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FAPA – FACULDADE PORTO-ALEGRENSE

DISCIPLINA: A DIVERSIDADE REGIONAL BRASILEIRA.

A Amazônia como fronteira industrial, comercial e agrícola:


uma comparação entre os modelos de desenvolvimento da ditadura de
1964 e a atual situação da Amazônia brasileira

Professor orientador: Jonas Muradás.


Autor: Ricardo Teixeira.

Porto Alegre, 30 de junho de 2010


INTRODUÇÃO

Este texto tem por objetivo expor as políticas estatais para o desenvolvimento
da região amazônica postos em prática pela Ditadura civil-militar de 1964 e as suas
consequências para os dias atuais fazendo uma análise comparativa entre os dois
períodos. A rigor a Ditadura significou uma mudança na maneira de interpretar o
Brasil e de determinar as “prioridades da nação”, que estariam amplamente ligadas
com o desenvolvimento do capitalismo monopolista e com a Ideologia de Segurança
Nacional; a última já foi amplamente abordada por muitos autores que estudam o
período da Ditadura.

Com seu autoritarismo a Ditadura ignorou vários pontos de vista,


principalmente os de oposição ao regime, e colocou em prática um modelo de
desenvolvimento voltado para a industrialização tendo como base o capital
internacional. Vários foram os programas e órgãos federais, criados a partir de 1966,
que tinham como objetivo “desenvolver a Amazônia”; essas iniciativas significaram
uma mudança drástica no posicionamento do Estado em relação a visão de
desenvolvimento para essa região. Podemos aqui fazer uma pergunta: seria a atual
situação da Amazônia, agora com mais importância em relação a questão do
desequilíbrio ecológico, uma das “heranças malditas” do Regime ditatorial de 64, ou
os desmatamentos e a miséria quase generalizada das populações que lá vivem são
um reflexo de políticas posteriores?

Para melhor cumprirmos com o nosso objetivo iremos dividir o período


estudado em dois capítulos. O primeiro, “A ditadura repensando a Amazônia”, que
irá abordar as propostas postas em prática pelo regime e que, dentro de sua lógica,
visavam impulsionar o desenvolvimento da região; e, o último, “Um modelo como
herança”, que irá analisar os reflexos do modelo de desenvolvimento posto em
prática pela ditadura e sua relação com o desmatamento desenfreado da Amazônia,
bem como, os avanços e/ou retrocessos de outras atividades econômicas
predatórias.

O nosso objetivo é analisar a origem histórica de questões estruturais da


região da Amazônia brasileira, essa compreende os seguintes Estados da nossa
federação: Pará, Amazonas, Maranhão, Goiás, Mato Grosso, Acre, Amapá,
Rondônia e Roraima, possuindo uma área total de 5.033.072 Km². Para melhor
entendermos o objeto de pesquisa faz-se necessária uma teoria de abordagem
marxista, que entenda a Amazônia em seus diversos aspectos sociais, políticos e
econômicos inter-relacionando-os entre si e com um contexto nacional e mundial de
desenvolvimento do capitalismo monopolista.
A DITADURA REPENSANDO A AMAZÔNIA

Durante grande parte da História brasileira as nossas lideranças políticas não


possuíram quase nenhum tipo de planejamento estratégico para o desenvolvimento
da Amazônia brasileira. Essa região só passou a ser alvo de maior atenção por parte
de nossos governantes em meados do século XX, mais precisamente no ano de
1942, quando foi fundado o Banco de Crédito da Borracha S.A.; essa instituição
federal tinha como objetivo incentivar a extração do látex pelos seringalistas
comprando-o para revendê-lo nos mercados nacionais e mundiais, servindo assim
como um “atravessador” para o principal setor extrativista da época, a borracha.
Posteriormente, no ano de 1953 a necessidade de desenvolvimento de setores
econômicos alternativos a borracha fez com que o Governo federal mudasse o nome
do “Banco de crédito da Borracha S.A.” para “Banco de Crédito da Amazônia S.A.”, a
mudança não estava apenas no nome da instituição, pois essa passou a ter como
função o financiamento do outros setores da economia como a agricultura e a
pecuária. Ainda em 53 o presidente Getúlio Vargas cria a “Superintendência do
Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA), o nome já revela qual era o
seu objetivo, porém essa fracassou, pois se preocupou quase que exclusivamente
com a extração da borracha relegando as outras atividades e as questões
infraestruturais para segundo plano. Em 1960 foi inaugurada a rodovia Belém-
Brasília, facilitando a integração da região amazônica com o restante do país.

