações que foram feitas. Inclusive com a preocupação de garantir à Mariá, no âmbito adequado
do Departamento, o direito de se pronunciar quanto a essas alegações.

Muito obrigado, um abraço, Marcelo Cattoni.

Estatuto da UFMG

(http://www.ufmg.br/conheca/ni_index.shtml)

Art. 49º - São atribuições da Câmara Departamental:


I - planejar e supervisionar a execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão do
Departamento, bem como avaliar os planos de trabalho individuais dos docentes a ele vinculados e
atribuir-lhes encargos;
II - estabelecer os programas das atividades acadêmicas curriculares do Departamento e propor aos
Colegiados de Curso os créditos correspondentes;
III - propor a admissão e a dispensa de docentes, bem como modificações do regime de trabalho destes;
IV - opinar sobre pedidos de afastamento de docentes e de servidores técnicos e administrativos para fins de
aperfeiçoamento ou cooperação técnica, incumbindo-lhe estabelecer o acompanhamento e a avaliação dessas
atividades;
V - propor à Congregação da Unidade Acadêmica critérios para a avaliação do desempenho e da progressão
de docentes e servidores técnicos e administrativos, respeitadas as normas e as políticas estabelecidas pela
Universidade;
VI - manifestar-se sobre o desempenho de docentes e de servidores técnicos e administrativos, para
fins de acompanhamento, aprovação de relatórios, estágio probatório e progressão;
VII - elaborar a proposta orçamentária e o plano de aplicação de verbas do Departamento;
VIII - designar, quando for o caso, representantes do Departamento junto a Colegiados de Curso;
IX - indicar ou propor membros de comissões examinadoras de concursos para provimento de cargos ou
empregos de professor, na forma estabelecida em normas gerais de concursos;
X - manifestar-se previamente sobre contratos, acordos e convênios, bem como sobre projetos de prestação
de serviços a serem executados, e assegurar que sua execução se dê em observância às normas pertinentes;
XI - cumprir outras atribuições decorrentes do prescrito neste Estatuto e no Regimento Geral.

Art. 54º - A coordenação didática de cada curso de Graduação, Mestrado e Doutorado é exercida por um
Colegiado de Curso, com as seguintes atribuições:
I - orientar e coordenar as atividades do curso e propor ao Departamento ou estrutura equivalente a indicação
ou substituição de docentes;
II - elaborar o currículo do curso, com indicação de ementas, créditos e pré-requisitos das atividades
acadêmicas curriculares que o compõem;
III - referendar os programas das atividades acadêmicas curriculares que compõem o curso, nos termos do art.
49, §§ 1o e 2o, deste Estatuto;
IV - decidir das questões referentes a matrícula, reopção, dispensa e inclusão de atividades acadêmicas
curriculares, transferência, continuidade de estudos, obtenção de novo título e outras formas de ingresso, bem
como das representações e recursos contra matéria didática, obedecida a legislação pertinente;
V - coordenar e executar os procedimentos de avaliação do curso;
VI - representar ao órgão competente no caso de infração disciplinar;
VII - elaborar o plano de aplicação de verbas destinadas a este órgão.

From: Mariá Brochado


Sent: Saturday, May 28, 2011 2:04 PM
To: Caio Benevides Pedra ; Daniela Zuppo ; Diego Scherr ; Bernardo Pessoa de
Oliveira ; Clarissa Borges ; ThaïsMourão Martinez ; Carolina Nocchi ;Larissa Cabral
Abreu ; Felipe Magalhães Bambirra ; Hildegard Gouvêa ;Henrique de Sousa
Lima ; Isabela Neves ; Isabela Silva ; mirelle karoline alves de
macedo ; paideiavip@googlegroups.com ; Luisa Quintão Quintão Ubaldo ; luisa
quintão ; Bárbara Queiroz Nobre ; Evânia França ; Lorena Vargas Lembrança ; Mariana
Canuto ; Mariana Magalhães ; Mariana Castilho ; Mariana Coelho ; Mariana Sousa
Canuto ;Estevão José Damazo ; Thiago Resende Xavier
Subject: Fwd: BULLYING NA FACULDADE DE DIREITO DA UFMG
Prezados alunos, peço a gentileza de encaminharem este email e o que envio em
seguida para o máximo de alunos e ex alunos da FDUFMG que tenham acesso via
email.
Muito obrigada,
Mariá.

