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Alim. Nutr.

, Araraquara ISSN 0103-4235


v.20, n.4, p. xxx-xxx, out./dez. 2009

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO FEIJÃO ARMAZENADO


EM AMBIENTE REFRIGERADO

Roberta Jimenez de Almeida RIGUEIRA*


Adílio Flauzino de LACERDA FILHO*
Marcus Bochi da Silva VOLK*

RESUMO: O resfriamento da massa de grãos, durante o a baixa temperatura reduz a atividade de água e inibe o de-
período de armazenagem, é uma técnica eficaz e econômica senvolvimento de microorganismos e de insetos-praga. 2
para a manutenção da qualidade do produto, pois propicia O teor de água dos grãos é, juntamente com a tem-
a diminuição da atividade da água e reduz a taxa respirató- peratura, o fator primordial na conservação dos grãos e se-
ria dos grãos, retardando o desenvolvimento dos insetos e mentes. Quando o teor de água é baixo (11 a 13% (base
da microflora presente, independentemente das condições úmida – b.u.)), a atividade vital (respiração) é diminuída e o
climáticas da região. Objetivou-se, com este trabalho, ava- metabolismo reduzido ao mínimo. A combinação de baixas
liar a conservação da qualidade de feijão (Phaseolus vul- temperaturas e baixo teor de água dos grãos é ideal para a
garis L.), com teor de água variando de 12 a 18% (b.u.), armazenagem de sementes que necessitam da manutenção
por meio do resfriamento artificial da massa, durante a ar- da sua qualidade. 2
mazenagem em câmara fria. As análises realizadas foram: O processo de resfriamento da massa de grãos, du-
teor de água, potencial hidrogeniônico (pH), condutividade rante o período de armazenagem, é uma técnica eficaz e
elétrica (CE), teor de cinzas, teor de proteína bruta, tempo econômica para a manutenção da qualidade do produto,
de cocção e cor. Concluiu-se que o armazenamento refrige- pois diminui a atividade da água e reduz a taxa respira-
rado constitui-se de uma técnica eficaz de conservação das tória dos grãos, e também retarda o desenvolvimento dos
características físico-químicas do feijão por um período de insetos-praga e da microflora presente, independentemente
120 dias. das condições climáticas da região.
O resfriamento da massa de grãos, mediante a insu-
PALAVRAS CHAVE: Phaseolus vulgaris L; resfriamen-
flação de ar condicionado frio, apresenta a vantagem de po-
to de grãos; características físico-químicas.
der ser aplicado com maior eficiência em larga escala, visto
que não depende das condições ambientais externas. 9
INTRODUÇÃO O conhecimento das características físicas, quími-
cas e biológicas dos grãos é de grande importância para o
O feijão exerce importante papel na alimentação sucesso da aplicação dessa técnica. Dentre as variáveis in-
da população brasileira, uma vez que constitui, juntamen- fluentes no processo destacam-se a temperatura e a umida-
te com arroz, milho e mandioca, a base da dieta alimentar de relativa do ar intergranular, e o teor de água dos grãos. 8
de grande parcela da população. As sementes dessa legu- A interação destes fatores pode propiciar o desenvolvimen-
minosa constituem a principal fonte de proteína de origem to de insetos-praga e de microrganismos, principalmente
vegetal, principalmente para a população de baixa renda, fungos, que poderão causar danos aos grãos, levando-os à
fornecendo ainda ferro, carboidratos e fibras. 11 perda total, do ponto de vista biológico e sanitário.
Colhido e beneficiado, o feijão é ensacado e guardado Objetivou-se, com este trabalho, avaliar a conserva-
em simples depósitos ou armazéns. Desta forma e em prazo ção da qualidade de feijão (Phaseolus vulgaris L.) por meio
relativamente curto, ele sofre alterações das características do resfriamento artificial da massa, durante a armazenagem
físico-químicas, por transformações de seus componentes, em câmara fria (à 15 ± 5°C).
resultando em grãos que possuem elevada resistência à coc-
ção e modificações nas propriedades sensoriais e nutricio-
nais, tornando-se pouco atrativos ao consumidor. 16 MATERIAL E MÉTODOS
A temperatura é, talvez, o fator físico mais impor-
tante na conservação dos grãos armazenados, pois a maioria Foram utilizados grãos de feijão (Phaseolus
das reações químicas é acelerada com o aumento da tem- vulgaris L.) do grupo vermelho, cultivar “vermelhinho”.
peratura. Quando a temperatura de armazenamento é mais O produto foi embalado em saco de papel kraft, com ca-
baixa, pode-se armazenar com segurança, inclusive quando pacidade de 1,0 kg, envolto em saco plástico, de 0,05 μ,
a umidade dos grãos estiver um pouco mais elevada, pois devidamente fechado e identificado.

