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A violação dos Direitos Autorais na

internet

Trata sobre o tema da violação dos Direitos Autorais na internet.


16/jun/2004

Cássio Augusto Barros Brant


cassiobrant@adv.oabmg.org.br
Veja o perfil deste autor no DireitoNet

S abe-se que “um website tem três elementos suscetíveis de


serem protegidos mediante o direito autoral: a informação que
contém, o projeto gráfico e o código-fonte”.

“A atual Lei de Direitos Autorais, de nº 9.610/98, sem dúvida já


prevê a proteção do meio eletrônico de transmissão ou emissão de
informações, de que a Internet é o exemplo mais contundente.
Segundo seu artigo 5º, considera-se transmissão ou emissão “a
difusão de sons ou de sons e imagens, por meio de ondas
radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro
condutor; meios óticos ou qualquer outro processo
eletromagnético” . E a definição das obras protegidas abrange,
sabiamente, no artigo 7º, “as criações do espírito, expressas
por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte,
tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no
futuro”; essa última expressão torna clara a preocupação do
legislador com a imensa rapidez com que se criam novos meios de
transmissão de informações, sem que isso signifique estarem os
autores desprotegidos quanto ao que a lei chamou, quase
poeticamente, de criações do espírito humano.

Especificamente em relação a informações veiculadas pela Internet,


o mesmo artigo 7º, inciso XIII, estabelece como obras protegidas as
coletâneas, compilações, antologias, enciclopédias, dicionários,
bases de dados e quaisquer outras obras que, pela seleção,
organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação
intelectual. Claramente o meio eletrônico encontra-se enquadrado
na lei 9.610/98, possibilitando em conseqüência a reivindicação dos
direitos autorais violados.

Nesse sentido: “Os meios de comunicação ampliaram-se.


Mas essa amplitude não pode justificar ou servir como
elemento para violar o direito do autor. O espaço
cibernético, por exemplo, não é um caminho livre e
desocupado à disposição de todos e para tudo. Ele passa
por portas delimitadas e perfeitamente controláveis” (A
Nova Lei de Direitos Autorais”, 1988, Ed. Sagra Luzzato; PLINIO
CABRAL, “apud” “A Internet e os direitos autorias”, revista
“Panorama da Justiça”, MARCOS GOMES DA SILVA BRUNO e
RENATO OPICE BLUM; página 14).

Na mesma obra citada, encontra-se ainda a lição seguinte: “A


Internet é uma grande rede de computadores que permite
a qualquer um deles entrar em comunicação com qualquer
outro a ela conectado. A comunicação de todo tipo de
criação intelectual entre as diversas pessoas recoloca com
intensidade a importância da propriedade intelectual (..) O
uso de uma obra qualquer na Internet que seja protegida
pela legislação de “copyright” estará formalmente sujeita
às regras de cada país e aos acordos e Convenções
Internacionais” (JOÃO WILLINGTON e JAURY N. DE
OLIVEIRA, “A Nova Lei Brasileira de Direitos Autorais”, 1999, Edit.
Lúmen Júris, pág. 10/11).

No mundo cibernético onde a facilidade de encontro das


informações pela Internet é muito fácil, a violação dos direitos
autorais surge a cada instante seja uma fotografia retirada de um site
e utilizada por outro meio de comunicação, uma música de formato
MP3 adquirida por programas de compartilhamento de arquivos ou
até mesmo um texto extraído do website. Ainda podemos falar na
violação de dados gráficos e demais instrumentos de programação
que podem ser copiados. Portanto, pode-se dizer que a Internet,
hoje, é um dos maiores propagadores de violação dos direitos
autorais no mundo.
Em relação a estas violações de propriedade, podemos dizer que
gera, para o seu autor, a possibilidade de composição dos danos
sofridos, à evidência tanto materiais como morais, e estes não só por
decorrência da lei 9.610/98, mas já da Constituição Federal, artigo
5º, X. Ambos são danos patrimoniais, já que tanto na matéria
(corpórea) como os bens morais (incorpóreos) constituem, em
conjunto, nosso patrimônio em sua integralidade. De forma
equivocada, a lei 9.610/98 aponta os direitos morais do autor e seus
direitos “patrimoniais”, quando deveria ter dito direitos materiais,
em contraposição aos morais.

