Vous êtes sur la page 1sur 15

c 

c
  
  c 
     
c 

Componente Curricular: Direito Constitucional I.


Alunos: Bárbara Kelly Barbosa de Souza (101225180);
Jáder de Medeiros Mariz Neto (101225172).




  c    










Campina Grande, abril de 2011


 c

A preocupação em afirmar os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,


já se fazia presente nos textos legislativos da Antiguidade. Entretanto, os preceitos
morais e religiosos, que estariam relacionados ao mero comportamento, estavam
entrelaçados de forma, até certo ponto homogênea, aos preceitos jurídicos que
regulariam condutas coercitivamente impostas, deixando a desejar em seu caráter de
possível defesa de direitos.
Ínfimos eram os documentos onde se encontrava contornos mais concretos e
precisos, das declarações de direitos humanos. Apesar disso, vale-se ressaltar a Magna
Carta da Inglaterra, de 1215, que apesar de se restringir a regular a relação geral entre o
monarca inglês e seus súditos, representou um avanço por instituir princípios que viriam
a adquirir, posteriormente, caráter universal.
A questão central passa a ser, qual seria a real função ou mesmo finalidade do
Estado, já que desde sua origem, sua existência esta relacionada a supri necessidades
sociais. Entretanto, vimos ao longo da história, que essa visão foi um tanto distorcida,
tantos foram os governantes, que utilizaram seu poder de forma arbitrária, relegando a
devida importância aos direitos sociais.
Desta forma, a partir das transformações no modo de pensar da sociedade,
incidindo um olhar mais racional sobre o mundo, deixando de lados as convicções de
aspecto meramente religioso, trouxeram ao foco o papel do homem como um ser social.
A evolução entre as relações humanas na sociedade, mas, principalmente no âmbito das
relações de trabalho, tornaram a questões sobre o respeito à pessoa humana mais
relevante, o comportamento social modificou-se, e os operários já não aceitavam mais
as condições precárias nas quais trabalhavam.
Como conseqüência dos ânimos acirrados, tivemos as Declarações de Direitos
do Povo da Virgínia, que em 1776 foram incorporadas à Constituição dos Estados
Unidos e a Revolução Francesa e sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
de 26 de agosto de 1789, por meio das quais, se reconheceu a existência de direitos
subjetivos preexistentes ao Estado e balizou a questão dos Direitos Humanos, um ideal
moderno de um verdadeiro Estado Democrático.
Impulsionados por essa revolução, os direitos fundamentais, passaram a ganhar
relevo, tanto na esfera internacional, quanto no ordenamento jurídico interno de cada
Estado, passou-se a enxergar os direitos fundamentais sobre uma ótica de necessidade.
Desta forma, pode ser visto como um processo, no qual, foram sendo reconhecidos os
direitos individuais, os direitos sociais e coletivos, devido à importância que cada qual
foi recebem ao longo do tempo. Entretanto, não se trata de um processo saturado, mas
que perdura até hoje.
O Brasil foi um das primeiras constituições, no mundo, a positivar os direitos do
homem, dando-lhes juridicidade efetiva, na sua Carta de 1824, durante o Império no
Brasil. Mas, estes só vieram a ser consagrados em sua Constituição de 1988, em seus
artigos 5º ao 14º, a qual também incorporou os tratados internacionais de proteção de
Direitos Humanos, atribuindo-lhes status diferenciado (art.5º, §3º). Além de tornar seu
conteúdo Cláusula Pétrea, através do artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, o qual
menciona: ³Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV ±
os direitos e garantias individuais.´
Direitos fundamentais são os direitos humanos positivados em uma ordem
jurídica. Os direitos humanos arrancariam da própria natureza humana e daí o seu
caráter inviolável, intemporal e universal; os direitos fundamentais seriam os direitos
objetivamente vigentes numa ordem jurídica concreta (CANOTILHO, 2003).
Devido ao relevo que continua tendo a questão das garantias
fundamentais, de forma a assegurar a dignidade humana e, como o problema
fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de justificá -
los, mas o de protegê-los (BOBBIO, 1992). Este trabalho visa mostrar como a
Constituição garante em seu ordenamento jurídico, estritamente, no seu texto
constitucional, a disposição dessas garantias, focando nos direitos fundamentais
em espécie, individuais e coletivos, tratados em seu artigo 5º (Título III ± Dos
Direitos e Das Garantias Fundamentais).






