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O Espírito Santo é uma Pessoa e, como tal, deve ser tratado e invocado por nós
cristãos, posto que a Revelação deixa entrever aquilo que a Igreja sempre acreditou, mas
que nos primeiros séculos ainda não havia sistematizado: que o Espírito Santo é Deus e
age como uma Pessoa. É o que tentaremos expor aqui nesta brevíssima reflexão. E, para
começarmos, recorramos a uma citação do Catecismo da Igreja Católica no parágrafo
2634:

³A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma


de perto com a oração de Jesus. Ele é o único Intercessor junto do
Pai em favor de todos os homens, dos pecadores, sobretudo. Ele é
"capaz de salvar de modo definitivo aqueles que por meio dele se
aproximam de Deus, visto que Ele vive para sempre para
interceder por eles" (Hb 7,25). O próprio Espírito Santo
"intercede por nós... pois é segundo Deus que ele intercede pelos
santos" (Rm 8,26-27).

Também segundo I Tim 2, 5, é o Senhor Jesus único mediador entre Deus e os


homens. Como, então, devemos entender essa mediação considerando que o Espírito
Santo ³intercede por nós com gemidos inefáveis´ (Rm 8, 26), de acordo com a Sagrada
Escritura? Procuremos entender.

Jesus se Encarnou para revelar a glória divina e salvar o gênero humano do


pecado, pois ³nossa natureza estava afligida pela enfermidade e precisava de um
Médico´ (São Gregório de Nissa). O dado imediato é que o Verbo se fez homem ³por
causa de nós e de nossa salvação´, como nos diz o Credo Niceno-Constantinopolitano,
pois Cristo veio ³procurar e salvar o que estava perdido´ (Lc 19, 10). O texto de Efésios
1, 3-8, segundo Dom Cirilo Folch Gomes, sugere um Cristo Mediador da graça da
adoção filial. Portanto, ao assumir a natureza humana, Cristo eleva a condição humana,
decaída pelo pecado, mas restaurada pela Redenção que se dá através da Paixão, Morte
e Ressurreição do próprio Cristo. Sendo assim, essa é a natureza da intercessão do
Cristo: por ele, temos acesso ao Pai, uma vez que os méritos da redenção de Cristo estão
presentes em sua Igreja e deles comungamos por meio dos sacramentos.

Já a mediação do Espírito Santo, se baseia na mediação única do Filho. Ele é o


dom da mediação de Cristo, pois foi derramado sobre a Igreja pelo próprio Ressuscitado
(Jo 20, 22). É porque o Filho quer nos fazer filhos de Deus que o Espírito reza em nós.
Por causa da nossa condição pecadora, nossa ³fraqueza´ (Rm 8, 26), não sabemos o que
pedir nem orar como convém. O Espírito, então, vem em nosso favor e se transforma no
dinamismo da nossa ação e da nossa oração, para que a oração e a ação da Igreja tenham
como fim a intenção do Filho: a redenção. Ele é o ³mediador eficaz´ (comentário da
edição de estudos da Bíblia ³Ave Maria´) da obra da Redenção que a Igreja continua
por mandato do Senhor, ³Fazei isto em memória de mim´ (Lc 22, 19). É o mediador
eficaz do anúncio e do testemunho cristão, transformando nossa dor e miséria, como a
dor e miséria da criação que geme como que em dores de parto, em ³gemidos inefáveis´
(Rm 8, 26s).

Considerando o que foi dito acima, analisemos as passagens I Cor 2, 10-11; 13;
Rm 8, 26; 15, 30; Ef 4, 30 e verifiquemos o que texto e a teologia destas passagens nos
revelam sobre o Espírito.

O Espírito Santo aparece como protagonista de uma obra. Jesus revelou todas as
coisas que o Pai queria revelar para os homens ao se encarnar. Ora, é o Espírito de
Deus, vindo do próprio Deus, que sabe todas as coisas a respeito do mistério (I Cor
2,11) do ³Deus invisível´ (Col 1, 15) revelado pelo Filho. Ele nos recordará todas as
coisas, dará testemunho, convencerá o mundo a respeito do pecado, etc, como vemos no
Evangelho de João.

Uma experiência pós-pascal do Espírito deve ser aqui ressaltada. Analisando os


textos de Paulo, vemos que ele fala do Espírito como alguém ao lado do Filho, um
intercessor junto ao intercessor. Em Rm 8, 16.27 vemos uma distinção de pessoa, assim
como vemos no evangelho de João. Neste, o Espírito Santo é o ³outro Paráclito´,
continuador da missão do primeiro, que é Jesus (Jo 14, 16). Virá recordar o que disse o
primeiro, habitando no íntimo dos discípulos e de todos os que foram batizados (Gl 4,
6), tornando-os filhos de Deus e ³guiando-os´ para toda a verdade (Gomes, Dom Cirilo
Folch. ! +
   
  
, Rio de Janeiro, RJ: Lumem Christi, 1989, pp.
137-140).

