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TOFANELLI MBD; FERNANDES MS; MARTINS FILHO OB; CARRIJO NS. 2007. Mercado de hortaliças frescas no município de Mineiros-GO.

Horticultura Brasileira 25: 475-478.

Mercado de hortaliças frescas no município de Mineiros-GO


Mauro BD Tofanelli1; Marilaine de S Fernandes1,2; Oscar B Martins Filho2; Núbia S Carrijo2
1
Fimes-Instituto de Ciências Agrárias, C. Postal 104, 75830-000 Mineiros-GO; 2Fimes-Instituto de Dados Estatísticos e de Pesquisas
Sócio-Econômicas; maurobrasil@fimes.edu.br

RESUMO ABSTRACT
A comercialização racional e eficiente de hortaliças necessita de es- Fresh vegetables market in Mineiros, Goiás State, Brazil
tudos constantes nos mercados para fornecer informações que possam
Rational and efficient vegetable commercialization needs constant
servir de suporte à elaboração de estratégias e execuções de ações para
studies about markets to supply information which can support the
melhorias em todo contexto mercadológico. O presente trabalho teve como
objetivo realizar levantamento do mercado de olerícolas in natura no elaboration of strategies and actions to improve all marketing context.
município de Mineiros (Goiás) a fim de fornecer informações de merca- The objective of this work was to carry out a survey about the fresh
do que possam auxiliar em ações específicas ao setor. Para isso, foram vegetable market in Mineiros, Goiás State, Brazil, in order to supply
realizadas pesquisas em estabelecimentos comerciais (equipamentos va- market information that may assist specific actions for the sector. For
rejistas: supermercados, quitandas e feira-livre) entre dezembro de 2005 this, a research was carried out in commercial establishments
e janeiro de 2006 mediante aplicação de questionários em cada equipa- (supermarkets, grocery stores and street market) from December 2005
mento. Dentre as hortaliças relacionadas pela pesquisa, o tomate, melan- to January 2006 by applying questionnaires in each establishment.
cia, cebola e batata inglesa foram as comercializadas semanalmente em Among the vegetables related in the research, tomato, watermelon, onion
maior volume. Os resultados demonstraram que os supermercados e as and potato were the ones commercialized weekly in higher volume.
quitandas são os principais responsáveis pelo comércio de olerícolas em The results showed that supermarkets and grocery stores are the most
Mineiros. A deficiência na produção local de hortaliças em Mineiros pôde responsible ones for the vegetable trade in Mineiros. The local vegetable
ser evidenciada, pois 81,8% dos produtos comercializados no município production deficiency was evidenced when it was established that 81.8%
são oriundos de fornecedores distantes e apenas 18,2% de produtores of the products commercialized in the city are coming from distant
locais. O agronegócio olericultura em Mineiros é incapaz de servir ao suppliers and only 18.2% from local producers. The agribusiness of
município em suas necessidades. vegetables in Mineiros is incapable of supplying the city’s necessities.

Palavras-chave: Olerícolas, comercialização, mercado, olericultura. Keywords: Vegetables, commercialization, market, horticulture.

(Recebido para publicação em 31 de julho de 2006; aceito em 1 de agosto de 2007)

