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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Aula 12 – IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PREVISTAS


NA CONSTITUIÇÃO E O SIMPLES NACIONAL

I – IMPOSTOS FEDERAIS
A competência exclusiva da União para instituir impostos está prevista no art.
153, da CRF/88, o qual transcrevemos, a seguir:
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Passemos, agora a tecer breves comentários sobre cada um dos impostos


previstos na competência exclusiva da União:

1.1 - IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIRO –II


(Art. 153, I, e §1º, da CRF/88 c/c Art. 19/22, CTN)

1.1.1 – NOÇÕES INICIAIS

O Imposto sobre Importação - II tem uma função eminentemente extrafiscal,


pois visa, preliminarmente, interferir na economia (e não a arrecadar recursos para os
cofres públicos), como ocorre, por exemplo, quando a União reduz suas alíquotas de
forma a permitir a entrada de determinados produtos no mercado, de forma a conter as
pressões inflacionárias desse produto ou quando, por exemplo, a União amplia as
alíquotas desse imposto a fim de resguardar determinado setor da economia que possa
está sendo prejudicado pela concorrência de similares estrangeiros.

Em virtude desse caráter extrafiscal do Imposto sobre Importação - II torna-se


necessário uma maior agilidade para alterar suas alíquotas, sem a demora que é o
processo legislativo, razão pelo qual a Constituição, tornou o II uma exceção ao
princípio da legalidade, visto que suas alíquotas podem ser alteradas, desde que
dentro dos limites e condições estabelecido em lei, por Decreto do Presidente da
República.
Art. 153, § 1º, CRF/88 - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 21, CTN - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as
alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

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Entretanto, não há que se exigir o uso de Lei Complementar para regular


as condições e limites para a alteração das alíquotas do II, pois não há nenhum
dispositivo constitucional exigindo o uso dessa espécie normativa, logo, deve-se
utilizar a Lei Ordinária neste caso. Além disso, não há necessidade da presença de
fundamentação (motivação) no decreto que altere as alíquotas desse imposto, pois
esta se encontra em seu âmbito de formação no procedimento administrativo.
RE 225602 / CE - CEARÁ
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Julgamento: 25/11/1998 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO: ALÍQUOTAS: MAJORAÇÃO
POR ATO DO EXECUTIVO. MOTIVAÇÃO. ATO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: FATO
GERADOR. C.F., art. 150, III, a e art. 153, § 1º. I. - Imposto de importação: alteração das alíquotas, por
ato do Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei: C.F., art. 153, § 1º. A LEI DE
CONDIÇÕES E DE LIMITES É LEI ORDINÁRIA, DADO QUE A LEI COMPLEMENTAR
SOMENTE SERÁ EXIGIDA SE A CONSTITUIÇÃO, EXPRESSAMENTE, ASSIM
DETERMINAR. No ponto, a Constituição excepcionou a regra inscrita no art. 146, II. II. - A
MOTIVAÇÃO DO DECRETO QUE ALTEROU AS ALÍQUOTAS ENCONTRA-SE NO
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE SUA FORMAÇÃO, MESMO PORQUE OS
MOTIVOS DO DECRETO NÃO VÊM NELE PRÓPRIO. III. - Fato gerador do imposto de
importação: a entrada do produto estrangeiro no território nacional (CTN, art. 19). Compatibilidade do
art. 23 do D.L. 37/66 com o art. 19 do CTN. Súmula 4 do antigo T.F.R.. IV. - O que a Constituição exige,
no art. 150, III, a, é que a lei que institua ou que majore tributos seja anterior ao fato gerador. No caso, o
decreto que alterou as alíquotas é anterior ao fato gerador do imposto de importação. V. - R.E. conhecido
e provido.

Da mesma forma, a Constituição tornou o II exceção ao princípio da


anterioridade, seja a do exercício (só pode ser exigido no exercício seguinte à
publicação da lei que o instituiu ou o majorou), seja a nonagesimal (só pode ser
exigido noventa dias da publicação da lei que o instituiu ou o majorou), ou seja, se
alguma lei aumentar suas alíquotas ou alterar sua base de cálculo ou algum ato do
executivo majorar sua alíquota, estes dispositivos poderão ser aplicado imediatamente.

Art. 150, §1º, CRF/88 - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

1.1.2 – FATO GERADOR

A descrição do fato gerador do Imposto sobre Importação está prevista no art.


19, do CTN, o qual define como fato gerador desse imposto a entrada de produtos
estrangeiros em território nacional (e não a compra de produtos estrangeiros).

Art. 19, CTN - O imposto, de competência da União, sobre a importação de produtos


estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território nacional.

Todavia, o Decreto-Lei 37/1966 (Este Decreto-Lei é 18/11/1966, portanto


posterior ao CTN de 25/10/1966 – somente a CRF/67 deu status de LC ao CTN), em
seu artigo 23, estabelece, como forma de identificar em que momento se dá a entrada do
produto no território nacional, A DATA DO REGISTRO DA DECLARAÇÃO DE
IMPORTAÇÃO, NA REPARTIÇÃO ADUANEIRA, COMO O MOMENTO DA

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR DO IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO.


O Regulamento Aduaneiro, também, traz, expressamente, o mesmo momento como
aquele que dá ensejo a ocorrência do fato gerador do II.
Art. 23, Decreto-Lei 37/1966 - Quando se tratar de mercadoria despachada para
consumo,considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da
declaração a que se refere o artigo 44.

Art. 73, decreto 4.543/20002 - Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato
gerador (Decreto-lei no 37, de 1966, art. 23 e parágrafo único): I - na data do registro da
declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo; (...)

Logo, o que temos é um fato gerador espacial ou material (entrada da


mercadoria em território nacional) e um fato gerador espacial (registro da declaração de
importação na repartição aduaneira). Entretanto, segundo o STJ, a fim de eliminar as
incertezas quanto a ocorrência do fato gerador, fixou o momento do registro da
declaração de importação como aquele em que o fato gerador do II se aperfeiçoa.

REsp 362910 / PR
RECURSO ESPECIAL
2001/0129594-6
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. MERCADORIA EM TRÂNSITO DESTINADA AO
PARAGUAI. AVARIA OU EXTRAVIO. ISENÇÃO. IRRESPONSABILIDADE DO
TRANSPORTADOR. PRECEDENTES.
1. Não obstante o fato gerador do imposto de importação se dê com a entrada da mercadoria
estrangeira em território nacional, torna-se necessária a fixação de um critério temporal a que se
atribua a exatidão e certeza para se completar o inteiro desenho do fato gerador. Assim, EMBORA
O FATO GERADOR DO TRIBUTO SE DÊ COM A ENTRADA DA MERCADORIA EM
TERRITÓRIO NACIONAL, ELE APENAS SE APERFEIÇOA COM O REGISTRO DA
DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO NO CASO DE REGIME COMUM e, nos termos precisos do
parágrafo único, do artigo 1º, do Decreto-Lei nº 37/66, "com a entrada no território nacional a mercadoria
que contar como tendo sido importada e cuja a falta seja apurada pela autoridade aduaneira". (...). 4.
Recurso não conhecido.

1.1.3 – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do Imposto sobre Importação está prevista no art. 20, do


CTN, o qual assim dispõe:

Art. 20, CTN - A base de cálculo do imposto é: I - quando a alíquota seja específica, a unidade
de medida adotada pela lei tributária; II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal
que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da
arrematação.

Como alíquota ad valorem (mais adotada) podemos conceituar aquelas em


percentual que incidem sobre a base de cálculo do imposto (a grandeza econômica); já
como alíquota específica temos aquelas calculadas em valor monetário por unidade (ex:
R$10,00 por unidade; R$ 5,00 por Kg).

Nas alíquotas ad valorem, a fim de evitarem-se distorções nos reais valores da


mercadoria importada, O CTN DETERMINOU QUE A ALÍQUOTA INCIDISSE

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

SOBRE O PREÇO REAL DE VENDA, INDEPENDENTE DO QUE FOI


DECLARADO PELO IMPORTADOR. Contudo, para se encontrar esse valor, deve-
se utilizar o que dispõe o art. 7º, do GATT (Acordo geral sobre Tarifas Aduaneiras e
Comércio1).

Agora, no caso de bens apreendidos ou abandonados que foram adquiridos em


licitação (leilão), a base de cálculo será o preço pago para arrematar o bem no leilão.
Todavia, deve-se ter cuidado com fraudes, visto que o importador pode abandonar o
bem, para recomprá-lo em leilão por um preço bem menor do seu real preço.

1.1.4 - CONTRIBUINTE

Quanto ao contribuinte do Imposto sobre Importação, cabe mencionar que,


segundo dispõe o CTN, em seu art. 222, será aquele que importar mercadoria ou a quem
a lei a ele equiparar ou o que arrematar produtos apreendidos ou abandonados.

O Decreto-Lei 37/66, com a nova redação trazida pelo Decreto-Lei 2.472/88,


clareou o rol daqueles que são considerados sujeitos passivos do Imposto sobre
Importação, bem como, o rol daqueles que são considerados responsáveis tributário
deste imposto:
Art.31. Decreto-Lei 37/66 - É contribuinte do imposto: I - o importador, assim considerada
qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no Território Nacional; II - o
destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; III - o
adquirente de mercadoria entrepostada.
Art. 32, Decreto-Lei 37/66 - É responsável pelo imposto: I - o transportador, quando
transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso
interno; II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incubida da custódia de
mercadoria sob controle aduaneiro.

1.1.5 - LANÇAMENTO

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ARTIGO VII (GATT) VALOR PARA FINS ALFANDEGÁRIOS (...) 2.(a) O VALOR PARA FINS
ALFANDEGÁRIOS DAS MERCADORIAS IMPORTADAS DEVERÁ SER ESTABELECIDO SOBRE O VALOR
REAL DA MERCADORIA IMPORTADA À QUAL SE APLICA O DIREITO OU DE UMA MERCADORIA
SIMILAR, E NÃO SOBRE O VALOR DO PRODUTO DE ORIGEM NACIONAL OU SOBRE VALORES
ARBITRÁRIOS OU FICTÍCIOS. (b) O "VALOR REAL" DEVERÁ SER O PREÇO AO QUAL, EM TEMPO E
LUGAR DETERMINADOS PELA LEGISLAÇÃO DO PAÍS IMPORTADOR, AS MERCADORIAS IMPORTADAS
OU AS MERCADORIAS SIMILARES SÃO VENDIDAS OU OFERECIDAS À VENDA POR OCASIÃO DAS
OPERAÇÕES COMERCIAIS NORMAIS EFETUADAS NAS CONDIÇÕES DE PLENA CONCORRÊNCIA. Essas
mercadorias ou mercadorias similares são vendidas ou oferecidas à venda em condições de plena concorrência e através de
operações comerciais normais, Na medida em que o preço dessas mercadorias ou de mercadorias similares dependa da
quantidade sobre a qual recai uma transação determinada, o preço considerado deverá guardar relação na conformidade da
escolha efetuada em definitivo pelo país importador, quer com quantidades comparáveis, quer com quantidades fixadas de
forma não menos favorável ao importador do que se fosse tomado o maior volume dessas mercadorias que efetivamente tenha
dado ensejo a transações comerciais entre o país exportador e o país importador. (c) No caso em que for impossível determinar
o valor real em conformidade com os termos da alínea (b), do presente parágrafo, o valor para fins alfandegários deverá ser
baseado na equivalência comprovável, mais próxima desse valor.
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Art. 22, CTN - Contribuinte do imposto é: I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; II - o arrematante de produtos
apreendidos ou abandonados.

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O lançamento do Imposto sobre Importação, em regra, por determinação


expressa da legislação aduaneira, é realizado por homologação, pois determina que o
sujeito passivo recolha o valor do tributo antes de qualquer procedimento fiscal.

No caso de importação de bens que ultrapassem o limite permitido para a


isenção das mercadorias inseridas dentro do conceito de bagagem acompanhada, o
lançamento será feito por declaração (Declaração de Bagagem Acompanhada).

1.1.6 – COMENTÁRIOS FINAIS

Por fim, cabe apresentarmos alguns conceitos que mesmo fora do escopo do
Direito Tributário, podem ser úteis na compreensão de questões de concurso que tratem
do Imposto sobre Importação:

I) Drawback – é um regime aduaneiro especial, podendo ser considerado


um incentivo a exportação, pois visa proteção da indústria nacional. Em
virtude desse benefício o exportador de produto acabado é restituído do
valor pago a título de Imposto sobre Importação incidente sobre a
importação de insumos de origem estrangeira (matéria-prima ou
produtos intermediários) ou tem esse pagamento suspenso ou torna-se
isento desse imposto (art. 335, Regulamento Aduaneiro – Decreto
4.543/2002) 3

II) Dumping – é a invasão de mercadorias estrangeiras por preços abaixo


do custo daquelas mercadorias comercializadas no mercado nacional,
no intuito de acabar com a concorrência neste mercado

III) Desembaraço Aduaneiro – é a liberação da mercadoria, registrada no


SISCOMEX, ao importador.

1.2 - IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE


PRODUTOS NACIONAIS OU NACIONALIZADOS (Art. 153, II, e §1º, da
CRF/88 c/c Art. 23/28, CTN)

O imposto sobre a exportação - IE também é um tributo extrafiscal, pois serve,


por exemplo, como mecanismo de incentivo a exportação. Por esta razão este tributo
não se submete ao princípio da legalidade (podendo ter suas alíquotas alteradas por
Decreto, nos limites e condições estabelecidas em lei) nem ao princípio da anteiroridade
(nonagesimal e do exercício).

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Art. 335, Decreto 4.543/2002 - O regime de drawback é considerado incentivo à exportação, e pode ser aplicado nas
seguintes modalidades: I - suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após
beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada; II - isenção dos
tributos exigíveis na importação de mercadoria, em quantidade e qualidade equivalente à utilizada no beneficiamento,
fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado; e III - restituição, total ou parcial, dos tributos pagos
na importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento
de outra exportada.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 153, § 1º, CRF/88 - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 26, CTN - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da
política cambial e do comércio exterior.
Art. 150, §1º, CRF/88 - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

1.2.1 – FATO GERADOR

O Fato Gerado do IE é a saída para o exterior (fora do território nacional) de


produtos nacionais ou nacionalizados. O art. 23, do CTN, assim dispõe:

Art. 23, CTN - O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o estrangeiro, de
produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território
nacional.

Entretanto, a fim de se solucionar a incerteza quanto ao o momento da saída do


produto do território nacional (por exemplo: saída do porto; saída do mar territorial,
saída da Zona Econômica Exclusiva, etc.), O REGULAMENTO ADUANEIRO
ESTABELECEU COMO MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO
GERADOR DO IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO, A DATA DO REGISTRO
DA EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX, independente de ter ocorrido qualquer
alteração da legislação quando da efetiva saída da mercadoria do território nacional.
Art. 213, Regulamento Aduaneiro – Decreto 4.543/2002 - O imposto de exportação tem como
fato gerador a saída da mercadoria do território aduaneiro.
Parágrafo único. Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na
data do registro de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex)

RE 227106 / PE - PERNAMBUCO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO
Julgamento: 21/03/2000 Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. AÇÚCAR. OPERAÇÕES QUE
JÁ HAVIAM SIDO REGISTRADAS NO SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO
EXTERIOR - SISCOMEX QUANDO FORAM EDITADAS AS RESOLUÇÕES NºS.
2.112/94 E 2.136/94, DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL. Equivalendo os
registros informatizados das operações de exportação no SISCOMEX, para todos os efeitos
legais, à guia de exportação (art. 6º, § 1º, do Decreto nº 660/92), é fora de dúvida que, no
caso, as operações que, por essa forma, já se achavam registradas quando do advento das
resoluções sob enfoque, não poderiam ser atingidas pelas novas regras nelas veiculadas,
sob pena de ofensa ao princípio do direito adquirido. Recurso não conhecido.

Todavia, A MERA ASSINATURA DE CONTRATO (MESMO COM SEU


REGISTRO NO SISCOMEX) ANTERIOR AO REGISTRO INFORMATIZADO
DE EXPORTAÇÃO NO SISCOMEX NÃO É SUFICIENTE PARA
CONFIGURAR A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, conforme já assentou a
jurisprudência do STF.

RE 235858 / PE - PERNAMBUCO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO


Julgamento: 13/12/2002 Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO. AÇÚCAR. RESOLUÇÕES N.°S
2.112/94 E 2.136/94, DO CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL. ALEGADA OFENSA
AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA. A Medida Provisória
n.° 655 de 14 de outubro de 1994, convertida, após sucessivas reedições, na Lei n.º 9.019/95,
teve o efeito de revogar, a partir de sua edição -- na conformidade da jurisprudência pacífica do
STF --, o § 3.° do art. 1.° do DL n.° 1.578/77, que autorizava o Poder Executivo a relacionar os
produtos sujeitos ao imposto em apreço, generalizando, por esse modo, a incidência do tributo,
salvo hipótese prevista na Constituição (inciso II do § 3.° do art. 153). Regulamentando a
norma do § 1.° do art. 1.° do referido DL n.° 1.578/77, estabeleceu o Decreto n.° 660/92
equiparação entre a guia de exportação e o registro informatizado da exportação no
SISCOMEX (§ 1.° do art. 6.°), para efeito de identificação do fato gerador. No presente
caso, os registros de exportação foram realizados em fevereiro e abril/95, posteriormente,
portanto, à edição da MP n.° 655/94 e da Resolução n.° 2.136/94, do BACEN, que fixou a
alíquota do IE em 2% para açúcares de cana, não havendo espaço para falar-se em incidência
retroativa da lei tributária. Registre-se, por fim, SER IRRELEVANTE QUE, NO CASO, A
VENDA DO AÇÚCAR HOUVESSE SIDO REGISTRADA NO SISCOMEX ANTES DA
EDIÇÃO DA MP 655/94, JÁ QUE NÃO SE TRATA DE ATO EQUIPARADO À GUIA
DE EXPORTAÇÃO, PARA O EFEITO ACIMA MENCIONADO. O acórdão recorrido,
dissentindo do entendimento exposto, não pode subsistir. Recurso conhecido e provido.

1.2.2 – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do Imposto sobre Exportação será, no caso de alíquotas


ad valorem, o preço normal que a mercadoria alcançaria em condições de livre
concorrência no Mercado Internacional; enquanto para as alíquotas específicas,
será a unidade de medida estabelecida pela lei tributária.4

Art. 24, CTN - A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar,
alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou
lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de
exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o
custo do financiamento.

Todavia, na determinação da base de cálculo do imposto sobre importação,


não pode o preço de venda das mercadorias exportadas ser inferior ao seu custo de
aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da
margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e
contribuições.

