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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS E
CONSTRUÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
Belo Horizonte
2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS E
CONSTRUÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
Belo Horizonte
2008
SUMÁRIO
_______________________________________________
Lista de figuras.......................................................................................................... i
Lista de tabelas.......................................................................................................... v
Resumo ...................................................................................................................... vi
1. Introdução............................................................................................................... 1
8. Conclusão ............................................................................................................... 70
LISTA DE FIGURAS
_______________________________________________
interior do edifício.......................................................................................................
Figura 4.17 – Trincas horizontais na alvenaria provenientes da expansão dos 26
tijolos: o painel é solicitado à compressão na direção horizontal...............................
Figura 4.18 – Trinca vertical no terço médio da parede, causada por 27
movimentações higroscópicas de tijolos de solo-cimento..........................................
Figura 4.19 – Destacamento entra argamassa e componentes de alvenaria................ 27
Figura 4.20 – Trinca horizontal na base da alvenaria por efeito da umidade do solo. 28
Figura 4.21 – Fissuração típica da alvenaria causada por sobrecarga vertical............ 29
Figura 4.22 – Trincas horizontais na alvenaria provenientes de sobrecarga ............. 29
Figura 4.23- Ruptura localizada da alvenaria sob o ponto de aplicação da carga e 30
propagação de fissuras a partir desse ponto................................................................
Figura 4.24- Fissuração no entorno de abertura em parede solicitada por 30
sobrecarga vertical......................................................................................................
Figura 4.25 – Fissuração típica nos cantos das aberturas sob atuação de 31
sobrecargas .................................................................................................................
Figura 4.26 – Configurações das fissuras em algumas situações de recalques........... 32
Figura 4.27 – Gráfico pressão x recalque de sapatas apoiadas em areias ................. 33
Figura 4.28 – Gráfico pressão x recalque de sapatas apoiadas em argilas.................. 34
Figura 4.29 – variação dos recalques absolutos e diferenciados em edifícios 36
assentados sobre argila ...............................................................................................
Figura 4.30 – Fundações contínuas solicitadas por carregamentos desbalanceados :
o trecho mais carregado apresenta maior recalque , originando-se trincas de 37
cisalhamento no painel................................................................................................
Figura 4.31 – Fundações contínuas solicitadas por carregamentos desbalanceados : 37
sob as aberturas surgem trincas de flexão...................................................................
Figura 4.32 – Recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu 38
bulbo de tensões , em função da construção do edifício maior...................................
Figura 4.33 – Recalque diferenciado por consolidações distintas do aterro 38
carregado.....................................................................................................................
Figura 4.34 – Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro , trincas de 38
cisalhamento nas alvenaria..........................................................................................
Figura 4.35 – Recalque diferenciado por falta de homogeneidade do solo................ 39
Figura 4.36 – Recalque diferenciado por rebaixamento do lençol freático. O 39
terreno foi cortado à esquerda do edifício...................................................................
Figura 4.37 – Diferentes sistemas de fundação na mesma construção: recalques
diferenciados entre os sistemas com presença de trincas de cisalhamento no corpo 40
da obra............ ............................................................................................................
Figura 4.38 – Recalques diferenciados entre pilares: surgem trincas inclinadas na 40
direção do pilar que sofreu maior recalque ................................................................
Figura 4.39 – Trinca provocada por recalque advindo da contração do solo, devida 41
à retirada de água por vegetação próxima...................................................................
Figura 4.40 – Fissura de recalque vertical: as partes seccionadas da construção 41
comportam-se individualmente como corpos rígidos.................................................
Figura 4.41 – Fissuras em paredes externa promovidas pela retração da laje de 44
cobertura.....................................................................................................................
Figura 4.42 – Fissuras em paredes externas causadas pela retração de lajes 44
intermediárias .............................................................................................................
Figura 4.43 – Destacamento provocado pelo encunhamento precoce da alvenaria ... 45
Figura 4.44 – Retração de paredes e blocos de concreto em função da idade e da 45
vinculação...................................................................................................................
iii
superior, onde está sendo tracionado, devido a deformação por flexão do suporte
superior.......................................................................................................................
Figura 7.4 – Configuração de tensões de compressão no componente estrutural(
viga) e formação de bielas de compressão ( nas paredes ) em direção contrária a 63
parte comprimida, devido a deformação por flexão do suporte inferior ....................
Figura 7.5 – Configuração de tensão axial provocado por recalque diferencial da 63
fundação com formação de bielas de compressão no canto extremo do recalque .....