A s hortaliças são alimentos indispen-


sáveis para a dieta equilibrada, pois
são importantes fontes de vitaminas, sais
cias neste processo podem produzir efei-
tos gravemente indesejáveis. A
sazonalidade de preços das hortaliças ao
& Yamanishi, 2002; Silva et al., 2003).
Para Camargo Filho et al. (2001), o co-
nhecimento do contexto mercadológico
minerais, carboidratos, fibras e outras longo do ano em virtude das oscilações das hortaliças é tão importante que deve
substâncias como β-caroteno que contri- de mercado (oferta /procura) que quase ser considerado até no planejamento de
buem, indiscutivelmente, para a saúde hu- sempre estão relacionadas com as varia- cultivo. Já Farina & Machado, (1999) con-
mana (Agrianual, 2000; Silva & Naves, ções climáticas e organização do sistema sideraram que estudar periodicamente os
2001; Filgueira, 2003; Campos et al., de comercialização (Filgueira, 2003), é preços de compra e venda, bem como a
2006). O Brasil é um grande produtor de vista como desvantajosa para o olericul- margem de comercialização possibilita,
hortaliças com um volume de produção tor e o consumidor final. A elevação ex- por exemplo, a manipulação dos preços
de 16 milhões de toneladas em 2004 cessiva de preços dificulta o acesso ao no varejo visando maior consumo e a
(Embrapa, 2006). Sobretudo, nem por isso consumidor final que às vezes deixa de manutenção dos lucros nos mercados.
o brasileiro é um grande consumidor des- consumir tal produto vegetal pelo acrés- O estado de Goiás tem participação
tes vegetais, pois consumiu 43 kg em 2004 cimo que este causaria no orçamento fa- mediana na produção de olerícolas no
(FAO, 2007), seja pela má educação ali- miliar. A comercialização das hortaliças é cenário nacional, pois ocupou a 12ª po-
mentar, pelas dificuldades no sistema de ainda mais complexa devido o alto índice sição no ranking brasileiro com um vo-
comercialização dos produtos olerícolas de perecibilidade destes produtos (Vilela lume geral de 387 mil toneladas de hor-
(venda /compra) que influenciam na os- et al., 2003; Lourenzani & Silva, 2004). taliças frescas produzidas em 1996
cilação dos preços e/ou pelo baixo poder O conhecimento do canal de (IBGE, 2006b). O município de Minei-
aquisitivo do consumidor. Enquanto que comercialização e a postura cooperativa ros localizado na região sudoeste de
em países desenvolvidos como Alemanha baseada na transparente relação entre cada Goiás possui alguns nichos de
e Estados Unidos o consumo em 2004 foi elo da cadeia conforme as características olericultura; no entanto não é tradicio-
de 139 e 127 kg habitante-1 ano-1, respec- do produto e do mercado servem de fer- nal na produção destes vegetais em
tivamente (FAO, 2007). ramenta para melhor organização do con- virtude, possivelmente, da predominância
Neste tocante, o mercado é uma im- texto mediante, por exemplo, a entrega do de outras atividades agropecuárias como
portante e complexa etapa entre a produ- produto no lugar adequado, no momento as culturas de soja, milho, sorgo e algodão
ção e o consumo das hortaliças, sendo certo, na forma e quantidade desejadas e e a criação de gado. Isso se reflete na de-
definido pelos diversos canais de a criação de utilidades de posse, lugar, tem- pendência do fornecimento de hortaliças
comercialização (distribuição) e deficiên- po e forma (Bueno et al., 1999; Fagundes vindas de outras regiões, o que contribui

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MBD Tofanelli et al.

Tabela 1. Volume semanal de olerícolas frescas comercializadas no município de Mineiros-GO. (Fresh vegetable volume commercialized
on city Mineiros). ICA/Fimes, Mineiros, 2006.

(a) (b)
Volume comercializado pelos equipamentos em toneladas. (Commercialized volume at tonnes on the establishments); Porcentagem
relativa de participação no volume comercializado. (Relative percentage on commercialized volume)