  c    

Os Direitos Fundamentais constituem uma categoria jurídica voltada à proteção


da dignidade humana. Desse modo, é uma forma de alforria do cidadão perante o poder
abusivo do Estado, já que os Direitos Fundamentais foram conquistados pela sociedade
ao longo da história, ou seja, não são criados por legisladores, apenas são
constitucionalizados por eles.
A respeito do histórico das conquistas dos cidadãos é possível mostrar isso
através das chamadas gerações de direitos fundamentais. A maior parte da doutrina
crava que existem três tipos de gerações.
Os direitos fundamentais de 1ª geração possuem um patamar de alforria do
cidadão em relação ao estado. Os direitos de liberdade, isto é, todos aqueles direitos
que tendem a limitar o poder do Estado e a reservar para o indivíduo, ou para os grupos
particulares, uma esfera de liberdade em relação ao Estado (BOBBIO, 1992). Foram os
primeiros direitos fundamentais positivados em uma constituição (Constituição dos
Estados Unidos da América de 1787). São os direitos individuais e civis, entre os
exemplos destacam-se: direito de propriedade e os direitos políticos.
Os chamados direitos fundamentais de 2ª geração mostram uma evolução à
respeito da dignidade humana, a essência são as necessidades dos ser humano. Forçar o
estado a oferecer ao ser humano condições mínimas para se ter uma vida digna. Esses
direitos de segunda geração são chamados de direitos sociais. Os direitos sociais, como
se sabe, são mais difíceis de proteger do que os direitos de liberdade (BOBBIO, 1992).
Os direitos sociais, como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações
positivas estatais, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores
condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de
situações sociais desiguais (SILVA, José Afonso da, 2003).
Direitos fundamentais de 3ª geração mostram o ser humano quanto gênero, e não
como individuo ou certa coletividade. A essência desses direitos tem como base
sentimentos de solidariedade e fraternidade. Tem um enfoque principalmente no direito
do ser humano à paz no mundo.
A Constituição Federal de 1988 cita em seu título II os direitos e garantias
fundamentais, dividindo-se em capítulos: direitos individuais e coletivos; direitos
sociais; nacionalidade; direitos políticos e partidos políticos.
A nossa Constituição Federal explicita em seu título II ± Dos Direitos e
Garantias Fundamentais, capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos,
artigo 5º que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Desse modo, a
magna carta limitou o gozo dos direitos fundamentais apenas no território brasileiro, ou
seja, qualquer pessoa, brasileira ou não, que estiver no Brasil terá seus direitos e
garantias individuais zeladas pela Constituição.
A liberdade e a igualdade dos homens não são um dado de fato, mas um ideal a
perseguir; não são uma existência, mas um valor; não são um ser, mas um dever ser
(BOBBIO, 1992).
Direito à vida, assim está escrito no artigo 5º da Constituição. O estado tem o
dever de resguardar a vida de todos e propiciar que todos tenham condição de viver
dignamente. O direito à vida surge como o mais importante dos direitos fundamentais,
por ser pressuposto indispensável para aquisição e o exercício de todos os demais
direitos.
A Constituição Federal assegura, portanto, o direito à vida, cabendo ao estado
assegurá-lo em sua dupla acepção, sendo a primeira relacionada ao direito de continuar
vivo e a segunda de se ter uma vida digna quanto à subsistência (MORAES, 2003).
O inciso XLVII, a, do artigo 5º da Constituição Federal tem a seguinte redação:
³Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art.
84, XIX;´
A norma constitucional supracitada revela uma exceção no direito à vida dentro
do território Brasileiro.
Dentro do Assunto direito à vida surge a questão da eutanásia e do aborto. É
sabido que a constituição petrificou o artigo 5º, os chamados direitos individuais, ou
seja, é vedada a alteração de alguma norma que trate do direito à vida.
A Constituição federal de 1988 adotou o principio da isonomia, como mostra o
começo do artigo 5º: ³Todos são iguais perante a lei [...]´, ou seja, o estado criou uma
norma onde todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei.
A igualdade se configura como uma eficácia transcendente, de modo que toda
situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma constitucional deve
ser considerada não recepcionada, se não demonstrar compatibilidade com os valores
que a constituição, como norma suprema, proclama (MORAES, 2003).
A questão da igualdade é abordada sob a vertente que fiz que o tratamento igual
aos iguais e desiguais aos desiguais, na medida dessa desigualdade. Essa máxima pode
funcionar na maioria dos casos, mas em alguns essa frase não tem cabimento, pois não
se pode identificar quem é desigual ou igual.
Igualdade, para alguns, é o gênero, e suas espécies são a igualdade formal e a
igualdade material. A igualdade formal surge com a revolução francesa, tem o ideal que
todos são iguais perante a lei, sem discriminação pela raça, religião, classe social. A
igualdade material tem grande influência nos pensamentos socialistas do século XIX e
busca uma forma de diminuir as desigualdades sociais.
O entendimento da igualdade material, deve ser o de tratamento equânime e
uniformizado de todos os seres humanos, bem como a sua equiparação no que diz
respeito à possibilidades de concessão de oportunidades. Portanto, de acordo com o que
se entende por igualdade material, as oportunidades, as chances devem ser oferecidas de
forma igualitária para todos os cidadãos, na busca pela apropriação dos bens da cultura
(SILVA, Marcelo Amaral da, 2003).
A igualdade entre homens e mulheres é um direito fundamental. Essa situação,
que nem sempre foi assim, caracteriza as relações entre homens e mulheres nas
sociedades ocidentais deste final de milênio, após muitos séculos de desigualdades, com
visíveis privilégios para os homens.
O constituinte originário além de criar a regra geral de que todos são iguais
perante a lei, consagrada no caput do art. 5°, o constituinte também se preocupou tanto
em condenar as distinções entre homens e mulheres que acrescentou, no inciso I do
mesmo artigo, a particular igualdade entre o homem e a mulher.
O inciso II do artigo 5º da Constituição Federal diz: ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. A norma constitucional
nada mais é do que o princípio da legalidade positivado em nossa constituição. O
princípio da legalidade é a maior expressão de um estado democrático de direito, já que
impede qualquer arbitrariedade por parte do Estado.
A irretroatividade da lei também pode ser parte do princípio da legalidade, já
que o estado não pode criar leis para retroagir e atingir alguém, mas a lei posterior mais
benéfica retroage e a lei anterior mais benéfica é ultra-ativa.
Para Weber, o grande Estado moderno é o Estado em que a legitimidade do
poder depende de sua legalidade, isto é, do fato de que o poder se apresenta como
derivado de ura ordenamento normativo constituído e aceito e se exerce segundo
normas preestabelecidas (BOBBIO, 2000).
Alguns doutrinadores distinguem princípio da legalidade e princípio da reserva
legal. O primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera
estabelecida pelo legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentação de
determinadas matérias há de fazer se necessariamente por lei formal (SILVA, José
Afonso da, 2003). O fato ambos os princípios positivados em uma constituição
consolida um verdadeiro estado democrático de direito.
A tortura, grave violação aos Direitos Humanos segundo a ONU, recebeu um
tratamento especial pela nossa Constituição. O inciso III, do artigo 5º diz que: ³ninguém
será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante´. Tortura segundo o
dicionário é a imposição de dor física ou psicológica por crueldade, intimidação,
punição, para obtenção de uma confissão, informação ou simplesmente por prazer da
pessoa que tortura. A Magna Carta do Brasil pôs em seu texto algo que proibisse a
tortura devido ao sangrento regime militar que assolou o país por mais de 20 anos.
Durante esse período o estado violou várias vezes os direitos humanos de vários presos
políticos.
Outro dispositivo do próprio artigo 5º menciona a prática de tortura como um
crime hediondo e inafiançável. A legislação infraconstitucional, através da lei nº
9.455/97, também define o crime de tortura.
A Constituição assegurou no caput do artigo 5º o direito à liberdade. O direito do
indivíduo a não ser oprimido, ou seja, a gozar de algumas liberdades fundamentais:
fundamentais porque naturais, e naturais porque cabem ao homem enquanto tal e não
dependem do beneplácito do soberano (BOBBIO, 1992).