Figura 7.6 – A mesma configuração de tensão da figura anterior , porém observa-
se quanto maior o comprimento da parede de alvenaria , maior será a magnitude 64
das bielas de compressão............................................................................................
Figura 7.7. – Configuração de tensão de compressão em vão de alvenaria( janela) 64
em balanço de viga , formando bielas de retração na alvenaria..................................
Figura 7.8 – Configuração de tensões de compressão em balanço de vigas sem 65
aberturas de vãos de alvenaria. ...............................................................................
Figura 7.9 - Configuração de tensões de compressão em balanço de viga com 65
aberturas nos vãos de alvenaria. .................................................................................
Figura 7.10 - Configuração de tensões de compressão em balanço de vigas sem
aberturas de vãos de alvenaria , provocadas por deflexão da região do suporte 66
inferior na extremidade dos cantos.............................................................................
Figura 7.11 - Configuração de tensões de compressão em balanço de viga com
aberturas de vãos de alvenaria , provocadas por deflexão da região do suporte 66
inferior na extremidade dos cantos ............................................................................
Figura 7.12 - Configuração de tensões de compressão em balanço de viga sem 67
aberturas de vãos de alvenaria ...................................................................................
Figura 7.13 - Configuração de tensões de compressão em balanço de viga com 67
abertura de vãos de alvenaria .....................................................................................
Figura 7.14 – Configuração de tensões provocada por movimentações térmicas na
interação laje de cobertura sobre paredes de alvenaria que introduzem tensões de 68
tração e de cisalhamento nas paredes..........................................................................
v
LISTA DE TABELAS
_______________________________________________
RESUMO
_______________________________________________
1 - INTRODUÇÃO
________________________________________________
Nos últimos anos, houve uma profunda mudança na maneira de construir, pois
antigamente as alvenarias eram utilizadas como elemento resistente e de vedação e a sua
estabilidade e resistência eram definidos em função de sua geometria.
Com advento do concreto armado, ocorreram profundas alterações no comportamento
das alvenarias. Hoje, os edifícios são mais altos e esbeltos, a concepção privilegia grandes
vãos, há menos pilares e as lajes apresentam espessura reduzida. Essas ,características, sem
dúvida, trouxeram implicações e tornaram as estruturas mais deformáveis, em paradoxo , com
o advento de blocos vazados , tanto de cerâmica como de concreto mais resistente e
dimensões maiores , o que reduziu a capacidade das alvenarias absorver as deformações. De
fato, isso colaborou para o surgimento das patologias sem que estas mudanças fossem
estudadas.
O processo de racionalização e aceleração da velocidade de execução de obras
trouxeram problemas , pois com o ritmo acelerado da obra pode fazer com que as fôrmas e
cimbramentos sejam retirados antes do momento adequado, e as deformações estruturais
iniciais tendem a ser maiores, reflete em períodos menores de escoramento e início antecipado
das alvenarias, sendo que as patologias mais comum relacionadas à deformação acabam se
manifestando na alvenaria na formação de fissuras em bielas de compressão , arqueamento,
indicando transmissão de cargas para os apoios e também podendo apresentar várias
ocorrência de esmagamento da argamassa de assentamento ocasionando rompimento do
revestimento.
Por todas essas razões, a execução torna-se uma etapa fundamental para minimizar
as patologias decorrentes de deformações estruturais. Já existe a consciência de que não se
deve carregar a estrutura precocemente e dar um tempo razoável para que ocorram as reações
do cimento. È necessário, portanto, repensar sobre a interação estrutura – vedações , para
ganhar em qualidade e produtividade.
2
2 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS
__________________________________________________
PAREDES DE VEDAÇÃO
RELAÇÃO POSIÇÃO LIGAÇÃO PROCESSO
PAREDES ESTRUTURAIS
SITUAÇÃO RELAÇÃO EDIFÍCIO SITUAÇÃO ESTRUTURAL
Internas Não armada/ parcialmente armada /
No caso das paredes, entenda-se pois, por agora, como patologia não-estrutural
aquela que corresponde a paredes das quais não depende diretamente a estabilidade de outros
elementos construtivos. Esta opção resulta menos clara, do ponto de vista da designação, para
as situações em que os defeitos das paredes não-estruturais resultam do deficiente
4
vulcânica
HUMNAS
CAUSAS
FISSURAÇÃO
sobrecargas
6
• esbelteza excessiva;
• deficiente contraventamento;
• reduzida ductilidade.
Esses fatores explicam porque as fissuras constituem um estado patológico bastante comum
em estruturas de alvenaria.