* Departamento de Engenharia Agrícola – Universidade Federal de Viçosa – UFV – 36570-000 – Viçosa – MG – Brasil. E-mail:
roberta.rigueira@ufv.br.
As embalagens foram dispostas aleatoriamente so- amostras foram carbonizadas em baixa temperatura e in-
bre um estrado de madeira e armazenadas em câmara fria, cineradas em mufla à temperatura de 550ºC e resfriada em
com dimensões de 3m de comprimento, 4m de largura e 3m dessecador, até a temperatura ambiente, antes da pesagem
de altura, com capacidade de armazenamento de 1000kg, à final e o teor de cinzas expresso em porcentagem. 18
15 ± 5°C e 55 ± 5% de umidade relativa do ar.
Os dados obtidos referentes às variáveis: teor de Teor de Proteína Bruta
água, pH, CE, teor de cinzas, teor de proteína bruta, tempo
de cocção e cor foram analisados segundo um esquema de Proteína bruta (dag kg-1 ou %) = Ntotal x 6,25. A quan-
parcelas subdivididas, tendo nestas os teores de água (12, tificação do Ntotal, avaliada pelo método Kjeldahl envolveu
15 e 18% base úmida (b.u.)) e nas subparcelas o tempo de três etapas: a) digestão da amostra para converter o nitro-
armazenamento (0, 30, 60, 90 e 120 dias) no delineamento gênio da amostra em NH4+ e, posteriormente, em amônia
inteiramente casualizado, com três repetições. (NH3); b) destilação da NH3; c) titulação da NH3 recolhida
Os resultados foram submetidos à análise de variân- na destilação. 18 Os resultados foram expressos em percen-
cia e regressão por meio do software SAEG, versão 9.0. 17 tagem de base seca (b.s.).
Os grãos de feijão foram colhidos com teor de água
Teste de Cocção
de 17,81% (b.u.) e secos até atingir 15,67 e 12,30%, em
secador do tipo de leito fixo, com potência nominal de 20
A análise foi realizada seguindo o método proposto
KW, desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa.
por Sartori19 e alterado por Proctor & Watts, 14 com adap-
Teor de Água tações. O tempo de cocção foi avaliado utilizando-se 25
grãos uniformes e inteiros, previamente embebidos em 80
As determinações do teor de água dos grãos foram mL de água destilada, durante 16 horas, a 25ºC, e colocados
realizadas em cada período de armazenamento utilizando- no equipamento de Mattson. O aparelho cozedor possuía 25
se estufa com circulação forçada de ar a 105  3°C, durante hastes com 21,6cm de comprimento e peso de 82,0g cada.
24 horas, com três repetições, de acordo com a rotina des- Na extremidade, a haste apresentava uma ponta afunilada
crita em Regras Para Análises de Sementes – RAS. 3 Os re- com 0,2mm de diâmetro de 0,9mm de comprimento, que
sultados foram expressos em percentagem de base úmida. ficou apoiada perpendicularmente sobre o grão. 15
O equipamento com os grãos foi colocado em reci-
Potencial Hidrogeniônico (pH)
piente de alumínio, com capacidade de 2000 mL, contendo
Foram pesados 10g da amostra moída, colocados 1000 mL de água destilada em estado de ebulição em chapa
em um béquer e diluído em 100 mL de água destilada. O com aquecimento por meio de resistência elétrica. Os grãos
conteúdo foi agitado por, aproximadamente, dois minutos foram considerados cozidos quando a haste os atravessava
até que as partículas ficassem uniformemente suspensas. e o tempo de cocção finalizado pela queda da 13ª vareta,
Posteriormente, o pH foi determinado em aparelho previa- perfurando, deste modo mais de 50% dos grãos.
mente calibrado. 7
Cor
Condutividade Elétrica (CE)
A quantificação da cor dos grãos de feijão foi efe-
Quatro amostras de 50 grãos de cada parcela foram tuada pela leitura direta de reflectância das coordenadas
pesadas e imersas em 75 mL de água deionizada (no inte- L, a e b, utilizando o espectrofotômetro de bancada, mo-
rior de copos plásticos de 180 mL de capacidade) e coloca- delo ColorFlex 45/0, geometria 45/0, com área de leitura
das em estufa com circulação forçada de ar, a 25ºC. de 25mm. Para cada repetição, de todos os tratamentos es-
Após o período de embebição de 24 horas as so- tudados, foi utilizada a média de três determinações. Con-
luções, sem os grãos de feijão, foram vertidas para outro siderando a e b como variáveis dependentes, os resultados
recipiente, onde se realizou a leitura da condutividade elé- foram analisados de acordo com funções trigonométricas,
trica em condutivímetro. Os resultados foram expressos equações 1 e 2. 12
em μS cm-1 g-1.
b
Teor de Cinzas T tan 1 Equação 1
a