para elevar os preços e prejudicar a quali- julho de 2005 do Instituto Brasileiro de dação Integrada Municipal de Ensino Su-
dade pós-colheita dos produtos. Duarte & Geografia e Estatística (IBGE, 2006a). perior (Fimes) de Mineiros-GO.
Andrade Júnior (2003) verificaram que a Apresenta solos predominantemente are- O questionário foi constituído de ques-
elevação do preço do melão no Piauí, pro- nosos e clima definido basicamente por tões (perguntas ao entrevistado) para obter
vavelmente, teve relação com a importa- duas estações: uma seca com temperaturas as seguintes informações:
ção deste produto de outros estados da re- amenas e a outra chuvosa com temperatu- a) Hortaliças comercializadas semanal-
gião Nordeste. ras elevadas, apresentando como predomi- mente em maior volume;
Não há relatos sobre o mercado local nância vegetacional o Cerrado. É um mu-
b) Fornecedores das principais
de olerícolas para o município de Minei- nicípio que apresenta como atividade prin-
olerícolas comercializadas;
ros, nem os varejistas e olericultores locais cipal a agropecuária baseada na explora-
ção de culturas anuais como soja e milho e c) Preço médio de compra e venda.
têm conhecimento do que é consumido de
hortaliças no município. Informações ge- da pecuária de corte e leite. A partir dos preços obtidos foi calcula-
radas por estudos mercadológicos são im- Os estabelecimentos responsáveis pela da a margem de comercialização utilizan-
portantes para a olericultura e mercado lo- comercialização de produtos hortifrutícolas do-se a expressão proposta por Bueno et
cais e servem como parâmetros para ela- em Mineiros são supermercados, quitan- al. (1999):
boração de estratégias objetivando o forta- das/sacolões e feira-livre; classificação esta , onde:
lecimento do comércio de olerícolas que, seguindo proposta de Barros et al. (1978), Mv = margem do varejista; Pv = pre-
conseqüentemente, produziria efeitos po- citados por Silva et al. (2003). O estudo foi ço de venda no varejo; Pa = preço de
sitivos como diminuição dos preços ao composto pelos principais equipamentos venda no atacado.
consumidor final, melhores preços pagos varejistas, sendo oito supermercados de mé- Os Preços foram obtidos através de
ao olericultor, facilitações do processo de dio a pequeno porte, duas quitandas (co- suas médias determinadas através do
transporte e logística de comercialização nhecidas localmente como “frutarias”) e preço médio de venda e compra no mer-
(menores distâncias). uma feira-livre contendo feirantes. cado varejista de Mineiros e corrigidos
Este trabalho teve como objetivo reali- A metodologia utilizada foi mediante pelo Índice Geral de Preços - IGP-DI
zar o levantamento de informações de mer- visitação in loco para aplicação de questio- para valores do primeiro semestre de
cado de olerícolas comercializadas in nário nos equipamentos varejistas no pe- 2006, conforme dados do Instituto Bra-
natura em Mineiros-GO para fornecer su- ríodo compreendido entre dezembro de sileiro de Economia (IBRE, 2006).
porte às ações e estratégias futuras de 2005 e janeiro de 2006. Foram realizadas
estruturação do setor. entrevistas com os encarregados do setor RESULTADOS E DISCUSSÃO
de hortifruti (no caso dos supermercados),
MATERIAL E MÉTODOS com os proprietários das quitandas/sacolões As principais hortaliças
e diretamente com os feirantes nas bancas comercializadas em Mineiros são tomate,
A pesquisa foi realizada no município ou barracas de venda da feira-livre. O ques- melancia, cebola e batata inglesa (Tabela
de Mineiros localizado no sudoeste de tionário foi elaborado de modo que os en- 1). Isto demonstra que o município segue a
Goiás às margens da rodovia BR-364 à 108 trevistados respondessem aos objetivos da tendência nacional onde estas quatro
km a leste do município de Jataí-GO e a 90 pesquisa e aplicado pela equipe de olerícolas são as comercializadas e produ-
km a oeste do município de Santa Rita do entrevistadores do Instituto de Dados Es- zidas em maior volume (Bononi, 2005;
Araguaia-GO. Mineiros possui uma popu- tatísticos e de Pesquisas Sócio-Econômi- IBGE, 2006b). O destaque é a melancia que
lação de 43.961 pessoas, conforme estima- cas (Indep) pertencente às Faculdades In- ocupou a 2ª posição no ranking em Minei-
tiva realizada para o primeiro semestre de tegradas de Mineiros mantidas pela Fun- ros, demonstrando a maior preferência do

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Mercado de hortaliças frescas no município de Mineiros-GO

