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Fichamento - O dogma dos três poderes

É importante entender a diferença entre governo e estado, palavras que o autor grifa
em letras minúsculas por não considerar nomes próprios. Salienta para o objeto de seu
estudo, o estado, assim como seu propósito e a forma de melhor cumprir seus objetivos. Na
concepção tripartite, governo é a soma dos três poderes, não apenas de um deles. Assim
estado é o conjunto de pessoas que vivem em um espaço delimitado, politicamente
organizado, desfrutando de total ou parcial autonomia. Sendo, pois, considerado estado a
soma desta sociedade com o governo, o estado.

É importante ainda entender a diferença entre governo e nação. Governo é uma


organização coletiva que tem suas funções ocupadas por partidos ou pessoas, mas não são
elas, enquanto nação é a identidade cultural de um povo, que pode ser reconhecida como um
estado soberano.

Citando a teoria marxista, defendida pelo autor, que predominava nos meios
estudantis do qual fazia parte, defendia um estado forte, autoritário, apenas em um primeiro
momento, a ditadura do proletariado, que mais tarde se apoderaria de todos os bens de
produção, que se mostrava a única forma viável para evitar a exploração do povo, base
social, por capitalistas que viam no governo uma forma de manter certos privilégios,
funcionando assim como um alicerce à superestrutura que era a dominação.

Os seguidores da teoria marxista defendiam a eliminação do sistema de classes


sociais, e do próprio estado, já que este era apenas uma forma de manter os privilégios de
uma burguesia industrial que deixaria de existir a partir do momento em que o proletariado
assumisse os meios de produção e eliminasse a “mais valia”.

No entanto, a ditadura do proletariado transformou-se em uma opressão à um partido


único. Resultando na criação de uma forma de dominação, já que o povo estava submetido à
um dogma marxista, sendo por isso, privado totalmente de sua liberdade em nome de uma
emancipação que de fato nunca existiu.
Hoje, governo significa uma ferramenta para resolver litígios, para resolver os
problemas da sociedade de acordo com a forma que a mesma estabeleceu que deviam ser
resolvidos.

Apesar de estar estruturado em três poderes, o sistema mostra-se falho. Há uma maior
relevância do poder Executivo, devido ao fato de ser melhor dividido em áreas
especializadas, que vez ou outra “invade” a área do Legislativo, que serve por sua vez apenas
como ratificador das decisões do Executivo.

O sistema vem apresentando sérios problemas, devido à essa divisão tripartite, sendo
cada vez mais difíceis de serem reparados. Como já citado, a divisão originária de
Montesquieu passou a sofrer sucessivas subdivisões, devido ao progresso, mais acentuados
no Executivo do que nos outros poderes. No entanto estas divisões foram feitas sem
planejamento, sem sistematização, falha que se agrava com a evolução do conhecimento.

Tecnicamente falando as principais funções de um governo são: deliberar e executar.


Contudo, não se deve considerar o poder judiciário como um terceiro gênero, cuja uma falsa
independência passou a ser atrelado à ineficiência, à não aplicação da lei, já que a sua
incidência não é fiscalizada. A divisão tripartite acaba embaralhando os poderes, causando
assim certo retardamento nas funções a serem exercidas, retardamento este mais perceptível
pela demora excessiva na aplicação da lei. É necessário cobrar a aplicação da lei, repensar o
conceito de justiça que temos. Ser independente não implica ser isento, pois nenhum órgão
deve ser isento de seu criador, a coletividade. É preciso apenas equacionar o relacionamento
entre sociedade e poderes de forma adequada.

Um projeto de mudança é proposto, mas é ressaltado que só deveria ser implantado se


realmente trouxesse mudanças, melhorias. Propõe-se uma mudança na forma de administrar,
antes de qualquer substituição. Passaria a ser dividida em pela natureza das áreas nas quais o
governo presta serviços, como educação, saúde, relações exteriores, etc. Após esta divisão é
que se subdividiria em funções. Ainda faz parte de sua proposta uma mudança na eleição que
passaria a ser em chapas, votos em partidos atuantes em determinadas áreas, nos quais seria
tornado publico dentre outras coisas, a vida pregressa dos candidatos.
Não podemos aceitar dogmas, da mesma forma que os homens e mulheres da
Revolução Francesa não o aceitaram. A democracia não deve ser entendida como uma
conquista, mas como uma luta eterna. Qualquer conseqüência das transformações propostos
justificariam as melhorias que essa proposta se concretizada, proporcionaria à sociedade.