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Art. 214, Regulamento Aduaneiro – Decreto 4.543/2002 - A base de cálculo do imposto é o preço normal que a
mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado
internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior. § 1º Quando o preço da mercadoria for de
difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a Câmara de Comércio Exterior fixará
critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo. § 2º Para efeito de determinação
da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição
ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma
dos custos, mais impostos e contribuições.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

1.2.3 - CONTRIBUINTE

O contribuinte do Imposto sobre Exportação é o exportador ou a aquele


que a ele equiparar5, ou como dispõe o Regulamento Aduaneiro, qualquer pessoa que
promova a saída da mercadoria do território nacional:
Art. 217. É contribuinte do imposto o exportador, assim considerada qualquer pessoa que
promova a saída de mercadoria do território aduaneiro

1.2.4 – LANÇAMENTO

O Imposto sobre Exportação é lançado por homologação pelo exportador e o


desembaraço aduaneiro é a homologação expressa do procedimento do contribuinte.

1.3 – IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA


(Art. 153, III e §2º, CRF c/c Art.43/45, CTN)

O Imposto de Renda – IR, ou melhor, o Imposto Sobre Renda e Proventos de


Qualquer Natureza, é um tributo com caráter eminentemente fiscal, isto é, visa única e
exclusivamente arrecadar recursos para os Cofres Públicos da União.

O art. 43, do CTN, define como FATO GERADOR do Imposto de Renda não
apenas A RENDA, ENTENDIDA COMO A DISPONIBILIDADE ECONÔMICA
(o sujeito passivo recebe a renda ou proventos) OU JURÍDICA (o sujeito passivo
recebe o crédito, podendo dispor do mesmo juridicamente, sem contudo receber
efetivamente a renda) ORIUNDA DO PRODUTO DO CAPITAL (EX: JUROS E
APLICAÇÕES FINANCEIRAS), DO TRABALHO (E: SALÁRIO E
VENCIMENTOS) OU DA COMBINAÇÃO DOS DOIS (EX: PROLABORE DOS
SÓCIOS E O LUCRO) mas QUAISQUER PROVENTOS QUE POSSAM GERAR
ACRÉSCIMOS PATRIMONIAIS PARA O SUJEITO PASSIVO,
INDEPENDENTE DA NOMENCLATURA, CONDIÇÃO JURÍDICA (Ex: renda
originada do Jogo do Bicho, do lenocínio, etc. – Princípio do “pecunia non olet”)
OU LOCALIZAÇÃO QUE ESSES PROVENTOS POSSAM TER (ou rendas
possam ter). Ex: Honorários, salário, vencimentos, lucro.
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza
tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não
compreendidos no inciso anterior.
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da
localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as
condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto
referido neste artigo.

5
Art. 27, CTN - Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equiparar.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Enquadra-se, também, como renda ou provento de qualquer natureza, aquela


renda oriunda do exterior, a qual será disponibilizada para fins de tributação do Imposto
de Renda, na data do balanço, no qual tiverem sido apuradas.6 Portanto, pode a Fazenda
Pública tributar o contribuinte do IR, domiciliado no país, independentemente de qual
país seja a fonte das rendas (princípio da nacionalidade)
Art. 74, MP n.º 2.158/2001 - Para fim de determinação da base de cálculo do imposto de renda
e da CSLL, nos termos do art. 25 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e do art. 21
desta Medida Provisória, os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão
considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no
qual tiverem sido apurados, na forma do regulamento.
Parágrafo único. Os lucros apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de
dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se
ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação
em vigor.

1.3.1 – BASE DE CÀLCULO

A base de cálculo do Imposto de renda, segundo dispõe o art. 44, CTN7, é o


montante real, arbitrado ou presumido das rendas ou proventos tributáveis. Mas o que
podemos entender como presumido, arbitrado ou real?

Para a pessoa jurídica, a base de cálculo do IR é o lucro. Segundo, prevê o art.


247, do RIR/99, em regra, a base de cálculo do IR será o LUCRO REAL, entendido
como o lucro líquido do período, ou seja, é o efetivo acréscimo no patrimônio da
pessoa jurídica, apurado pelo cotejo das receitas em confronto com os custos e
despesas, ocorridas no período de apuração.8

Já o LUCRO PRESUMIDO é uma opção concedida pela legislação do IR


para alguns contribuintes (aqueles que não estão obrigados a apuração do lucro real).
Para os optantes desta modalidade, o lucro, o será calculado aplicando-se uma
alíquota sobre a receita bruta anual.

Art. 25, Lei 9.430/96 - O lucro presumido será o montante determinado pela soma das
seguintes parcelas:
I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26
de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, auferida no período de apuração de que trata o art. 1º desta Lei;

6
O Prof. Luiz Emygdio reforça uma corrente doutrina que sustenta que o § 2º, do Art. 43, CTN, incluídos pela LC
104/2001, são inconstitucionais por alterarem o conceito de renda previsto no art. 153, III, CRF/88, inserindo neste conceito, a
renda auferida por pessoa jurídica no exterior. (Manual de Direito Financeiro e Direito Tributário, 20ed. Ed Renovar: RJ. 2007.
P.727).
7
Art. 44, CTN - A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos
tributáveis.
8
Art. 247. Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações
prescritas ou autorizadas por este Decreto (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º). § 1º A determinação do lucro real será
precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das disposições das leis
comerciais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 37, § 1º). § 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para
efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na
determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados,
respectivamente, observado o disposto no parágrafo seguinte (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 4º). § 3º Os valores
controlados na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR, existentes em 31 de dezembro de 1995, somente serão
atualizados monetariamente até essa data, observada a legislação então vigente, ainda que venham a ser adicionados, excluídos
ou compensados em períodos de apuração posteriores (Lei nº 9.249, de 1995, art. 6º).

9
DIREITO TRIBUTÁRIO II

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras,


as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso
anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele mesmo período.

Por fim, temos o chamado LUCRO ARBITRADO, o qual é aplicado quando


o contribuinte não cumpre sua obrigação de escriturar os livros fiscais ou optar
indevidamente pelo lucro presumido. Nestas situações, será aplicado um percentual
sobre a receita bruta, porém, não sendo possível o cálculo da receita bruta, será
cálculo será realizado com base no último lucro apurado de forma idônea, do ativo,
do capital social, do patrimônio líquido, das compras de mercadorias, da folha de
salários ou do valor do aluguel (Art. 535, doRIR).

Art. 530, Dec. 3000/99 - O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário,


será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art.
47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º): I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro
real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II - a escrituração a que estiver
obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou
deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira,
inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; III - o contribuinte deixar de apresentar à
autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro
Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; IV - o contribuinte optar indevidamente pela
tributação com base no lucro presumido; V - o comissário ou representante da pessoa jurídica
estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do
comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398); VI - o contribuinte não mantiver, em
boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados
para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário.

Todavia, nada impede que o contribuinte, opte pelo lucro arbitrado


(iniciativa do sujeito passivo) quando tiver incidido em algumas das hipóteses
previstas no art.530, do Dec. 3000/99 (RIR) e seja possível o cálculo da receita bruta.
Art. 531, Dec. 3000/99 - Quando conhecida a receita bruta (art. 279 e parágrafo único) e desde
que ocorridas as hipóteses do artigo anterior, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do
imposto correspondente com base no lucro arbitrado, observadas as seguintes regras (Lei nº
8.981, de 1995, art. 47, §§ 1º e 2º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º):
I - a apuração com base no lucro arbitrado abrangerá todo o ano-calendário, assegurada, ainda,
a tributação com base no lucro real relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se a
pessoa jurídica dispuser de escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal que
demonstre o lucro real dos períodos não abrangidos por aquela modalidade de tributação;
II - o imposto apurado na forma do inciso anterior, terá por vencimento o último dia útil do
mês subseqüente ao do encerramento de cada período de apuração.

No caso das PESSOAS FÍSICAS, a base de cálculo será calculada será a


diferença de todos os rendimentos percebidos, no ano-calendário, excluídos os não
tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva, e
as deduções legalmente previstas (saúde, educação, previdência social oficial e
privada, livro caixa, pensão alimentícia e valor padrão por dependentes)
Art. 83, Dec. 3000/99 - A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a
diferença entre as somas (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, e Lei nº 9.477, de 1997, art. 10, inciso
I):
I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não
tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva;

10
DIREITO TRIBUTÁRIO II

II - das deduções relativas ao somatório dos valores de que tratam os arts. 74, 75, 78 a 81, e 82,
e da quantia de um mil e oitenta reais por dependente.

Cabe destacar que, segundo a jurisprudência assentada no STJ, NÃO PODE O


PODER JUDICIÁRIO ATUALIZAR AS TABELAS DO IMPOSTO DE RENDA,
visto ser esta uma atribuição do legislador.

AgRg no REsp 722934 / DF


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2005/0018757-0
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.
CORREÇÃO DA TABELA DE IMPOSTO DE RENDA. ARTIGOS 43, II E 44, DO CTN, E
1º, DA LEI 8.383/91. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.
I - Com efeito, em nenhum momento, sequer implicitamente, o aresto recorrido discutiu a
aplicação dos artigos 43, II e 44, do CTN, e 1º, da Lei 8.383/91, tendo apenas afirmado, em
resumo, "que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem se posicionado no
sentido de que a correção monetária, em matéria fiscal, é sempre dependente de lei que a
preveja, não sendo facultado ao Poder Judiciário aplicá-la onde a lei não determina, sob
pena de substituir-se ao legislador."(fl. 268) II - Agravo Regimental improvido.

1.3.2 - CONTRIBUINTE

O contribuinte do IR é o titular da renda ou proventos de qualquer natureza.


Todavia, nada impede que a lei atribua ao possuidor, a qualquer título, dos bens
produtores de renda ou proventos tributáveis.9

Além disso, pode a lei atribuir a fonte pagadora a condição de responsável


tributário10 (terceiro com vínculo com o fato gerador) pela retenção e recolhimento
do tributo aos Cofres Públicos. Porém, a não retenção dos valores a título de IR
pelo responsável tributário, não exclui a responsabilidade do contribuinte que
auferi a renda ou proventos e tem relação direta e pessoal com o fato gerador do
IR.

1.3.3 - LANÇAMENTO

O lançamento do IR, atualmente, é do tipo por homologação (art. 150, CTN),


visto que compete ao sujeito passivo (pessoa física ou jurídica) efetuar a declaração de
bens (obrigação acessória), calcular o montante do imposto e realizar o pagamento do
mesmo. Caberá a fazenda Pública apenas homologar ou não esse pagamento.

1.3.4 - ALÍQUOTA

9
Art. 45, CTN - Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir
a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único.
A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção
e recolhimento lhe caibam.
10
Art. 121, CTN - Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e
direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte,
sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

11
DIREITO TRIBUTÁRIO II

O CTN não estabelece as alíquotas do IR, competindo ao legislador ordinário


fixá-las, porém sem que fira os princípios da capacidade contributiva e da
progressividade

1.3.5 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS AO IR

O art. 153, §2°, CRF, prevê como princípios que devem nortear o IR a
generalidade, a universalidade e a progressividade.
Art. 153, § 2º, CRF - O imposto previsto no inciso III: - será informado pelos critérios da
generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;

Os princípios da generalidade são corolários do princípio da isonomia


tributária. O primeiro significa que todas as pessoas estarão submetidas á
incidência do IR, independentemente do cargo ou função que possam ocupar, sem
que haja desigualdades fiscais; já a universalidade diz respeito à exigência de que
todas as rendas e proventos estarão sujeitas ao IR, independentemente da
natureza jurídica dos acréscimos patrimoniais obtidos.

O princípio da progressividade das alíquotas do IR exige que sejam


aplicadas alíquotas maiores aos rendimentos mais elevados

1.4 – IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI (Art. 153, IV,


CRF/88 e §§ 1º e 3º; Art. 46/51, CTN)

O IPI, atualmente, apresenta um fim dominantemente fiscal, embora ainda seja


utilizada a sua função extrafiscal, visto que o mesmo deve atender a seletividade em
função da essencialidade do produto11. No passado, o IPI tinha caráter precipuamente
extrafiscal, razão pela qual o Constituinte Originário o colocou entre aqueles impostos
que são considerados exceção ao princípio da anterioridade e da legalidade, visto que
podem ter suas alíquotas alteradas, dentro dos limites da lei, por decreto e não
precisarem esperar o final do exercício para serem aplicadas.

Contudo, o IPI não é exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal,


introduzido pela EC 42/2003. Logo, o IPI não precisa esperar até o final do exercício
para aplicar suas alíquotas que foram majoradas, mas precisa aguardar 90 dias da
publicação da norma que institui ou majorou o tributo.

O CTN, em seu art. 153, §3º, prevê que o IPI seja obrigatoriamente seletivo e
não-cumulativo.

Para ser seletivo, as alíquotas do IPI devem ser estabelecidas de acordo com
a essencialidade, ou seja, deveram ser menores quando aplicadas em produtos com
maior grau de essencialidade e maiores quando os produtos forem menos essenciais
para a sociedade (ex: tabaco, jóia, etc.).

Já, para o IPI ser não-cumulativo, deverá ser permitido à compensação o


que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, isto é, o
11
Art. 153,§ 3º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do
produto;

12
DIREITO TRIBUTÁRIO II

IPI incide apenas ao valor agregado em cada operação (Não é imposto em cascata.
Recolhe-se apenas a diferença entre o valor de entrada no estabelecimento e da saída do
produto). Desse modo, não poderá, no final da cadeia de produção, o tributo cobrado ser
maior que o valor da maior alíquota multiplicado pelo valor final da mercadoria
Art. 153,§ 3º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso IV:
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o
montante cobrado nas anteriores;

Art. 49, CTN - O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido
resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos
saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados.
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte
transfere-se para o período ou períodos seguintes.

Agora, SE HOUVER A INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTA ZERO OU


AQUISIÇÃO DE ALGUM INSUMO FOR NÃO TRIBUTADA, NÃO HAVERÁ
CRÉDITOS A SEREM COMPENSADOS. TODAVIA, SE OS INSUMOS
FOREM ISENTOS, HAVERÁ O DIREITO DE CRÉDITO.

RE 370682 / SC - SANTA CATARINA


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO
EMENTA: Recurso extraordinário. Tributário. 2. IPI. Crédito Presumido. Insumos sujeitos à
alíquota zero ou não tributados. Inexistência. 3. Os princípios da não-cumulatividade e da
seletividade não ensejam direito de crédito presumido de IPI para o contribuinte
adquirente de insumos não tributados ou sujeitos à alíquota zero. 4. Recurso extraordinário
provido.

RE-AgR 240395 / RS - RIO GRANDE DO SUL


AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL. REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. BENEFÍCIO
FISCAL. CRÉDITO. VEDAÇÃO. PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE.
OBSERVÂNCIA. Lei estadual. Benefício fiscal outorgado ao contribuinte. Crédito decorrente
da redução da base de cálculo do tributo. Vedação. Impossibilidade. A Constituição Federal
somente não admite o lançamento do crédito nas hipóteses de isenção ou não-incidência.
Precedente do Tribunal Pleno. Agravo regimental não provido.

Além disso, é necessário frisar que o IPI não incide sobre produtos destinados a
exportação, isto é, as exportações são imunes ao IPI. Da mesma forma, a fim de
incentivar a modernização do parque industrial e a economia real (em detrimento do
sistema financeiro), a EC 42/2003 introduziu na CRF/88 que o IPI deverá ter suas
alíquotas reduzidas, amenizando, assim, o seu impacto sobre a aquisição de bens de
capital.

Art. 153, §3º, CRF – (...) III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao
exterior. IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte
do imposto, na forma da lei.

1.4.1 – FATO GERADOR

13
DIREITO TRIBUTÁRIO II

O art. 46, do CTN, elenca como fato gerador do IPI: a) o seu desembaraço
aduaneiro; b) a sua saída do estabelecimento; c) a sua arrematação.
Art. 46, CTN - O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como
fato
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51;
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto que
tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o
aperfeiçoe para o consumo.

Quando a industrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização


do produto, fora de estabelecimento produtor, o fato gerador considerar-se-á ocorrido no
momento em que ficar concluída a operação industrial. Do mesmo modo, o IPI será
devido sejam quais forem as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a
que se faça a importação ou de que decorra a saída do estabelecimento produtor. 12

Entretanto, o Regulamento do IPI ampliou o conceito de produtos


industrializados, passando a abarcar:
Art . 4º, Lei 4.502/64 - Equiparam-se a estabelecimento produtor, para todos os efeitos desta
Lei:
I - os importadores e os arrematantes de produtos de procedência estrangeira;
II - as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados,
industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento do mesmo contribuinte;
III - os que enviarem a estabelecimento de terceiro, matéria-prima, produto intermediário,
moldes, matrizes ou modelos destinados à industrialização de produtos de seu comércio.
IV - os que efetuem vendas por atacado de matérias-primas, produtos intermediários,
embalagens, equipamentos e outros bens de produção.

1.4.2 – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do IPI, segundo dispõe o art. 47, CTN13, é:

1) para produtos oriundos do exterior, será o preço que o mesmo ou um similar


teria ao tempo da importação em condições de livre concorrência, para
entrega no porto ou lugar de entrada do produto no país, porém acrescido do
II, das taxas exigidas para a entrada do produto no país e dos encargos
cambiais efetivamente pagos pelo importador

12
Art. 2º, Lei 4.502/64 - Constitui fato gerador do impôsto: I - quanto aos produtos de procedência estrangeira o respectivo
desembaraço aduaneiro; II - quanto aos de produção nacional, a saída do respectivo estabelecimento produtor. § 1º Quando a
industrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora de estabelecimento produtor, o fato
gerador considerar-se-á ocorrido no momento em que ficar concluída a operação industrial. § 2º O impôsto é devido sejam
quais forem as finalidades a que se destine o produto ou o título jurídico a que se faça a importação ou de que decorra a saída do
estabelecimento produtor.

13
Art. 47, CTN - A base de cálculo do imposto é: I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido
no inciso II do artigo 20, acrescido do montante: a) do imposto sobre a importação;b) das taxas exigidas para entrada do
produto no País; c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; II - no caso do inciso II do
artigo anterior: a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; b) na falta do valor a que se refere a alínea
anterior, o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; III - no caso do inciso III
do artigo anterior, o preço da arrematação.

14
DIREITO TRIBUTÁRIO II

2) para a saída de produtos industrializados do estabelecimento de importador,


industrial, comerciante ou arrematante, será o valor da operação que
decorrer a saída da mercadoria e, na falta desse valor, será o preço corrente
da mercadoria, ou similar no mercado atacadista da praça do remetente;

3) para a arrematação de produto apreendido ou abandonado e levado a leilão,


será o preço da arrematação.