consumidor por esta olerícola fruto. Isto Tabela 2. Principais fornecedores de olerícolas comercializadas semanalmente em toneladas nos
contrasta com o mercado nacional onde a equipamentos varejistas de Mineiros-GO. (Main vegetable furnishers at the retail establishments
melancia ocupa a 4ª posição em volume on weekly commercialization at tonnes in city Mineiros-GO). ICA/Fimes, Mineiros, 2006.
produzido e comercializado. Merece des-
taque também o repolho, pois esta hortaliça
folhosa ocupou o posto de 5ª olerícola
comercializada em maior volume semanal
(Tabela 1).
Comparando-se os equipamentos va-
(a)
rejistas, observou-se que os supermercados Porcentagem relativa de participação no volume total comercializado. (Relative percentage on
e quitandas são os principais canais de total commercialized volume); (b)Somatório dos volumes das dez principais olerícolas comercializadas
comercialização de produtos olerícolas em por equipamento. (Volume total of the ten main vegetables commercialized per establishment);
(c)
Mineiros (Tabela 1). É relevante conside- Somatório dos volumes das dez principais olerícolas comercializadas em todos os equipamentos
entrevistados (33,8 t) e das demais olerícolas (2,3 kg). (Volume total of the ten main vegetables
rar a importância das quitandas, pois estas
commercialized overall establishments (33.8 ton) added to other vegetables (2.3 ton).
são grandes canais de distribuição de hor-
taliças in natura no município. Para Silva
et al., (2003), as quitandas (sacolões) são Tabela 3. Margem de comercialização conforme os preços no atacado e varejo das princi-
estabelecimentos comerciais especia- pais olerícolas frescas comercializadas nos equipamentos de Mineiros-GO. (Margin
lizados em hortifrutigranjeiros e os consu- commercialization according to wholesale and retail prices of the main fresh vegetables on
midores muitas vezes preferem buscar os establishments in city Mineiros). ICA/Fimes, Mineiros, 2006.
seus produtos nestes locais à procura de
qualidade e diversidade. Lourenzani & Sil-
va (2004) destacaram o crescimento deste
agente de comercialização de hortaliças na
preferência do consumidor.
Houve certa similaridade entre os prin-
cipais produtos olerícolas comercializados
entre supermercados e quitandas; já na fei-
ra-livre, houve certa diversificação, pois
produtos como milho verde, jiló, feijão-
vagem e berinjela apareceram no ranking (a)
Ordenação conforme preço no varejo. (Ordinance according to retail price); (b)Preço médio
dos comercializados em maior volume no de compra nos fornecedores em R$ Kg-1. (Average purchase price on the furnishers at R$
mercado livre e batata inglesa não aparece Kg-1); (c)Preço médio de venda ao consumidor em R$ Kg-1. (Average sale price to consumer
neste mercado. Isso pode ser explicado pelo at R$ kg-1); (1)Preço corrigido pelo IGP-DI mediante fator de correção referente à participa-
fato deste canal de comercialização ter ção do mês de maio no ano conforme IEA (2006). (Price adjustment by IGP-DI through
como principal fornecedor o olericultor correcting factor in relation to May participation on the year according to IEA, 2006).
local (Silva et al.; 2003), possibilitando
assim maior diversificação de produtos cipais produtos olerícolas dos equipa- ço da batata, pois esta é comercializada em
conforme disponibilização de hortaliças nas mentos envolvidos neste trabalho, ob- grande volume e um pequeno acréscimo,
hortas locais e exigências especiais do con- servou-se que batata inglesa e tomate praticamente, seria desapercebido e con-
sumidor. A fraca participação da feira-livre foram as mais onerosas para o consu- tribuiria para a manutenção da margem de
no mercado de hortaliças em Mineiros pode midor final. As margens de lucro do setor hortifrutícola do equipamento
ser reflexo da pequena presença da ativi- comercialização das diferentes hortali- varejista. Rangel et al. (2003) menciona-
dade olerícola no município e proximida- ças demonstraram considerável varia- ram que o preço é um dos principais crité-
des, pelo incipiente hábito dos mineirenses ção. Os valores oscilaram de 38,44% a rios adotados pelos consumidores na deci-
em adquirir os produtos olerícolas neste 15,45% (Tabela 3). Bueno et al. (1999) são de qual produto vegetal consumir. Para
local e pelo fato da feira-livre ser realizada explicaram que as margens de Lourenzani e Silva (2004) a criação de dias
em apenas uma oportunidade, aos domin- comercialização oscilam devida a ten- promocionais é uma excelente forma de
gos no período matutino. A feira-livre tem dência de manutenção dos preços no vare- atrair o consumidor.
como característica básica a comercia- jo mesmo com a sazonalidade destes no O preço de cada hortaliça nos merca-
lização de agro-alimentos produzidos nas atacado. As margens apresentadas pelos dos hortifrutícolas tem tendência de apre-
propriedades rurais e áreas vizinhas com o equipamentos envolvidos a presente reve- sentar relação inversa com o volume
feirante realizando compras diretas do pro- laram que estas podem ser trabalhadas para comercializado ao consumidor final
dutor (às vezes é a mesma pessoa) (Silva et incentivar maior consumo de determina- (Rangel et al., 2003; Lourenzani & Silva,
al., 2003). A presente pesquisa ainda reve- das hortaliças. Atuando, por exemplo, com 2004). Embora esta relação não tenha sido
lou que 100% das hortaliças frescas margens menores para pepino e beterraba percebida visualmente no presente traba-
comercializados na feira-livre são oriundas e maior para batata inglesa, ou seja, reali- lho (Tabela 1 e 3), mediante análise de cor-
de hortas locais (Tabela 2). zar preços promocionais para os dois pri- relação pôde-se observar que houve corre-
Embasado nos preços de compra meiros produtos e compensar a perda na lação negativa significativa entre estes dois
(atacado) e de venda (varejo) dos prin- margem de comercialização geral no pre- parâmetros (Tabela 4).
Hortic. bras., v. 25, n. 3, jul.-set. 2007 477
MBD Tofanelli et al.

