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TRABALHO
CALOR
MÓDULO 1
TERMODINÂMICA BÁSICA
CURSO RAC BÁSICO – PARTE 2
Curso de Qualificação Básica em Refrigeração e Ar Condicionado a Distância - IF - SC 2
No item 1.7 você estudou o sistema termodinâmico. Agora vamos ver que as
propriedades termodinâmicas representam as características que uma substância
possui. Elas são muitas vezes tabeladas para um determinado estado em que a
substância se encontre. Para cada substância, temos na literatura, diversas tabelas com
as propriedades termodinâmicas de interesse. Quanto uma substância tem suas
propriedades alteradas é porque a mesma sofreu uma transformação termodinâmica.
Por exemplo, o fluido refrigerante na forma de vapor é comprimido ao passar pelo
compressor.
As principais propriedades termodinâmicas são: Temperatura, pressão, energia
interna, entalpia, volume específico, condutividade térmica, calor latente de fusão,
calor latente de vaporização, entropia, título e massa específica. Convido você agora
para, juntos, explorarmos essas propriedades. Vamos lá?
1.8.1. Temperatura
Para transformar uma temperatura da escala Fahrenheit para a escala Celsius vamos
fazer:
TC (TF 32)
(1.2)
5 9
TC TK 273,15 (1.3)
Ficou Claro? Observe a figura 1.9 e você vai ver as temperaturas de referência para
as escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin.
o o
C F K
Uma forma eficaz de mostrar porque não podemos confiar na nossa sensação térmica
é esta interessante fábula:
TC 90 32 TC 58 58
a) TC 5. TC 32 C
5 9 5 9 9
TC 110 32
TC 43,3 C
c) 5 9
TK 43,3 273,15 316,45K
Ficou claro para você? Ótimo, então vamos falar agora sobre pressão.
1.8.2. Pressão
O que
é pressão ?
RAC
Força
Pressão (1.4)
Área
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A massa específica de um corpo é caracterizada por uma relação da sua massa com
o seu volume. Ou seja, um corpo pode ter um grande volume e possuir pouca massa, como é
o caso dos isolantes térmicos. Há substâncias que têm pequeno volume mas, possuem
elevada massa. Essas substâncias têm, então, uma densidade elevada. Como exemplo,
lembramos que os navios possuem densidade inferior a da água e por isso flutuam sobre a
mesma, como uma rolha de cortiça é capaz de fazê-lo em um copo d’água.
massa
densidade
volume
massa densidade. volume
volume 2m 2 .0,004m 0,008m 3
kg
massa 7600 3
.0,008m 3 60,8kg
m
Nós estudamos calor no item 1.4 lembra-se? Pois bem, a pergunta agora é: você
saberia dizer o que é calor especifico?
Pois é, calor Específico de um corpo, é a quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de uma unidade de massa do corpo de um grau de temperatura. Em unidades
métricas, é a quantidade de calor, em Kcal, necessária para elevar a temperatura de 1 Kg do
corpo de 1 C. Pela própria definição das unidades de quantidade de calor, o calor específico
da água é 1,0. Como a maioria dos corpos requerem menos energia calorífica do que a água
para uma dada alteração de temperatura, os seus calores específicos são menores que 1,0.
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O calor específico indica a facilidade ou dificuldade que uma substância tem para
variar sua temperatura quando é adicionado ou retirado calor da mesma. Se há grande
resistência à variação da temperatura, isso significa que o corpo tem elevado calor específico.
Geralmente o calor é tomado como referência em relação à água considerada com calor
específico de 1,0 cal/g C. Ou seja, calor específico pode ser definido como a quantidade de
calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de água de 14,5 C para 15,5 C.
Calor latente de Fusão (Lfusão) é a quantidade de calor necessária para fundir uma
certa quantidade de massa de uma substância. O gelo, por exemplo, necessita de 80 calorias
para que um grama do mesmo se derreta;
Já Calor Latente de Vaporização (Lvapor) é a quantidade de calor necessária para
vaporizar uma certa quantidade de massa de uma substância. A água, por exemplo, necessita
de 540 calorias para que cada grama se evapore.