Alguns direitos do homem, dos mais celebrados, como a liberdade de religião e,
em geral, a liberdade de pensamento (BOBBIO, 1992).
A Constituição assegurou a liberdade de manifestação do pensamento, vedando
o anonimato. Caso durante a manifestação do pensamento se cause dano material, moral
ou à imagem, assegura-se o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização (LENZA, 2010).
A liberdade de expressão, impressa e pensamento constitui um pilar básico em
qualquer estado democrático de direito. A democracia é um conjunto de idéias e
opiniões, desse modo, nenhuma opinião pode ser calada em uma democracia, por isso é
necessário uma liberdade de impressa.
A liberdade de consciência, crença e culto é uma forma de mostrar a maturidade
de uma sociedade e essa garantia está presente no inciso VI do artigo 5º da Constituição.
Um estado laico é necessário para se ter um pleno estado democrático de direito, pois o
pluralismo de idéias, crenças e opiniões é necessário.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 18 explicita:
³Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este
direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa
religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular´.
No Brasil, muitas questões polêmicas envolvendo religiões e crenças acabam na
pergunta: Onde está o estado laico? Não temos liberdades de religião? Na questão da
palavra Deus na Constituição o STF já declarou a irrelevância jurídica do preâmbulo, já
para alguns, a palavra Deus presente no preâmbulo, é uma afronta as minorias religiosas
presentes no país, ou seja, uma violação ao estado laico.
A Constituição preleciona em seu artigo 5º, caput, sobre inviolabilidade do direito
(...) à segurança, o qual não impede que seja ele considerado um conjunto de garantias.
Essa soma de direitos define situações, limitações e procedimentos destinados a
assegurar o exercício e o gozo de algum direito individual fundamental, ou liberdade.
Desta forma, podemos ver assegurada a segurança do domicílio no texto
constitucional, decorrente da inviolabilidade declarada, a intimidade e a vida privada
(art. 5º X), os quais, no geral, englobariam o direito à privacidade. Entretanto, o direito
à intimidade é visto em nossa Carta Magna, apartado das demais manifestações de
privacidade, o conjunto de informação acerca do individuo que ele decidir manter sob
seu exclusivo controle, ou comunicar, decidindo a quem, quando, onde e em que
condições, sem a isso poder ser legalmente sujeito´ (SILVA, José Afonso da, 2003,
apud PEREIRA, 1980, pg. 15).
A intimidade, como define Adriano Cupis, é vista como modo de ser da pessoa,
excluindo seu conhecimento a outrem. Assim, neste âmbito mais restrito, abrangeria a
inviolabilidade do domicílio (art.5º, XI), o sigilo de correspondência (art.XII) e o
segredo profissional (art. 5º, XIV). Para a Constituição a casa é o asilo inviolável do
individuo, no qual ele possui a plena liberdade de estabelecer suas relações familiares e
conjugais, mesmo que não sejam reconhecidas pela sociedade, como a relação homo
afetiva, por trata-se de uma esfera íntima.
Em relação ao sigilo de correspondência, este poderia enquadrar-se a categoria de
segurança das comunicações sociais, resguardando as confissões íntimas, no caso de
interceptação telefônica (art. 5º, XII), e ³sigilo bancário´ e ³sigilo fiscal´,
inviolabilidade de dados. Mas, também abriga em si, ainda, uma liberdade de expressão
do pensamento. A vida privada, também inviolável, foi vista de modo mais amplo pela
Constituição, indo além do modo de ser e viver, e sim, como o direito de viver sua
própria vida, sua vida particular. Assim, evitam-se atentados contra o segredo e a
liberdade da vida privada.
Há segurança, de mesmo modo, na proteção jurisdicional, ³a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito´ (art. 5º XXXV), assim, para
que esta possa ocorrer, garante-se a gratuidade do serviço, estando ao alcance de todos
(art. 5.º, LXXIV). Além de segurança jurídica, garantindo um devido processo legal,
³ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal´ (art.
5º, LIV), ou seja, que o cidadão tenha conhecimento do processo formal, seu conteúdo,
possibilitando sua ampla defesa, tenha direito a um julgamento rápido e público, por
uma autoridade, e não venha a ser processado com base em provas ílicitas, tendo a