Tabela 4. Coeficientes de correlação simples entre volume de olerícolas comercializado CAMARGO FILHO WP; MAZZERAR; ALVES HS.
semanalmente e preços praticados no mercado. (Simple relationship coefficient between 2001. Mercado de raízes e tubérculos: análise de
vegetable volume commercialized weekly and prices on retail). ICA/Fimes, Mineiros, 2006. preços. Informações Econômicas 31: 36-44.
CAMPOS FM; PINHEIRO-SANT’ANA HM;
SOUZA PM; STRINGHETA PC; CHAVES
JBP. 2006. Pró-vitaminas a em hortaliças
comercializadas no mercado formal e infor-
(1)
P>0,05. mal de Viçosa (MG), em três estações do ano.
Ciência e Tecnologia de Alimentos 26: 33-40.
DUARTE RLR; ANDRADE JÚNIOR AS. 2003.
A comprovação de que Mineiros e re- resultados terem evidenciado a necessida- Estudo da oferta e comercialização de melão
giões próximas são incapazes de abastecer de dos equipamentos varejistas em vencer na Ceasa-PI (1991-1996). Horticultura Bra-
o mercado interno de olerícolas ficou evi- grandes distâncias para obtenção dos pro- sileira 21: 127-131.
denciada quando se obteve uma participa- dutos olerícolas devida à pouca expressão EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária. 2006, 23 de julho. Hortaliças
ção de 81,8% de atacados distantes no for- do setor produtivo local, situação esta que
em números: produção, 1980-2004. Disponí-
necimento das hortaliças ao município; deve ser encarada não somente como des- vel em: http://www.cnph.embrapa.br/paginas/
apenas 18,2% do produto eram fornecidos vantajosa, mas também como forma de hortalicas_em_numeros/
por produtores locais (Tabela 2). A distân- incentivo para investimentos no setor, pois hortalicas_em_numeros.htm
cia entre mercados fornecedores e compra- se não há oferta é preciso criá-la FAGUNDES GR; YAMANISHI OK. 2002. Estudo
dores (atacados e varejos) tem influência embasando-se na idealização e da comercialização do mamão em Brasília-DF.
Revista Brasileira de Fruticultura 24: 91-95.
diretamente proporcional nos preços implementação de programas de desenvol-
FARINA EMMQ; MACHADO EL. 1999.
ofertados ao consumidor final (Duarte & vimento do agronegócio olericultura local. Government regulation and business strategies in
Andrade Júnior, 2003). A pequena partici- O incentivo à olericultura local poderia, por the Brazilian fresh fruit and vegetable market. In:
pação dos produtores locais no fornecimen- exemplo, reduzir os preços pela redução WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DE
to de hortaliças, aliada a pouca expressão dos custos de transporte. SISTEMAS AGROALIMENTARES, 2. Anais…
Ribeirão Preto: Pensa/FEA/USP. p.267-275.
do volume de vendas na feira-livre podem Os resultados obtidos permitem con- FILGUEIRA FAR. 2003. Manual de olericultura:
servir como parâmetros para comprovar a cluir que em Mineiros-GO os supermerca- agrotecnologia moderna na produção e
incipiente importância do agronegócio dos são predominantes no volume de comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV. 412p.
olericultura para Mineiros e proximidades. olerícolas comercializado; as quitandas são, FAO. Food and Agriculture Organization of the
Mediante estes fatos, fica caracterizada a proporcionalmente, importantes canais de United Nations. 2007, 10 de agosto. Faostat
necessidade de se desenvolver e organizar database: core consumption data. Disponível
comercialização de produtos olerícolas; a em http://faostat.fao.org/default.aspx
o setor produtivo de olerícolas em Minei- feira-livre é pouco participativa no merca- IBRE - Instituto Brasileiro de Economia. 2006, 18 de