No ano de 1964 acontece o Golpe civil-militar, depondo o presidente eleito,


João Goulart. O governo autoritário, encabeçado pelos militares, possuiu um projeto
de desenvolvimento da Amazônia diferente de tudo o que havia sido posto em
prática até então; para que venhamos a entendê-lo é importante lembrar que esse
foi um período de grande supressão dos direitos dos cidadãos e cidadãs, sendo
assim, a Ditadura possuía um nível de autonomia muito maior do que os governos
anteriores, embora ainda necessitasse ter uma aliança com setores da sociedade
para garantir a governabilidade do país.
A partir de 1966 o Governo federal cria uma série de agências federais com o
intuito de promover o desenvolvimento da Amazônia, a principal delas foi a
Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), essa tinha como
objetivos principais: promover políticas próprias para o desenvolvimento e coordenar
as ações de outros órgãos federais. A SUDAM criou incentivos fiscais e financeiros
especiais para atrair investidores privados, nacionais e estrangeiros com a intenção
de promover a agricultura, a pecuária, a indústria e a mineração. Ainda em 1966 o
“banco de Crédito da Amazônia vira o Banco a Amazônia S.A. (BASA). Aqui
podemos destacar que pela primeira vez os incentivos estatais não estão
direcionados para o setor extrativista local, mas sim procuram criar novos meios de
produção, e esses tem como base principal a iniciativa privada tanto nacional quanto
estrangeira. Por fim, para promover uma maior integração da região em questão
com o restante do Brasil, o “Banco do Brasil” (BB), expande sua presença nos
Estados que compõem a Amazônia brasileira, isso se dá com a abertura de uma
série de agências em municípios que, muitas vezes, não possuíam qualquer tipo de
instituição bancária; até agora somente bancos de incentivo econômico haviam tido
uma presença significativa na região, sendo assim a abertura de uma conta por uma
pessoa física era algo muito difícil.

O maior impulso para a industrialização da Amazônia durante a Ditadura e


que não possui qualquer iniciativa de igual magnitude até os dias de hoje, foi a
criação da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), no ano de
1967. Essa seria uma zona praticamente livre de imposto de importação; a
estratégia era diminuir os custos de produção tornando a cidade de Manaus um polo
industrial capaz de concorrer nos mercados dentro e fora do país atraindo assim a
iniciativa privada.

Outra criação do Governo militar foi o Plano de Integração Nacional (PIM), em


1970, que tinha como objetivo integrar a região amazônica com o restante do Brasil,
principalmente ao Sudeste; foram, então, construídas as rodovias: Transamazônica,
Cuiabá-Satarém e Perimetral norte. A criação do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA), no mesmo ano, iniciou um projeto de colonização das
margens dessas estradas, principalmente da transamazônica, que tinha como base
o lema “Terra sem homens, para homens sem terra”, esse sistema previa a
construção de agrovilas, Agrópoles e Rurópolis, destinadas a povoar terras
devolutas do país. Porém os objetivos o Governo não eram somente povoar a
Amazônia, mas também: diminuir a pressão dos conflitos por disputas de terra, que
estavam ocorrendo no Sul e o Nordeste do Brasil; e dificultar o acesso total a terra
por parte dos colonos, criando assim um exército de reserva para o trabalho de
manutenção de projetos futuros e das próprias rodovias. Outro projeto relacionado
com os anteriores foi o Programa de Redistribuição de Terras e Estímulo a
Agroindústria do Norte e do Nordeste (PROTERRA), criado em 1971, aqui já
podemos ver a Amazônia inserida em uma sistemática mais abrangente onde o
Governo a percebe como possível área de expansão para o agronegócio e, portanto,
possuidora de um potencial produtivo significativo.