Prezados alunos, exe alunos, colegas da Faculdade de Direito da UFMG, boa tarde.
com certeza vcs não têm conhecimento das cartas/pedidos que aqui encaminho,
dirigidos em nome de colegas da turma (inominados) e de outra turma também (o 1º
período), mas estou sendo gravemente denunciada, incriminada e desrespeitada por
uma aluna do curso de CIÊNCIAS DO ESTADO, acusando-me de prática
de BULLYNGnesta turma. Tenho minha consciência apaziguada e convicta de que
JAMAIS efetivei qualquer manifestação de tal prática, gravíssima, incompatível com
minha personalidade, formação e postura dentro e fora de sala de aula, bem como
com as áreas a que me dedico (Ética e Direitos Humanos). Como muitos de vcs
foram meus alunos, e sempre dialogaram aberta e francamente comigo, sempre no
sentido de reconhecer alguma qualidade nas minhas aulas, venho solicitar o apoio
de vcs nesse momento. Tenho absoluta certeza de que sempre dei o "melhor de
mim" nas aulas que ministrei, com o máximo que me era possível, de exploração de
minha capacidade, dedicação, preparação de aulas e respeito com cada um de vcs
Nunca passei por algo similar em meus curtos 14 anos de docência, em várias
faculdades, na UFMG, e em cursos da magistratura, ministério público, cursinhos
preparatórios para concurso e outras Pós Graduações pelo país, dentre os quais
alguns alunos também manifestar-se-ão a propósito de minha conduta como
professora, colega e pessoa. Peço, por fim, que aqueles que se sentirem à vontade
de se manifestar à propósito de minha conduta, que enviem emails para meu correio
eletrônico pessoal (), para serem encaminhas positivamente a meu favor como
instrução probatória para o processo judicial que por mim está sendo instaurado.
Diante da gravidade das acusações a mim dirigidas, só me resta socorrer-me do
Direito, que nesse momento é o caminho possível para que eu possa exercer meu
direito fundamental à manifestação, e a minha dignidade como professora, mulher e
ser humano.
Fraterno abraço,
Mariá Brochado.

Em 30 de maio de 2011 04:32, Mariana Tanure escreveu:


Prezado Marcelo Cattoni,

Li o recado da professora Mariá Brochado, e concordo com ela, não tenho legitimidade
para falar pela turma, apenas captei um sentimento geral e o exteriorizei, mas falei por
mim.

Sinto-me acuada, coagida, intimidada, pelo comportamento arrogante da professora e de


seus estagiários de docência, em sala de aula. Não conheço outra palavra para isso além
de bullying.

Que fique registrado que eu ratifico tudo o que eu disse, não agi, e jamais agiria com
leviandade, ou com o intuito de macular injustamente a reputação desta professora ou
desta instituição. O meu único pecado é ter agido com coerência aos meus princípios e
ao meu caráter, é ter sido honesta.

Nenhum professor, ninguém tem o direito de me humilhar, de me constranger, coagir ou


me intimidar, dentro ou fora de sala de aula.

Peço desculpas a todos, pois uma pessoa tem que ter humildade para reconhecer as
próprias fraquezas, e reconheço que sou fraca, pois não tenho capacidade de compactuar
com as injustiças, não tenho capacidade de compactuar com a coação, não tenho
capacidade de compactuar com a intimidação.

Coloco-me a disposição do colegiado ou do departamento para quaisquer


esclarecimentos que se façam necessários, mas estou comunicando, oficialmente, o meu
desligamento do curso de Ciências do Estado, por não ter mais condições emocionais
nem psicológicas de continuar frequentando as aulas. Pois, conforme disse
anteriormente, o desgaste emocional desta situação absurda, tem sido um fardo pesado
demais pra mim.