ros e região a fim de atender o mercado do de hortaliças e é passível de ampliações, julho. Índice Geral de Preços: IGP-DI. Fundação
interno e, ao mesmo tempo, realizar um tra- não só para beneficiar o consumidor final, Getúlio Vargas/IBRE. Disponível em: http://
balho de valorização da feira-livre e dos mas também como forma de incentivo ao www2.fgv.br/noticias_internet/ARQ/6438.PDF
produtos lá comercializados. olericultor mineirense. A feira-livre pode IBGE - Instituto Brasileiro e Geografia e Estatís-
tica. 2006a, 13 jullho. Estimativas de popula-
Os resultados obtidos pelo presente tra- ser uma forma interessante para incentivar ção. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/
balho também demonstraram que os vare- o agronegócio olerícola e para isso é im- Estimativas_Projecoes_Populacao/Estimati-
jistas de Mineiros precisam ficar atentos às portante estruturar e ampliar a área de vas_2005/UF_Municipio.zip
possibilidades de flexibilização das mar- comercialização, bem como oferecer ou- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
gens de comercialização e às possibilida- tros momentos para a realização da feira- tística. 2006b, 13 de julho. Sidra: Sistema
des de oferecimentos de dias promocionais, livre. O mercado de hortaliças é dependente IBGE de recuperação automática. Disponível
em: http://www.sidra.ibge.gov.br
pois a manipulação estratégica das margens do abastecimento a longas distâncias, o que
LOURENZANI AEBS; SILVA AL. 2004. Um es-
de lucro poderia favorecer maior consumo indica o pouco desenvolvimento da tudo da competitividade dos diferentes canais
de determinadas hortaliças pelo simples olericultura local. de distribuição de hortaliças. Gestão e Produ-
fato de seus preços sofrerem diminuição ção 11: 385-398.
sem, porém, afetar significativamente o AGRADECIMENTOS RANGEL SB; FAGUNDES GR; FALCÃO TCC;
rendimento lucrativo das vendas. MENDES RS; YAMANISHI OK. 2003. Perfil
do mercado varejista e consumidor de mamão dos
As informações obtidas neste trabalho Os autores agradecem ao FIMES pelo grupos ‘solo’ e ‘formosa’ do Distrito Federal-DF.
são de considerável relevância para os Revista Brasileira de Fruticultura 25: 85-88.
apoio na execução do presente trabalho.
mercados varejistas do município de Mi- SILVA CRM; NAVES MMV. 2001.
neiros, pois dão uma idéia do consumo se- Suplementação de vitaminas na prevenção de
manal de olerícolas, relacionando-o com o REFERÊNCIAS câncer. Revista de Nutrição 14: 135-143.
preço praticado nos mercados atacadista e SILVA CS; PEROSA JMY; RUA PS; ABREU CLM;
AGRIANUAL - Anuário da Agricultura Brasilei- PÂNTANO SC; VIEIRA CRYI; BRIZOLA
varejista. Isto possibilita, por exemplo, que RMO. 2003. Avaliação econômica das perdas de
ra. 2000. São Paulo: FNP. p.49-50.
um equipamento possa aumentar as ven- banana no mercado varejista: um estudo de caso.
BONONI G. 2005. Ceagesp: gigante dos
das de determinados produtos mediante hortifrutigranjeiros e palco dos pequenos. A Revista Brasileira de Fruticultura 25: 229-234.
preços mais acessíveis obtidos por melhor Granja 684: 50-55. VILELA NJ; LANA MM; NASCIMENTO EF;
manipulação das margens de BUENO CR; REIS RP; SOUZA M. 1999. Estu- MAKISHIMA N. 2003. Perdas na
comercialização, incentivando assim maior do mercadológico da sazonalidade de frutos comercialização de hortaliças em uma rede va-
rejista do Distrito Federal. Cadernos de Ciên-
consumo destes vegetais pela população. cítricos ofertados no município de Lavras-MG.
cia e Tecnologia 20: 521-541.
Outra contribuição importante é o fato dos Ciência e Agrotecnologia 23: 813-824.

478 Hortic. bras., v. 25, n. 3, jul.-set. 2007

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