a 2  b 2
Foram utilizadas cápsulas de porcelana, mufla à
550ºC, estufa à 105ºC, balança analítica e dessecador. Fo- croma Equação 2
ram pesadas amostras de 3g e colocadas em cápsulas de
porcelana. As amostras foram previamente aquecidas em em que,
estufa a 105 ± 2ºC e resfriadas em dessecador até a tem-  = ângulo de matiz,
peratura ambiente, para a posterior pesagem. A seguir, as a, b = coordenadas obtidas pela leitura direta de reflectância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO A condutividade elétrica, aos 120 dias de armaze-
namento, foi maior em grãos armazenados a 15% (b.u.),
O teor de água encontrado, após 120 dias de arma- com 85,95 S cm-1 g-1, enquanto que para 12 e 18% (b.u.)
zenamento, foi de 17,62% (b.u.) para grãos inicialmente os valores observados foram de 85,64 e 60,71 S cm-1 g-1,
com 17,81% (b.u.); com perda percentual de 0,19%; de respectivamente. Tal comportamento foi conseqüência do
13,34% (b.u.) para grãos com 15,67% (b.u.), com perda de nível de deterioração dos grãos durante o período de arma-
2,33%; e, de 12,07% (b.u.) para grãos com 12,30% (b.u.), zenamento na condição de resfriamento (15°C) (Figura 3).
com perda de 0,23% (Figura 1). Este aumento foi indicativo de maior intensidade de degra-
A variação apresentada no teor de água ao longo dação das paredes celulares no período de armazenagem.
Observou-se, no tempo zero, que o produto com
do período de armazenamento da cultivar “vermelhinho”,
12% (b.u.) apresentou 69,16 S cm-1 g-1; com 15% (b.u.),
quando submetido ao armazenamento refrigerado, pode ser
62,72 S cm-1 g-1; e, com 18% (b.u.) (Figura 3).
explicado pelo fato do grão, como todo material higroscó- Foram observados valores do teor de cinzas entre
pico, ter a propriedade de adsorver ou ceder água para o ar 3,8 e 4,0% (Figura 4) e estiveram de acordo os resultados
que o envolve. Com a mínima variação da umidade relativa encontrados por Barampama & Simard1, cujos teores varia-
do ar na câmara fria, os grãos tenderam a perder umidade ram de 3,8 a 4,5% e Esteves, 6 variando entre 3,98 e 4,47%
para o ambiente em que estão acondicionados, até atingi- entre diferentes linhagens de feijão.
rem o equilíbrio. Em função da variação do teor de água nos trata-
O pH inicial dos grãos foi de 6,36 e no final do perí- mentos estudados, não houve interação significativa, ao
odo de armazenamento foi observado um aumento de 0,20, nível de 5% de probabilidade, pelo teste F, para a variável
0,16 e 0,13 para os teores de água a 12, 15 e 18%, respec- teor de cinzas, expressa em percentual base seca. Tal com-
tivamente (Figura 2). A análise de variância indicou haver portamento indica preservação dos minerais no decorrer do
período de armazenamento.
interação entre teor de água e tempo de armazenamento
O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) possui en-
para a variável pH (Figura 2).
tre 18 e 30% de proteína bruta. 5, 10 No presente trabalho
Liu et al.13 sugeriu que o pH poderia ser um indica- os grãos de feijão apresentaram teor médio de proteína de
dor HTC ou “difícil de cozinhar” induzido pelo armaze- 21g/100 g de matéria seca (Figura 5). Segundo Barampama
namento adverso aos grãos. No presente não foi possível & Simard1 o teor de proteína no feijão comum está entre 22
afirmar que o aumento do pH dos grãos propiciou o de- e 26g/100g de matéria seca, portanto o resultado encontra-
feito HTC. do está condizente a literatura.

