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Mostrar-se e ver-se em La vida es sueño, de Calderón

O mundo dos sentidos – e sobretudo o da visão – desempenha um papel primordial na experiência


fundamental representada em La vida es sueño (1634-1635), de Pedro Calderón de la Barca (1600-
1681). Segismundo, o seu protagonista, subtraído à vista de todos e fechado numa torre desde que
nasceu, é transportado para o palácio, para que o rei Basilio, seu pai, responsável pelo seu
encarceramento, julgue se pode ou não ceder ao seu filho o trono da Polónia. A acção decorre num
tempo histórico indeterminado, mesmo que vários soberanos da Rússia tenham tido o nome de Basílio
e que tenham reinado na Polónia três reis com o nome de Segismundo. A evocação da Corte da
Polónia e os acontecimentos que supostamente aí se desenrolaram são puramente fictícios. O único
elemento real é o facto de o reino da Polónia ter tido, no século XVI, acesso por mar, o que permite
legitimar algumas alusões da peça.
Em busca da sua identidade, Segismundo, príncipe por um dia, perdido no meio do fausto da corte
ou levado sem qualquer explicação de volta para a torre-prisão, deve separar o sonho da realidade. É
através do olhar nas suas múltiplas implicações – ver e ser visto, ver e ver-se, ver e compreender – que
analisaremos a peça de Calderón, concentrando-nos na personagem de Segismundo.

1. O príncipe Segismundo
O príncipe Segismundo domina em toda a sua estatura, em toda a sua grandeza humana e
exemplar sobre as outras personagens. Segismundo não tem nem idade precisa, nem face definida;
nenhum traço sugere o seu aspecto físico; este só pode deduzir-se a partir da sua natureza moral, e
sobretudo da sua violência: violência do seu desespero nas admiráveis estâncias do acto I, que o leva
ao mais alto lirismo para clamar a sua alienação; violência da sua transformação interior que o
transporta do furor à ternura a partir do momento em que se apercebe de uma voz feminina; violência
do desejo cada vez mais forte que ele sente quando olha para Rosaura; violência do seu ardor de viver
que se transforma em ardor de morrer. O auge desta violência é atingido quando Segismundo,
vendo--se de novo enclausurado, desafia o céu como um super-homem. É nesta perspectiva que
podemos referir um ponto central do dogma católico que consiste em afirmar que o homem necessita
de uma ajuda sobrenatural da graça para realizar qualquer acto meritório. A tese da omnipotência da
Providência coloca-se através do tema dramático da predicção astrológica: Segismundo não disporia
do seu livre arbítrio, a fatalidade pesaria sobre o seu destino. A decisão tomada por Basílio de libertar
o seu filho (v.796-804), através do confronto entre pai e filho, permitirá colocar o problema da
Providência e do livre arbítrio, saindo Segismundo desse conflito mais forte e pretendendo afrontar
tudo e todos.
Há nesta personagem uma espécie de desmedida inquietante, aliás anunciada pelo seu horóscopo,
um poder duvidoso e um orgulho imparável que tudo pode reduzir à sua vontade. A ambição, o gosto e
vontade de poder é uma espécie de pressentimento aterrador da sua verdadeira natureza, feita para
reinar na liberdade - eis alguns dos traços de personalidade de Segismundo que Clotaldo sublinha na