Todavia, não há que se falar na inclusão de juros ou correção monetária


originadas da venda financiada dos produtos na base de cálculo do IPI, visto que os
mesmos não integram o processo de produção.

1.4.3 – SUJEITO PASSIVO

O ART. 51, do CTN, prevê que serão considerados contribuintes do IPI: o


importador, o industrial, ou a ele equiparado (aquele que apesar de não realizar
materialmente o processo de industrialização, a lei o considera como contribuinte do IPI
– art. 9º, Dec. 4.544/2002)14, o comerciante (fornecedor do industrial ou de quem a ele a
lei equipara).
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes
definidos no inciso anterior;
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer
estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante.

Todavia, SE A EMPRESA NÃO DER NOVA SAÍDA AO PRODUTO


QUANDO DA IMPORTAÇÃO DO PRODUTO, OU SEJA, SE A EMPRESA FOR
O CONSUMIDOR FINAL DO PRODUTO, NÃO HAVERÁ INCIDÊNCIA DO

14
Art. 9º , Decreto 4.544/2002 – RIPI - Equiparam-se a estabelecimento industrial: I - os estabelecimentos importadores de
produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I); II- os
estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos
importados por outro estabelecimento da mesma firma; III - as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de
produtos importados, industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento do mesmo contribuinte, salvo se
aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II (Lei nº 4.502, de
1964, art. 4º, inciso II, e § 2º, Decreto-lei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 1ª, e Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 37,
inciso I); IV - os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sido realizada por outro estabelecimento da
mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens,
recipientes, moldes, matrizes ou modelos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso III, e Decreto-lei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração
33ª); V - os estabelecimentos comerciais de produtos do Capítulo 22 da TIPI, cuja industrialização tenha sido encomendada a
estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor
da encomenda (Decreto-lei nº 1.593, de 21 de dezembro de 1977, art. 23); VI - os estabelecimentos comerciais atacadistas dos
produtos classificados nas posições 71.01 a 71.16 da TIPI (Lei nº 4.502, de 1964, observações ao Capítulo 71 da Tabela); VII -
os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas e demais produtos, de
produção nacional, classificados nas posições 22.04, 22.05, 22.06 e 22.08 da TIPI e acondicionados em recipientes de
capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes estabelecimentos (Lei nº 9.493,
de 1997, art. 3º): a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como insumo na fabricação de bebidas; b)atacadistas e
cooperativas de produtores; ou c) engarrafadores dos mesmos produtos. VIII – os estabelecimentos comerciais atacadistas que
adquirirem de estabelecimentos importadores produtos de procedência estrangeira, classificados nas posições 33.03 a 33.07 da
TIPI (Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 39); IX - os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que
adquirirem produtos de procedência estrangeira, importados por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica
importadora, observado o disposto no § 2º ( Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 79); e X - os estabelecimentos
atacadistas dos produtos da posição 87.03 da TIPI (Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, art. 12).

15
DIREITO TRIBUTÁRIO II

IPI, POIS NÃO HAVERÁ OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES E EM VIRTUDE DO


PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE A EMPRESA NÃO TERÁ COMO
COMPENSAR.

Apesar de haver discordâncias doutrinárias que sustentam que a


finalidade da incidência do IPI na importação (desembarco aduaneiro) é
equilibrar os preços desses produtos com os similares nacionais, visto que se não
houvesse a incidência estes estariam em desvantagem frente aos importados (os
quais, em regra, são desonerados da carga tributária em seu país de origem), ESSE
ENTENDIMENTO NÃO DEVE SER ADOTADO EM PROVAS DE
CONCURSOS, JÁ QUE É CONFLITANTE COM A JURISPRUDÊNCIA DO
STF.
RE-AgR 255682 / RS - RIO GRANDE DO SUL
AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
Julgamento: 29/11/2005 Órgão Julgador: Segunda Turma
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPI. IMPORTAÇÃO: PESSSOA FÍSICA
NÃO COMERCIANTE OU EMPRESÁRIO: PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE:
CF, art. 153, § 3º, II. NÃO-INCIDÊNCIA DO IPI. I. - Veículo importado por pessoa física
que não é comerciante nem empresário, destinado ao uso próprio: não-incidência do
IPI: aplicabilidade do princípio da não-cumulatividade: CF, art. 153, § 3º, II.
Precedentes do STF relativamente ao ICMS, anteriormente à EC 33/2001: RE 203.075/DF,
Min. Maurício Corrêa, Plenário, "DJ" de 29.10.1999; RE 191.346/RS, Min. Carlos Velloso,
2ª Turma, "DJ" de 20.11.1998; RE 298.630/SP, Min. Moreira Alves, 1ª Turma, "DJ" de
09.11.2001. II. - RE conhecido e provido. Agravo não provido.

1.4.4 - LANÇAMENTO

O IPI é objeto do lançamento por homologação , isto é, o sujeito passivo, a


cada período determinado em lei, calcular o montante do tributo, levando-se em conta
as entradas e saídas de produtos industrializados, deduzindo do valor a pagar os créditos
(não-cumulatividade) e recolhendo, antecipadamente, a diferença, sob condição
resolutória de homologação pelo Fisco.

Por fim, cabe destacar que a fixação da data de recolhimento do IPI não está
sujeita a reserva legal, podendo ocorrer por outro tipo de legislação.

RE 250232 / SP - SÃO PAULO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES
Julgamento: 23/11/1999 Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: - IPI. Portaria 266/88 do Ministro da Fazenda. Fixação de prazo para recolhimento
do tributo. - O Plenário desta Corte, ao concluir, em 2.12.98, o julgamento do RE 140.669, deu
pela constitucionalidade do artigo 66 da Lei 7.450, de 23 de dezembro de 1985, e da Portaria
266/88, sob o fundamento de que a fixação do prazo para o recolhimento do tributo não é
matéria reservada à Lei. Dessa decisão divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário
conhecido e provido.

16
DIREITO TRIBUTÁRIO II

1.5 – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – IOF (Art. 153, V e §§ 1º


e 5º, CRF/88, e Art. 63/67, CTN)

O IOF é um imposto com caráter precipuamente extrafiscal, pois permite que a


União intervenha no Mercado Financeiro, aquecendo-o ou resfriando-o (instrumento de
política cambial), fato que justifica este imposto ser exceção aos princípios da
legalidade, anterioridade (do exercício e a nonagesimal).
Art. 150, § 1º, CRF/88 - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
Art. 153, § 1º, CRF/88 - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 65, CTN - O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da
política monetária.

Cabe destacar que o art. 67, CTN, prevê, expressamente, que os recursos
arrecadados com este imposto serão destinados a formar as reservas monetárias.
Entretanto, a nosso ver, este dispositivo não foi recepcionado pela atual
Constituição, pois o art. 167, IV, da mesma, veda, em regra, a vinculação dos
impostos (EM PROVA DE CONCURSOS DEVE TER ATENÇÃO SE A
QUESTÃO É TRANSCRIÇÃO LITERAL DO CTN OU DOUTRINÁRIA)

Art. 67, CTN - A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas monetárias, na
forma da lei.

1.5.1 – OURO ATIVO FINANCEIRO

Outro ponto relevante quanto ao IOF refere-se a sua incidência sobre o Ouro
considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial, pois nesta situação incidirá
exclusivamente o IOF, devido na operação de origem, com alíquota mínima de 1%, não
sendo admitida a incidência do IOF nas operações subseqüentes.

RE 190363 / RS - RIO GRANDE DO SUL


EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IOF. OURO: TRANSMISSÃO DE OURO
ATIVO FINANCEIRO. C.F., art. 153, § 5º. Lei 8.033, de 12.04.90, art. 1º, II. I. - O ouro,
definido como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se, exclusivamente, ao
IOF, devido na operação de origem: C.F., art. 153, § 5º. Inconstitucionalidade do inciso II do
art. 1º da Lei 8.033/90.

Agora, quando o Ouro for considerado mercadoria, incidirá sobre o mesmo


todos os tributos que normalmente incidem em qualquer mercadoria (ICMS, IPI, II e IE)

1.5.2 – FATO GEADOR

O art. 63, do CTN, prevê as hipóteses de ocorrência do fato gerador do IOF,


quais sejam:

17
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e
sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários tem como fato gerador:
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou
do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou
estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado
em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por
este;
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento
equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão,
pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso IV, e
reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título representativo de uma
mesma operação de crédito.

Portanto, O IOF INCIDIRÁ SOBRE CONTRATOS DE CRÉDITO, DE


CÂMBIO, DE SEGURO E SOBRE OPERAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES
MOBILIÁRIOS.

Todavia, já se posicionou O STF PELA IMPOSSIBILIDADE DE


INCIDÊNCIA DO IOF SOBRE OS SAQUES REALIZADOS EM CADERNETA
DE POUPANÇA, visto que os mesmos não se equiparam a operações de crédito.

Súmula 664, STF - É INCONSTITUCIONAL O INCISO V DO ART. 1º DA LEI 8033/1990,


QUE INSTITUIU A INCIDÊNCIA DO IMPOSTO NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO,
CÂMBIO E SEGUROS - IOF SOBRE SAQUES EFETUADOS EM CADERNETA DE
POUPANÇA.

Agora, SE ESTIVERMOS DIANTE DE APLICAÇÃO EM FUNDOS DE


INVESTIMENTOS COMPOSTO POR TÍTULOS (PÚBLICOS OU PRIVADOS),
INCIDIRÁ O IOF.

O STF, em sede de cautelar em ADI 1763, assentou que haverá a incidência do


IOF em operações de factoring que impliquem em financiamento.

ADI-MC 1763 / DF - DISTRITO FEDERAL


MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
EMENTA: IOF: incidência sobre operações de factoring (L. 9.532/97, art. 58): aparente
constitucionalidade que desautoriza a medida cautelar. O âmbito constitucional de incidência possível
do IOF sobre operações de crédito não se restringe às praticadas por instituições financeiras, de tal
modo que, à primeira vista, a lei questionada poderia estendê-la às operações de factoring, quando
impliquem financiamento (factoring com direito de regresso ou com adiantamento do valor do crédito
vincendo - conventional factoring); quando, ao contrário, não contenha operação de crédito, o factoring,
de qualquer modo, parece substantivar negócio relativo a títulos e valores mobiliários, igualmente
susceptível de ser submetido por lei à incidência tributária questionada.

1.5.3 – BASE DE CÁLCULO

Quanto à base de cálculo, o art. 64, CTN, assim dispõe:


Art. 64. A base de cálculo do imposto é:
I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os
juros;

18
DIREITO TRIBUTÁRIO II

II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido,


entregue ou posto à disposição;
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como
determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.

No que se refere às alíquotas, merece frisar novamente que as mesmas podem


ser alteradas pelo Executivo e não se submetem a anterioridade (anual e nonagesimal).

1.5.4 - CONTRIBUINTE

O art.66, CTN, prevê que QUALQUER DAS PARTES DA OPERAÇÃO


TRIBUTADA PODERÁ SER O CONTRIBUINTE DO IOF, A DEPENDER
APENAS DA ESCOLHA DO LEGISLADOR ORDINÁRIO.
Art. 66, CTN - Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como
dispuser a lei.

O regulamento do IOF (Dec. 6.306/2007) estabelece como contribuintes do


IOF qualquer pessoa física ou jurídica que seja tomadora do crédito, (ocorrendo
alienação de direitos de crédito em factoring, o contribuinte será o alienante) – NO
CRÉDITO; aqueles que comprarem ou venderem moedas estrangeiras – NO
CÂMBIO; as pessoas físicas ou jurídicas seguradas – NO SEGURO; os
adquirentes de títulos ou valores mobiliários – NOS TÍTULOS E VALORES
MOBILIÁRIOS e os respectivos titulares das operações financeiras – OURO
ATIVO FINANCEIRO OU INSTRUMENTO CAMBIAL.

Art. 4º, Dec.6.306/2007 – RIOF - Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas
tomadoras de crédito. Parágrafo único. No caso de alienação de direitos creditórios resultantes
de vendas a prazo a empresas de factoring, contribuinte é o alienante pessoa física ou jurídica.
Art. 12, Dec.6.306/2007 – RIOF - São contribuintes do IOF os compradores ou vendedores de
moeda estrangeira nas operações referentes às transferências financeiras para o ou do exterior,
respectivamente. Parágrafo único. As transferências financeiras compreendem os pagamentos
e recebimentos em moeda estrangeira, independentemente da forma de entrega e da natureza
das operações.

Art. 19, Dec.6.306/2007 – RIOF - Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas
seguradas

Art. 26, Dec.6.306/2007 – RIOF - Contribuintes do IOF são: I - os adquirentes de títulos ou


valores mobiliários e os titulares de aplicações financeiras; II - as instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na hipótese prevista
no inciso IV do art. 28

Art. 37, Dec.6.306/2007 – RIOF - Contribuintes do IOF são as instituições autorizadas pelo
Banco Central do Brasil que efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou
instrumento cambial

19
DIREITO TRIBUTÁRIO II

1.5.5 - LANÇAMENTO

O lançamento do IOF é feito por homologação

1.6 – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR


(Art. 153, VI e §4º, CRF/88 e Art. 29/31, CTN)

O ITR é outro imposto com caráter eminentemente extrafiscal, pois é usado


como instrumento de política fundiária, visto que suas alíquotas podem ser elevadas
de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (as alíquotas
serão maiores à medida que menor for à produtividade da terra, isto é, as alíquotas
serão progressivas), bem como, não incidirá sobre as pequenas glebas exploradas
por produtores rurais que não possuam outro imóvel.
Art. 153, § 4º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que
não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

Todavia, apesar do caráter extrafiscal desse imposto, estará sujeito aos


princípios da legalidade e da anterioridade (anual e nonagesimal).

Quanto às pequenas glebas, a Lei 9.393/96 estabeleceu o seguinte conceito:

Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre
pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não
possua outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área
igual ou inferior a :
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal
mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia
Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.

A mesma norma legal a fim de sanar a injustiça com aqueles produtores rurais
que possuam mais de um imóvel, cujas áreas somadas são inferiores ao estabelecido no
art. 2º, em seu art. 3º concedeu isenção a essas propriedades.

Art. 3º São isentos do imposto: (...) II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo


proprietário, cuja área total observe os limites fixados no parágrafo único do artigo anterior,
desde que, cumulativamente, o proprietário:
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;
b) não possua imóvel urbano.

Outro ponto a se destacar quanto ao ITR diz respeito à possibilidade


introduzida pela EC 42/2003 que permite aos Municípios que optarem fiscalizar e
arrecadar esse imposto, desde que não implique redução de imposto ou qualquer outra
forma de renúncia fiscal. Cabendo a este a totalidade dos recursos arrecadados caso
optem por fiscalizar e arrecadar o ITR.

20
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 158, II, CRF/88 - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a
totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III

1.6.1 – FATO GERADOR

O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou a posse do imóvel


localizado fora da área urbana do município15, em 1º de janeiro de cada ano.

Art. 29, CTN - O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem
como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como
definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.

Art. 1º, Lei 9.393/96 - O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração
anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.

Cabe ressaltar que o ITR incide apenas sobre o valor da terra nua, isto é, sem
considerar o que sobre ela foi posto pelo homem, razão pela qual o CTN,
expressamente, adotando o previsto no art. 43, CC/191616, previu como componente do
fato gerador apenas os imóveis por natureza, isto é, o solo, o espaço aéreo o subsolo, as
árvores e frutos pendentes.

Portanto, não haverá incidência do ITR quando tratar de imóvel por acessão
física (quando o homem incorpora permanentemente ao solo; ex: sementes lançadas ao
solo, edifícios, etc.) e por acessão intelectual (quando o proprietário mantiver no imóvel
para a exploração industrial, aformoseamento e comodidade)

1.6.2 – BASE DE CÁLCULO

A BASE DE CÁLCULO DO ITR É O VALOR FUNDIÁRIO, EM 1º DE


JANEIRO DE CADA ANO, ENTENDIDO ESSE COMO VALOR DA TERRA
NUA, ou seja, o valor do imóvel excluído o valor dos bens móveis mantidos, em caráter
permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração,
aformoseamento ou comodidade17 (exclui-se do valor do imóvel: a) construções,

15
Art. 32, § 1º, CTN - Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado
o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou
mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III -
sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V -
escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. § 2º A lei municipal
pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos
competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do
parágrafo anterior.
16
Art. 43, Código Civil de 1916 - São bens imóveis: I - o solo com a sua superfície, os seus acessórios e adjacências
naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; II - tudo quanto o homem incorporar
permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se não possa retirar sem
destruição, modificação, fratura, ou dano; III - tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em
sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade.
17
Art. 33, CTN - A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na determinação da base de
cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de
sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.

21
DIREITO TRIBUTÁRIO II

instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens


cultivadas e melhoradas e d) florestas plantadas).

1.6.3 - CONTRIBUINTE

O contribuinte do ITR será o proprietário do imóvel, o titular de seu


domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.18

Como proprietário podemos conceituar aquele que possui o domínio registrado


em cartório de imóveis; já o titular do domínio útil é aquele que possui o direito de usar,
gozar e dispor do imóvel, sem contudo possuir o domínio direto e possuidor aquele que
exerce a posse.

1.6.4 – LANÇAMENTO

O ITR é um imposto lançado por homologação.


Art. 10, Lei 9.393/96 - A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte,
independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições
estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior.

1.7 – IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS – IGF (Art. 153, VII, CRF/88)

Este imposto é da competência da União, porém até o momento não foi criado.
Porém, para que a União exerça sua competência é necessário que a Lei Complementar
estabeleça as normas gerais desse imposto (todas as diretrizes fundamentais para a
regulação desse imposto), o qual para ser criado dependerá apenas de uma Lei
Ordinária.

18
Art. 34, CTN - Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título.

22
DIREITO TRIBUTÁRIO II

II – IMPOSTOS ESTADUAIS
A competência exclusiva dos Estados e do Distrito Federal para instituir
impostos está prevista no art. 155, da CRF/88, o qual transcrevemos, a seguir:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

2.1 – Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação – ITCMD (Art. 155, I e
§1º, CRF/88 e Art.35/42, CTN

O ITCMD é um imposto, de caráter eminentemente fiscal, de competência do


Estado e do DF e incidirá sobre a transmissão causa mortis (herança) e doação de
quaisquer bens ou direitos. Logo, podemos verificar as operações em que incidem o
ITCMD são operações que não possuem caráter oneroso (não existe pagamento), ou
seja, é uma operação de caráter gracioso.