As leis éticas ou sociais, dependem da nossa criação, ao contrario das leis naturais.
Estas são mutáveis, ao passo que àquelas são idealizadas, modificadas e efetivadas por nós,
tendo como finalidade nos favorecer de alguma forma, embora na prática não o faça. No
entanto, tanto as leis naturais como as sociais não apresentam unanimidade quanto à sua
criação.

Adolf Hitler, por exemplo, dogmatizou a verdade, à medida que enxergava a verdade
externa, imitável, independente dos sentidos, disponíveis para ser desvendada por pessoas
que detivessem uma inteligência invulgar, que considerava ter. A característica psicológica
que serve de apoio para justificar o totalitarismo, consiste em ver o mundo dividido, dividido
em bons e maus, em certo e errado, em dicotomias sem verdades intermediárias. Assim como
o fez Hitler, dividiu o mundo em arianos, bons, mas se não partilhasse com seu ponto de
vista, traidor, e judeus, desprovidos da capacidade de amar. Era totalmente avesso às meias
verdades, que seria uma posição ocupada pelas pessoas que não tivessem caráter, que
ocupariam uma posição dúbia.

Não há verdade autônoma na interpretação dos fatos sociais, inquestionável. Dogma


representa a escolha por uma verdade absoluta, cuja explicação supera a razão humana. São
armas do totalitarismo, a partir do momento que se proíbe ter opiniões, de pensar de forma
diferente da qual se convencionou ser a certa.

O respeito à liberdade é essencial, já que permite a todos, inclusive aos grupos


minoritários, a livre expressão de suas convicções e o direito de defendê-las. A
imposição de qualquer dogma é uma afronta ao direito da livre opinião, expressão e
comportamento, mas que no decorrer da história encontrou respaldo para ser imposto.

Quando definida como dogma, a verdade absoluta era justificada pela fé. O rei é
rei porque assim quis o Senhor. Há uma simbiose entre os conceitos de estado, igreja e
monarquia. Nos países católicos, o rei era ungido pelo papa, em troca do
estabelecimento de princípios nem um pouco democráticos, a Inquisição.

A Revolução Francesa mostra-se de extrema importância para o extermínio dos


dogmas. Estabelecia que nenhum seu humano era nobre porque assim nasceu, nem
plebeu, nem rei porque assim veio ao mundo para sê-lo. Defende os princípios da
igualdade, liberdade e fraternidade, nos quais está implícito o princípio de respeito ao
próximo.

Devemos utilizar a ciência para compreender aquilo que realmente somos,


encontrar respostas para nossas curiosidades, e remédios eficientes para nossos males.
Devemos ser autores, atores, protagonistas da nossa própria vida. Aceitar dogmas é nos
colocar como meros sujeitos passivos, que têm sua atuação limitada.

Entender o passado nos ajuda a construir um presente diferente, pois este


funciona como um livro de aprendizagem, já que aprendemos com os erros dos outros, e
estabelecemos nossos objetivos, objetivos estes que dependem simples e puramente de
nossa própria vontade. Não podemos aceitar dogmas, pois estes funcionam com uma
parede às nossas aspirações.

Como o avanço da própria sociedade foi se desenvolvendo as bases de um


governo. Estas se desenvolveram principalmente a partir de das disputas por áreas, fruto
da cobiça por áreas já habitadas, geralmente melhor localizadas, e com melhores
condições de sobrevivência. Em face destas guerras, tornou-se necessário a criação de
um grupo militarmente armado, aptos a defender essas áreas, quando intrusos
colocassem sua dominação em risco. Assim era de primordial importância que houvesse
unidade na coordenação e no comando, para que as batalhas tivessem êxito.

A unidade do comando era destinada àquele que possuísse o melhor


discernimento, a maior força, ou a maior aptidão. Mais tarde, o comandante passou a ser
também o governante das pequenas áreas, pois quanto mais organização, quanto mais
concentração melhor as defenderia. No entanto, a tropa precisava ser mantida, e para
tanto foi estabelecido que os moradores deveriam destiná-los determinada quantia,
caracterizando assim os impostos. Primeiramente destinados à manutenção da tropa,
mais tarde principal forma de solucionar os problemas coletivos, de promover
melhorias.

Com essa organização as pequenas vilas passaram a atrair cada vez mais
pessoas, se fortificando. O chefe militar é o rei, imperador, faraó. Hoje, vemos que a
tradição e o costume permanecem, já que os chefes de estado e de governo ocupam o
cargo de defensor perpetuo, chefe supremo das forças armadas. Essa posição concedia
certos privilégios, e conseqüentemente servia para intimidar qualquer aventureiro que
ousasse tentar se apropriar do trono. Começam a se evidenciar as desigualdades.