Portanto, de acordo com Folch Gomes, vemos em São Paulo, atribuídas ao


Espírito, funções e intervenções pessoais (dirige a conduta dos apóstolos At 8, 29), livre
distribuição de carismas (I Cor 12, 8.11), etc. O Espírito, que se distingue de nosso
espírito, no qual habita, é dito atuar da mesma forma que o Cristo glorioso e
simultaneamente dele se distingue, pois é o ³Espírito de Cristo´ (Rm 8, 9) da mesma
forma que o Espírito de Deus (Fl 3, 3), procedente do Pai, por ele enviado.

Segundo Ladaria, as características do Pai e do Filho que aparecem nas


Escrituras podemos qualificar de ³pessoais´. Mas não podemos fazer o mesmo com
distinta clareza em relação ao Espírito Santo, posto que, segundo Yves Congar, há uma
dificuldade de caracterizar o Espírito Santo como uma pessoa, pois ele nunca diz ³eu´.
Contudo, essa dificuldade não impedirá de vermos no Espírito a terceira pessoa da
Santíssima Trindade, pois ³que não temos por que atribuir ao Espírito Santo um ser
pessoal das mesmas características que as do Pai e do Filho. Na Trindade... tudo é
irrepetível´ (Luis F. Ladaria. , 
-. -   São Paulo, SP: Loyola, 2005,
pp.114-115). Como vimos acima, os indícios no Novo Testamento (vimos de modo
especial em São Paulo, mas poderíamos também analisar as ações do Espírito na Igreja
dos Atos dos Apóstolos) nos mostraram que o Espírito não é uma força impessoal, mas
é de algum modo um sujeito. No Evangelho de João, os traços pessoais do Espírito são
mais expressivos: o Espírito é enviado, ensina, recorda, dá testemunho, convence o
mundo, dirá o que tiver ouvido, etc (cf. Joao 14, 16-17; 17, 26 e outras).
Diz Ladaria que é difícil atribuir todas essas ações a uma mera força impessoal:
³Em conjunto, pode-se afirmar que no Novo Testamento o Espírito Santo aparece,
embora não na mesma medida que o Pai ou Jesus, como um µsujeito¶, como µalguém¶
mais do que como algo, com quem está dotado de liberdade e não como um mero
instrumento sem iniciativa´ (Luis F. Ladaria_, 
-. -   São Paulo, SP:
Loyola, 2005, p. 115).

Há uma missão atribuída ao Espírito na economia da salvação: ³Pelo fato de


estarmos mortos, ou, pelo menos, feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do
Amor é a remissão de nossos pecados. É a comunhão do Espírito Santo (II Cor 13, 13)
que, na Igreja, restitui aos batizados a semelhança divina perdida pelo pecado´ (CIC
734). O dom do Amor, que é derramado em nós (Rm 15, 30) não pode ser contristado
(Ef 4, 30) se quisermos ser recriados à imagem e semelhança de Deus, pois Ele é o
princípio desta obra de santificação, o qual é ³soprado´ sobre nós pelo próprio Cristo
ressuscitado (João 20, 22).

Deste modo, somos conduzidos através de uma pedagogia divina que revela
progressivamente as três pessoas da Santíssima Trindade e nos leva a uma profissão de
fé que se desenvolveu progressivamente na Igreja. A teologia destas passagens nos
revelam, de certo, que o Espírito Santo é uma Pessoa Divina. Do mesmo modo como
começamos, para elucidar melhor a idéia e fecharmos com clareza, nada melhor que
uma citação do Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 684:

³O Espírito Santo, por sua graça, é primeiro no despertar


de nossa fé e na vida nova que é µconhecer o Pai e aquele que Ele
enviou, Jesus Cristo¶. Todavia, é último na revelação das Pessoas
da Santíssima Trindade. São Gregório Nazianzeno, µo Teólogo¶,
explica esta progressão pela pedagogia da µcondescendência¶
divina: µO Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai,
mas obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho, fez
entrever a divindade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de
cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si
mesmo. Com efeito, não era prudente, quando ainda não se
confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e,
quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o
Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma
expressão um tanto ousada... É por meio de avanços e de
progressões /  / que a luz da Trindade resplenderá
em claridades mais brilhantes¶´.

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