Este imposto não incidirá apenas sobre os bens imóveis, mas também
sobre os bens móveis. O ITCMD que incidir sobre os bens imóveis competirá ao
Estado da localização dos bens; enquanto o ITCMD que incidir sobre bens móveis,
será de competência do Estado onde o inventário ou arrolamento estiver se
processando, quando tratar-se de herança, agora, se estivermos diante de uma
doação, será de competência será do Estado de domicílio do doador.

Se o doador tiver domicílio fora do país e não apresentar nenhum outro


em nenhuma unidade da federação ou se teve o inventário processado no exterior,
nestes casos a CRF/88, omissa no ponto, remete a Lei Complementar o dever de
regulamentar o assunto.

Art. 155,§ 1.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso I:


I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem,
ou ao Distrito Federal
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o
inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado
no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

Outro ponto a se destacar diz respeito às alíquotas que devem ter seus
máximos fixados pelo Senado Federal, por meio de resolução. Contudo, a indexação
das alíquotas ao teto por um Estado, não garante a majoração desse imposto
quando nova Resolução do Senado ampliar o teto, visto que será necessária uma
nova lei estadual para ampliar as alíquotas do ITCMD, respeitando os limites ao Poder
de Tributar impostos pelo Estado.

23
DIREITO TRIBUTÁRIO II

RE 213266 / PE - PERNAMBUCO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 20/10/1999 Órgão Julgador: TRIBUNAL PLENO
TRIBUTA - FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA X TETO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA
MORTIS - LEI Nº 10.260/89, DO ESTADO DE PERNAMBUCO. Não se coaduna com o
sistema constitucional norma reveladora de automaticidade quanto à alíquota do imposto
de transmissão causa mortis, a evidenciar a correspondência com o limite máximo fixado
em resolução do Senado Federal.

2.1.1 – FATO GERADOR

O Art. 35, do CTN, trata do antigo Imposto sobre a Transmissão de Bens


Imóveis e de Direitos a eles Relativos de competência dos Estados, que não foi trazido
pela Carta Constitucional de 1988 e, portanto, para ser aplicado ao ITCMD (e ao ITBI)
precisa ser interpretado sob a égide do atual Sistema Constitucional.

Logo, podemos definir como fato gerador do ITCMD quaisquer


transmissões de bens (móveis ou imóveis) ou direitos oriundos de causa mortis ou
doação, excluindo-se apenas aqueles transferidos de forma onerosa entre vivos.

DEVE-SE TER ATENÇÃO A DIFERENÇA ENTRE A MEAÇÃO E A


HERANÇA, POIS SÓ ESTA TRANSMITE PROPRIEDADE, ENQUANTO A
MEAÇÃO NÃO TRANSFERE (O CÔNJUGE JÁ POSSUÍA A PROPRIEDADE)
E, POR CONSEQÜÊNCIA, NÃO PODERÁ SER TRIBUTADA. DA MESMA
FORMA, A RENÚNICIA A HERANÇA (SEM RESSALVA, EM BENEFÍCIO DE
ALGUÉM) NÃO CARACTERIZA TRANSFERÊNCIA E, PORTANTO, NÃO
ESTÁ SUJEITA A TRIBUTAÇÕ.

Será aplicada a legislação vigente à época da abertura da sucessão, que se dá


no momento da morte, inclusive, a legislação aplicada para realizar o lançamento do
ITCMD.

Súmula 112, STF – O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente
ao tempo da abertura da sucessão.

Contudo, o pagamento do ITCMD somente se dará após a avaliação dos bens


do espólio, o cálculo e a homologação do pagamento e terá seu montante calculado com
base no valor dos bens na data da avaliação.

Súmula Nº 113, STF – o imposto de transmissão "causa mortis" é calculado sobre o valor
dos bens na data da avaliação.
Súmula Nº 114, STF - o imposto de transmissão "causa mortis" não é exigível antes da
homologação do cálculo.

24
DIREITO TRIBUTÁRIO II

2.1.2 – BASE DE CÁLCULO

O ART. 38, do CTN, estabelece que a base de cálculo seja valor venal dos bens
ou direitos transmitidos; logo, o podemos considerar como BASE DE CÁLCULO DO
ITCMD O VALOR DE MERCADO DOS BENS E DIREITOS TRANSMITIDOS,
CONSIDERADOS ESTES AQUELE ENCONTRADO COMA AVALIAÇÃO
JUDICIAL DOS BENS (SÚMULA, STF, 113.

Art. 38, CTN - A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.

Mas, para evitar-se que haja defasagem do valor do bem na data da avaliação
(data do laudo) e do cálculo do ITCMD, o STJ assentou que deverá ser aplicada a
correção monetária até a data do efetivo pagamento, a partis da morte do de cujus.

2.1.3 - CONTRIBUINTE

O art. 42, CTN19, estabelece que será contribuinte do ITMD qualquer das partes
da relação tributada, conforme dispuser a lei. Logo, caberá a lei estadual fixar qual das
partes da relação tributária será considerada contribuinte do ITCMD.

Comumente, no caso de herança, as leis estaduais atribuem ao herdeiro ou


legatário; enquanto na doação poderá ser o doador ou donatário.

2.1.4 - LANÇAMENTO

O ITCMD é um imposto lançado por declaração, pois o sujeito presta


informações ao Fisco que por meio delas constitui o crédito tributário. Contudo, nada
impede a Fazenda Pública, em caso de não pagamento, efetuar o lançamento de ofício.

2.2 – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE


MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE
INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÃO, AINDA
QUE AS OPERAÇÕES E AS PRESTAÇÕES SE INICIEM NO EXTERIOR –
ICMS (art. 155, II e §§ 2º, 4º e 5º, CRF e LC 87/96)

O ICMS é um imposto eminentemente fiscal (maior arrecadação no país),


apesar de poder ser seletivo20 em função da essencialidade do produto ou do serviço, o
que lhe dá, também, um caráter extrafiscal.

19
Art. 42, CTN - Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

20
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) III - poderá ser seletivo, em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços;

25
DIREITO TRIBUTÁRIO II

O ICMS deverá ser obrigatoriamente não-cumulativo21, ou seja, o valor do


tributo pago em operação anterior (crédito) deve ser debitado da operação subseqüente
(o ICMS incide apenas sobre o valor agregado).

Além disso, a CRF/88 prevê que não há que se falar em compensação dos
créditos, nas operações de saída, caso a operação de circulação de mercadoria anterior
for desonerada do tributo (se a operação for isenta ou imune, por exemplo). Logo, se
haverá crédito para ser compensado, se o mesmo for efetivamente recolhido na
operação que anterior.
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(...)
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

CABERÁ ao Senado fixar as alíquotas interestaduais e para a exportação.


Todavia, não há que se falar mais em alíquotas para a exportação, pois estas operações
são imunes ao ICMS. Além disso, PODERÁ (faculdade) ao Senado fixar as alíquotas
máximas e mínimas (teto e piso) que poderão ser aplicadas dentro do Estado.

Outrossim, se os Estados, por convênio do CONFAZ (a fim de evitar-se a


Guerra Fiscal entre os Estados – Membros), não dispuserem de modo diverso, as
alíquotas internas do ICMS não poderão ser inferiores as alíquotas aplicadas nas
operações interestaduais
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...)
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de
um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto
no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e
nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações
interestaduais;
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final
localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual;

NAS OPERAÇÕES INTERESTADUAIS, onde o destinatário é


contribuinte do ICMS, a alíquota interestadual (menor ou igual à interna) será
destinada ao Estado de Origem (que deu saída na mercadoria), enquanto a
diferença entre a alíquota interna (maior) e a interestadual (menor) caberá ao
21
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o
que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; (...)

26
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Estado destinatário da mesma (na prática a operação ocorre do mesmo modo que
aquela onde incide apenas a alíquota interna).

Agora, se estivermos diante de destinatário, localizado em outro Estado, que


não seja contribuinte do ICMS, deverá ser aplicada a alíquota interna do Estado
de saída (produtor), competindo a este o montante do imposto recolhido.

NO CASO DE IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS, a CRF/88, com a


redação alterada pela EC 33/2001, DETERMINA QUE INCIDIRÁ O ICMS SOBRE
A ENTRADA DE QUAISQUER BENS OU MERCADORIAS ORIUNDAS DO
EXTERIOR, INDEPENDENTEMENTE, DE TER SIDO IMPORTADA POR
PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA, AINDA QUE NÃO SEJA CONTRIBUINTE
DO ICMS E QUAL SEJA O DESTINADO A SER DADO A MESMA (EX:
CONSUMO, ATIVO FIXO, ETC.). O imposto arrecadado caberá ao Estado de
domicílio ou estabelecimento do destinatário da mercadoria.
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) X - não
incidirá: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou
jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde
estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
serviço;

Anteriormente, a EC 33/2001, o STF havia sumulado que não incidiria o ICMS


nas importações de bens por pessoas físicas ou jurídicas que não fosse contribuinte do
ICMS (Súmula 660, STF - não incide ICMS na importação de bens por pessoa física ou
jurídica que não seja contribuinte do imposto). ENTRETANTO, ESTA SÚMULA
FOI REEDITADA EM 2006; PORTANTO, EM PROVAS, DEVE - SE TER
ATENÇÃO AS QUESTÕES, ANALISANDO-SE SE É UMA QUESTÃO QUE
TRAZ A LITERALIDADE DA CRF/88 OU SE TRAZ O ENTENDIMENTO DA
SÚMULA.

Outra característica se destacar sobre o ICMS é o fato de que ELE INCIDE


SOBRE O VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO, QUANDO O FORNECIMENTO
DAS MERCADORIAS VIER ACOMPANHADO COM A PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS, DESDE QUE ESTES NÃO ESTEJAM INSERIDOS NA
COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS.
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...)X - não
incidirá: (...) b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

Portanto, se o serviço não estiver na lista do ISS (LC 116/2003), deverá


incidir o ICMS sobre toda a operação, como já sumulou em algumas oportunidades o
STJ:

Súmula 163, STJ - O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em


bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre
o valor total da operação.

Súmula 156, STJ - A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob


encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.
(serviço previsto na lista da LC 116/2003)

27
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Entretanto, se o serviço estiver previsto na LC 116/2003 (competência) dos


municípios, mas a lei determina que as mercadorias deverão ser tributadas, caberá
ao sujeito passivo emitir duas notas fiscais, uma com o valor do serviço, com o ISS.
E outra com o valor das mercadorias, incidindo o ICMS.

NO QUE SE REFERE AS EXPORTAÇÕES, o ICMS, após a EC 42/2003,


passou a não incidir, em nenhuma hipótese, quando os produtos que se destinavam
a exportação e serviços prestados a destinatários no exterior, garantindo, inclusive
ao exportador o direito de se compensar no crédito surgido em decorrência das
operações anteriores.
Art.155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) X - não
incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante
do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores

Quanto aos incentivos fiscais, para serem concedidos ou revogados deverão


ter aprovação do CONFAZ, por meio de convênio (regras previstas na LC 24/75), e
não apenas de lei unilateral de um único Estado-Membro22, ou seja, a concessão dos
benefícios fiscais dependerá de prévia anuência (convênio) dos Estados-Membros.

Para a concessão de incentivos é necessária a concordância de todos os


presentes e a revogação dependerá da aprovação de quatro quintos (4/5) dos presentes; o
convênio celebrado deve ser ratificado por todos os Estados, mesmo por aqueles que
não compareceram a reunião do Conselho, respeitando o mesmo quórum para eficácia.

Outro ponto a se destacar quanto às hipóteses de incidência do ICMS diz


respeito AOS COMBUSTÍVEIS (LÍQUIDOS E GASOSOS) E LUBRIFICANTES
DERIVADOS DO PETRÓLEO E ENERGIA ELÉTRICA, POIS PARA ESTES O
VALOR ARRECADADO NÃO CABERÁ AO ESTADO DE ORIGEM, MAS AO
ESTADO DESTINATÁRIO23, quando este alienar internamente esse recurso mineral.
Argumenta-se que os recursos minerais não pertenceriam a nenhum Ente Federado
específico, mas a todos eles, ou melhor, a União Federal.
Art.155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) X - não
incidirá: (...) b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

Cabe destacar que ESTA IMUNIDADE DO ICMS, NÃO PODE SER


ESTENDIDA DE MODO A ABRANGER DERIVADOS DO PETRÓLEO QUE
NÃO SÃO CONSIDERADOS COMBUSTÍVEIS OU LUBRIFICANTES, como já
decidiu o STF.

AI-AgR 199516 / BA - BAHIA


AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a): Min. MOREIRA ALVES
Julgamento: 09/09/1997 Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: Agravo regimental. - A imunidade prevista no artigo 155, § 3º, da Constituição diz
respeito às operações relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes

22
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) XII - cabe à lei complementar: (...) g)
regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.
23

28
DIREITO TRIBUTÁRIO II

e minerais, o que não ocorre no caso, em que as operações sobre sacos de matéria plástica, pela
única circunstância de o polietileno ser derivado do petróleo e elemento para a fabricação
deles, não são, evidentemente, operações referentes a combustível líquido como é o petróleo.
Agravo a que se nega provimento.

Com a EC/2003, a CRF/88 passou a prever que a Lei complementar


competirá determinar os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o ICMS irá
incidir uma única vez (incidência monofásica). Tal alteração constitucional se deu no
intuito de otimizar a o cobrança do Imposto, permitindo a aplicação da substituição
tributária para frente (antecipando o pagamento do ICMS). Caberá, também, ao Estado
destinatário, a totalidade da arrecadação do imposto.

Todavia, se estivermos diante de operações INTERESTADUAIS DE GÁS


NATURAL E SEUS DERIVADOS E OUTROS COMBUSTÍVEIS E
LUBRIFICANTES NÃO DERIVADOS DO PETRÓLEO, REALIZADA ENTRE
CONTRIBUINTES DO ICMS, será adotada a regra padrão para operação de
mercadorias entre Estados, ou seja, a alíquota interestadual (menor ou igual à
interna) será destinada ao Estado de Origem (que deu saída na mercadoria),
enquanto a diferença entre a alíquota interna (maior) e a interestadual (menor)
caberá ao Estado destinatário da mesma. Agora, se o destinatário não for
contribuinte do ICMS, o Imposto caberá ao Estado de Origem.
Art.155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) XII - cabe à
lei complementar: (...) h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o
disposto no inciso X, b;

Art.155, § 4º, CRF/88 - Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte:


I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá
ao Estado onde ocorrer o consumo;
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido
entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre
nas operações com as demais mercadorias;
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem;

Nesta hipótese, a alteração das alíquotas do ICMS não se submeterá aos


princípios da legalidade e da anterioridade e a forma como se dará a entrega dos
recursos arrecadados serão definidas por convênio (CONFAZ).
Art.155, § 4º, CRF/88 - Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: IV - as alíquotas
do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do
§ 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (...) c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se
lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b.

Art.155§ 5º CRF/88 - As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as


relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos
Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.

2.2.1 – FATO GERADOR

29
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Caberá as normas estaduais que instituírem o ICMS fixar o fato gerador desse
tributo, contudo, dentro dos parâmetros gerais estabelecidos pela LC 87/96.
Normalmente, as legislações estaduais adotam a saída da mercadoria do
estabelecimento comercial como fato gerador do ICMS, entendida esse em seu
aspecto jurídico, ou seja, desde que haja transferência de propriedade.

Logo, não se enquadraria na definição de fato gerador do ICMS as locações, o


comodato, os furtos, os extravios de mercadorias, etc.

No caso de saída de mercadoria de um estabelecimento para outro, do mesmo


proprietário, a LC 87/9624 adotou o entendimento da incidência do ICMS. Contudo, o
STJ com entendimento divergente posicionou pela não incidência desse imposto,
visto que o mero deslocamento de um estabelecimento para outro do mesmo
proprietário, não se configura em transferência de propriedade (EM PROVAS DE
CONCURSO, ESSE É O ENTENDIMENTO RECOMENDADO).
SÚMULA 166, STJ - não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

2.2.2 – MERCADORIA

Podemos conceituar mercadorias como bens móveis corpóreos que visam a


comercialização (caracterizada pela habitualidade na atividade mercantil), seja na
situação em que foi adquirida ou produzida, seja após ter sofrido algum tipo de
transformação. Portanto, não há que se falar em mercadoria quando o bem for
adquirido para consumo próprio ou mesmo passe a integrar o ativo fixo da empresa,
situações em que esses bens perderão as sua característica de mercadoria.

Exceção a definição é a Energia Elétrica que é equiparada a mercadoria pela


constituição para fins de ICMS, apesar de ser um bem incorpóreo.

Por tais razões, o software, segundo o STF, quando for apenas à produção de
programas por encomenda ou por cessão de direitos, será um bem incorpóreo, não
sendo considerado mercadoria e, portanto, não haveria a incidência do ICMS, mas
apenas do ISS. Agora, quando o software for produzido em larga escala para a
comercialização, irá prevalecer o chamado corpus mechanicum da criação
intelectual (verdadeira mercadoria), incidindo, portanto o ICMS (são os chamados
software de prateleira).
RE 199464 / SP - SÃO PAULO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO
Julgamento: 02/03/1999 Órgão Julgador: Primeira Turma
EMENTA: TRIBUTÁRIO. ESTADO DE SÃO PAULO. ICMS. PROGRAMAS DE
COMPUTADOR (SOFTWARE). COMERCIALIZAÇÃO. No julgamento do RE 176.626,
Min. Sepúlveda Pertence, assentou a Primeira Turma do STF a distinção, para efeitos
tributários, entre um exemplar standard de programa de computador, também chamado "de
prateleira", e o licenciamento ou cessão do direito de uso de software. A PRODUÇÃO EM
MASSA PARA COMERCIALIZAÇÃO E A REVENDA DE EXEMPLARES DO

24
Art. 12, LC 87/96 - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto no momento: I - da saída de mercadoria de
estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular;

30
DIREITO TRIBUTÁRIO II

CORPUS MECHANICUM DA OBRA INTELECTUAL QUE NELE SE


MATERIALIZA NÃO CARACTERIZAM LICENCIAMENTO OU CESSÃO DE
DIREITOS DE USO DA OBRA, MAS GENUÍNAS OPERAÇÕES DE CIRCULAÇÃO
DE MERCADORIAS, SUJEITAS AO ICMS. Recurso conhecido e provido.

Esse entendimento também deve ser estendido para as gravações em vídeo,


conforme já sumulou o STF:
SÚMULA 662, STF - É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DO ICMS NA COMERCIALIZAÇÃO
DE EXEMPLARES DE OBRAS CINEMATOGRÁFICAS, GRAVADOS EM FITAS DE
VIDEOCASSETE.