Relacionando as iniciativas públicas e privadas, até agora mencionadas, com


os programas de desenvolvimento nacional podemos citar a grande influência do “I
PND” (I Plano Nacional do Desenvolvimento), que esteve em vigor entre 1971 e
1974, os anos do “milagre econômico” da Ditadura de 64; esse reorientou a matriz
produtiva da zona franca de Manaus, para uma indústria de ponta baseada na
importação de componentes para a montagem de produtos de diversos tipos, esses,
por sua vez, chegaram aos mercados de todo o Brasil. O II PND (II Plano Nacional
de Desenvolvimento), que durou de 1975 à 1979, já foi posto em operação em uma
conjuntura de esgotamento do Regime autoritário. Esse reafirmou a “vocação do
Brasil” para a exportação de alimentos, além de subordinar a agricultura à indústria,
incentivando, assim, na Amazônia, a pecuária extensiva, para exportação; a
monocultura da soja; e a formação de latifúndios. Relacionado com esses dois
planos nacionais o governo criou, em 1974, o Programa de Pólos Agropecuários e
Agrominerais da Amazônia (POLAMAZÔNIA), com ele cresce a presença do capital
Estatal e privado dentro da região.

O Programa POLAMAZÔNIA significou o avanço definitivo do grande capital


dentro da Amazônia. O Governo visava, com esse projeto, criar quinze polos de
produção agropecuária e de minerais; dessas iniciativas poceiros, colonos, índios e
imigrantes pobres, não poderiam participar a não ser como exército de reserva para
o trabalho assalariado. A depredação ecológica mais intensa teve início nesse
período embora ainda não fosse muito criticada. O POLAMAZÔNIA pode ser visto
como o resultado de uma filosofia de governo conhecida como “Doutrina de
Segurança Nacional” essa entendia como virtuoso o processo de industrialização de
ponta, porém o Brasil estava anos atrasado, em relação a outros países, assim
sendo, a entrada do grande capital internacional, representado pelas empresas
multinacionais, era visto como impulso modernizante capaz de queimar as etapas. A
Doutrina de Segurança Nacional ainda previa ações para a defesa da nação
brasileira contra inimigos internos, representados por qualquer um que se opusesse
ao Governo e suas políticas; e externos, que seria uma nação invasora, aqui mora o
grande interesse em ocupar o território da Amazônia brasileira.

Octavio Ianni, em seu livro “Ditadura e Agricultura”, faz um resumo da


essência dos projetos para o desenvolvimento a Amazônia brasileira postos em
prática pelo Regime autoritário de 1964. Cito:

Todas as iniciativas governamentais adotadas, principalmente ao longo dos


anos 1966-78, provocaram mudanças, mais ou menos notáveis, em
praticamente todos os níveis da sociedade amazonense. Em primeiro lugar,
dinamizaram-se e diversificaram-se as atividades produtivas. Em segundo
lugar, desenvolveu-se bastante o sistema de crédito, público e privado. Em
terceiro, dinamizou-se e ampliou-se a administração publica federal na
região. Em quarto, desenvolveu-se e agravou-se a luta pela terra, luta essa
que envolve, entre outros elementos: o poder público (federal, estadual,
territorial e municipal); grandes e médias empresas agropecuárias e de
mineração; posseiros, ou antigos sitiantes e grupos indígenas. Em quinto,
recolocou-se a secular problemática indígena, seja no que se refere à
proletarização da sua mão-de-obra. Em sexto, criaram-se núcleos coloniais,
com a finalidade de constituir reservas de mão-de-obra para
empreendimentos públicos e privados. Em sétimo lugar, reformulou-se
amplamente a significação geopolítica da região amazônica, tanto no que
diz respeito aos problemas da “defesa nacional”, como no que se refere aos
problemas da “segurança interna”. (Ianni, 1964).
UM MODELO COMO HERANÇA

Para melhor percebermos as características do atual modelo de


desenvolvimento posto em prática na Amazônia teremos que levantar alguns dados
estatísticos; no decorrer desse trabalho veremos que há uma relação íntima entre as
iniciativas postas em prática na Amazônia legal nos dias de hoje e os programas de
desenvolvimento para essa região, abordados no capítulo anterior. A importância de
se pensar a Amazônia legal como território brasileiro de interesse, tanto na defesa
nacional, como em seu potencial de desenvolvimento, já é completamente justificado
quando afirmamos, que ela compreende cerca de 60% do total das terras do país,
ou seja, mais da metade de todo o nosso território, porém, com o agravamento de
questões ambientais a nível mundial como: efeito estufa, elevação do nível dos
mares e toda uma série de catástrofes ambientais que afetam diretamente a
qualidade de vida das populações mais pobres, existe muita pressão da opinião
pública internacional, pela revisão das políticas do Governo brasileiro para a
Amazônia. A aprovação de leis que venham a demarcar áreas de preservação
ambiental, principalmente nas zonas de mata virgem, está intimamente relacionada
com a disputa das populações indígenas pela demarcação de suas reservas, pois
segundo a legislação brasileira as reservas indígenas são propriedade do Estado
brasileiro com usufruto permanente para as populações indígenas, por tanto, essas
se constituiriam como zonas onde o desmatamento é proibido.