Segundo GRIMM (1988 a 1997)a fissuração pode ser considerada como causa mais
freqüente de falha de desempenho da alvenaria. As fissuras , entretanto , prejudicam , a
estética , o conforto do usuário , a estanqueidade da construção , ou seja, as condições de
serviços deixam de ser atendidas.
Com base nas causas de fissuras em alvenarias apresentadas por GRIMM (1988),
PAGE (1993) e THOMAZ (1998) , pode classificá-las em basicamente em três tipos: efeitos
externos, mudanças volumétricas dos materiais e interação com outros elementos estruturais.
Os efeitos externos compreendem principalmente a atuação das cargas variáveis e
movimentação das fundações .
O segundo tipo de classificação, refere-se às mudanças volumétricas, provocadas
por retração, mudanças de temperatura e de umidade, etc. A interação da alvenaria com outros
8
Figura 3.2.6 – Fatores de majoração das tensões ao longo de janela presente numa
parede (comp. parede/h parede =2 e comp. Parede/comp.janela= 2,8)
físicas, deve se conhecer o ciclo de temperatura a que está sujeito e determinar também a
velocidade de ocorrência das mudanças térmicas , como no caso de alguns selantes que
possuem pouca capacidade de acomodação a movimentos bruscos.
Teoricamente, as tensões de origem térmica são nulas nos pontos centrais das lajes ,
crescendo proporcionalmente em direção aos bordos onde atingem seu ponto máximo.
Figura 4.6 – Propagação das tensões numa laje de cobertura com bordos
vinculados devido a efeitos térmicos
20
Figura 4.7 – Movimentações que ocorrem numa laje de cobertura , sob ação da elevação
da temperatura
Figura 4.8 – Trinca típica presente no topo da parede paralela ao comprimento da laje, a
direção das fissuras são perpendiculares às resultantes de tração(δt) , indica o sentido da
movimentação térmica ( no caso, da esquerda para direita )
Figura 4.16 – Parede externa assentada com juntas a prumo sem alinhamento
vertical ocasionando aparecimento de ponto de penetração de umidade para interior do
edifício.
Figura 4.18 – Trinca vertical no terço médio da parede, causada por movimentações
higroscópicas de tijolos de solo-cimento
Nos painéis de alvenaria onde existem aberturas , as trincas formam-se a partir dos
vértices dessa abertura e sob o peitoril, teoricamente, em função do caminhamento das
isostáticas de compressão.
Figura 4.25 – Fissuração típica nos cantos das aberturas sob atuação de sobrecargas
Ate´ há pouco tempo as fundações dos edifícios eram dimensionadas pelo critério de
ruptura do solo, apresentando as construções , cargas que geralmente não excediam a
500tf.Ao mesmo tempo que as estruturas iam ganhando esbeltez , iam ganhando maior altura,
chegando-se atingir 20.000tf. Dentro desse, é imprescindível uma mudança de postura para o
cálculo e dimensionamento das fundações dos edifícios.
Embora seja difícil impedir o aparecimento de fissuras em edifícios , medidas
preventivas adotadas ainda na fase de projeto podem minimizá-las. Se a movimentação da
fundação puder ser prevista , PAGE(1993) afirmou que ela deve então ser dimensionada
rígida o suficiente para acomodar esses movimentos , evitando assim deformações excessivas
na alvenaria. A norma australiana limita a curvatura de vigas e lajes que suportam paredes de
alvenaria a vão/500. quando se tomam providências para minimizar os efeitos da
movimentação, ou vão/1000, no caso contrário. Alternativamente, a alvenaria pode ser
projetada para atuar como viga- parede , cujo vão seria o da região do recalque. Todavia, se
houver fissuração neste caso, ela tende a ser excessiva. Se forem projetadas juntas de controle
de fissuração , de forma que a alvenaria possa tolerar algum movimento da fundação, a
rigidez desta última pode ser reduzida.
THOMAZ(1998) ressaltou a prática da inserção de juntas nas estruturas como forma
eficiente de evitar fissuras provocadas por acomodações da fundação. Foram citados alguns
casos em que se recomendam juntas: edifícios com forma muito alongada, plantas recortadas,
carregamentos muito diferenciados, fundações apoiadas em cotas diferentes , diferentes tipo
de fundação e diferentes etapas de construção.
32
Para edifícios uniformemente carregados, são diversos fatores que podem conduzir aos
recalques diferenciados e consequentemente a fissuração. Nas figuras abaixo são ilustrados
alguns desses casos.