possibilidade de ter um efetivo acesso à justiça (art.5º, LV, LXXVIII, LIII, XXXVII,
LVI.).
Ainda em relação à segurança jurídica, ³a lei não prejudicará o direito adquirido, o
ato jurídico perfeito e a coisa julgada´ (art. 5.º, XXXVI). No nosso ordenamento
positivo não existe um conceito definido de direito adquirido, ficando a cargo do
legislador ordinário, ajustá-lo a situação jurídica. Segundo Celso Bastos (1994, pg. 43):
Constitui-se num dos recursos de que se vale a Constituição para limitar retroatividade
da lei. (...), a utilização da lei em caráter retroativo, em muitos casos, repugna porque
fere situações jurídicas que já tinham por consolidadas no tempo, e está é uma das
fontes principais da segurança do homem na terra.
Ao mesmo modo, podemos assentar na categoria de segurança, matéria penal,
pois a Constituição explicita garantias, como: criminais preventivas (art. 5º, XXXIX,
XL, LXI, LXV, LXII, LXIV, LXIII, LXVI), em relação à aplicação da pena (art. 5º,
XLVI, XLV, LXVII, LI, LII, XLVII, LIX, LVII, LVIII, LXXV), incolumidade física e
moral (art 5º, XLIX, III, XLIII, XLI, XLII, XLIV). E por fim, segurança do consumidor
(art. 5º, XXXII).
Outro direito em espécie assegurado pela CF, e o último em disposição no caput
do artigo 5º, é o direito a propriedade, é garantido o direito de propriedade (art. 5º,
XXII). Entretanto, no seu inciso seguinte há uma ressalva, que está garantia só será
protegida se a propriedade atender a sua função social. Desta forma a propriedade deixa
de ser encarada como direito individual ou mesmo como instituição do Direito Privado.
A concepção propriedade foi modificando-se ao longo do tempo, assim superou-
se a idéia de um direito natural, separando o que seria potencial humano para ser sujeito
desse direito, como simples direito de propriedade sobre um bem. A característica,
desse direito de propriedade, é a faculdade de usar, gozar e dispor dos bens, fixada em
lei (SILVA, José Afonso da, 2003).
A magistratura brasileira confunde o princípio da função social com as
limitações de polícia, mero conjunto de condições limitativas, detendo-se a propriedade
privada, regida pelo Direito Civil e esquecendo, as regras do Direito Público, que de
mesma forma disciplinam a propriedade. Por tanto, as normas de Direito Privado sobre
a propriedade hão de ser compreendidas de conformidade com a disciplina que a
Constituição lhe impõe (SILVA, José Afonso da, 2003).
A Constituição defende e positiva a tese, segunda a qual, a propriedade não
constitui uma única instituição, e sim, diversas instituições diferenciadas, com relação
aos variados tipos de bens e de titulares, falando assim em propriedades. Assim sendo,
nossa Carta Magna, garante este de forma geral, no art. 5º, inciso XXII, e de forma
específica nos demais incisos, além de regras especiais para outras manifestações da
propriedade
No inciso XXVI, do artigo em questão abordado, é assegurada a pequena
propriedade rural, da sua penhora para quitar débitos que decorram de sua atividade
produtiva, tendo a lei obrigação de dispor sobre meios de financiar seu
desenvolvimento, este vão ser previstos no Estatuto da Terra, Lei n. 4.504/64.
As outras manifestações de propriedade que a Constituição garante, são: o
direito autoral (art. 5º, XXVII), conferindo aos autores o direito exclusivo de utilizar,
publicar e reproduzir suas obras, vistas como bens, e é declarado que esse direito é
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; assegura aos autores a
propriedade de inventos, de marcas e indústrias e de normas de empresas (art. 5º
XXIX), tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
do País.
A CF ainda traz no seu artigo 5º, limitações ao direito de propriedade. As
espécies de limitações são: restrições, servidões e desapropriação. As restrições limitam
o caráter absoluto da propriedade, em qualquer de suas faculdades (fruição, uso da
coisa, ocupação da coisa, modificação e alienação). As servidões e utilização da
propriedade alheia atingem seu caráter exclusivo de modo singular, está previsto no art.
5º, XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
No caso das desapropriações, a limitação afeta o caráter perpétuo da
propriedade, sendo o meio pelo qual o Poder Público define a transferência compulsória
da propriedade particular, esta só pode ser verificada, por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição (art. 5º, XXIV).
