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3. Qual o critério utilizado pelo juiz decidir entre a recuperação judicial ou a sua
conversão em falência?
R. O critério é a análise da viabilidade da empresa. Sendo a sociedade empresária
viável, aplicar-se-lhe a recuperação judicial, sendo inviável deverá o juiz converter
a recuperação em falência.
11. Sendo falência é dirigida somente aos empresários, pode ser decretada a
falência de pessoa física?
R. Em que pese o entendimento de que em fale é a sociedade empresária o não o
sócio, o art. 81 da Lei de falências admite a falência da pessoa física em dois casos:
quando referir-se a firma individual, por não haver clara distinção entre o
patrimônio pessoal e o patrimônio da empresa; b) quando a sociedade for de
responsabilidade ilimitada, pois sendo a responsabilidade ilimitada não há divisão
entre o patrimônio da sociedade empresária e do sócio, que desta forma também
poderá ser declarado falido.
18. Pode haver litisconsórcio para que se atinja o limite de 40 salários mínimos
necessários para decretação da falência?
R Consoante o art. 94, § 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de
perfazer o limite mínimo de 40 salários mínimos para o pedido de falência, desde
que a obrigação seja líquida e esteja materializada em títulos executivos
protestados, vencidos à data do pedido de falência.
19. Sendo a CDA um título executivo extrajudicial, pode o fisco requerer a falência
de uma sociedade empresária por não pagamento de tributo?
R. Há duas correntes: a) uma considera como sanção política o pedido de falência
através de CDA, visto ser o direito tributário ramo do direito público, estando
assim, preso ao princípio da legalidade estrita, nas palavras de Hely Lopes
Meirelles: “Na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza,
enquanto na Administração privada é possível fazer o que a lei não proíbe.”
Destarte, embora a lei não proíba, também não autorizada sendo, portanto, vedado
ao fisco o pedido de falência com base em CDA; b) para outra corrente trata-se de
título executivo extra judicial, não sendo defeso o pedido de falência com base tal
título, é plenamente viável o pedido de falência com base em CDA, ademais, o
contribuinte tem a oportunidade de negociar seu crédito e não o faz, deixando
patente a sua opção pelo inadimplemento com o fisco, nada obstante, o pedido de
falência é um meio mais barato (de lembrar que o custo do processo tributário é
pago pelos cofres públicos e consequentemente pelo contribuinte em geral) e eficaz
de compelir o devedor ao pagamento do seu débito.
34. O que o devedor deverá comprovar para ter deferida a homologação judicial?
R. Os requisitos legais previstos no art. 48; I) estar em atividade há pelo menos
dois anos; II) não ser falido, ou se foi, estar com as obrigações extintas; II) não ter
obtido há menos de cinco anos outra recuperação judicial (micro e pequenas
empresas o prazo é de oito anos); IV) não ter sido condenado por crime falimentar.
36. O plano de recuperação extrajudicial deve ser acatado por todos os credores?
Não ocorrendo à adesão de todos os credores haverá nulidade?
R. O plano de recuperação extrajudicial pode ser imposto aos credores minoritários
dissidentes se firmado por credores que represente mais de 3/5 de todos os
créditos de cada espécie por ele abrangidos, hipótese em que o ajuste será imposto
aos 2/5 restantes.
40. Pode haver impugnação por parte dos credores que não aderiram ao plano de
recuperação extrajudicial?
R. SIM, ao receber o plano o juiz publicará um edital convocando todos os credores
que não foram contemplados ou não votaram a favor do plano (no prazo de 30
dias, contados da publicação do edital que se mandará expedir liminarmente). Será
verificado se as cláusulas e condições não contêm ajustes capazes de levar a
empresa à falência e nem de prejudicar os demais credores.
42. O que ocorre quando as partes não chegam a um acordo quando a recuperação
extrajudicial? Podem-se intentar novos planos?
R. Não chegando a um acordo a recuperação extra judicial não surtirá efeito, mas
podem ser intentados tantos planos quantos forem necessários.
49. Qual o prazo máximo para pagamento dos débitos no plano de recuperação
judicial?
R. Um ano (art. 54), para créditos trabalhistas e de acidentes do trabalho e de
créditos vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Para pagamento de
verbas trabalhista até o limite de cinco salários mínimos, o prazo é de trinta dias.
51. Qual a decisão cabível contra decisão concessiva da recuperação judicial ou que
decreta a falência por rejeição do plano pela AGC?
R. Agravo de instrumento.
53. Após processado o pedido qual o procedimento a ser observado pelo devedor?
R. Deverá, no prazo de sessenta dias, apresentar o plano de recuperação. O não
cumprimento do prazo acarreta a falência da sociedade empresária.
55. Pode haver objeção de credor ao plano? Se afirmativo há prazo para sua
apresentação?
R. SIM, o prazo para apresentar objeção é decadencial de 30 dias.
59. Uma vez iniciado o plano de recuperação judicial a quem compete a fiscalização
da administração da sociedade e dos seus bens?
R. Ao juiz e ao comitê de credores.
63. Em que momento se abre o prazo para habilitação dos credores na falência?
R. A partir da abertura da sentença.
67. Há alguma sanção àquele que requer a falência de outrem por dolo?
R. Sim, aquele que requerer falência por dolo está obrigado a indenizar (art. 101).
BIBLIOGRAFIA
BEZERRA FILHO, Manoel Justino. A Nova Lei de Falências Comentada. ed. Revista
dos Tribunais. 2006.
Marcia Pelissari
Publicado no Recanto das Letras em 02/07/2006
Código do texto: T186275