Surgem crenças com justificativas místicas e sobrenaturais para as quais


surgiram diferentes religiões que tentavam dar sentido à vida, explicando desde a nossa
origem até a nossa morte. O poder de fé nasce não só dessa nossa cede de respostas,
mas da esperança para os males da vida. Muitos de nós, precisam de fé para se sentirem
fortes diante das dificuldades da vida.

Nas guerras era decidido não apenas a superioridade de um exercito sobre o


outro mas a força do deuses que deveria ser maior do que a do exercito inimigo. Os
religiosos, em troca de não serem importunados em suas praticas religiosas, e mais tarde
em ser defendidos, caso fosse necessário, passaram a implantar uma versão religiosa
que justificava o lugar, o posto, ocupado pelo rei. Assim se legitimava o poder.

A religião foi de grande valia para a legitimação dos governos. Mesmo nos
tempos em que não existia a figura do rei, os privilégios da aristocracia eram
justificados pela vontade de Deus.

A idéia de democracia é fruto de uma evolução, tal como foi a evolução da


escravatura, do colonialismo, do preconceito legalizado à mulher. Não existe respaldo
suficiente para se afirmar que a divisão tripartite é o único meio para se consolidar a
democracia. Há sim alternativa, uma organização republicana e democrática, que
melhor atenda aos propósitos do povo. O conceito de poder perdeu, atualmente, a sua
essência.
Como cita P. Garaude, “o poder é o povo, portanto, não nasce, não deriva, nem
emana dele. É ele. O que a sociedade deve criar, manter e fiscalizar é um governo com
a função de organizar o relacionamento entre as pessoas e lhe prestar serviços,
solucionando da melhor forma possível, os problemas que os seres humanos,
individualmente não podem, não querem ou não conseguem resolver”.

Os governos prestam serviços a partir do momento em que estabelecem normas


que tornam possível o convívio em sociedade, em que promovem condições para que a
sociedade possa se manter, ou seja, não exercem poder, apenas administram.

Inicialmente defendia-se que o estado existia devido à necessidade de


estabelecer regras, normas para reger a sociedade, a partir do momento que impõe
deveres, também estabelece direitos. Caso não existisse estaríamos em uma guerra, a
guerra de todos contra todos, como afirma Hobbes, em sua obra Leviatã. Ou ainda,
como defende Rousseau, em sua obra Do contrato social, na qual os homens livres,
cedem um pouco de sua liberdade em prol do bem comum, em prol dos interesses da
sociedade. Há um senhor supremo, escolhido pelo povo para guiá-los.

Normas como, por exemplo, de colaboração e amor ao próximo. Adotando um


sentimento positivo em prol de todos, adotando conceitos e valores universais, que
permitiram à espécie humana chegar ao que é hoje.

O governo mal concebido, mal pensado, em sua estrutura transforma-se em um


círculo vicioso de causa e efeito à medida que há falhas no sistema e que passam a ser
diagnosticadas torna-se necessária uma reestruturação. Há uma mudança na finalidade
do governo, que em vez de beneficiar a coletividade acabe satisfazendo interesses
privados.

Enfim, propõe uma nova visão à divisão tripartite, defendendo que há uma
relevância maior ao poder executivo em relação aos outros, talvez devido ao fato deste
melhor estar dividido, o que faz com que o legislativo funcione apenas como um poder
ratificador das decisões do executivo.
Defende uma subdivisão em áreas, desde que haja planejamento, para que não
ocorra o que vem ocorrendo com o executivo, altamente “estratificado” e após
estabelecida essas áreas, é que se deveria se dividir em poderes. Concordo com a
proposta do autor, há uma forte insegurança jurídica na sociedade, em face dos grandes
escândalos envolvendo os representantes do povo, talvez essa especificidade nas
funções seja uma forma de não concretizar as expectativas populares, de “jogar” a
responsabilidade para outro órgão, e assim deixar de cumprir sua finalidade. Sua
proposta deverá ser implementada se for constatado que trará melhorias, mudanças para
a sociedade, já que de qualquer forma, bem ou mal, o sistema funciona.

Não devemos nos ater à dogmas, idéias pré-estabelecidas, devemos criar nossa
própria ideologia e analisar se é cabível lutar pelo que desejamos. Transformar o
sistema seria não só a ideologia de uma pessoa, mas de toda uma sociedade já que a
própria iria se beneficiar, principalmente, a partir do momento que os representantes do
povo entendessem que não estão no poder para ter poder, mas para administrar. Pois
acredito, concordando com o autor, que os poderes têm apenas a finalidade de
administrar a sociedade, estabelecendo normas que funcionem como um parâmetro
social, na medida em que estabelece direitos, e deveres aos cidadãos, ao invés de reter
alguma forma de poder, como defende alguns autores.

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