É praticamente impossível entender a expansão da fronteira agrícola na


Amazônia sem relacioná-la com os avanços tecnológicos mais recentes. O
desenvolvimento de maquinários capazes de dar mais rentabilidade na produção
dos grãos, principalmente da soja e do milho, permitiram uma redução de custos que
possibilitou a inserção dos mesmos em um competitivo mercado nacional e mundial.
O desenvolvimento da biotecnologia, com as sementes transgênicas por exemplo,
possibilitou uma maior a adaptação da soja a região do cerrado amazonense, que ja
se destaca em termos de números.
Marta Salomon, em matéria para a “Folha de S. Paulo, revela o limite máximo
atingido pela expansão das atividades agrícolas na região. Cito:

O mapa do zoneamento econômico-ecológico da Amazônia Legal, em


elaboração no governo, reconhece que a quarta parte da região (26%) é
ocupada por intensa atividade econômica e não terá mais de recompor 80%
da floresta, como prevê o limite legal de desmatamento.
Essa área mede 1,3 milhão de quilômetros quadrados e equivale a mais de
cinco vezes o tamanho do estado de São Paulo.
Mas o mapa, ao qual a Folha teve acesso, indica mais: que o corte raso
chegou ao limite e grandes extensões de terras terão de reordenar a
produção, de forma a conter pressões por mais desmatamento. Não há
estimativa segura, no entanto, do tamanho da floresta que terá de ser
recuperada, o chamado “passivo ambiental”.
“Independentemente de qualquer outra variável, chegamos ao limite da
conversão da vegetação: a fronteira [agrícola] está esgotada”, resume
Roberto Vizentin, diretor de Zoneamento Territorial do meio Ambiente (Marta
Salomon, 2008; p.1).

Essa matéria revela o quão avançado está a exploração da Amazônia legal.


Se levarmos em conta que o desenvolvimento da agroindústria e o setor de serviços,
estão intimamente ligados a expansão da produção agrícola, veremos que não se
trata apenas de uma atividade produtiva que se expande, derrubando a floresta, mas
sim em um modelo de desenvolvimento que, como vimos no capítulo anterior, tem
como base a expansão do grande capital como propulsor do desenvolvimento
econômico e, segundo a lógica da Ditadura de 64, social. Aqui podemos perceber os
reflexos das políticas postas em prática pela SUDAM, que só foi extinta no ano de
2001, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, mas foi recriada em 2003 por
Lula. Segundo dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United
Nations), o Brasil foi o país que mais desmatou entre os anos de 2000 e 2005.

Antônio Tadeu C. Veiga, em seu artigo: “A geodiversidade e o uso dos


recursos minerais da Amazônia”, faz um paralelo entre as grandes iniciativas no
ramo da mineração, postos em prática durante a ditadura e a chamada
“garimpagem”, feita por trabalhadores mais pobres e sem quase nenhum tipo de
incentivo governamental até os dias de hoje. Cito:

De modo geral, as minas de grande porte em operação na Amazônia


(ferro, ouro, manganês, bauxita, estanho, caulim) têm as seguintes
características:
• Resultam de investimentos em prospecção e pesquisa realizados há mais
de 10 ou 15 anos;
• São operações industriais de larga escala, apoiadas em tecnologias
relativamente simples (escavações a céu aberto mecanizadas, com tratores
ou dragas; circuitos de beneficiamento pouco complexos e adequados às
características dos minérios);
• Enquadram-se na legislação mineral e ambiental, incluindo o compromisso
de recuperação das áreas após a lavra;
• Seus impactos negativos afetam áreas restritas, são controlados e, muitas
vezes, reversíveis (desmatamento, erosão e assoreamento, emissão de
poeira, ruídos, descarte de efluentes, etc.), embora alguns grandes
empreendimentos acarretem impactos adicionais no seu entorno, ao atrair
populações precariamente estabelecidas e sem ocupação regular.
Situação distinta ainda vigora nas áreas de garimpagem, onde predominam:
• Operações sem planejamento, razoavelmente mecanizadas, porém
desordenadas e sem compromisso com o aproveitamento eficaz das jazidas
e com a proteção ambiental;
• Produção realizada de modo informal, à margem da legislação minerária,
ambiental, trabalhista e tributária (regularização ainda incipiente);
Impactos ambientais intensos e variados (destruição de habitats,
lançamento descontrolado de mercúrio, comprometimento dos recursos
hídricos e dos solos, degradação da fauna e flora, insalubridade,
degradação sócio-econômica-cultural, etc.) (Antônio Tadeu C. Veiga. 2008;
p. 6).