Seja qual for, os danos morais sofridos pelo autor através da Internet
– e não só o autor, como qualquer pessoa atingida em sua honra ou
imagem por meios eletrônicos de transmissão de dados ou imagens
– são passíveis de reparação por livre estimativa judicial, atento ao
juiz à gravidade da culpa do ofensor e às conseqüências advindas da
ofensa à vítima. Não é preciso prova de dano concreto, que na
hipótese se presume, haja vista a publicidade inerente à veiculação
das ofensas via Internet. E qualquer disposição contratual que
impeça a indenização é nula, pois os direitos morais do autor são
inalienáveis e irrenunciáveis (artigo 27).

Já os direitos materiais são arbitrados na forma prevista no artigo


102 e seguintes da lei 9.610/98. Importante, no que tange à Internet,
o artigo 103, que estabelece a sanção de perda dos exemplares
apreendidos e pagamento do preço dos que houver vendido, de obra
literária, artística ou científica editada sem autorização do titular do
direito autoral.

O mesmo se aplica à distribuição indevida e não autorizada de


fonogramas, como disposto no artigo 104, ou à sua transmissão e
retransmissão (artigo 105), hipótese que por certo protege o direito
autoral em situações como a veiculação por MP3 ou pelo Napster de
músicas sem o pagamento dos valores devidos aos donos das obras,
ao intérprete e à gravadora. Na aparência, ao menos, a legislação
brasileira encontra-se mais autorizada, e mais previdente, do que a
norte-americana.
Frise-se que toda a proteção estabelecida nos artigos citados abrange
não apenas as obras físicas, como livros ou CD’s, mas também as
obras virtuais, já que, como antes dito, qualquer criação do espírito
humano é passível de proteção ao seu autor (dano moral) ou ao
autor ou titular da obra (danos materiais).

O que inclui, em suma, e amplamente, a veiculação de informações


ou obras pela Internet, ocasionando para o ofensor a
responsabilidade civil, material e moral, dos danos que venha a
causar por via da rede mundial de computadores. Enquadrada,
conclui-se, na lei 9.610/98.

Por outro lado, temos uma ressalva quanto ao direito patrimonial do


autor. De acordo com a lei 9.610/98, o direito de propriedade é
absoluto, todavia, exerce funções sociais referentes à sua utilização,
portanto, o seu uso é ilimitado. Nos artigos 46 a 48 da Lei há
inúmeras situações que o autor não tem o controle absoluto sobre
sua obra. Isso se dá porque o princípio maior é de que haja um
garantia ao desenvolvimento nacional, através da informação, para
garantir a cultura, educação e ciência. Com isso, muitas vezes a Lei
de direitos autorais se depara com situações em o direito do autor
deve estar de forma harmônica com a função social da propriedade,
ou seja, o interesse coletivo está sobreposto ao interesse individual.
Portanto, nestes casos, o autor da obra poderá se ver em situações
que sua obra poderá estar sendo divulgada sem sua autorização,
porém, tudo dentro de uma previsão legal.

LUCCA, Newton de, SIMÃO FILHO, Adalberto, etc. Al. Direito &
INTERNET – aspectos jurídicos relevantes. Editora Edipro. 1ª
Edição, São Paulo, 2000, Pág 438.

LEVADA. Cláudio Antônio Soares. Direitos autorais na Internet.


<www.widebiz.com.br>- acesso em 24/04/2001

Fonte: http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1612/A-violacao-dos-
Direitos-Autorais-na-internet acesso 16/02

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