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0700 – PROPÓSITO
Estabelecer regras e instruções específicas para a determinação da borda-livre e
compartimentagem das embarcações nacionais empregadas na Navegação de Mar Aber-
to, estabelecendo também os critérios e procedimentos para verificação da estabilidade
intacta.
SEÇÃO I
0701 – APLICAÇÃO
a) Borda-Livre
1) As Regras constantes na presente Norma, relativas à atribuição da Borda-
Livre, se aplicam às seguintes embarcações:
(a) aquelas que solicitem a emissão do Certificado Nacional ou Internacional
de Borda-Livre em ou após 04/02/1997;
(b) aquelas construídas antes de 04/02/1997, por solicitação do proprietário
ou armador; e;
(c) aquelas já construídas e que tenham sido objeto de modificações de vul-
to, as quais exijam a reavaliação da borda-livre, em ou após 04/05/1997.
2) A renovação de Certificados de Borda-Livre de embarcações existentes, cuja
borda-livre tenha sido atribuída de acordo com instruções que não estejam mais em vigor,
deverá atender aos procedimentos estabelecidos no Anexo 7-H.
b) Estabilidade
As Regras constantes na presente Norma, relativas à verificação da estabilida-
de intacta, são aplicáveis a todas as embarcações empregadas na Navegação de Mar
Aberto construídas após 09/06/98.
c) Compartimentagem
1) As Regras constantes na presente Norma relativas à compartimentagem são
aplicáveis a todas as Embarcações de Passageiros com arqueação bruta superior a 50
que sejam construídas após 09/06/98.
2) As Embarcações de Passageiros com arqueação bruta maior que 50, que
tenham sido construídas em data anterior a 09/06/98, deverão atender a esses requisitos
na primeira Vistoria de Renovação que tenham que realizar após 04 de fevereiro de 1999.
3) As embarcações com arqueação bruta superior a 50 e que sejam reclassifi-
cadas para operarem como Embarcações de Passageiros deverão atender às Regras
constantes na presente Norma relativas à compartimentagem.
4) As Embarcações de Passageiros que sofrerem alterações de vulto, a critério
da Diretoria de Portos e Costas (DPC), deverão também atender às Regras constantes na
presente Norma relativas à compartimentagem.
0703 – DEFINIÇÕES
Exceto onde expressamente indicado em contrário, as definições constantes na
Regra 3 da Convenção Internacional de Linhas de Carga (1966) são válidas para a apli-
cação do presente Capítulo. Adicionalmente são consideradas as seguintes definições:
a) Comprimento Total
É a distância horizontal medida entre os pontos extremos de proa e popa, sen-
do que, no caso de veleiros, não se deve considerar o mastro de proa.
b) Estanque ao Tempo (“Weathertight”)
É considerado qualquer acessório ou componente estrutural que apresente um
desempenho satisfatório de forma a impedir a passagem de água quando submetido a um
ensaio de acordo com o procedimento descrito no item 0704 a).
c) Estanque à Água (“Watertight”)
É considerado qualquer acessório ou componente estrutural que apresente um
desempenho satisfatório de forma a impedir a passagem de água quando submetido a um
ensaio de acordo com o procedimento descrito no item 0704 b).
d) Passageiro
É toda pessoa que não seja o Comandante e os membros da tripulação ou ou-
tras pessoas empregadas ou ocupadas, sob qualquer forma, a bordo da embarcação, em
serviços que lhe digam respeito ou uma criança com menos de um ano de idade.
e) Embarcação de Passageiros
É toda embarcação que transporte mais de doze passageiros.
f) Rebocador e/ou Empurrador
É toda embarcação projetada ou adaptada para efetuar operações de reboque
e/ou empurra.
g) Embarcação de Pesca
É toda embarcação empregada exclusivamente na captura de recursos vivos
do mar.
h) Embarcação de Carga
É toda embarcação que não se enquadre nas definições constantes nas alí-
neas e), f) ou g), acima.
i) Barcaça
É qualquer embarcação de carga que possui, geralmente, as seguintes carac-
terísticas:
1) não é tripulada;
2) não possui sistema de propulsão próprio;
3) relação entre a boca e o calado superior a 6,0; e
4) relação entre a boca e o pontal superior a 3,0.
j) Embarcações “SOLAS”
São todas as embarcações mercantes empregadas em viagens marítimas in-
ternacionais ou empregadas no tráfego marítimo mercantil entre portos brasileiros, ilhas
oceânicas, terminais e plataformas marítimas, com exceção de:
1) navios de carga com arqueação bruta inferior a 500;
SEÇÃO II
SEÇÃO III
AD
300 mm
SEÇÃO IV
0716 – CÁLCULOS
a) Notas para Marcação da Borda-Livre Nacional (Navegação de Mar Aberto)
1) Os cálculos necessários para a determinação da Borda-Livre deverão ser
apresentados sob a forma das Notas para a Marcação da Borda-Livre Nacional (Navega-
ção de Mar Aberto), cujo modelo é apresentado no Anexo 7-B.