Destarte, a Constituição, através de seu artigo 5º, vem assegurando os direitos
fundamentais em espécie, por se tratar de um assunto reconhecidamente relevante.
Tornando-se basilar, para que outras leis, de hierarquia inferior, venham a ampliar a as
garantias dentro dos referidos ditames impostos no texto constitucional.
O artigo 5º da Constituição também explicitou alguns remédios constitucionais,
como o Habeas Corpus e o Habeas Datas. Os remédios constitucionais são garantias
constitucionais, isto é, medidas utilizadas para tornar efetivo o exercício dos direitos. A
ação popular é o meio constitucional, em que qualquer cidadão poderá dispor para obter
a invalidação de atos ou contratos administrativos ilegais ou lesivos ao patrimônio
federal, estadual ou municipal.
A presunção de inocência está presente na Magna Carta brasileira. Um dos
incisos do artigo 5º diz que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória, isso é a presunção de inocência, uma garantia de
liberdade do cidadão perante o estado.
Outros doutrinadores preferem dizer que a Constituição consagrou o principio da
não culpabilidade. Não está dito no texto constitucional que todo o homem se presumirá
inocente, até que seja condenado, mas sim que ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Em vista disso, não se estaria
consagrando propriamente o princípio da presunção da inocência, mas sim o da
desconsideração prévia da culpabilidade, de aplicação mais restrita (SCHREIBER,
2011).
Racismo virou crime inafiançável e imprescritível em 1988, com a promulgação
da nova Constituição. Apenas em 1998, com regulamentação do Código Penal, foi
tipificado o crime de injúria (ato ofensivo à dignidade de alguém) com o agravante de
preconceito racial. A injúria tem menor potencial ofensivo.
O § 2º do artigo 5º da Constituição Federal descreve que: ³Os direitos e
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte´.
A Emenda Constitucional nº 45 tratou de permitir que os tratados internacionais
e convenções sobre direitos humanos, desde que aprovados, possam ser equivalentes ao
da emenda constitucional, assim diz o §3º do artigo 5º: ³Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais´. Assim, uns entendem que os
tratados têm um grau hierárquico supralegal, já outros dizem que os tratados, depois de
aprovados, são normas constitucionais.
A Magna Carta expõe em seu título II ± Dos Direitos e Garantias Fundamentais,
capítulo II ± Dos Direitos Sociais, artigo 6º que são direitos sociais a educação, a saúde,
a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados.
Os direitos sociais caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivadas, de
observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a
melhoria das condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da
igualdade social, que configura um dos fundamentos de nosso Estado Democrático,
conforme preleciona o art. 1º, inciso IV (MORAES, 2003).
Os direitos de nacionalidade também estão presentes na Constituição.
Nacionalidade é o vínculo jurídico político que conecta o indivíduo ao Estado, fazendo
desse indivíduo parte do povo e exercendo sua cidadania.
Direitos políticos é o conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da
soberania popular. São direitos públicos subjetivos que investem o individuo no status
activae civitatis, permitindo-lhe o exercício concreto da liberdade de participação nos
negócios políticos do Estado, de maneira a conferir os atributos da cidadania
(MORAES, 2003).
A universalidade do direito de sufrágio, princípio basilar da democracia política,
apóia-se na identidade entre governantes e governados e são acolhidas no art. 14 da
Constituição. Direito de votar, sem restrições de quaisquer espécies discriminatórias.
Além do direito de voto em eleições (que compreende o direito de votar e de ser
votado), também constituem direitos políticos o direito de voto em plebiscitos e
referendos, o direito de iniciativa popular e o direito de organizar e participar de
partidos políticos.
A Constituição Federal, no seu artigo 17, garante o pluralismo político, ou seja, é
livre a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos. Porém, essa
liberdade não é tão ampla assim, deve se resguardar a soberania nacional, o regime
democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.




























