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CONHECIMENTO EMPÍRICO OU SENSO-COMUM: ele orienta e capacita o homem a viver seu cotidiano, a

reconhecer os fenômenos e os seres da sua realidade, equipa-o para solucionar seus problemas mais simples,
faculta-lhe a sobrevivência enfim. Ele se desenvolve a partir da constatação de uma eventual contigüidade ou
similaridade entre eventos e objetos, de onde se conclui algo a respeito dessa relação, sem qualquer atividade
intermediária ou mediadora que amplie o grau de certeza dessa conclusão: este é, pois, um conhecimento
ametódico, assistemático, que se completa após múltiplas observações e é transmitido, oralmente quase sempre, de
um indivíduo a outro, do pai para o filho, do mais velho para o mais jovem, do experiente para o ingênuo, de uma
geração a geração seguinte. Assim, podemos constatar aqui que, por exemplo, um evento qualquer sistema-
ticamente precede um outro. Ora, é lícito concluir que este é causado por aquele, embora esta seja uma conclusão
dúbia e frágil, falsa muitas vezes (...) Não obstante, o senso-comum é uma forma de conhecimento que se amplia e
se aperfeiçoa ao longo de muitas gerações. Entre algumas culturas primitivas, ele serve para predizer e controlar
admiravelmente a ocorrência de determinados fenômenos, para solucionar os problemas mais imediatos e
urgentes, para sanar as dores e os males através do uso de certos tipos de ervas e raízes, para avaliar
adequadamente a qualidade da próxima colheita, para determinar o sítio mais propício para a caça ou a pesca, etc.
Mas, à medida que esta sociedade cresce e se sofistica, enquanto ela se expande e se subdivide, aquelas
informações básicas que serviam de orientação e guia, acabam se perdendo em meio ao labirinto de novas
técnicas, de artefatos mais numerosos e complexos, de bens cada vez mais provisórios ... Não se pode, pois,
esperar do conhecimento empírico, do senso-comum, explicações definitivas e consistentes sobre a realidade das
coisas, sobre suas causas e a maneira como evoluíram. Ele não nos oferece uma relação causal segura, apenas
algum tipo de evidência correlacional e, por isto, poucas vezes se desdobra em uma tecnologia específica.
Conhecimento primário e elementar, como dissemos, que se resume na observação de fatos tangíveis, imediatos,
concretos, e em uma conclusão subseqüente.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO: pretende, antes, predizer e controlar a ocorrência de determinados fenômenos,
além de descrevê-los minuciosamente, localizando-os dentro de categorias específicas e de classes características.
(...) A Ciência, como outras áreas de conhecimento, aparece e se desenvolve a partir da atividade observacional,
da constatação de uma contigüidade ou uma similaridade entre eventos; a observação permite ao cientista incluir o
fenômeno estudado nesta ou naquela classe, em uma ou outra categoria, em função das semelhanças ou diferenças,
estruturais e funcionais, entre ele e os outros fenômenos, mas esta é uma observação sistemática, meticulosa,
ampla e profunda, diferente pois daquela que caracteriza o senso-comum: são as classificações sistemáticas da
botânica e da zoologia, são os elementos químicos, são enfim, os eventos agrupados por partilharem os mesmos
fatores causais ou por se manifestarem em um local ou em um período específico, etc. Ou, através dessa mesma
observação preliminar, o cientista pode eleger uma hipótese de trabalho que testará, depois, na experimentação,
pois a proximidade temporal entre eventos não significa, obrigatoriamente, qualquer tipo de relação funcional
entre eles; esta, a experimentação, não é mais que uma observação rigorosa e controlada, desenvolvida no campo
ou em laboratório, onde as variáveis, decompostas e isoladas, são testadas separadamente para se tentar
estabelecer, com precisão, qual deles, e dentro de quais parâmetros ou condições, provoca o fenômeno estudado.
A partir destes dados, coligidos e analisados, conclui-se algo sobre aquele fenômeno, estabelece-se uma relação
funcional entre os eventos, uma relação de causa e efeito, postulam-se as teorias e as leis científicas. -
O Método científico, no entanto, não nos oferece conclusões definitivas sobre coisa alguma, não nos permite
generalizações amplas e abrangentes, não possibilita a proposição de "verdades" ou leis permanentes, pois,
quando observamos um fenômeno qualquer, que julgamos lógico e coerente, observamos na realidade alguns
episódios desse fenômeno, episódios limitados tanto no tempo quanto no espaço e que, por isto, não nos oferecem
nenhuma base sólida e inquestionável sobre a qual possamos postular um modelo ou teoria explicativa daquele
fenômeno. Esses episódios constituem, na verdade, apenas uma amostra de uma realidade que supomos mais
ampla e, por maior que seja essa amostra e por mais que se ajuste a um modelo explicativo dos fatos, ela não
chega a se constituir numa prova rigorosa e irrefutável desse modelo. (...) Todas as teorias e leis científicas, pois,
são hipotéticas e conjeturais; dizer que uma teoria qualquer está bem estabelecida e comprovada significa dizer
apenas que ela resistiu a todos os testes e provas possíveis até então, testes e provas que, em última instancia,
visam, como dito, derrubá-la ou desmenti-la, sua única alternativa. de GARCIA, F.L. "Introdução critica ao
conhecimento" Campinas, PAPIRUS, 1988

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