2) Quando o Certificado for emitido pela GEVI ou pelas CP, DL ou AG, os cálcu-
los serão efetuados pelo técnico responsável contratado pelo construtor, armador ou pro-
prietário, devidamente regularizado perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquite-
tura e Agronomia (CREA) de jurisdição do estaleiro construtor ou do órgão de inscrição da
embarcação, que será responsável pela exatidão das informações contidas nas notas,
sendo que, para melhor caracterizar essa responsabilidade, o responsável técnico deverá
SEÇÃO V
0723 – PROCEDIMENTOS
a) A Sociedade Classificadora que emitir o Certificado Internacional de Borda-
Livre deverá encaminhar uma cópia para a DPC e para o órgão de inscrição da embarca-
ção, com a maior brevidade possível.
b) Deverão ser observados os procedimentos constantes na Convenção Interna-
cional de Linhas de Carga (1966) para a emissão, renovação e perda de validade do certi-
ficado, assim como para a realização das vistorias e inspeções.
c) É responsabilidade do proprietário e do seu preposto a manutenção das condi-
ções de atribuição previstas na Convenção Internacional de Linhas de Carga (1966) e que
foram consideradas ou avaliadas por ocasião do cálculo para emissão do Certificado ou
das vistorias e inspeções regulamentares.
SEÇÃO VI
ESTABILIDADE INTACTA
TABELA 7.1
θ 5° 10° 15° 20° 30° 40° 45° 50° 60° 70° 75° 80° 90°
b/h
20.00 0.11 0.12 0.12 0.12 0.11 0.10 0.09 0.09 0.07 0.05 0.04 0.03 0.01
10.00 0.07 0.11 0.12 0.12 0.11 0.10 0.10 0.09 0.07 0.05 0.04 0.03 0.01
5.00 0.04 0.07 0.10 0.11 0.11 0.11 0.10 0.10 0.08 0.07 0.06 0.05 0.03
3.00 0.02 0.04 0.07 0.09 0.11 0.11 0.11 0.10 0.09 0.08 0.07 0.06 0.04
2.00 0.01 0.03 0.04 0.06 0.09 0.11 0.11 0.11 0.10 0.09 0.09 0.08 0.06
1.50 0.01 0.02 0.03 0.05 0.07 0.10 0.11 0.11 0.11 0.11 0.10 0.10 0.08
1.00 0.01 0.01 0.02 0.03 0.05 0.07 0.09 0.10 0.12 0.13 0.13 0.13 0.13
0.75 0.01 0.01 0.02 0.02 0.04 0.05 0.07 0.08 0.12 0.15 0.16 0.16 0.17
0.50 0.00 0.01 0.01 0.02 0.02 0.04 0.04 0.05 0.09 0.16 0.18 0.21 0.25
0.30 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.02 0.03 0.03 0.05 0.11 0.19 0.27 0.42
0.20 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.02 0.02 0.04 0.07 0.13 0.27 0.63
0.10 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.01 0.01 0.01 0.04 0.06 0.14 1.25
Obs: valores intermediários poderão ser obtidos por interpolação linear
2) A altura metacêntrica inicial (GMo) não deve ser inferior ao valor da altura
metacêntrica inicial requerida (GMr), calculada por intermédio da seguinte expressão:
Obs: para a utilização das Tabelas de 7.2 a 7.5, deverá ser observada a seguinte
simbologia:
B = boca moldada da embarcação, em m;
d = calado médio moldado da embarcação, em m;
CB = coeficiente de bloco;
Ak = área total de bolinas, área da projeção lateral da chapa quilha ou a soma des-
sas áreas, em m2;
T = período de jogo, em seg., calculado por intermédio da seguinte expressão:
T = 2 x C x B (23), onde:
√GM
C = 0.373+0.023(B / d)-0.043(L / 100) (24);
GM = altura metacêntrica corrigida do efeito de superfície livre, em m; e
L = comprimento (L) da embarcação, em m.