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narrativa que faz ao Rei, no início do acto II (v.989-1094).
Segismundo inscreve-se na conhecida “Peregrinatio Vitae” que funda toda a acção da peça e que
está traçado a vários níveis de comunicação. Trata-se do progresso de uma etapa inicial de caos até
uma etapa final de integridade, durante o qual o protagonista avança de uma situação de
encarceramento pelas paixões e a ignorância para a da liberdade da razão e a própria identidade. Os
estudos da trajectória de Segismundo apontam todas as bases filosóficas desta peregrinação penosa até
ao entendimento da sua verdadeira identidade. No entanto há que distinguir duas correntes: enquanto
Bandera (1967), Surensen (1981) e Sciacca (1983) vão no sentido de uma tese platónica e do mito da
caverna desenvolvido por Platão em que o homem só se liberta se perceber que o terreno é sonho e
que só o Eterno é verdadeiro, despojando-se do encantamento do mundo sensível, Wradropper (1969)
lê toda a peça como uma alegoria do nascimento e da morte do homem, constituindo um processo
existencial.
1.1. Ver e ser visto na busca da identidade
Sob os olhos de Rosaura, ao mesmo tempo estupefacta e temerosa, aparece esse homem fora do
comum que é Segismundo, esse “monstruo humano” (v.209), esse “prodigio” (v.301), meio homem
meio animal, acorrentado, iluminado por uma candeia, que aumenta ainda mais as trevas que o
cercam. E é sob o olhar do Outro, antes mesmo de ter consciência disso, que Segismundo profere o
seu longo queixume, do fundo da sua prisão obscura. Somente depois terá lugar o seu encontro com
Rosaura.
Tudo é escuridão neste momento inicial da tragédia, afastamento e ausência de referências. O
mundo à volta é um mundo hostil. Labirinto ou prisão, montanha inospitaleira ou torre escura: este é o
espaço onde é difícil discernir, “ver-se”.
Quando Calderón nos faz penetrar na torre de Segismundo, sabemos que este é ouvido e visto.
Porém ele desconhece-o. E quando, crendo-se sozinho, ele revela o seu desespero ao dirigir o seu
lamento a essa divindade injusta que o maltrata, ele entrega-se totalmente ao Outro. Mesmo se o que
provoca a sua violência, no final do monólogo, é o facto de ter sido escutado, percebemos que esta
violência é provocada pela vergonha de estar sob o olhar do Outro. Ao ouvir uma voz estranha, ele
toma consciência de que “é visto”. É assim que Sartre analisa o fenómeno da vergonha em L’Être et le
Néant (1943): “a vergonha […] é reconhecimento de que sou efectivamente esse objecto que o outro
olha e julga” (p.307). Olhar devastador do Outro-Rosaura que viola a intimidade, vê a queda desse
homem vestido com peles de animais, enclausurado numa caverna escura, tipo de morto-vivo (v.201).
Retomemos a temática da violência, a que já aludimos e que surge na peça desde os primeiros
versos ainda antes do aparecimento de Segismundo. Fruto de uma dupla natureza – tal como Rosaura
– Segismundo nasceu homem, mas é educado como um animal. Na peça não se trata apenas de uma
violência física, mas também por vezes moral; uma violência que não vem só das personagens, mas
também dos elementos.
No primeiro monólogo (v.102-172), a violência de Segismundo é causada pela sua ausência de

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liberdade. Ele não consegue compreender por que as outras criaturas são livres enquanto ele não o é.
Aliás, nas suas comparações com os elementos naturais, o denominador comum é a força bruta, a
violência possível (v.163-166).
A evolução da personagem passará por um domínio desta violência, de que tomou consciência
(v.2148-2150), passando por diversas provas (v.2958-2962; 2992-2993; 3172-3174). Violência
presente desde que nasceu (v.680-687) e sinal do que viria a ser a sua natureza. Tendo vivido sempre
longe do mundo civilizado, Segismundo é incapaz de falar a linguagem da Corte, ignorando os seus
códigos, as suas convenções. Só no final da peça irá dominar esta linguagem, visto que, depois de ter
vencido pela violência das armas, ele legitima a sua autoridade real por um discurso que se coaduna
com o lugar que ocupará a partir daí. Do prisioneiro acorrentado e violento ao monarca sensato, Se-
gismundo sofreu uma transformação radical e progressiva. Ele só é realmente transformado, realmente
humano no decorrer da última cena da peça quando se submete ao pai, aceitando desse modo os
códigos sociais.
Para chegar aqui, Segismundo teve de utilizar a violência contra ele próprio, contra as suas
pulsões. As decisões finais relativamente ao casamento são também elas violentas. A solução moral
impõe-se à solução natural e Segismundo violenta-se, luta uma vez mais contra a sua tendência natural
para se casar com Estrella, e restaurar a honra de Rosaura, impondo o seu casamento com Astolfo.
1.1.1. O olhar, transgressão do interdito
A torre, mal perceptível ao olhar, confundindo-se com a natureza envolvente, foi interdita por
decreto-real de ser acedida assim como não se deve comunicar com quem a habita. Rosaura e Clarín
transgridem duplamente os lugares pelo seu olhar e pela sua presença. Tudo vai ser feito para que de
novo se vele o que não deveria ter sido desvelado: os soldados que intervêm ao lado de Clotaldo têm a
face dissimulada; o monstro Segismundo é de novo subtraído aos olhares, escondido no seu
“labirinto” (v.327-329); os prisioneiros que devem ser conduzidos até ao rei terão os olhos tapados a
fim de não reconhecerem os locais entre a torre e o palácio (v.355-358).
1.2. O monólogo como discurso de auto-consciência
No primeiro monólogo (v. 102-172), Segismundo observa a natureza que o rodeia, as aves, os
peixes, os animais selvagens, os rios; compara-se a essa natureza e, achando-se superior a ela,
lamenta-se por ter menos liberdade. Em certo sentido, mais do que de um monólogo, trata-se antes de
um diálogo: Segismundo, por um lado, e o resto do mundo, por outro. A sua experiência racional até
esse momento consistiu no estudo da natureza entendida na sua mais ampla acepção, como ele próprio
confessa (v.214-219).
O seu raciocínio é de tipo objectivo, a sua pergunta dirige-se a essa mesma natureza, às leis gerais
que regem o universo. Não se trata em rigor de um típico processo introspectivo, visto que não tenta
buscar a causa da sua desgraça dentro dele próprio, mas fora, observando-se objectivamente como
parte do mundo que o rodeia.
Aquando do segundo monólogo (v. 1224-1247), o ponto de referência do seu conhecimento já não