 
c

Desde o século XVIII, com a mudança na mentalidade da sociedade, as quais
passaram a exigir maior reconhecimento dos seus direitos individuais fundamentais ao
Estado, os Direitos Humanos vieram ganhando espaço no cenário mundial, como
resultado de uma luta histórica contra a arbitrariedade do poder que ainda não chegou ao
fim.
Com a sua evolução, influenciaram demasiadamente o ordenamento jurídico
brasileiro. A Constituição Federativa do Brasil, Lei Maior do ordenamento jurídico
brasileiro, é um instituto jurídico moderno que concretiza o ideal do Estado
Democrático de Direito, prevendo, no art. 1º, III, que um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil é a dignidade da pessoa humana. Desta forma, todos os seres
humanos têm o direito de serem tratados com toda a dignidade e respeito frente às
outras pessoas e ao Estado Soberano.
Os Direitos Fundamentais fazem parte da realidade da pessoa humana, os quais
passaram por muitos momentos de discussões sobre as variadas ideologias, para que se
firma-se a idéia de suas garantias protegerem, de mesmo modo, os direitos reais e
válidos, onde o Estado tem o seu papel de responsabilidade com o sujeito, e o indivíduo
por sua parte procura sempre resguardar esses direitos, regulados no texto constitucional
vigente, visando sempre o bem comum do cidadão no âmbito jurídico e social.
Destarte, através da criação do artigo 5º, o qual teria a competência de regular os
direitos e garantias fundamentais em espécie, os anseios sociais vieram ter à resposta a
suas necessidades correspondidas. Suas garantias não se restringem só a este artigo, o
qual na realidade trata dos direitos individuais e coletivos, da primeira geração, mas é a
base para que as demais leis venham à regular suas especificidades, corroborando para
atingir a finalidade do Estado: o bem comum (ou bem estar social).








  


LENZA, Pedro. pireito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2010.


BOBBIO, Noberto. picionário de Política. São Paulo: Ed. Impresa Oficial, 2000.
BOBBIO, Noberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1992.
CANOTILHO, J.J. Gomes. pireito Constitucional e Teoria da Constituição. Almedina,
2003.
MORAES, Alexandre de. pireito Constitucional. São Paulo: Ed. Atlas, 2005.
MORAES, Alexandre de. pireitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Ed. Atlas, 2003.
SILVA, José Afonso da. Curso de pireito Constitucional Positivo. São Paulo: Ed.
Revista dos Tribunais, 2003.
SILVA, Marcelo Amaral da. pigressões acerca do princípio constitucional da
igualdade. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 66, 1 jun. 2003. Disponível
em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/4143>. Acesso em: 17 abr. 2011.
SCHREIBER, Simone. O princípio da presunção de inocência. Jus Navigandi, Teresina,
ano 10, n. 790, 1 set. 2005. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/7198>.
Acesso em: 20 abr. 2011.
SOUZA, Lorena Marila dos Santos de. Direitos Humanos Fundamentais na
Constituição Federal de 1988. Disponível em:
<http://www.edipucrs.com.br/XISalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Direito/84439-
LORENAMARILADOSSANTOSDESOUZA.pdf>. Acesso em: 18 abri. 2011.

Vous aimerez peut-être aussi