Agradeço a todos os colegas que me enviaram emails me dando apoio, ou que


expressaram este apoio pessoalmente.

Sincera e atenciosamente,

Mariana Tanure Machado

De: Marcelo Cattoni


Data: 30 de maio de 2011 11:29
Assunto: Manifestação da aluna do terceiro período do curso de Ciências do Estado
Para: DIREITO-DIP-Chefia
Cc: Daniela Muradas Reis

Prezada Mariana:

É função da coordenação buscar mediar os conflitos e resolver as questões pelas vias


administrativas competentes.

A coordenação deve tratar manifestações de alunos quanto ao curso como algo a ser considerado. É
um direito dos alunos se manifestarem sobre o curso, com responsabilidade sobre essas
manifestações.

O que se deve buscar, considerando inclusive a proposta do curso, é lidar com problemas, como
possibilidade de se aprender com eles, e buscar cooperativamente alternativas, respeitando-se
sempre todos os envolvidos.

Assim, especialmente num curso cuja proposta é a participação ativa e responsável dos alunos na
sua própria formação, os alunos têm o direito de se manifestarem sobre o curso, respondendo por
sua atuação, como co-participantes do curso.

Os professores não somente têm também esse direito de se manifestarem, mas têm o dever de se
manifestarem, posto que estes professores, em razão da sua formação e experiência, de seu cargo e
da função que exercem, são responsáveis perante a Universidade pelas atividades de ensino,
pesquisa e extensão, pela coordenação, direção, orientação, organização dos planos de ensino e
aplicação de critérios de avaliação das atividades acadêmicas sob sua responsabilidade, sob
supervisão dos seus respectivos Departamentos.

E quando se fala em professores, considera-se toda a equipe didático-pedagógica do curso sob a


direção desses professores, incluindo os estagiários de docência com bolsa CAPESREUNI para
ensino de graduação.
As alegações feitas sobre a execução das atividades de ensino de Cidadania Cultural são agora
objeto de apreciação do órgão da Universidade competente que é o Departamento responsável pela
supervisão e acompanhamento dessas atividades, nos termos do art. 49 do Estatuto da UFMG. Deve
ser garantido, por exigência constitucional, legal e administrativa, não apenas o direito, mas
também o cumprimento do dever, à docente responsável por essas atividades de se manifestar,
especialmente sobre as alegações feitas, por meio do Departamento competente.

É o Departamento, em primeiro lugar, que tem essa competência de analisar alegações sobre as
atividades acadêmicas executadas sob sua supervisão e é primeiramente em seu âmbito que
questões referentes ao planejamento e à execução das atividades de ensino devem ser tratadas.

Os demais órgãos administrativos possuem competência recursal ou, ao menos, subsidiária, pois
devem agir considerando deliberações dos Departamentos. Não se podem suprimir instâncias, deve-
se respeitar, portanto, a organização administrativa da Universidade.

E aqui, sobre a questão suscitada por você, cabe mais uma vez considerar, o Colegiado de curso tem
competências de caráter propositivo (art. 54, do Estatuto da UFMG). Com isso, esta Coordenação
está acompanhando com atenção o caso, respeitando as competências do Departamento.

Encaminharei, portanto, suas manifestações ao Departamento de Direito do Trabalho e Introdução


ao Estudo do Direito. E nessa oportunidade, peço também a você para dirigir-se diretamente ao
Departamento competente, por meio da chefia desse.

Atenciosamente,

Marcelo Andrade Cattoni de Oliveira


Coordenador pro tempore do Colegiado de Curso de Ciências do Estado

De:Marcelo Cattoni
Para:Rodrigo Badaró, Pâmela
Enviadas:Segunda-feira, 30 de Maio de 2011 11:53
Assunto:Para conhecimento da representação discente - manifestação da aluna do terceiro período do
curso de Ciências do Estado
Para conhecimento da representação discente.

Att. Marcelo Cattoni.

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