38
Figura 4.36 – Recalque diferenciado por rebaixamento do lençol freático. O terreno foi
cortado à esquerda do edifício
Figura 4.38 – Recalques diferenciados entre pilares: surgem trincas inclinadas na direção
do pilar que sofreu maior recalque
41
Figura 4.39 – Trinca provocada por recalque advindo da contração do solo, devida à
retirada de água por vegetação próxima
CIMENTO
retração plástica explica o adensamento das juntas de argamassas de uma alvenaria recém –
construídas e a exsudação de água num concreto recém – vibrado.
Inúmeros fatores intervêm na retração de um produto à base de cimento, sendo os
principais:
a) Composição química e finura do cimento: a retração aumenta com a finura
do cimento e com o seu conteúdo de cloretos (CaCl2) e álcalis ( NaOH,
KOH);
b) Quantidade de cimento adicionada à mistura : quanto maior o consumo de
cimento, maior a retração;
c) Natureza do agregado: quanto menor o módulo de deformação do agregado,
maior sua suscetibilidade à compressão isotrópica e portanto, maior
retração do cimento e também maior retração dos agregados com maior
poder de absorção de água;
d) Granulometria dos agregados : quanto maior finura dos agregados , maior
será a quantidade necessária de pasta de cimento para recobri-los , portanto ,
maior será a retração;
e) Quantidade de água na mistura: quanto maior a relação água/cimento, maior
retração de secagem;
f) Condições de cura: se a evaporação da água iniciar-se antes do términio da
pega do aglomerante, isto é, antes de começarem os primeiras reações entre
os cristais desenvolvidos com a hidratação, a retração poderá ser
acentuadamente aumentada.
Sem dúvida a relação água/ cimento é a que mais influencia a retração de um produto
à base de cimento. A retração da laje de concreto armado poderá provocar o aparecimento de
fissuras na própria laje, contudo, o efeito mais nocivo da retração de lajes será a fissuração de
paredes solidárias à laje. Estudos desenvolvidos na Suécia, indicam que fissuras horizontais,
oriundas da retração de lajes, poderão aparecer também em paredes de andares intermediários,
de edifícios constituídos por alvenaria estrutural, nesse caso , as fissuras poderão surgir
imediatamente abaixo da laje ou nos cantos superiores de caixilhos, conforme figura abaixo.
44
Experiências realizadas pela PCA – Portland Cement Association com blocos vazados
de concreto revelam que a qualidade dos blocos e da argamassa de assentamento, além do
grau de restrição imposto à parede , exercem grande influência nas acomodações finais dos
componentes de alvenaria.A figura abaixo ilustra um caso de paredes constituídas por bloco
curados a vapor , assentados com argamassa mista de cimento, cal e areia.
5 – DEFORMAÇÕES ESTRUTURAIS
__________________________________________________
Vigas e lajes deformam-se naturalmente sob ação do seu peso próprio, das demais
cargas permanentes e acidentais e mesmo sob efeito da retração e da deformação lenta do
concreto. Os componentes estruturais admitem flechas que podem não comprometer em nada
sua própria estética , a estabilidade e a resistência da construção. Tais flechas , entretanto,
podem ser incompatíveis com a capacidade de deformação de paredes ou outros componentes
que integram os edifícios.
A norma brasileira para projetos execução de obras de concreto armado estipula as
máximas flechas permissíveis para vigas e lajes :
a) “ as flechas medidas a partir do plano que contém os apoios , quando atuarem todas
as ações , não ultrapassarão 1/300 do vão teórico, exceto no caso de balanços , para os quais
não ultrapassarão 1/150 do seu comprimento teórico”;
b) “ o deslocamento causado pelas cargas acidentais não será superior a 1/500do vão
teórico e 1/250 do comprimento teórico dos balanços”
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A NBR 6118 estipula que no cálculo das flechas deverão ser levadas em conta a
retração e a deformação lenta do concreto, a fim de que as deformações não possam ser
prejudiciais à estrutura ou a outras partes da construção.
ARMADO
Para paredes de vedação sem aberturas de portas e janelas existem três configurações
típicas de trincas:
a) O componente de apoio deforma-se mais que o componente superior, dando o
surgimento de trincas inclinadas nos cantos superiores da parede , oriundas do carregamento
não uniforme da viga superior sobre o painel, já que existe a tendência de ocorrer maior
carregamento junto aos cantos das paredes. Na parte inferior do painel , normalmente surge
um trinca horizontal, quando o comprimento da parede é superior `a sua altura , aparece o
efeito de arco e a trinca horizontal desvia-se em direção aos vértices inferiores do painel .
51
ALVENARIAS
__________________________________________________
Outro fator que influencia a resistência final da parede , é o assentamento dos blocos ,
fato que , o preenchimento incompleto da juntas de assentamento reduz em 33% ou mais a
resistência final da parede e a espessura da junta variando entre 16 a 19 mm resulta em perda
de resistência da ordem de 30% quando comparada com junta de 10mm.