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é o mundo exterior, mas a memória de um estado de vida distinto do presente. Esta condição só pode
dar-se agora posto que no primeiro monólogo Segismundo carece da consciência de um estado de vida
anterior e distinto do da prisão. A prisão deve ser aqui entendida como símbolo de um processo
interior, e não na sua acepção puramente física.
A trajectória marcada por estas duas etapas permite-nos concluir que se trata de um processo de
fora para dentro, uma viagem que tem como princípio o conhecimento empírico da realidade e que
prossegue para o interior de si através do sonho da recordação.
Quando Segismundo acorda e não reconhece o espaço que lhe é familiar, a estranheza que
experimenta vai aumentar os seus problemas de identidade. O mundo da corte será o mundo da
aparência. Para Segismundo, sê-lo-á ainda a um outro nível, visto que o poder que lhe é retirado pelo
pai é um poder artificial, um poder condicional. Todos representam a comédia do respeito e da
obediência; todos sabem, à excepção dele próprio, que pode ser destituído desse poder de empréstimo
nas horas subsequentes.
1.2.1. Ver e duvidar
No segundo monólogo (v.1224-1247), Segismundo vê-se confrontado com uma situação
inesperada e difícil que o vai levar a adaptar-se-lhe, seja qual for o preço a pagar. Segismundo está
numa das duas vertentes da estupefacção. O prisioneiro miserável e solitário da sua torre-caverna não
acredita no que vê. A dúvida, a confusão acompanham o movimento do olhar que descobre
progressivamente todos os objectos insólitos desse novo mundo em que está mergulhado, e de que a
anáfora do “eu” em muitos versos é uma revelação. Esse “eu” repetido incessantemente manifesta a
sua tentativa desesperada para se situar, para se apoiar na única verdade tangível, no único ponto de
referência: é ele, Segismundo, que está no centro desse novo mundo feito de luxo, habitado por
homens que o servem. No final desta reflexão solitária, e antes de compreender o que lhe está a
acontecer, ele decide adaptar-se a esta nova situação e deixar-se servir.
Essa dúvida que o invade, de repente transportado para um mundo desconhecido, essa experiência
da ilusão, não o abandonarão aquando da sua breve estadia no palácio, visto que Basílio e Clotaldo lhe
repetirão que os sentidos podem enganar e o porão alerta contra um excesso de confiança em si.
Quando se interroga sobre a oposição entre sonho e realidade, ele só vai repetir o que lhe disseram e
que serviu para o inquietar e para o dominar.
De regresso à sua torre-caverna, depois da experiência do palácio, ele já não se mostra furioso
nem violento, mas atrevido: Segismundo está a tomar consciência de que a vida é sonho. Ele analisa
toda a escala social, do rei até ao pobre (v.2148-2187): todos sonham que vivem, nenhum tem meios
para dar um sentido à sua vida. Visto que esta leva inexoravelmente à morte e é só uma ilusão, é
preciso reprimir-se e tentar agir convenientemente visto que teremos de dar conta dos nossos actos no
momento do despertar.
Se a vida é sonho e tudo não passa de ilusão, o mundo não é então feita senão de aparências
enganadoras. A tomada de consciência desta artificialidade do mundo, das suas contingências, leva o