Quando o estivermos diante de venda de mercadorias com a prestação de


serviços em bares e restaurantes, já decidiu o STJ que deverá ser aplicado o ICMS
sobre o valor total da operação, isto é, sobre o valor total das mercadorias adicionado
do valor dos serviços.

SÚMULA 163, STJ - O FORNECIMENTO DE MERCADORIAS COM A SIMULTANEA


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM BARES, RESTAURANTES E ESTABELECIMENTOS
SIMILARES CONSTITUI FATO GERADOR DO ICMS A INCIDIR SOBRE O VALOR
TOTAL DA OPERAÇÃO.

Também incidirá o ICMS quando o segurador vender dos bens salvados,


visto que há habitualidade mercantil por parte das seguradoras o que caracteriza
atividades ensejadoras da cobrança desse imposto.

ADI-MC 1648 / MG - MINAS GERAIS


MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA
EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. Medida cautelar. (...) 3. Incidência de ICMS
na alienação, por seguradora, de salvados de sinistro. (...).

SÚMULA 152, STJ - NA VENDA PELO SEGURADOR, DE BENS SALVADOS DE


SINISTROS, INCIDE O ICMS.

Merece destaque o fato de que o STF se posicionou pela incidência do ICMS


quando diante de leasing internacional, o qual incidirá no momento do
desembaraço aduaneiro. Logo, ocorrendo à entrada da mercadoria em território
nacional, independente do negócio que lhe deu causa, irá incidir o ICMS.

RE 206069 / SP - SÃO PAULO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE
Julgamento: 01/09/2005 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. ARRENDAMENTO
MERCANTIL - "LEASING". 1. De acordo com a Constituição de 1988, incide ICMS sobre a
entrada de mercadoria importada do exterior. Desnecessária, portanto, a verificação da
natureza jurídica do negócio internacional do qual decorre a importação, o qual não se
encontra ao alcance do Fisco nacional. 2. O disposto no art. 3º, inciso VIII, da Lei
Complementar nº 87/96 aplica-se exclusivamente às operações internas de leasing. 3. Recurso
extraordinário conhecido e provido.

2.2.3 – SERVIÇOS

O ICMS incidirá sobre os serviços de transporte interestadual e intermunicipal,


bem como o serviço de comunicação.
31
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Deve-se ter atenção ao fato de que não haverá incidência do ICMS nos
serviços de transporte intramunicipal, ou seja, aqueles que não ultrapassem as
fronteiras do município.

Da mesma forma, não haverá incidência do ICMS, segundo o entendimento


do STJ, sobre os serviços de provedores de internet, visto que estes não se
enquadram com o conceito de serviços de comunicação e sim serviços de valor
adicionado (serviços que se adicionam aos serviços de telecomunicação, ou seja,
incorporam facilidades a este).
SÚMULA 334, STJ - O ICMS NÃO INCIDE NO SERVIÇO DOS PROVEDORES DE
ACESSO À INTERNET.

EREsp 456650 / PR
EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL
(...) Da leitura dos artigos 155, inciso II, da Constituição Federal, e 2º, inciso III, da Lei
Complementar n. 87/96, verifica-se que (...). Segundo informações da Agência Nacional de
Telecomunicações – ANATEL, "a Internet é um conjunto de redes e computadores que se
interligam em nível mundial, por meio de redes e serviços de telecomunicações, utilizando no
seu processo de comunicação protocolos padronizados. (...). Em seu artigo 6º determina, ainda,
que "o Provimento de Acesso a Serviços Internet não constitui serviço de telecomunicações,
classificando-se seu provedor e seus clientes como usuários dos serviços de telecomunicações
que lhe dá suporte". Por outro lado, a Lei Federal n. 9.472/97, denominada Lei Geral de
Telecomunicações – LGT, no § 1º de seu artigo 61, dispõe que o serviço de valor adicionado
"não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se seu provedor como usuário do
serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a essa
condição". (...) Na lição de Kiyoshi Harada, "o provedor de acesso à internet libera espaço
virtual para comunicação entre duas pessoas, porém, quem presta o serviço de
comunicação é a concessionária de serviços de telecomunicações, já tributada pelo ICMS.
O provedor é tomador de serviços prestados pelas concessionárias. Limita-se a executar serviço
de valor adicionado, isto é, serviços de monitoramento do acesso do usuário à rede, colocando à
sua disposição equipamentos e softwares com vistas à eficiente navegação."(...) Como a
prestação de serviços de conexão à Internet não cuida de prestação onerosa de serviços de
comunicação ou de serviços de telecomunicação, mas de serviços de valor adicionado, em
face dos princípios da legalidade e da tipicidade fechada, inerentes ao ramo do direito
tributário, deve ser afastada a aplicação do ICMS pela inexistência na espécie do fato
imponível. (...)

Da mesma forma, também, não haverá a incidência do ICMS na habilitação de


celulares, visto que esta é uma mera atividade intermediária, não se configurando em
serviços de telecomunicação para fins tributários.

RMS 11368 / MT
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
1999/0105143-6
TRIBUTÁRIO. ICMS. INCIDÊNCIA SOBRE A HABILITAÇÃO DE TELEFONES
CELULARES. IMPOSSIBILIDADE. ATIVIDADE QUE NÃO SE CONSTITUI EM
SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÕES. ANALOGIA EXTENSIVA. EXIGÊNCIA DE
TRIBUTO SOBRE FATO GERADOR NÃO PREVISTO EM LEI. PROIBIÇÃO. ART. 108,
§1º, DO CTN. I - No ato de habilitação de aparelho móvel celular inocorre qualquer
serviço efetivo de telecomunicação, senão de disponibilização do serviço, de modo a
assegurar ao usuário a possibilidade de fruição do serviço de telecomunicações. II - O
ICMS incide, tão somente, na atividade final, que é o serviço de telecomunicação
propriamente dito, e não sobre o ato de habilitação do telefone celular, que se afigura como
atividade meramente intermediária. III - O Convênio ICMS nº 69/98, ao determinar a incidência
do ICMS sobre a habilitação de aparelho móvel celular, empreendeu verdadeira analogia
extensiva do âmbito material de incidência do tributo, em flagrante violação ao art. 108, § 1º do

32
DIREITO TRIBUTÁRIO II

CTN. IV - Recurso Ordinário provido.

Por fim, também não haverá a incidência do ICMS quando os serviços de


radiodifusão sonora (rádio) e de sons e imagens (televisão) quando esses serviços forem
prestados a título não-oneroso.

2.2.4 – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo, via de regra, é o valor da operação de circulação de


mercadoria (incluindo o valor do frete) ou da prestação de serviço de transporte
interestadual ou intermunicipal e de comunicação.

No computo do tributo, o valor do ICMS integrará sua base de cálculo.


Todavia, não comporá a base de cálculo do ICMS o montante do IPI, quando
diante de contribuintes e a operação se enquadre como fato gerador dos dois
impostos.

Art. 155, § 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XI - não
compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados,
quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

Agora, se o adquirente do bem não for contribuinte do ICMS, o IPI


comporá a base de cálculo do ICMS.

2.2.5 - CONTRIBUINTE

A LC 87/96, em seu art. 4º, conceitua o Contribuinte como qualquer pessoa,


física ou jurídica, que realize, COM HABITUALIDADE OU EM VOLUME QUE
CARACTERIZE INTUITO COMERCIAL, operações de circulação de mercadoria
ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Ou aqueles que mesmo sem caráter de habitualidade ou intuito comercial: I –


importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua finalidade; II - seja
destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no
exterior; III – adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou abandonados;
IV – adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e
energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização ou à
industrialização.

2.2.6 - LANÇAMENTO

O ICMS também é um tributo lançado por homologação, respeitado apenas a


sistemática de débitos e créditos característica deste imposto.

33
DIREITO TRIBUTÁRIO II

2.3 – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES –


IPVA (Art. 155, III e §6º, CRF/88)

O IPVA não está previsto no CTN, visto que este foi elaborado ainda sob égide
da Constituição de 1946, a qual não previa em seu Sistema Tributário o IPVA. Só com a
Constituição de 1967, o IPVA foi introduzido no Ordenamento Jurídico.

Até a EC 42/2003, não havia normas constitucionais sobre, a exceção da


atribuição de sua competência aos Estados. Todavia, com essa Emenda, foi introduzido
no Texto Constitucional, o §6º, do Art. 155, que concedeu ao Senado o poder de
estabelecer as suas alíquotas mínimas, a fim de impedir que a guerra fiscal gere
desequilíbrios orçamentários para os Estados-Membros.

Além disso, as alíquotas do IPVA poderão ser diferenciadas em função do


tipo e da utilização do veículo, ou seja, por exemplo, podemos ter uma alíquota maior
para os carros considerados de luxo e outra menor para os carros populares; ou podemos
ter uma alíquotas maiores para os veículos de passeio e menor para os Taxi.

Porém, isso não quer dizer que seja possível estender essa regra a fim de
aplicar alíquotas maiores para carros importados e menores para os produzidos no
país.
Art. 155, § 6º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas
pelo Senado Federal; II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização

No mesmo sentido, o STF se posicionou pela possibilidade dos Estados


adotarem alíquotas menores para aqueles proprietários que não tenham sofrido
multas, como forma de estimular o cumprimento das normas de trânsito.
ADI-MC 2301 / RS - RIO GRANDE DO SUL
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 27/09/2003 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
IPVA - DESCONTO - AUSÊNCIA DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. Ao primeiro exame,
não surge relevante a articulação sobre a impossibilidade de o Estado federado,
relativamente a tributo situado na respectiva competência - IPVA -, vir a dispor sobre
desconto, considerada a ausência de infração de trânsito

Também, não há que se falar na incidência do IPVA sobre veículos


aquáticos ou aéreos, pois, segundo o STF, este imposto só se aplica a veículos
terrestres.
RE 255111 / SP - SÃO PAULO
EMENTA: IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (CF, art. 155, III; CF
69, art. 23, III e § 13, cf. EC 27/85): campo de incidência que não inclui embarcações e
aeronaves.

Como até o presente, não há normas gerais da União que tratem do IPVA, os
Estado pode, legislar de forma plena (art. 24, §§ 3º e 4º).

É de se destacar, também, que o IPVA, com a EC 41/2003, em que pese se


submeter à anterioridade nonagesimal, no que se refere a alteração de sua base de
cálculo, este princípio não será aplicado.

34
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 150, §1º, CRF/88 - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts.
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos
impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

2.3.1 – FATO GERADOR, BASE DE CÁLCULO, CONTRIBUINTE E


LANAÇAMENTO

Como não há no Sistema Tributário norma geral da União que especifique o


fato gerador e a base de cálculo do IPVA, caberá a lei estadual que criar o tributo defini-
las. Normalmente, adota-se como fato gerador a propriedade do veículo automotor
terrestre no dia 1º de janeiro do exercício financeiro.

Como base de cálculo do IPVA, em regra, adota-se o valor venal do veículo,


visto que este permite quantificar o fato gerador desse imposto.

Já o contribuinte será o proprietário do veículo automotor terrestre, entendido


como aquele que cujo nome o veículo está licenciado (presunção).

Por fim, cabe mencionar que o IPVA é um imposto lançado de ofício.

35
DIREITO TRIBUTÁRIO II

III – IMPOSTOS MUNICIPAIS


Art. 156, CRF/88 - Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar

3.1 – IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL


URBANA (Art. 156, I e §1º, CRF/99 e Art. 32/34 CTN)

O IPTU tem um caráter eminentemente fiscal, sendo uma das principais fontes
de recursos para os municípios, em que pese a CRF/88, em seu art. 182, §4, II25, ter
trazido uma função extrafiscal para o IPPU, qual seja IPTU progressivo no tempo como
forma desestimular o mau aproveitamento do solo urbano (regulado pelo art. 7º do
Estatuto das Cidades – Lei 10.257/2001).

Com a EC 29/2000, foi introduzido no Texto Constitucional a autorização


para que as alíquotas do IPTU sejam progressivas em razão do valor do imóvel,
como também, em razão da localização ( e da utilização do imóvel (comercial ou
residencial). Esta alteração não buscou ampliar a característica extrafiscal do
IPTU, mas, muito pelo contrário, visou ampliar a arrecadação do Imposto, ou seja,
trouxe um objetivo eminentemente fiscal.
Art. 156,§ 1º, CRF/88 - Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, §
4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do
imóvel; e
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.

No entanto, esta progressividade não pode ser estendida de modo a ser


aplicada sobre os proprietários de mais de um imóvel, permitindo que os mesmos
sofram tributação mais onerosa, como já sumulou o STF:
SÚMULA 589, STF - É INCONSTITUCIONAL A FIXAÇÃO DE ADICIONAL
PROGRESSIVO DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO EM FUNÇÃO DO
NÚMERO DE IMÓVEIS DO CONTRIBUINTE.

3.1.1 – FATO GERADOR

O fato gerador do IPTU, segundo o art. 32, CTN, é a propriedade predial e


territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
25
Art. 182,§ 4º, CRF/88 - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II -
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento
mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos,
em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

36
DIREITO TRIBUTÁRIO II

localizado na zona urbana do Município26. Entendido por natureza o solo com a sua
superfície, os seus acessórios e adjacentes e como acessão física tudo quanto o homem
incorporar de forma permanente ao solo.

Para ser considerado área urbana, o local deve obedecer ao que dispões o §§ 1º
e 2º, do art. 32, CTN:
Art. 32, CTN:(...)
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal;
observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do
imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana,
constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do
parágrafo anterior.

3.1.2 – BASE DE CÁLCULO

A base de cálculo do imóvel é o valor venal do imóvel do imóvel,


desconsiderando-se o valor de quaisquer bens móveis que possam ter sido colocados de
forma permanente ou temporária no imóvel, uma vez que o IPTU só incide sobre
imóveis por natureza ou por acessão física.
Art. 33, CTN - A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis
mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização,
exploração, aformoseamento ou comodidade.

Com a EC 41/2003, apesar do IPTU se sujeitar a incidência da noventena, sua


base de cálculo tornou-se exceção, de forma que a mesma pode ser alterada sem ter que
esperar o prazo de 90 dias para surtir efeitos.

3.1.3 - CONTRIBUINTE

O CTN, em seu art.34, expressamente, conceituou o contribuinte como


aquele que é proprietário do imóvel (possui o domínio registrado no Registro
Geral de Imóveis), titular do seu domínio útil (aquele que pode gozar, usar e dispor
da propriedade, mas não possui o domínio direto), ou o seu possuidor a qualquer
título (aquele que possui algum dos poderes inerentes a propriedade, Ex: posse)27.

Cabe destacar que o detentor a título de posse só será considerado


contribuinte do IPTU se a mesma for caracterizada pelo animus definitivo,
excetuando-se, portanto, o locatário e o comodatário, por exemplo.

26
Art. 32, CTN - O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil,
localizado na zona urbana do Município.
27
Art. 34, CTN - Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a
qualquer título.

37
DIREITO TRIBUTÁRIO II

REsp 325489 / SP
RECURSO ESPECIAL
2001/0067505-5
TRIBUTÁRIO - IPTU - CONTRIBUINTE - POSSUIDOR - ART. 34 DO CTN. 1. O IPTU é
imposto que tem como contribuinte o proprietário ou o possuidor por direito real que
exerce a posse com animus definitivo - art. 34 do CTN. 2. O comodatário é possuidor por
relação de direito pessoal e, como tal, não é contribuinte do IPTU do imóvel que ocupa. 3. Não
sendo contribuinte o possuidor e confundindo-se, no Município, as posições de proprietário do
imóvel e de sujeito ativo para a cobrança do IPTU, resulta indevido o tributo. 4. Recurso
especial improvido.

3.1.4 - LANÇAMENTO

O IPTU é um imposto lançado de ofício

3.2 – IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO "INTER VIVOS", A QUALQUER


TÍTULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS IMÓVEIS – ITBI Art. 153, II e §2º,
CRF/88 e Art. 35/42, CTN)

O ITBI incide sobre as transmissões onerosas de bens imóveis entre vivos, de


direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia (penhor, hipoteca e anticrese), bem
como, sobre a cessão de direitos a sua aquisição.

Este imposto terá competência para cobrá-lo o município onde estiver


localizado o imóvel. No entanto, não pode o município, sob que argumento for,
estabelecer alíquotas progressivas para o ITBI, pois não há autorização
constitucional para tanto.
SÚMULA 656, STF - É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE
ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER
VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO IMÓVEL.

Cabe destacar que a CF/88, em seu art. 156, §2º, I, prevê uma imunidade
tributária (objetiva) para o ITBI, no intuito de fomentar o desenvolvimento das
empresas, a qual transcrevo, a seguir:

Art. 156,§ 2º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II:


I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente
de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, SALVO SE, NESSES CASOS,
A ATIVIDADE PREPONDERANTE DO ADQUIRENTE FOR A COMPRA E VENDA
DESSES BENS OU DIREITOS, LOCAÇÃO DE BENS IMÓVEIS OU
ARRENDAMENTO MERCANTIL;

Não obstante, se a atividade da empresa for a compra e venda de imóveis,


locação, como ocorre, por exemplo, com as imobiliárias, essa imunidade não será
aplicada, já que essas são as suas atividades preponderante.

O art. 37, do CTN, estabelece o conceito de atividade preponderante como


aquela em que mais de 50% receita operacional, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2
(dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer dessa atividade. Se as atividades
iniciarem em menos de 2 anos da compra, será levado em consideração os 3 anos
subseqüentes.

38
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 37, CTN - O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurídica adquirente
tenha como atividade preponderante a venda ou locação de propriedade imobiliária ou a cessão
de direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste artigo quando mais de
50% (cinqüenta por cento) da receita operacional da pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois)
anos anteriores e nos 2 (dois) anos subseqüentes à aquisição, decorrer de transações
mencionadas neste artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aquisição, ou menos de 2
(dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância referida no parágrafo anterior levando em
conta os 3 (três) primeiros anos seguintes à data da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido o imposto, nos
termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do bem ou direito nessa data.

3.2.1 – FATO GERADOR

O fato gerador do ITBI será as transmissões onerosas de bens imóveis entre


vivos, de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia (penhor, hipoteca e
anticrese), bem como, sobre a cessão de direitos a sua aquisição.

Logo, não há que se falar em incidência de ITBI em simples contrato de


promessa de compra e venda, pois este possui, apenas, natureza de contrato
preliminar no direito privado e, portanto, não seria cabível a incidência do ITBI.

AgRg no REsp 327188 / DF


AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL
2001/0064773-2
TRIBUTÁRIO - ITBI - PROMESSA DE CESSÃO - NÃO INCIDÊNCIA. Promessa de cessão
de direitos à aquisição de imóvel não é fato gerador de ITBI.