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- a perda rápida de água da argamassa para o bloco confere uma forma arredondada `a
junta , reduzindo a área de contato. Em paredes esbeltas a redução da a resistência final pode
chegar a 50%.
O comportamento das alvenarias será condicionado pela efetividade da ligação
componente / argamassa . De acordo com SABBATINI , poder de sucção do bloco é de
fundamental importância , pois dele depende a aderência da argamassa e a resistência da junta
contra a penetração de água de chuva nas alvenarias aparentes. Os blocos ,
independentemente do tipo de material, deverão portanto, apresentar poder de absorção dentro
de uma determinada faixa, se a absorção for muito pequena , não haverá boa penetração dos
cristais hidratados do aglomerantes nos poros do bloco, prejudicando-se , portanto a aderência
mecânica. Se , por outro lado , a absorção for muito grande, não haverá água suficiente para a
hidratação do aglomerante , prejudicando-se a aderência .
Independentemente do tipo ou do poder de sucção do bloco, todavia, a escolha do tipo
de argamassa de assentamento é que influirá decisivamente no melhor ou pior
comportamento da alvenaria. Assim sendo, praticamente todas as especificações técnicas
recomendam argamassas proporcionadas com um volume de aglomerante( cimento e cal
misturados) para três volumes de areia, relação esta que parece ser ideal para os grãos de areia
sejam totalmente recobertos pela pasta de aglomerantes.
Além dos cuidados referentes à escolha dos materiais , a qualidade da alvenaria
dependerá fundamentalmente da qualidade do serviço ( amarração, nível, prumo, regularidade
das juntas etc.). O adensamento da argamassa das juntas verticais e horizontais, conseguido
mediante a pressão e um bloco contra outro na operação de assentamento, e o não
realinhamento do bloco assentado após o início de pega da argamassa são cuidados
imprescindíveis para que se obtenham juntas estanques .
59
Tabela 6.3 – Distância máxima entre juntas de controle em alvenarias armadas e não
armadas
______________________________________________
Neste capítulo será apresentado as várias causas que levam a formação de
fissuras nos edifícios . Tenta-se analisar os mecanismos de formação de fissuras , assim como
fornecer alguns elementos para sua previsão sobre as origens dos problemas patológicos,
dando enfoque e levando-se em consideração que as fissuras são provocadas por tensões
oriundas de atuação de cargas ou de movimentações de materiais e ou dos componentes
estruturais.
Figura 7.5 – Configuração de tensão axial provocado por recalque diferencial da fundação
com formação de bielas de compressão no canto extremo do recalque .
Figura 7.6 – A mesma configuração de tensão da figura anterior , porém observa-se quanto
maior o comprimento da parede de alvenaria , maior será a magnitude das bielas de
compressão.
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Figura 7.9 - Configuração de tensões de compressão em balanço de viga com aberturas nos
vãos de alvenaria. Observa-se que, na janela de maior vão, a relação do comprimento da
parede com o comprimento da janela , o coeficiente é maior se comparando com a janela de
vão menor, onde o coeficiente é menor. Verifica-se que na janela de vão maior há um uma
concentração de tensões aos cantos inferiores que podem variar em função do tamanho e da
localização das aberturas. Permitir analisar que a deflexão é da viga inferior na região de
balanço.Verifica-se também, forças de tração atuando no plano horizontal no vão da alvenaria
mais a tensão axial que pode gerar tensões de cisalhamento ao centro do vão.
cantos . Observa-se que a magnitude das bielas aumentam conforme o afastamento dos
extremos inferiores ao centro do painel.
introdução de esforços de flexão nas paredes induzindo linhas horizontais de fissuras por
cisalhamento na alvenaria .
devido a paredes muito extensas. Isso explica o fato de que as lajes de coberturas se
encontrarem vinculadas às paredes de sustentação.
70
8 - CONCLUSÃO
__________________________________________________
9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
__________________________________________________
COELHO, R.A. Patologias das alvenarias. Belo Horizonte, 2008 ( Apostila do curso
Patologia das Alvenarias , CREAMG- IMEC)
GOMES, N.S. A resistência das paredes de alvenaria. São Paulo, 1983( Dissertação de
mestrado apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
BORGES, A.C. Prática das pequenas construções. 6ª ed. São Paulo, Edgard Blucher , 1972.
PETRUCCI, E.G.R. Materiais de construções. 6ª ed. Porto Alegre, Editora Globo, 1982.