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homem, confuso e desesperado, a desviar-se dele.
1.2.2. Segismundo observado
Segismundo é aquela personagem que está sempre sob o olhar do Outro. Por si só, ele é teatro no
teatro, processo utilizado e explorado na peça na primeira metade da Segunda Jornada, inscrevendo-se
o excerto na série de narrativas encaixadas e colocando-o em perspectiva. O estatuto desta sequência é
marcado pela ambiguidade graças à mudança de ponto de vista. Todas as personagens, à excepção de
Clotaldo e Basilio, remetem essa imagem para a personagem como um vivido real, enquanto estes lha
reenviam como um sonho, uma ilusão (v.2932-2936).
Este vaivém entre real e ficção que Basilio (v.1531-1532) e Clotaldo (v.1679) operam, produz um
efeito de desrealização que enlouquece Segismundo (v.1680-1683).
Por trás de Segismundo, a um terceiro nível de ilusão, os espectadores passam de um ponto de
vista a outro (v.2940-2950). Esta sequência, pela sua ambiguidade, visualiza a metáfora do título La
vida es sueño. A utilização do verbo ser no seu sentido existencial por oposição a estar, que remete
para as circunstâncias, funciona aqui em pleno, fazendo equivaler realidade e ficção (v.1147-1148) e
fazendo pesar a dúvida sobre o sentido a dar à realidade das coisas.
Segismundo, até então escondido, encontra-se de repente à luz do dia; tornou-se o centro para o
qual convergem todos os olhares. Este homem, que foi “travestido” com brocados e ricos tecidos,
cobrindo, no sentido próprio e figurado, o seu aspecto selvagem, surge “melancólico” a um dos
criados. Depois é o desfile dos que o vêm “ver” e apresentar-lhe os maiores respeitos para que a
experiência de Basílio pareça mais “verídica”. E é aos olhos dos outros que Segismundo executará o
seu primeiro acto, aproveitando-se do poder que lhe concedem.
1.2.3. A descoberta da beleza
O palácio não será unicamente o lugar da experiência do poder; será também o da descoberta da
beleza feminina. Primeiro, temos o aparecimento de Estrella que subjuga o príncipe. Pela boca de
Segismundo se manifesta toda uma retórica amorosa que evidencia o seu real maravilhamento perante
a beleza feminina. Esta é o mecanismo que liberta Segismundo das cadeias do sonho e da realidade. É
o único elemento que atravessa os dois universos e lhe permite compreender que eles são apenas um.
A beleza feminina foi o que mais o marcou aquando da sua passagem pelo palácio. Rosaura
também fascina Segismundo. O segundo encontro das duas personagens principais é essencial no
percurso do protagonista. Apesar da mudança radical das suas aparências, ambos se reconhecem, eles
“vêem” para além disso o que os torna outros. Segismundo reconhece Rosaura apesar dos seus trajes
de mulher. Rosaura reconhece, sob os hábitos de príncipe, aquele que ela vira vestido com peles de
animais. Nenhum dos dois se deixa enganar pelos sentidos. Há continuidade na admiração (v.1593-
1617), pelo menos por parte de Segismundo, e quando este fala dela como da mais bela das flores, da
mais bela pedra preciosa, do astro mais belo, ele utiliza a retórica amorosa, as palavras que profere são
a tradução da beleza da mulher, do desejo que nasce quando a contempla. Nas premissas da relação
amorosa os sentidos da vista e da audição estão presentes, revelando-se a primeira superior à segunda.

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Precisemos que Segismundo, pelo seu encarceramento, só tem da mulher um conhecimento teórico. O
vocabulário empregue (v.190-276; 1571-1617) corresponde a uma reminiscência do amor cortês
(inspirado pelo platonismo místico em que o homem transcendentaliza e torna essencial a mulher
amada, conferindo-lhe o atributo de plenitude espiritual, só a mulher bela, física e moralmente, é
imagem da Beleza em si, transportando o homem do sensual para o espiritual e assim o regenerando e
purificando) no qual o homem se exalta enquanto a mulher permanece fria e dona dos seus
sentimentos e pulsões.
O desaparecimento de Rosaura fá-lo sofrer e intensifica a sua violência. Responde a esta a de
Rosaura como duplo de Segismundo, o qual vai querer satisfazer o seu desejo nesse momento. Mas
não haverá satisfação do desejo. Segue-se toda uma série de violências: a intervenção de Clotaldo,
testemunha da paixão cega do seu protegido, a luta entre os dois homens, uma segunda intervenção,
desta vez de Astolfo, e, como consequência, a decisão real de levar o indomado de novo para a prisão.

Conclusão
O caminho percorrido por Segismundo é o de uma personagem surgida do nada no seu
espaço--prisão, domínio dos sentidos e das paixões, à força de desviar o seu olhar da rapariga para se
abstrair da sua beleza e do seu próprio desejo a fim de salvar um bem essencial para todos aqueles que
são nobres, a honra.
Nesta trajectória, ele experimentou o desejo, o amor, a presença do Outro, descobrindo a beleza
da mulher; ele consegue renunciar a ela pelo soberano Bem. No final do seu percurso heróico, ele
acha-se digno do poder. Tornou-se efectivamente “ese sol de Polonia” (v.1342), abandonando as
trevas do erro e da paixão e penetrando na luz da verdade. A peça termina então com o ultrapassar da
dualidade e a resolução de um paradoxo.

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