3.2.2 – BASE DE CÁLCULO

O CTN, em seu art. 3828, prevê como base de cálculo do ITBI, o valor venal
dos bens ou direitos transmitidos, excluindo-se o valor de quaisquer bens móveis que
possam ter sido colocados de forma permanente ou temporária no imóvel. Entende-se
como valor venal como o valor determinados pelas condições de mercado, o que não se
confunde com o valor da venda do imóvel.

3.2.3 - CONTRIBUINTE

O contribuinte do imposto é qual qualquer das partes na operação tributada,


como dispuser a lei municipal.29 Via de regra, as leis municipais optam pelo adquirente
como contribuinte do ITBI.

3.2.3 - LANÇAMENTO

O ITBI é um imposto lançado por declaração.

28
Art. 38, CTN - A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos.
29
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.

39
DIREITO TRIBUTÁRIO II

3.3 – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA – ISS (Art.


156, III e § 3º, CRF/88; LC 116/03; Dec-Lei 406/68)

O ISS também tem um caráter fiscal e abrangerá todos aqueles serviços que
estiverem previstos em Lei complementar (LC 116/2003). A lista prevista na LC
116/2003 é uma lista exaustiva, não podendo se estendida de modo a abranger outras
hipóteses de prestação de serviços.

Se os serviços que não são abrangidos pela lista da LC 116/2003, forem


prestados em conjunto com a venda de mercadorias, o ICMS incidirá sobre a sua
totalidade e não o ISS.
Art. 155,§ 2.º, CRF/88 - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) IX - incidirá
também: (...) b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; (...)

Deve-se entender a prestação de serviços como uma obrigação de fazer.


Logo, por exemplo, a locação de bens móveis, não sofrerá a incidência do ISS.

Da mesma forma, não que incidir o ISS sobre o leasing ou arrendamento


mercantil, bem como a franquia (o serviço apenas compõe uma pequena parcela do
contrato, em que pese estar prevista, expressamente no item 17.08, da lista da LC
116/2003), visto que essas atividades não materializam obrigação de fazer, logo, não
podem ser considerada prestação de serviço.

Caberá a Lei Complementar definir as alíquotas e mínimas do ISS a fim de se


evitar a guerra fiscal entre os municípios, bem como, competirá a Lei Complementar
fixar as alíquotas máximas, criando limites a arrecadação desenfreada por parte dos
municípios, e regular a forma e as condições para a concessão e revogação dos
benefícios fiscais.

Art. 156,§ 3º, CRF/88 - Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,
cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
(...)
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados

3.3.1 – ISENÇÃO HETERÔNOMA

A Constituição de 1988 prevê algumas hipóteses de isenções heterônomas,


quais sejam a do art. 155, §2º, X, “e”, CRF/88, que permite a União conceder, por meio
de Lei complementar, isenção do ICMS de produtos ou serviços destinados ao exterior
(não se exporta tributos). Com o advento da EC 42/2003, os produtos e serviços
(prestados no exterior) destinados ao exterior passaram a ser imunes ao ICMS (deve-se
ter atenção em provas de concursos, pois o art. 155, §2º, X, “e”, CRF/88 não foi
revogado, podendo ser cobrado).

Art.155, §2º, XII, CRF/88 - cabe à lei complementar: (...) e) excluir da incidência do
imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados
no inciso X, "a".

40
DIREITO TRIBUTÁRIO II

A outra hipótese quanto à isenção heterônoma está prevista no art. 156, §3º,
II, CRF/88, o qual prevê a possibilidade da União conceder do ISS (competência
municipal) nas exportações de serviços para o exterior.
Art. 156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (...) II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.

A última hipótese refere-se à concessão de isenção por meio de tratados


internacionais celebrados pela União, visto que o Presidente da República, como Chefe
de Estado, é o representante da República Federativa no plano internacional e, por
conseqüência, pode celebrar tratados concedendo isenção heterônoma.
ADI 1600 / UF - UNIÃO FEDERAL
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES
Relator(a) p/ Acórdão: Min. NELSON JOBIM
Julgamento: 26/11/2001 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
EMENTA: (...) TRIBUTAÇÃO DAS EMPRESAS NACIONAIS. QUANTO ÀS
EMPRESAS ESTRANGEIRAS, VALEM OS ACORDOS INTERNACIONAIS -
RECIPROCIDADE. VIAGENS NACIONAL OU INTERNACIONAL - DIFERENÇA DE
TRATAMENTO. AUSÊNCIA DE NORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS DE
COMPETÊNCIA ENTRE AS UNIDADES FEDERADAS. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
DO ART. 151, CF É O DAS RELAÇÕES DAS ENTIDADES FEDERADAS ENTRE
SI. NÃO TEM POR OBJETO A UNIÃO QUANDO ESTA SE APRESENTA NA
ORDEM EXTERNA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
TRANSPORTE AÉREO, DE PASSAGEIROS - INTERMUNICIPAL,
INTERESTADUAL E INTERNACIONAL. INCONSTITUCIONALIDADE DA
EXIGÊNCIA DO ICMS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO
INTERNACIONAL DE CARGAS PELAS EMPRESAS AÉREAS NACIONAIS,
ENQUANTO PERSISTIREM OS CONVÊNIOS DE ISENÇÃO DE EMPRESAS
ESTRANGEIRAS. AÇÃO JULGADA, PARCIALMENTE PROCEDENTE.

3.3.2 – FATO GERADOR

O fato gerador do ISS está previsto no art. 1º, da LC 116/2003, o qual


conceitua como aquelas prestações de serviço, previsto na lista constante da
referida norma, ainda que tais serviços não sejam considerados como atividade
preponderante da Empresa.

Art. 1º, LC 116/2003 - O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência


dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços
constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante
do prestador.
§ 1º - O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja
prestação se tenha iniciado no exterior do País.
§ 2º - Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não
ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –
ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias.
§ 3º - O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços
prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente
mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou
pedágio pelo usuário final do serviço.

3.3.3 – BASE DE CÁLCULO

41
DIREITO TRIBUTÁRIO II

A base de cálculo do ISS é o valor do serviço prestado (inclui-se no valor


do serviço o custo das mercadorias que possam ter sido usadas ou consumidas na
prestação do serviço).
Art. 7º, LC 116/2003 - o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa forem prestados no
território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à
extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer
natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município.
§ 2o Não se incluem na base de cálculo do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza:
I - o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos nos itens 7.02 e
7.05 da lista de serviços anexa a esta Lei Complementar;

3.3.4 – CONTRIBUINTE E LANÇAMENTO

O art. 5º, da LC 116/2003, define o prestador de serviço como


contribuinte do ISS.
Art. 5º, LC 116/2003 - Contribuinte é o prestador do serviço.

Considerando-se como prestador de serviço a empresa ou profissional


autônomo, com ou sem estabelecimento comercial, desde que os serviços prestados
estejam previstos na lista constante da LC 116/2003.

Já o lançamento do ISS é realizado, em regra, por homologação

3.3.5 – LOCAL DO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO

O art. 3º, da LC 116/2003, estabelece, em regra, como local para o


recolhimento do ISS, aquele em que prestador de serviços estiver sediado e, na ausência
deste, o local de seu domicílio. Exceção a essa regra diz respeito estão previstas nos
incisos de I a XX II, dessa Lei.

Art. 3º, LC 116/2003 - O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do


estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do
prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será
devido no local: I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta
de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1º do art. 1º desta Lei
Complementar; II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no
caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa; III – da execução da obra, no
caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da lista anexa; IV – da demolição, no
caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa; V – das edificações em geral,
estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.05 da
lista anexa; VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento,
reciclagem, separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no
caso dos serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa; VII – da execução da limpeza,
manutenção e conservação de vias e logradouros públicos, imóveis, chaminés, piscinas,
parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.10 da lista
anexa; VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso
dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa; IX – do controle e tratamento do
efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, químicos e biológicos, no caso dos
serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa; X – (vetado); XI – (vetado); XII – do
florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no caso dos serviços
descritos no subitem 7.16 da lista anexa; XIII – da execução dos serviços de escoramento,
contenção de encostas e congêneres, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista
anexa; XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da
lista anexa; XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços

42
DIREITO TRIBUTÁRIO II

descritos no subitem 11.01 da lista anexa; XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas
vigiados, segurados ou monitorados, no caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da
lista anexa; XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do
bem, no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa; XVIII – da execução
dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no caso dos serviços descritos
nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa; XIX – do Município onde está
sendo executado o transporte, no caso dos serviços descritos pelo subitem 16.01 da lista
anexa; XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de
estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem
17.05 da lista anexa; XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o
planejamento, organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem
17.10 da lista anexa; XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário,
ferroviário ou metroviário, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.

43
DIREITO TRIBUTÁRIO II

IV – CONTRIBUIÇÕES NA CRF/88

4.1 – CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL

4.1.1 Contribuição sobre a Folha de Pagamento, prevista no art. 195, I, da CF.

A Contribuição prevista no art. 195, I, da CF, incide sobre a folha de


salários e outros rendimentos do trabalho pagos ou creditados pela empresa, a qualquer
título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe
prestem serviços, ou a qualquer outra pessoa física que para si preste serviço quer fique
a sua disposição, mesmo sem vínculo empregatício.

A alíquota utilizada é de 20% sobre o valor total das remunerações pagas,


devidas ou creditadas a qualquer título durante o mês, não se levando em conta os
limites máximos e mínimos de contribuição para seguridade social.

Além disso, entra também no computo da base de cálculo da contribuição


incidente sobre a folha de salário, os valores pagos a título de bolsa de estudos ou
creditados ao médico-residente participante de residência médica, bem como, os valores
pagos a título de moradia, alimentação, vestuário e outras prestações in natura
fornecidas ao segurado ou ao contribuinte individual, salvo as exceções previstas no
art.72, da Instrução Normativa MPS/SRP Nº3, de 14 de julho de 2005.

4.1.2 Contribuição sobre a Receita e o Faturamento – COFINS e o PIS/PASEP

A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS foi


criada, pela Lei Complementar N.º 70, de 30 de dezembro de 1991, para substituir o
antigo FINSOCIAL, previsto no art. 23, inciso I, da Lei 8.212/91.

A base de cálculo da COFINS passou a ser a receita bruta das vendas de


mercadorias, mercadorias e serviços e serviços de quaisquer naturezas, auferidos por
pessoa jurídica, sobre a qual incidirá a alíquota de sete inteiros e seis décimos por cento,
admitindo-se o aproveitamento dos créditos referentes, por exemplo, a bens e serviços
utilizados na produção ou fabricação de bens e compra de bens para a revenda.

Não devemos esquecer que sendo o COFINS e o PIS destinados a custear


a seguridade social, devem exigidos de todos aqueles que materializam seu fato
gerador, sem que haja preferência para qualquer setor produtivo; logo, segundo o
STF, em que pese o art. 155, §3º, CRF/88 apenas prevê a incidência do II, IE e ICMS
sobre energia elétrica, telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveise
minerais do país, este Supremo Tribunal se manifestou pela incidência da COFINS e
do PIS sobre essas atividades econômicas.

Art. 155,§ 3º, CRF/88 - À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste
artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas

44
DIREITO TRIBUTÁRIO II

a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e


minerais do País.
RE 230337 / RN - RIO GRANDE DO NORTE
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. DISTRIBUIDORAS
DE DERIVADOS DE PETRÓLEO, MINERADORES, DISTRIBUIDORAS DE
ENERGIA ELÉTRICA E EXECUTORAS DE SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES. C.F., art. 155 , § 3º. Lei Complementar nº 70, de 1991. I. -
LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA COFINS E DO PIS SOBRE O
FATURAMENTO DA EMPRESA. INTELIGÊNCIA DO DISPOSTO NO § 3º DO
ART. 155, C.F. , EM HARMONIA COM A DISPOSIÇÃO DO ART. 195, CAPUT,
DA MESMA CARTA.Precedente do STF: RE 144.971-DF, Velloso, 2.º T., RTJ
162/1075. II. - R.E. conhecido e provido.

A não-cumulatividade da COFINS foi estabelecida pela Lei Federal


n.º10.833/2003, a qual, também, estabeleceu como hipótese de incidência da respectiva
contribuição o faturamento mensal.

Destaca-se, outrossim que, tendo em vista seu caráter de contribuição de


arrecadação vinculada, a COFINS tem a obrigatoriedade de ter sua arrecadação aplicada
nas atividades-fim da saúde, previdência e assistência social.

As contribuições programa de Integração Social programa de formação do


patrimônio de servidor público encontram respaldo no art. 239, da CF/1988, o qual
estabelece que a arrecadação das referidas contribuições deverá ser utilizada para
financiar o seguro - desemprego e o abono para os empregados que perceberam até dois
salários mínimos mensais no último exercício.

No que se refere ao PIS/PASEP, estas contribuições têm como base de


cálculo do faturamento, sobre o qual incidirá a alíquota de sessenta e cinco décimos por
cento (0,65%), exceto se for operação realizada por refinaria e distribuidora de
combustíveis, a qual terão alíquotas diferenciadas.

O programa de Integração Social - PIS/ programa de formação do


patrimônio de servidor público - PASEP apresenta um percentual de um inteiro por
cento, quando aplicáveis sobre a folha de salário.

As contribuições ao PIS/PASEP não – cumulativas, para pessoas jurídicas


de direito privado, terão como alíquota o percentual de um inteiro e sessenta e cinco
décimos por cento (1,65%), o qual incidirá sobre seu lucro real.

Por fim, cabe destacar que o PASEP, como contribuição que é, segundo a
CRF/88, decorre de lei e por conseqüência possui caráter obrigatório, não havendo mais
que se falar em caráter facultativo ou dispositivos específicos para os Entes Federados
aderirem a esse programa.
AI-AgR 480721 / PR - PARANÁ
AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator(a): Min. EROS GRAU
Julgamento: 10/10/2006 Órgão Julgador: Segunda Turma

45
DIREITO TRIBUTÁRIO II

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO


CONVERTIDO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO. PASEP. PRECEDENTES. PASEP. Exigibilidade da contribuição pelas
unidades da federação, pois a Constituição de 1988 retirou o caráter facultativo, bem
assim a necessidade de legislação específica, para a adesão dos entes estatais ao
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Precedentes. Agravo
regimental a que se nega provimento.

4.1.3 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, prevista no art. 195,


inciso I, alínea “c”, da CF/1988, o qual estabelece que esta Contribuição Social incidirá
sobre o lucro das empresas e entidades a elas equiparadas.

Com a publicação da Lei N.º10.637, de 30 de dezembro de 2002, a


Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL passou a ter, como alíquota, o
percentual de nove por cento (9%) o qual deveria incidir, em uma periodicidade mensal,
em todos os fatos geradores ocorridos a partir de 01 de janeiro de 2003, e teria como
base de cálculo da contribuição o valor do resultado do exercício, antes da provisão para
o imposto de renda.

4.1.4 Contribuição do Importador de Bens e Serviços do Exterior

As Contribuições cobradas do Importador de Bens e Serviços do Exterior


são concernentes àquelas instituídas para custear os Programas de Integração Social e de
Formação do Patrimônio do Servidor Público, bem como, o Financiamento da
Seguridade Social, são elas: Contribuição para o PIS/PASEP - Importação e a
Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador
de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior – COFINS - Importação.

Estas contribuições terão como fato gerador à entrada de bens estrangeiros


no território nacional ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de
valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço
prestado, conforme preceitua o art. 3º, incisos I e II, da Lei nº 10.865, de 30 de abril de
2004.

Por fim, destaca-se que a base de cálculo da Contribuição para o


PIS/PASEP - Importação e a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade
Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior –
COFINS-Importação será o valor aduaneiro, ou seja, o valor acrescido do imposto de
importação, do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -
ICMS e das próprias contribuições, conforme dispõe o art.7º, inciso I, da Lei nº 10.865,
de 30 de abril de 2004.

Para os serviços importados do exterior, a base de cálculo será o valor pago,


creditado, entregue, empregado ou remetido para o exterior, antes da retenção do
46
DIREITO TRIBUTÁRIO II

imposto de renda, acrescido do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza - ISS e das
contribuições, de acordo com o art.7º, inciso II, da Lei nº 10.865, de 30 de abril de
2004.

4.1.5 Contribuição sobre os trabalhadores e dos demais segurados da previdência


social

Esta contribuição incide sobre todos aqueles que são empregados, bem
como, aqueles que não tenham vínculo empregatício (ex: os trabalhadores autônomos).
Estas contribuições são retidas na fonte pelas empresas como responsáveis tributárias
que são por esses tributos.

Não haverá incidência da contribuição dos trabalhadores sobre os proventos


da aposentadoria e pensões concedidas pelo Regime Geral da Previdência; todavia,
haverá incidência da contribuição para custear a previdência pública dos aposentados e
pensionistas desse Sistema.

4.1.6 Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos.

A Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos esta pautada


no art. 195, III, da CF/88, o qual estabelece como forma de financiar a seguridade social
a receita proveniente da renda líquida originada dos concursos de prognósticos, ou seja,
a receita líquida proveniente de todo e qualquer concurso de sorteio de números, loterias
e apostas, inclusive hípicas, em todas as esferas federais, seja de entidades pública, seja
de entidades privadas (art. 26, §1º, da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991).

Do valor destinado ao financiamento da seguridade social, deverão ser


descontados 30% da renda líquida os quais serão destinados ao Programa de Crédito
Estudantil (art.5º, inciso III, da Lei n.º 9.288, de 01 de julho de 1996), bem como, mais
30% da renda líquida que será destinado para financiar o Programa de Financiamento
ao Estudante de Nível Superior (art.2º, da Lei n.º10.260, de 12 de julho de 2001).

A Receita Líquida, para fins de Contribuição Receita de Concursos de


Prognósticos, conforme dispõe o art. 26, §2º, da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, será:
Art. 26, §2º Para efeito do disposto neste artigo, entende-se por renda líquida o total da
arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de
despesas com a administração, conforme fixado em lei, que inclusive estipulará o valor dos
direitos a serem pagos às entidades desportivas pelo uso de suas denominações e símbolos.

Esta contribuição caracteriza-se por ser uma fonte peculiar de financiamento


da seguridade social, pois não apresenta nenhum vínculo com o trabalhador ou mesmo
com a empresa, é apenas uma forma encontrada pelo Legislador Pátrio de conseguir
fundos para custear os gastos da previdência social, como podemos depreender das
lições do Professor Wladimir Novaes Martinez:

Extintas as antigas cotas da previdência, essa é a hipótese de incidência distante da empresa


e do trabalhador, isto é, do labor propriamente dito. É o empenho desmedido do legislador
de encontrar fundos para tentar cobrir as crescentes despesas da previdência social,

47
DIREITO TRIBUTÁRIO II

entendo-se dever essa fonte de recursos estar canalizada particularmente para a assistência
social30.