SEÇÃO VII
PROVA DE INCLINAÇÃO
d) Local do Teste
A prova deve ser realizada, de preferência, em local abrigado, sem vento e cor-
renteza. Caso não seja praticável, as condições de mar, vento e correnteza devem ser
tais que não comprometam a precisão da prova.
0731 – RECOMENDAÇÕES
a) Pessoas a Bordo
P = ∆ GM tg θ (25), onde:
d
5) cálculos preliminares devem ser feitos para evitar que transborde líquido de
qualquer extremidade, quando das inclinações;
6) cuidados devem ser tomados para evitar a permanência das bolhas de ar
dentro do tubo com líquido; e
FIGURA 7-16: Sugestão para diminuir interferência (usar diâmetro maior nas
extremidades)
7) uma régua (graduada ou não) deve ser fixada em cada parte vertical do tubo
“U” para medir/marcar os desníveis, conforme indicado nas Figuras 7-15 e 7-16.
c) Outros
Além dos instrumentos medidores da inclinação, devem estar disponíveis a
bordo, por ocasião da prova, os seguintes instrumentos com características adequadas:
- 7-34 - NORMAM 01/DPC/2005 Mod 10
(a) bote ou outro meio de locomoção adequado para permitir leitura das mar-
cas de calado;
(b) densímetro;
(c) balde com corda, para obtenção de amostras d’água;
(d) trena;
(e) trenas de sondagens de tanques, com marcação legível;
(f) chaves para abrir as tampas dos tubos de sondagem;
(g) lanternas;
(h) meios de comunicação entre a direção da prova, locais das medições e de
amarração da embarcação; e
(i) chaves de todos os compartimentos da embarcação.
SEÇÃO VIII
COMPARTIMENTAGEM
0741 – ACESSOS
a) Todos os espaços limitados por anteparas estanques ou por Anteparas Retar-
dadoras de Alagamento deverão apresentar meios de acesso de forma a possibilitar a en-
trada e inspeção dos compartimentos.
b) Tais acessos, quando se tratar de anteparas retardadoras de alagamento, não
deverão ser efetuados por intermédio de aberturas nas anteparas, em atendimento ao
previsto no parágrafo f) do item anterior.
c) Quando se tratar de anteparas estanques, tais acessos não deverão, tanto
quanto possível e razoável, ser efetuados por intermédio de aberturas nas anteparas. En-
tretanto, em casos excepcionais, poderá ser autorizado pela DPC o acesso através da an-
tepara, desde que sejam satisfeitas as seguintes condições: a porta deve ser de aço, do
tipo estanque e operada pelos dois lados; deverá haver indicador local e no passadiço de
porta aberta/fechada; e deve ser afixado em cada porta um aviso indicando que a mesma
deve ser mantida fechada.
SEÇÃO IX
0742 – APLICAÇÃO
a) Os procedimentos apresentados nesta Seção poderão ser utilizados para a de-
terminação da lotação de passageiros e do Peso Máximo de Carga (PMC) de embarca-
ções com arqueação bruta menor ou igual a 20, empregadas no serviço e/ou atividade de:
1) transporte de passageiros e carga; e
2) transporte exclusivo de passageiros.
b) Caso haja a necessidade de se determinar a Lotação de Passageiros ou de
Peso Máximo de Carga de embarcações com empregos distintos dos listados acima por
intermédio do método apresentado em anexo, a DPC deverá ser previamente consultada
para avaliar a viabilidade de sua aplicação.
0743 – PROCEDIMENTOS
a) Os Capitães dos Portos, Delegados e Agentes deverão determinar a lotação de
passageiros e o Peso Máximo de Carga (PMC) das embarcações descritas no item ante-
rior que operam em sua jurisdição, de acordo com as instruções apresentadas no Anexo
7-F, nas seguintes situações:
1) antes das embarcações novas entrarem em tráfego;
2) para autorizar reclassificações para os serviços e/ou atividades listados no
item anterior; e
0745 – RESPONSABILIDADE
a) O teste prático, descrito no Anexo 7-F, deverá ser realizado por uma Sociedade
Classificadora, Entidade Especializada ou por um responsável técnico devidamente habili-
tado perante o CREA, que será responsável pela condução da prova e apresentação dos
resultados. Juntamente com os resultados, deverá ser apresentada a devida Anotação de
Responsabilidade Técnica ( ART ) referente ao teste realizado.
b) Os Capitães dos Portos, Delegados ou Agentes poderão determinar que o teste
seja conduzido por representante da CP, DL ou AG (preferencialmente um Oficial), sem-
pre que julgar necessário ou conveniente.