1.8.10. Título
Veja:
massavapor
x (1.5)
massalíquido massavapor
Lembre-se ainda que uma substância pura muda de fase à temperatura constante
(mantida a pressão constante). Dessa forma, uma massa de água pura congelada ao se derreter
ao nível do mar, mantém sua temperatura constante em zero grau. Já para evaporar (ao nível
do mar) a água manterá sua temperatura constante em 100oC.
Além disso, Uma substância pura apresenta uma curva de saturação onde para cada
temperatura tem-se a temperatura de mudança de vaporização/condensação equivalente.
Exemplo: a água ferve ao nível do mar (pressão de 101325Pa) em 100oC; Já na pressão de
94300Pa a água ferve a 98oC). Ou seja, a temperatura de saturação (mudança de fase)
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diminui com a diminuição da pressão). Comumente diz-se que para cada temperatura de
saturação, tem-se uma pressão de saturação e vice versa.
Em Termodinâmica, é muito comum representar o ciclo que ocorre em um processo
de refrigeração por curvas características. O diagrama mais utilizado é o diagrama Pressão
versus entalpia. Este diagrama mostra-se conveniente devido ao fato de trabalharmos sempre
com substâncias puras que se condensam e se vaporizam isobaricamente (isto é, numa pressão
constante).
Complicou ! P
H
RAC
Fique calmo, pois no próximo módulo este assunto será retomado em mais detalhes.
“Na natureza nada se cria e nada se perde, mas tudo se transforma.” Esta frase ficou
famosa e é atribuída ao físico-químico francês chamado Lavoisier. Nesta época, ainda se
acreditava que o calor era uma substância. Foi Benjamim Thompson quem formulou a tese de
que calor é uma forma de energia, a qual poderia ser transferida de um corpo para outro, sem
ser destruído. Assim podemos observar que é possível a conversão de energia mecânica em
energia térmica, um exemplo é quando atritamos dois pedaços de madeira (a maneira
primitiva de se fazer fogo). Experimentos do físico inglês Joule permitiram medir o trabalho
necessário para produzir uma certa quantidade de calor, determinando assim, o famoso
equivalente mecânico de calor, representado por Joule (figura 1.10). Ou seja, 4,186 Joules de
energia mecânica quando convertidos em calor elevarão a temperatura de 1 grama de água em
grau Celsius. (Designou-se, portanto 1 caloria como sendo equivalente a 4,186 J). Este
conceito é perfeitamente aplicado à eolípia de Heron de modo inverso, ou seja, com a
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aplicação de energia térmica o sistema realiza trabalho girando a eolípia, sendo um dos
primeiros usos da conversão de energia térmica em energia mecânica.
TRABALHO
CALOR
Pela primeira lei é possível estabelecer uma equivalência entre calor e trabalho,
porém esta não especifica a ordem desta transformação, ou seja, se atritamos as mãos
produzimos calor, mas aquecer as mãos não significa fazer com que elas comecem a se
esfregar. A segunda lei vem estabelecer o sentido das transformações entre calor e trabalho,
ou seja, “Não é possível, utilizando-se de uma única fonte de calor à temperatura constante
obter trabalho”. Você compreendeu esta idéia? Um café quente se esfriando, cedendo calor ao
ambiente. Veja um exemplo interessante: a passagem de calor do ar ambiente mais frio para o
café é impossível (figura 1.11).
PROCESSO
IMPOSSÍVEL
A B C
Os efeitos das trocas de calor entre um corpo e outro podem ser percebidos na forma
sensível e na forma latente. Quando você observa que o calor aplicado modifica apenas a
temperatura do corpo, então este é chamado de calor sensível. Porém, se há modificação do
estado físico da matéria (mudança de fase), então se tem troca de calor latente.