Desta forma, podemos perceber que esta contribuição é uma forma de


financiamento pautado na idéia de sistema não contributivo, pois esta fonte de recursos
para a seguridade social não apresenta nenhum vínculo com seus beneficiários, como
diz o Professor Wladimir Novaes Martinez: “(...) a verdadeira contribuição da sociedade à
seguridade social, exação inteiramente desvinculada, em sua origem, do beneficiário”31.

4.2 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS


As contribuições sociais gerais são aquelas destinadas a custear outras
atividades da União na área social, como ocorre com o salário-educação e as
contribuições para o SESI, SECS, SENAI, SEBRAE, etc. (art.240, CRF/88).

Cabe destacar que parcela da doutrina entende que as contribuições para o


SESI, SECS, SENAI e SEBRAE são contribuições corporativas; entretanto, a
jurisprudência do STJ tem se posicionado pelo enquadramento das contribuições
destinadas aos serviços sociais autônomos como contribuições sociais gerais, sob o
argumento de que o fim dessas instituições é social e econômico, razão pela qual estas
devem ser custeadas por toda a sociedade.

REsp 662911 / RJ
RECURSO ESPECIAL
2004/0072911-2
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL AUTÔNOMA. ADICIONAL AO SEBRAE.
EMPRESA DE GRANDE PORTE. EXIGIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF.
1. As contribuições sociais, previstas no art. 240, da Constituição Federal, têm natureza
de "contribuição social geral" e não contribuição especial de interesses de categorias
profissionais (STF, RE n.º 138.284/CE) o que derrui o argumento de que somente estão
obrigados ao pagamento de referidas exações os segmentos que recolhem os bônus dos
serviços inerentes ao SEBRAE. 2. Deflui da ratio essendi da Constituição, na parte relativa
ao incremento da ordem econômica e social, que esses serviços sociais devem ser mantidos
"por toda a coletividade" e demandam, a fortiori, fonte de custeio. 3. Precedentes: RESP
608.101/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 24/08/2004, RESP 475.749/SC, 1ª
Turma, desta Relatoria, DJ de 23/08/2004. 4. Recurso especial conhecido e provido.

4.3 – CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇAO NO DOMÍNIO ECONÔMICO -


CIDE

A CIDE (competência da União) é um tributo extrafiscal, visto que seu fim


precípuo é intervir em uma área econômica. Uma das características marcantes da CIDE
é o fato de que a intervenção pelo destino da arrecadação a uma atividade que se quer
incentivar.

A lei (ordinária) que instituir a CIDE deve definir o seu fato gerador dentro
do campo de atividade onde visa intervir, bem como, deverá indicar a destinação dos
recursos que forem auferidos com essa contribuição especial.
30
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de Direito Previdenciário. Tomo II, Previdência Social,. 2 ed. São Paulo: LTR, 2003.
p.255.
31
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Curso de Direito Previdenciário. Tomo II, Previdência Social,. 2 ed. São Paulo: LTR, 2003.
p.255.

48
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Normalmente, a intervenção ocorre por meio de fiscalização do Poder


Público ou por meio de atividades de fomento, por exemplo, com a abertura de linhas de
crédito, investimento em infra-estrutura que permita desenvolver um setor da economia,
entre outras atividades.

4.4 – CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS

São contribuições de competência da União Federal, destinadas a entidades


que representam categorias profissionais ou econômicas. Os recursos arrecadados são
destinados a custear as atividades sindicais e representativas.

A contribuição corporativa, destinada aos sindicatos, conhecida vulgarmente


por imposto sindical é um tributo instituído por lei e compulsório; portanto, diferente da
chamada contribuição sindical que um valor pago a título voluntário por aqueles que
forem sindicalizados.

As contribuições corporativas, em virtude serem de competência da União,


para serem criadas, necessitam de uma lei ordinária da União e devem obedecer aos
princípios da anterioridade (anual e nonagesimal) e da legalidade.

Parte da doutrina inclui entre as contribuições corporativas aquelas


destinadas aos Conselhos Profissionais (OAB, CRM, CRC, CREA, etc.). Todavia, o
STJ tem se posicionado pela natureza não tributária dessas contribuições e, portanto,
não seriam contribuições, visto que os Conselhos Profissionais não tem a função
precípua de defender interesses de categoria, mas regular a profissão (em provas de
concurso, recomenda-se adotar o posicionamento do STJ).

EREsp 495918 / SC
EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL
2003/0219672-5
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL - - EXECUÇÃO LEVADA
A EFEITO PELA OAB PARA COBRANÇA DE ANUIDADES - APLICAÇÃO DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - PRECEDENTES. Diante da natureza intrínseca da
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, autarquia detentora de características diferentes
das autarquias consideradas entes descentralizados, DENOTA-SE QUE AS
CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS PELA ENTIDADE NÃO TÊM NATUREZA
TRIBUTÁRIA. Nesse diapasão, esta egrégia Primeira Seção desta colenda Corte Superior
de Justiça esposou, em recente julgado, entendimento segundo o qual "as contribuições
cobradas pela OAB, como não têm natureza tributária, não seguem o rito estabelecido
pela Lei n. 6.830/80" (EREsp 463.258/SC, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ 29/3/2004).
Embargos de divergência providos.

4.5 – CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO


PÚBLICA - COSIP

A COSIP foi introduzida no Sistema Tributário com a EC 39/2002, a qual


acrescentou o art. 149-A ao Texto Constitucional de 1988 e conferiu competência aos
Municípios e o DF para instituírem e cobrarem essas contribuições; permitindo,
inclusive, que a cobrança da contribuição se processe na conta de energia elétrica.

49
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica.

Os recursos arrecadados com a COSIP devem ser aplicados no custeio da


iluminação pública, sendo inconstitucional qualquer aplicação diversa dos recursos
arrecadados por esta contribuição (tributo de arrecadação vinculada).

50
DIREITO TRIBUTÁRIO II

V – SIMPLES NACIONAL

A EC 42/2003, autorizou (art. 146, III, d, CRF/88) a União por Lei


Complementar criar um regime tributário simplificado de caráter nacional para as micro
e pequenas empresas. Mas para tanto, o regime deverá atender os requisitos
discriminados no § único, do art. 146, CTN:

Art. 146, CRF/88 - Cabe à lei complementar: (...)III - estabelecer normas gerais em matéria de
legislação tributária, especialmente sobre: (...)d) definição de tratamento diferenciado e
favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes
especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.

A LC 123/2006 institui o Regime do Simples Nacional, o qual pode ser


definido, como um regime de tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às
microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 13, LC 123/2006 - O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante


documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e contribuições: I – Imposto sobre a
Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ; II – Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado
o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -
CSLL; IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, observado o
disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o
disposto no inciso XII do § 1º deste artigo; VI – Contribuição para a Seguridade Social, a cargo
da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no
caso das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos
incisos XIII a XXVIII do § 1º e no § 2º do art. 17 desta Lei Complementar; VI - Contribuição
para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que trata o art. 22 da Lei no 8.212, de
24 de julho de 1991, exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se
dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos XIII e XV a XXVIII do §
1º do art. 17 e no inciso VI do § 5º do art. 18, todos desta Lei Complementar; VII – Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS; VIII – Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

Integraram o regime único de arrecadação do Simples Nacional a maioria dos


impostos e contribuições da União, o ICMS e o ISS, o qual será apurado mediante a
aplicação de uma alíquota progressiva sobre a receita bruta da empresa e recolhidos
mensalmente.

51
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 18, LC 123/2006 - O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno
porte, optante do Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I
desta Lei Complementar.
§ 1º Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta
acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração.
§ 2º Em caso de início de atividade, os valores de receita bruta acumulada constantes das
tabelas dos Anexos I a V desta Lei Complementar devem ser proporcionalizados ao número de
meses de atividade no período.
§ 3º Sobre a receita bruta auferida no mês incidirá a alíquota determinada na forma do
caput e dos §§ 1º e 2º deste artigo, podendo tal incidência se dar, à opção do contribuinte, na
forma regulamentada pelo Comitê Gestor, sobre a receita recebida no mês, sendo essa opção
irretratável para todo o ano-calendário.

No Regime do Simples Nacional, não se aplica a regra da não - cumulatividade


adotada para o IPI e ICMS (também não se aplica essa regra para o PIS e COFINS não-
cumulativos). O valor da tributação deve ser calculado sobre a receita bruta auferida no
mês

5.1 – EMPRESA DE PEQUENO PORTE E MICROEMPRESA

O art. 3º, da LC 123/2006, apresenta a seguinte conceituação para empresa de


pequeno porte e microempresa:

Art. 3o Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de


pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art.
966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em
cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil
reais);
II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e
quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil
reais).

Contudo, se a empresa iniciar suas atividades no ano base, os limites


apresentados pela LC 123/2006 deverão ser calculados proporcionalmente ao número
de meses que a empresa houver exercido a atividade.
Art. 3º,§ 2º, LC 123/2006 - No caso de início de atividade no próprio ano-calendário, o limite a
que se refere o caput deste artigo será proporcional ao número de meses em que a
microempresa ou a empresa de pequeno porte houver exercido atividade, inclusive as frações
de meses.

5.2 - OPÇÃO

A opção pelo Regime do Simples deverá ocorrer no mês de janeiro, até o


último dia útil, produzindo efeitos a partir do 1º dia do ano da opção, podendo ter seus
efeitos produzidos desde o início de suas atividades, se for atendido os requisitos
estabelecidos pelo Comitê Gestor.

Art. 16, LC 123/2006 - A opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na
condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser estabelecida em
ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-calendário.
(...)

52
DIREITO TRIBUTÁRIO II

§ 2º A opção de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada no mês de janeiro, até o seu
último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção,
ressalvado o disposto no § 3o deste artigo.
§ 3º A opção produzirá efeitos a partir da data do início de atividade, desde que exercida nos
termos, prazo e condições a serem estabelecidos no ato do Comitê Gestor a que se refere o
caput deste artigo.

5.3 - EXCLUSÃO

A exclusão do regime poderá ocorrer de ofício ou por meio de comunicação a


empresa optante. Ocorrerá esta, quando a empresa opte ou, de forma obrigatória,
quando incida em algumas das situações vedadas na LC 123/2006, bem como, quando
ultrapassar, no ano-calendário de início de atividade, o limite de receita bruta
correspondente a R$ 200.000,00.

Art. 30, LC 123/2006 - A exclusão do Simples Nacional, mediante comunicação das


microempresas ou das empresas de pequeno porte, dar-se-á:
I – por opção;
II – obrigatoriamente, quando elas incorrerem em qualquer das situações de vedação previstas
nesta Lei Complementar; ou
III – obrigatoriamente, quando ultrapassado, no ano-calendário de início de atividade, o limite
de receita bruta correspondente a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), multiplicados pelo
número de meses de funcionamento nesse período, em relação aos tributos e contribuições
federais, e, em relação aos tributos estaduais, municipais e distritais, de R$ 100.000,00 (cem
mil reais) ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), também multiplicados pelo número
de meses de funcionamento no período, caso o Distrito Federal, os Estados e seus respectivos
Municípios tenham adotado os limites previstos nos incisos I e II do art. 19 e no art. 20, ambos
desta Lei Complementar.

A exclusão de ofício ocorrerá quando a empresa incidir em algumas das


hipóteses elencadas no art. 29, da LC 123/2006.

Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional dar-se-á quando:
I – verificada a falta de comunicação de exclusão obrigatória;
II – for oferecido embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de
exibição de livros e documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento
de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade que estiverem
intimadas a apresentar, e nas demais hipóteses que autorizam a requisição de auxílio da força
pública;
III – for oferecida resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao
estabelecimento, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde desenvolvam suas
atividades ou se encontrem bens de sua propriedade;
IV – a sua constituição ocorrer por interpostas pessoas;
V – tiver sido constatada prática reiterada de infração ao disposto nesta Lei Complementar;
VI – a empresa for declarada inapta, na forma dos arts. 81 e 82 da Lei nº 9.430, de 27 de
dezembro de 1996, e alterações posteriores;
VII – comercializar mercadorias objeto de contrabando ou descaminho;
VIII – houver falta de escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da
movimentação financeira, inclusive bancária;
IX – for constatado que durante o ano-calendário o valor das despesas pagas supera em 20%
(vinte por cento) o valor de ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início
de atividade;
X – for constatado que durante o ano-calendário o valor das aquisições de mercadorias para
comercialização ou industrialização, ressalvadas hipóteses justificadas de aumento de estoque,
for superior a 80% (oitenta por cento) dos ingressos de recursos no mesmo período, excluído o
ano de início de atividade.

53
DIREITO TRIBUTÁRIO II

XI - houver descumprimento da obrigação contida no inciso I do caput do art. 26 desta Lei


Complementar;
XII - omitir da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela
legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado empregado, trabalhador avulso ou
contribuinte individual que lhe preste serviço.

5.4 – FISCALIZAÇÃO

O art. 33, da LC 1213/2006 estabelece que: “a competência para fiscalizar o


cumprimento das obrigações principais e acessórias relativas ao Simples Nacional
e para verificar a ocorrência das hipóteses previstas no art. 29 desta Lei Complementar é
da Secretaria da Receita Federal e das Secretarias de Fazenda ou de Finanças do
Estado ou do Distrito Federal, segundo a localização do estabelecimento, e, tratando-
se de prestação de serviços incluídos na competência tributária municipal, a
competência será também do respectivo Município”.

5.5 – PROCESSO ADMINISTRATIVO

O processo administrativo vai se dar no Órgão Julgador do Ente Federado que


efetuar o lançamento ou proceder a exclusão da empresa do Regime do Simples
Nacional.. Todavia, poderá o Município, por meio de convênio celebrado com o Estado,
transferir a atribuição de julgar a este.

Agora, se estivermos diante de situações onde o sujeito passivo exerce


atividades tributadas tanto pelo ICMS quanto pelo ISS e se verifique a existência de
omissão de receitas não identificadas, a competência para processar o contencioso
administrativo será dos Estados ou do Distrito Federal.

Art. 39, LC 123/2006 - O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de


competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que
efetuar o lançamento ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos
processos administrativos fiscais desse ente.
§ 1º O Município poderá, mediante convênio, transferir a atribuição de julgamento
exclusivamente ao respectivo Estado em que se localiza.
§ 2º No caso em que o contribuinte do Simples Nacional exerça atividades incluídas no campo
de incidência do ICMS e do ISS e seja apurada omissão de receita de que não se consiga
identificar a origem, a autuação será feita utilizando a maior alíquota prevista nesta Lei
Complementar, e a parcela autuada que não seja correspondente aos tributos e contribuições
federais será rateada entre Estados e Municípios ou Distrito Federal.
§ 3º Na hipótese referida no § 2o deste artigo, o julgamento caberá ao Estado ou ao Distrito
Federal.

5.6 – PROCESSO JUDICIAL

Em regra, caberá a Justiça Federal, processar as demandas relativas ao Simples


Nacional, competindo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN representar a
União nesses litígios, visto que os mesmos serão ajuizados em face da União.

Porém, nada Impede que a PGFN celebre convênios com as Procuradorias


Estaduais ou Municipais a fim de delegar a possibilidade de essas Procuradorias
inscreverem em dívida ativa estadual e municipal os créditos relativos aos tributos
estaduais e municipais e cobrá-los judicialmente.

54
DIREITO TRIBUTÁRIO II

Art. 41, LC 123/2006 - À exceção do disposto no § 3o deste artigo, os processos relativos a


tributos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional serão ajuizados em face da União,
que será representada em juízo pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
§ 1º Os Estados, Distrito Federal e Municípios prestarão auxílio à Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional, em relação aos tributos de sua competência, na forma a ser disciplinada por
ato do Comitê Gestor.
§ 2º Os créditos tributários oriundos da aplicação desta Lei Complementar serão apurados,
inscritos em Dívida Ativa da União e cobrados judicialmente pela Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional.
§ 3º Mediante convênio, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional poderá delegar aos
Estados e Municípios a inscrição em dívida ativa estadual e municipal e a cobrança judicial dos
tributos estaduais e municipais a que se refere esta Lei Complementar.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1) Questão 71 do 32 Exame de Ordem - OAB/RJ - Com relação ao federalismo fiscal


constitucional brasileiro, julgue os itens seguintes.

I - O imposto de renda retido na fonte incidente sobre proventos e demais rendimentos


pagos por estados e municípios pertence a estes.

II - A partilha do ICMS é realizada sob dois critérios: de acordo com o valor adicionado
obtido pela venda de mercadorias no âmbito do território municipal e pelo que vier a ser
estabelecido em lei estadual.

III A arrecadação do IOF (imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou


relativas a títulos ou valores mobiliários) deve ser repassada ao estado e ao município
no qual houver extração de ouro, quando este for definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial.

IV A delegação de competência da União em favor dos municípios para fiscalização e


arrecadação do ITR (imposto territorial rural) é uma das hipóteses constitucionais de
repartição de receitas tributárias.

Estão certos apenas os itens


a. I, II e III.
b. I, II e IV.
c. I, III e IV.
d. II, III e IV.

2) Questão 70 do 31 Exame de Ordem - OAB/RJ - Considere a seguinte situação


hipotética e responda: a partir de que data poderá ser exigida a nova alíquota do Imposto
sobre Produtos Industrializados - IPI, cuja alteração se deu através de lei publicada em
10 de dezembro de 2006?
a. Imediatamente uma vez que o IPI é exceção ao princípio da anterioridade;
b. A partir do 1º dia do exercício seguinte;
c. 90 dias após a publicação da referida lei;
d. 90 dias a contar do 1º dia do exercício financeiro seguinte.

55
DIREITO TRIBUTÁRIO II

3) Questão 68 do 30 Exame de Ordem - OAB/RJ - Consoante a Constituição Federal,


assinale a opção CORRETA em relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados -
IPI:
a. A sua instituição decorre do exercício da competência residual outorgada a União
Federal;
b. A majoração de suas alíquotas deverá ser realizada somente por lei ordinária;
c. O referido imposto não se submete ao Princípio da Anterioridade, mas deverá
respeitar o Princípio da Noventena ou Nonagesimalidade;
d. A fixação de suas alíquotas deverá atender, de forma facultativa, o critério da
seletividade, conforme se aplica ao ICMS.

4) Questão 70 do 30 Exame de Ordem - OAB/RJ – (IPTU) - Não depende de lei:


a. A redução da alíquota do IPTU;
b. A atualização da base de cálculo do IPTU, desde que por índice oficial de correção
monetária;
c. A atualização da base de cálculo do IPTU, ainda que em percentual superior ao
índice oficial de correção monetária;
d. A redução da base de cálculo do IPTU.