12% 15% 18%


12% 15% 18%

19,0
18,0
Teor de água (% b.u.)

17,0
16,0
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = -0,0003T2* + 0,0314T* + 12,35 R2 = 0,9010


„15% (b.u.) Ŷ = 0,0001T2* - 0,0297T* + 15,36 R2 = 0,7124
{18% (b.u.) Ŷ = -4.10-6T3*+0,0007T2*-0,0312T*+ 17,80 R2 = 0,9625
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 1 – Representação gráfica e equações de regressão para cálculo estimado do
teor de água do feijão em função do tempo de armazenamento.
12% 15% 18%
12% 15% 18%

6,65
6,60
6,55
6,50
pH

6,45
6,40
6,35
6,30
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = -5.10-5 T2* + 0,0068T + 6,38 R2 = 0,9077


„15% (b.u.) Ŷ = -3.10-5 T2* + 0,0044T + 6,38 R2 = 0,7479
{18% (b.u.) Ŷ = -1.10-5 T2* + 0,0023T + 6,37 R2 = 0,8477
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 2 – Representação gráfica e equações de regressão para estimar o pH de feijão
em função do tempo de armazenamento.

12% 15% 18%


12% 15% 18%

100,0
Condutividade elétrica

90,0
( S cm -1 g-1)

80,0

70,0

60,0

50,0
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = - 0,0026T²* + 0,3867T* + 72,33 R2 = 0,3728


„15% (b.u.) Ŷ = 0,0004T²* + 0,997T* + 66,74 R2 = 0,5397
{18% (b.u.) Ŷ = - 0,0056T²* + 0,734T* + 56,05 R2 = 0,8476
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 3 – Representação gráfica e equações de regressão para cálculo da condutivida-
de elétrica do feijão em função do tempo de armazenamento.

Houve redução do tempo de cocção dos grãos de fei- Cunha et al.4 obtiveram redução no tempo de cocção
jão com 15 e 18% (b.u.) e aumento para 12% (b.u.). Houve de grãos de feijão irradiados armazenado sob refrigeração
um decréscimo de 21 minutos em grãos com 18% (b.u.) e entre 4 e 5°C, em um período de até seis meses. Apesar de
15 minutos com 15% (b.u.), enquanto que em grãos com Cunha et al.4 não informar o teor de água dos grãos utiliza-
12% (b.u.) o tempo aumentou em 3 minutos (Tabela 1). dos no experimento, no presente trabalho, mesmo o feijão
12% 15% 18%
12% 15% 18%
5,00

Teor de cinzas (%)


4,50

4,00

3,50

3,00
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = - 0,0002T²* + 0,018T* + 4,26 R2 = 0,5767


„15% (b.u.) Ŷ = - 0,0002T²* + 0,019T* + 3,47 R2 = 0,5883
{18% (b.u.) Ŷ = - 7.10-5T²* + 0,008T* + 3,68 R2 = 0,2534
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 4 – Representação gráfica e equações de regressão para cálculo estimado
do teor de cinzas, em base seca, de feijão em função do tempo de armazenamento.

12% 15% 18%


12% 15% 18%

36,0
Teor de proteína (%)

32,0

28,0

24,0

20,0

16,0

12,0
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = 0,0016T2* - 0,216T + 25,3 R2 = 0,4612


„15% (b.u.) Ŷ = 0,0020T2* - 0,295T + 30,9 R2 = 0,8059
{18% (b.u.) Ŷ = 0,0028T2* - 0,412T + 36,65 R2 = 0,8329
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 5 – Representação gráfica e equações de regressão para cálculo estimado
do teor de proteína, em base seca, de grãos de feijão em função do tempo de arma-
zenamento.