Em uma primeira análise o trecho citado pode parecer estar


favorecendo as iniciativas de mineração do período da Ditadura de 64, pois essas
possuiriam responsabilidade ecológica, mas se buscarmos a fundo as características
de tais projetos, veremos que a garimpagem é reflexo da ociosidade do exército de
reserva formado durante o período, esse era um pressuposto para o rebaixamento
do custo da mão-de-obra que trabalha nos grandes projetos de mineração. O que
temos que entender é que os apontamentos feitos nessa citação se encaixam
perfeitamente como reflexos de uma política de desenvolvimento baseada no
financiamento e no favorecimento do modo de produção capitalista que foi
implantado na década a de setenta por políticas estatais e que essas se mantêm,
com pequenas alterações, mas na essência continuam iguais.
CONCLUSÃO

Sendo assim podemos afirmar que os efeitos da expansão do grande


capital dentro da Amazônia, nos dias de hoje, causam preocupação. Suas origens
revelam a necessidade de substituições do atual sistema produtivo, que foi posto em
funcionamento durante o regime autoritário de 1964, e criação de uma matriz auto
sustentável que gere renda e desenvolvimento para a população da região como um
todo e não apenas para uma pequena parcela representada pelo grande capital
econômico e industrial.

A Doutrina de Segurança Nacional da Ditadura foi responsável por um


processo de marginalização de grande parte da população na Amazônia legal,
principalmente nas zonas de grande avanço da fronteira agrária e industrial como o
Cerrado, pois essas pessoas não tinham e não tem acesso aos programas de
desenvolvimento do Governo. O desmatamento, por sua vez, é um problema latente
que expõem não somente a nação brasileira a desastres climáticos como a
população mundial, tendo em vista que as florestas equatoriais são as grandes
responsáveis pela manutenção do equilíbrio climático em todo o globo. Não
podemos esquecer, porém, que a Ditadura de 64 não se constitui como uma
exceção dentro da História brasileira; essa é permeada por mandos e desmandos
por parte dos governantes, tendo o autoritarismo como uma tradição política,
econômica e social. O fim da Ditadura, no âmbito político, não foi acompanhado de
uma ruptura estrutural no modo de produção brasileiro, mas sim continua seguindo a
lógica do Estado patrimonialista, que confunde os interesses públicos e privados. A
construção de um pleno Estado de direito, capaz de promover justiça social em
nosso país, depende da politização, organização e união das classes oprimidas, que
não podem mais se contentar com migalhas em um país que é o maior produtor de
alimentos do mundo.
REFERÊNCIAS

IANNI, Octavio. Ditadura e Agricultura. Ed. Civilização Brasileira, Rio de


Janeiro,1986.

CORADINI, Odacir Luiz. FREDERICQ, Antoinette. Agricultura, Cooperativas e


Multinacionais. Zahar Editores. Rio de Janeiro, 1982.

JOHNSTON, Bruce F.. Agricultura e transformação estrutural. Zahar Editores. Rio de


Janeiro, 1977.

LUS, D. A.. Agronegócio e Dinâmica Urbana em Vilhena. Relatório de PIBIC. Porto


Velho: Fundação Universidade de Rondônia, 2008.

Artigo: IBGE e Ministério do Meio Ambiente lançam mapas temáticos da Amazônia.


Comunicação Social, 25 de janeiro de 2007.

Artigo: Zoneamento fecha fronteira agrícola na Amazônia Legal. Folha.com.


14/08/2008 – 08h28. HTTP://tools.folha.com.br/print?site=emcimadahora
Acessado em: 25/06/2010.

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