5) Questão 43 do 28 Exame de Ordem - OAB/RJ - Lei que determina redução da base


de cálculo do Imposto de Renda entra em vigor:
A. No primeiro dia do exercício civil seguinte ao da sua publicação;
B. Noventa dias após a sua publicação;
C. Na data da sua publicação;
D. No primeiro dia do exercício civil seguinte e noventa dias após a sua publicação.

6) Questão 44 do 28 Exame de Ordem - OAB/RJ - Segundo o texto constitucional, são


princípios que devem ser observados pela lei que traz nova disciplina para o Imposto
sobre os Produtos Industrializados:
A. Seletividade, anterioridade e proporcionalidade;
B. Seletividade, progressividade e generalidade;
C. Não-cumulatividade, universalidade e noventena;
D. Não-cumulatividade, seletividade e noventena.

7) Questão 46 do 28 Exame de Ordem - OAB/RJ - O princípio da anterioridade


nonagesimal não se aplica:
A. Ao IRPJ, ao IPTU, ao IPVA e ao ICMS;
B. Ao Imposto de Importação, ao IRPJ, ao IPVA e ao ITR;
C. Ao IPTU, ao imposto sobre a transmissão causa mortis e doações, ao imposto sobre
operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos e valores mobiliários;
D. Aos empréstimos compulsórios para atender despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, ao Imposto sobre
Importação de Produtos Estrangeiros, ao Imposto sobre a Exportação, ao Imposto
sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza, ao imposto sobre operações de

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos e valores mobiliários.

8) Questão 47 do 28 Exame de Ordem - OAB/RJ - Assinale a alternativa que contém


afirmação errônea (ICMS):
A. O ICMS é um imposto que poderá ser seletivo, em função da essencialidade das
mercadorias e dos serviços;
B. É facultado ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas do ICMS nas
operações internas, mediante iniciativa de um terço, aprovada pela maioria absoluta
de seus membros;
C. Não incide o ICMS sobre importações promovidas por pessoas físicas não-
contribuintes do imposto, seja qual for a finalidade da importação;
D. O ICMS não compreenderá em sua base de cálculo o montante do imposto sobre
produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa
a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador
dos dois impostos.

9) Questão 29 – AFRF/2002.2 - Assinale a opção correta.


a)Compete supletivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
b)A instituição das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas depende de lei complementar de
caráter geral que defina o fato gerador e a base de cálculo.
c)Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal,
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de
previdência e assistência social.
d)Os rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física que
preste serviços à empresa não pode ser objeto da contribuição para a seguridade social
por constituírem base de cálculo de outra exação, o imposto de renda.
e)As contribuições para a seguridade podem ser exigidas imediatamente, por não se lhe
aplicar a anterioridade da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado em relação ao exercício financeiro da cobrança.

10) Questão 30 – AFRF/2002.2 - Relativamente ao imposto de renda, assinale a


afirmação correta.
a)A Constituição determina que o imposto de renda seja informado pelo critério de que
aquele que ganhe mais deverá pagar de imposto uma proporção maior do que aquele
que ganhe menos.
b)A renda e os proventos de qualquer natureza percebidos no País por residentes ou
domiciliados no exterior ou a eles equiparados não estão sujeitos ao imposto em razão
do princípio da extraterritorialidade.
c)No caso de rendimentos percebidos em dinheiro a título de alimentos ou pensões em
cumprimento de acordo homologado judicialmente ou decisão judicial, inclusive
alimentos provisionais ou provisórios, verificando-se a incapacidade civil do
alimentado, não há incidência do imposto.
d)Em razão do princípio da universalidade da tributação, a ajuda de custo destinada a
atender às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares,
em caso de remoção de um município para outro, está sujeita ao imposto.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

e)A tributação dos rendimentos recebidos por residentes ou domiciliados no Brasil que
prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou
técnicas não está sujeita à legislação brasileira, por força da Convenção de Viena sobre
Relações Diplomáticas.

11) Questão 31 – AFRF/2002.2 - Assinale a resposta correta.


(i) O imposto sobre produtos industrializados (IPI) incide sobre produtos
industrializados estrangeiros?
(ii) O campo de incidência do IPI abrange os produtos com alíquota zero?

a)(i) Sim, porque para efeito de IPI não há distinção em relação à procedência dos bens.
(ii) Não, porque alíquota zero equivale à ausência de alíquota.
b)(i) Sim, porque se o produto é industrializado esse imposto substitui o de importação.
(ii) Sim, porque alíquota zero não impede que o produto siga o regime geral do imposto.
c)(i) Sim. A lei assim o diz. (ii) Sim, porque a lei determina que seu campo de
incidência abrange todos os produtos com alíquota.
d)(i) Não, porque haveria bis in idem, já que sobre eles incide o imposto de importação.
(ii) Sim, porque o campo de incidência desse imposto abrange todos os produtos
industrializados.
e)(i) Não, porque o IPI não é um tributo aduaneiro. (ii) Não, porque o campo de
incidência advém da Constituição e esta não previu a hipótese.

12) Questão 32 – AFRF/2002.2 - Quanto ao imposto de exportação, avalie o acerto das


afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida,
marque a opção correta.

( )O imposto incide sobre mercadoria nacional ou nacionalizada destinada ao exterior.


( )Pelas regras vigentes, o imposto é excepcional, pois somente os produtos
relacionados estão a ele sujeitos.
( )O preço, a vista, da mercadoria, FOB ou colocada na fronteira, é indicativo do preço
normal, que é a base de cálculo do imposto.
a)V, V, V
b)V, V, F
c)V, F, F
d)F, F, F
e)F, V, F

13) Questão 34 – AFRF/2002.2 - Relativamente ao Imposto Territorial Rural (ITR),


avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V as verdadeiras e com F as falsas;
em seguida, marque a opção correta.
( )Como regra, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para
fins de reforma agrária.
( )Segundo a interpretação legal, imóvel rural de área inferior a 30 hectares,
independentemente do local onde se encontre, é considerada pequena propriedade,
imune ao imposto.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

( )O “posseiro” do imóvel é estranho à relação jurídica relativa ao ITR, pois o


contribuinte do imposto é o titular do domínio útil ou o proprietário.
a)V, V, V
b)V, V, F
c)V, F, F
d)F, F, F
e)F, V, F

14) Questão 22 – AFRF/2003 - O texto abaixo sobre substituição tributária é reprodução


do § 7º do art. 150 da Constituição Federal. Assinale a opção que preenche corretamente
as lacunas do texto.

“_____[I]______ poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de


_____[II]_____ pelo pagamento _______[III]_____, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso
______[IV]_______ o fato gerador presumido.”
a) [I] A lei...[II] responsável...[III] de impostos ou contribuição...[IV] não se realize
b) [I] A legislação tributária...[II] substituto tributário...[III] de tributos...[IV] não ocorra
c) [I] Resolução do CONFAZ...[II] responsável...[III] do ICMS...[IV] se efetive
d) [I] Somente lei complementar...[II] substituto tributário...[III] do ICMS...[IV] não se
materialize
e) [I] Medida Provisória...[II] substituto legal...[III] de impostos e contribuições...[IV]
ocorra

15) Questão 25 – AFRF/2003 - Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V
as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.
( ) A base de cálculo do imposto sobre a importação de produtos estrangeiros, quando
a alíquota seja específica, é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao
tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para entrega
no porto ou lugar de entrada do produto no País.
( ) É facultado ao Poder Executivo, nas condições e nos limites estabelecidos em lei,
alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto sobre a importação de produtos
estrangeiros.
( ) A posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona
urbana do Município, não constitui fato gerador do imposto sobre propriedade territorial
rural.
a) F, V, F
b) F, F, V
c) F, F, F
d) V, F, V
e) V, V, F
16) Questão 27 – AFRF/2003 - Responda com base na Constituição Federal.
É vedado que as contribuições sociais para a seguridade social tenham base de cálculo
própria de impostos?
Incide contribuição social para a seguridade social sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo regime geral de previdência social?
As contribuições sociais para a seguridade social sobre a folha de salários, a receita ou o
faturamento de pessoas jurídicas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo
diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-
obra?

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

a)Sim, não, não


b)Sim, sim, sim
c)Sim, sim, não
d)Não, não, sim
e)Não, sim, sim

17) Questão 28 – AFRF/2003 - Indique a opção que preenche corretamente as lacunas,


consideradas as pertinentes disposições constitucionais. As contribuições sociais e de
intervenção no domínio econômico previstas no caput do art. 149 da Constituição
Federal _____________ sobre as receitas decorrentes de exportação, _______________
sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível. As contribuições de intervenção no domínio econômico, previstas no art.
149 da Constituição Federal, estão submetidas ao princípio da __________________.

a)incidirão / podendo incidir também / anterioridade


b)não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade
c)não incidirão / mas poderão incidir / anterioridade mitigada ou nonagesimal
d)incidirão / não podendo incidir / anterioridade
e)não incidirão / não podendo incidir também / anterioridade mitigada ou nonagesimal

18) Questão 30 – AFRF/2003 - O Supremo Tribunal Federal julgou importante questão


sobre a exigibilidade da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (PASEP), pela União Federal, ao Estado do Paraná. Aponte a opção
que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

“... o Estado do Paraná, que, durante a vigência da Lei Complementar nº 8, de 3 de


dezembro de 1970, _______ [I]________, por força da Lei nº 6.278, de 23/05/1972, a
contribuir para o PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR
PÚBLICO, ________ [II]__________ da contribuição, _______[III]_______ nº 10.533,
de 30/11/1993, pois, com o advento da Constituição Federal de 1988, a contribuição
deixou de ser ______ [IV]_______, para ser ______ [V]____ , nos termos do art. 239.”

a)[I] já não se comprometera... [II] não pode sofrer a incidência... [III] mesmo diante da
Lei Federal... [IV] compulsória... [V] facultativa
b)[I] se desobrigara... [II] pôde-se eximir... [III] em face de sua Lei... [IV] obrigatória...
[V] voluntária
c)[I] se prontificara... [II] tem o direito de eximirse... [III] por meio de sua Lei... [IV]
obrigatória... [V] voluntária
d)[I] se obrigara... [II] já não poderia se eximir... [III] mediante sua Lei... [IV]
facultativa... [V] obrigatória
e)[I] se comprometera... [II] já se liberou... [III] diante da Lei... [IV] fonte de estímulo
ao servidor público... [V] instrumento financiador do seguro-desemprego

19) Questão 31 – AFRF/2003 - Avalie o acerto das afirmações adiante e marque com V
as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta.

( ) Os encargos cambiais pagos pelo importador ou dele exigíveis não se incluem na


base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, no caso de importação de
produto de procedência estrangeira.
( ) A base de cálculo do imposto sobre produtos industrializados, em se tratando de
produto de procedência estrangeira apreendido ou abandonado e levado a leilão, é o

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

preço da arrematação, acrescido do valor dos demais tributos exigíveis na importação


regular do produto.
( ) O imposto de importação não integra a base de cálculo do imposto sobre produtos
industrializados, no caso de importação de produto de procedência estrangeira.
a) V, V, F
b) V, F, V
c) V, V, V
d) F, V, F
e) F, F, F

20) Questão 02 – AFRF/2005 - Segundo a legislação própria, considera-se


estrangeira(o) e, salvo disposição em contrário, pode, sobre ela(e), incidir o imposto de
importação (salvo se por outra razão seja verificada sua não-incidência) :

a) mercadoria restituída pelo importador estrangeiro, por motivo de modificações na


sistemática de importação por parte do país importador.
b) mercadoria enviada em consignação e não vendida no exterior no prazo autorizado,
quando retorna ao País.
c) produto devolvido do exterior por motivo de defeito técnico, para reparo ou
substituição.
d) mercadoria nacional que retornar ao País.
e) produto estrangeiro em trânsito aduaneiro de passagem acidentalmente destruído no
País.

21) Questão 04 – AFRF/2005:

• Aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios compete instituir contribuições de


intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, desde que para o custeio, em benefício dos respectivos sujeitos passivos, e
no âmbito territorial do ente tributante?

• A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e


a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool
etílico combustível (CIDE) foi instituída pela União com a finalidade de financiamento
de projetos de proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico?

•Compete aos municípios o imposto sobre a cessão, a título oneroso, de direitos à


aquisição, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de
direitosreais sobre imóveis?

a) Não, não, sim


b) Não, não, não
c) Sim, sim, sim
d) Não, sim, sim
e) Não, sim, não

22) Questão 05 – AFRF/2005 - O campo de incidência do Imposto sobre Produtos


Industrializados abrange:

a) todos os produtos relacionados na TIPI.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

b) todos os produtos relacionados na TIPI, com alíquota, mesmo os com alíquota zero.
c) todos os produtos, exceto aqueles a que corresponde a notação “Zero”.
d) todos os produtos com alíquota.
e) todos os produtos, mesmo os com alíquota zero ou com a notação NT, ainda que não
relacionados na TIPI.

23) Questão 07 – AFRF/2005 - Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F),
conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata
seqüência.
( ) É legítima a cobrança da COFINS e do PIS sobre as operações relativas à energia
elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais
do País.
( ) A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, com a
incidência não-cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua
denominação ou classificação contábil.
( ) Foram instituídas a Contribuição para o PIS/PASEP-Importação e a Contribuição
para a COFINS, devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior.
a) V V F
b) F V F
c) V F F
d) F F F
e) V V V

24) Questão 08 – AFRF/2005 - lei autorizou a remissão dos débitos incidentes sobre a
receita bruta decorrente do transporte internacional de cargas ou passageiros, mas essa
remissão é restrita aos débitos:
a) constituídos antes de fevereiro de 1999 das empresas nacionais proprietárias de
embarcações em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moedas
conversíveis, relativamente à COFINS e ao PIS/PASEP.
b) independentemente de serem constituídos ou não, mesmo os inscritos em dívida
ativa, correspondentes à contribuição para o PIS/PASEP, à COFINS e ao FINSOCIAL
de responsabilidade das empresas de
transporte aéreo.
c) não inscritos em Dívida Ativa, correspondentes à contribuição para o PIS/PASEP, à
COFINS e ao FINSOCIAL incidentes sobre a receita bruta decorrente do transporte
marítimo de cargas ou passageiros.
d) constituídos apenas depois de fevereiro de 1999, das empresas nacionais proprietárias
de embarcações em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moedas
conversíveis, relativamente à COFINS e ao PIS/PASEP.
e) constituídos antes de fevereiro de 1999 pelas empresas nacionais de transporte aéreo
e empresas armadoras nacionais, quando o pagamento for efetuado em moedas
conversíveis, relativamente à COFINS e ao PIS/PASEP.

25) Questão 14 – AFRF/2005 - Considerando o que decorre do sistema constitucional


tributário brasileiro, julgue os itens a seguir, e marque com (V) a assertiva verdadeira e
com (F) a falsa, assinalando ao final a opção correspondente.

( ) A progressividade do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana


pode ser estipulada em função de subutilização do solo urbano.

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

( ) As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza são


estipuladas por lei complementar.
( ) A chamada “competência residual da União” consiste na possibilidade de instituir
imposto não cumulativo, podendo, eventualmente, a base de cálculo desse ser a
mesmade outro, já prevista na Constituição.
( ) A medida provisória que majore contribuição para o financiamento da Previdência
Social somente poderá surtir efeitos no exercício seguinte se convertida em lei até
oúltimo dia do exercício precedente.
a) V V F V
b) F F V F
c) V F V F
d) F V F F
e) V F F V

26) Questão 72, Procurador Federal 2007 – CESP - Caso um cidadão firme contrato de
promessa de compra e venda de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia
municipal, nesse caso, tal cidadão será considerado contribuinte do imposto sobre a
propriedade predial e territorial urbana (IPTU) incidente sobre o referido imóvel.

27) Questão 73, Procurador Federal 2007 – CESP - Visando dar efetividade ao princípio
da capacidade contributiva, é lícito que lei municipal fixe adicional progressivo do
IPTU em função do número de imóveis do contribuinte.

28) Questão 74, Procurador Federal 2007 – CESP - Caso determinada lei estadual
modifique o prazo de recolhimento do imposto sobre a propriedade de veículos
automotores (IPVA), para que todos os contribuintes efetuem o pagamento do imposto
em diferentes dias do mês de janeiro de cada ano, nesse caso, a referida lei estadual
deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária.

29) Questão 75, Procurador Federal 2007 – CESP - Mediante lei específica, os
municípios podem estabelecer alíquotas progressivas para o imposto sobre a
transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis (ITBI) com
base no valor venal do imóvel.

30) Questão 76, Procurador Federal 2007 – CESP - Considerando-se que a pessoa
jurídica SL Alimentos Ltda. seja cliente de certa instituição bancária, é lícito que esta
instituição cobre da SL Alimentos Ltda. o imposto sobre serviços (ISS) incidente sobre
os depósitos, as comissões e as taxas de desconto.

No que tange aos princípios tributários e à competência para tributar, julgue os itens que
se seguem.

31) Questão 21, TRF5/2006 – CESP - Se um contribuinte industrial adquire insumos


isentos de ICMS, ele pode creditar-se do ICMS presumido sobre tais insumos, por
expressa determinação constitucional.

32) Questão 22, TRF5/2006 – CESP - Comumente, os princípios tributários revelam a


não-incidência de determinado tributo sobre certas pessoas ou situações, estabelecendo
as chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar. Entre essas limitações
contidas na Constituição está a não-incidência do imposto de renda, nos termos e limites
fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão, pagos pela

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

previdência social da União, dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios, a
pessoa com idade superior a 65 anos, cuja renda total seja constituída, exclusivamente,
de rendimentos do trabalho.

33) Questão 23, TRF5/2006 – CESP - Consoante o princípio da uniformidade, é vedado


à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que
implique distinção ou preferência em relação a estado, ao DF ou a município, em
detrimento de outro. Todavia, entende o STF ser admissível a fixação de alíquotas do
imposto sobre produtos industrializados (IPI), de forma diferenciada por regiões, uma
vez que há previsão constitucional para a exceção.

34) Questão 25, TRF5/2006 – CESP - Apesar de haver jurisprudência vacilante, se um


contribuinte industrial adquire insumos tributados pela legislação do IPI com alíquota
zero, ele não pode creditar-se do IPI presumido sobre tais insumos, pois a Constituição
Federal exige lei específica para a criação de crédito presumido.

35) Questão 25, TRF5/2007 – CESP - A base de cálculo do imposto sobre importações,
quando a alíquota seja ad valorem, é o valor aduaneiro, ou seja, o valor pelo qual foi
realizado o eventual negócio jurídico referente à importação.

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