Tabela 1 – Tempo de cocção, em minutos, de grãos de feijão armazenados com diferentes teo-
res de água em ambiente refrigerado durante 120 dias.
Teor de água Tempo de armazenamento (dias)
(% b.u.) 0 30 60 90 120
12% 24,67 27,33 24,00 25,67 28,33
desvio padrão 0,58 1,15 1,73 3,79 2,08
15% 52,33 46,33 43,33 39,67 37,67
desvio padrão 7,23 4,04 4,16 6,11 4,73
18% 65,33 72,33 49,00 43,67 44,00
desvio padrão 8,39 19,63 1,00 1,53 1,73
12% 15% 18%
12% 15% 18%

80

Tempo de cocção (minutos) 70


60
50
40
30
20
10
0
0 30 60 90 120
Tem po de arm azenam ento (dias)

U12% (b.u.) Ŷ = 0,0024T²* - 0,1924T* + 26,88 R2 = 0,7980


„15% (b.u.) Ŷ = -0,1233T* + 50,8 R2 = 0,9695
{18% (b.u.) Ŷ = -0,0006T²* - 0,3033T* + 69,60 R2 = 0,7239
* significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste “t”.
FIGURA 6 – Representação gráfica e equações de regressão para estimar o tempo de
cocção de grãos de feijão em função do tempo de armazenamento.

não tendo sido irradiado os resultados encontrados mostra- RIGUEIRA, R. J. A; LACERDA FILHO, A. F.; VOLK,
ram diminuição no tempo de cocção para grãos com teor M. B. S. Evaluation of the quality beans stored in a
de água a 15 e 18% (b.u.), em função do armazenamento refrigerated environment. Alim. Nutr., Araraquara, v. 20,
refrigerado, à 15°C (Figura 6). n. 4, p. xxx-xxx, out./dez., 2009.
Para grãos armazenados com 12% (b.u.) o aumento
de 3 minutos não foi suficiente para que se possa afirmar ABSTRACT: The cooling of the mass of grains during
que houve endurecimento do feijão, visto que, em relação the storage period, is an economical and effective
aos outros tratamentos, o tempo de cocção foi menor. technique for maintaining the quality of the product, it
provides the decrease of water activity and reduces the
As análises de variância para as variáveis croma,
respiratory rate of the grains, slowing the development
matiz e luminosidade não apresentaram significância, ao of insects and microflora present, regardless of weather
nível de 5% de probabilidade, para os tratamentos teor de conditions in the region. The objective was, with this
água e tempo de armazenamento e na interação destes tra- work, assess the conservation of the quality of beans
tamentos. Portanto, independente do teor de água dos grãos (Phaseolus vulgaris L.) with moisture content ranging
e do tempo de armazenamento, não houve alteração na cor from 12 to 18% (w.b.) by means of artificial cooling of
the mass, during storage in cold chamber. The tests were
do feijão. carried out: water content attributes, hidrogeniônico
potential (pH), electrical conductivity (EC), ash
content, crude protein, time of cooking and color. It was
CONCLUSÕES concluded that cold storage is is an effective technique
for the conservation of physico-chemical characteristics
O armazenamento refrigerado constituiu-se de um of the beans for a period of 120 days.
método eficaz na manutenção das características físico-
químicas de feijão por um período de 120 dias. KEYWORDS: Phaseolus vulgaris L; cooling grain;
physical-chemical characteristics.
Os teores de água estudados podem ser considera-
dos seguros para o armazenamento refrigerado de grãos de
feijão, até 120 dias, se a temperatura for mantida à 15 ± 5°C REFERÊNCIAS
e 55 ± 5% de umidade relativa do ar.
1. BARAMPAMA, Z.; SIMARD, R. E. Nutrient
A cor dos grãos de feijão foi mantida por 120 dias composition, protein quality and antinutritional factors
em ambiente refrigerado à 15 ± 5°C e 55 ± 5% de umi- of some varieties of dry beans (Phaseolus vulgaris, L.)
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