Suponha que uma dada massa de 1 kg de gelo a –20 C seja aquecida. Neste processo
de aquecimento tem-se num primeiro momento a elevação da temperatura do gelo de –20 até
0 C (calor sensível sendo trocado, Q1= 10kcal). A água tem como característica ser uma
substância pura e desta forma, muda de fase nesta temperatura constante. Nesta etapa há
apenas troca de calor latente, Q2=80kcal Todo o gelo transforma-se em água líquida e neste
momento inicia-se o processo de aquecimento, onde há troca de calor sensível. O
aquecimento prossegue até que a água atinja o ponto de vaporização a 100 C, sendo o calor
trocado de 0 a 100 C, Q3=100kcal. Neste instante, a variação de temperatura cessa e a troca
de calor latente é iniciada. Para que você visualize melhor este processo, observe a figura 1.13
que coloco para você agora:
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T (oC)
100
80
60 LÍQUIDO
40
20
LÍQUIDO + SÓLIDO
0 S
10 90 190 CALOR TROCADO
-20 EM kcal
Q1 Q2 Q3
Sensível Latente Sensível
O cálculo da quantidade de calor necessária durante este processo pode ser feito
através de duas expressões. A primeira permite o cálculo do calor sensível e a segunda do
calor latente, conforme expresso a seguir:
Q1 m.csólido . T1
Q2 m.L fusão
Q3 m.clíquido . T2
Qtotal Q1 Q2 Q3
Onde: Q1 e o Q3 são chamados de troca de calor sensível, isto é, calor trocado para
variar a temperatura; m é a massa da substância a ser aquecida; c é o calor específico (o calor
específico do gelo é a metade do calor específico da água líquida); T = Tfinal- Tinicial; Tfinal é a
temperatura final e Tinicial é temperatura inicial. Já L é o calor latente de fusão e Qlatente é a
quantidade de calor que se acrescenta ao corpo e que causa uma mudança de estado, sem
mudança de temperatura.
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Todas as substâncias podem existir em três estados: (1) o estado sólido, (2) o estado
líquido e (3) o estado gasoso ou vapor. Um exemplo conhecido é a água que a temperatura
entre 0 e 100 C, se apresenta no estado líquido; a temperatura acima de 100 C, se torna
vapor; e, a temperatura abaixo de 0 C, se solidifica (gelo). A experiência determina que, para
transformar 1 kg de gelo em 1Kg de água, se deve acrescentar ao gelo uma quantidade de
calor igual a 80 kcal. Em unidades inglesas, para transformar uma libra de gelo em água, são
necessárias 144 Btu de energia calorífica. Enquanto este calor é acrescentado, a temperatura
permanece constante em 0 C, ou 32 F. Isso quer dizer que aconteceu uma mudança de estado
sem mudança de temperatura. Além disso, se o calor continua sendo acrescentado, serão
necessárias 100 kcal para elevar a temperatura desse kg de água até 100 C, ou 180 BTU para
elevar a libra de água até 212 F (pelas próprias definições de kcal e de BTU). Neste ponto, a
água começa a ferver, ou seja, a se transformar em vapor. Para passar de kg de água à vapor,
serão necessárias 538 kcal adicionais, ou, para passar 1 libra de água à vapor, serão
necessárias 970 BTU adicionais. No entanto, enquanto existir ainda algum líquido, a
temperatura não passará de 100 C ou 212 F. Nossa! Quanta explicação não é mesmo? Mas
venha comigo e juntos resolveremos uma questão sobre temperatura.
Vamos pensar:
Para aquecer 200 g de gelo de -20 graus Celsius a 30 graus Celsius, consumimos
quanto de energia?
Veja bem, para que ocorra o aquecimento, primeiro é preciso derreter o gelo,
fazendo-o passar de –20 para zero graus, mudar de fase e depois aquecer a água até 30 graus.
Logo o calor total necessário é uma soma de três grandezas conforme segue. Lembre-se de
que o calor específico da água líquida é de 1,0kcal/kgC e da água no estado sólido é de
0,5kcal/kgC.
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Então:
E:
cal
Qsen s1 200g .0,5 .(0 ( 20)) C 2000cal
g. C
cal
Q latente 200g .80 16000cal
g
cal
Qsen s 2 200g .1,0 .(30 0) C 6000cal
g. C
Ou seja, somando as três quantidades de calor acima temos o resultado total que é de
24.000 cal ou 24,0 kcal para promover o aquecimento, certo?
Ainda tem dúvidas? Tudo bem. Vamos a outro exemplo:
Veja:
e:
É isso! Ao final deste Módulo 1 você tem mais exercícios com respostas para treinar
antes de fazer a avaliação do módulo.
Mas falando em temperatura final, creio que nosso Raquinho entrou numa fria, pois
confundiu 30 Kelvins com 30 graus Celsius ! Na verdade a temperatura 30K é de –240 graus
Celsius !!!
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30 K