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(c) Consideremos agora uma região plana
" #
D = (x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b ∧ g(x) ≤ y ≤ f (x)
Exemplo 15
y
2
(a) A área da região limitada pelas parábolas y!x^2
y = x2 e y = 2 − x2 , que se intersectam para
x = −1 e x = 1, é dada por (caso (b))
! 1 $ 2 %1 8 y!2"x^2
(2 − 2x2 ) dx = 2x − x3 = . x
−1 3 −1 3
y
1 y " sen x
x
Π!4 Π!2
46
! π/4 ! π/2
área D = (cos x − sen x) dx + (sen x − cos x) dx
0 π/4
$ %π/4 $ %π/2 √
= sen x + cos x + − cos x − sen x = 2 2 − 2.
0 π/4
Quando os pontos Pi são considerados cada vez mais próximos uns dos outros, ou seja,
quando a amplitude ||P|| da partição tende para zero, a linha poligonal LP tende a
confundir-se com o arco C. Então, por definição, pomos
comp LP = P0 P1 + P1 P2 + · · · + Pn−1 Pn ,
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ou ainda por
+ , -2
) * f (xi )−f (xi−1 )
Pi−1 Pi = xi −xi−1 1+ .
xi −xi−1
onde, no segundo membro, mais não temos do que uma soma de Riemann para a função
/
integrável g : [a, b] −→ R definida por g(x) = 1 + (f % (x))2 . Tomando o limite quando
||P|| → 0 na equação (94), vem (cf. as equações (71) e (72))
! b/
lim comp(LP ) = 1 + (f % (x))2 dx, (95)
||P||→0 a
Exemplo 16
(a) O comprimento do arco de curva y = ch x, entre os pontos de abcissa x = −1 e
x = 2 é dado por
! 2/ ! 2 $ %2
comp(C) = 1 + sh x dx =
2
ch x dx = sh x = sh 2 + sh 1 .
−1 −1 −1
48
7.3 Volume de um sólido de revolução
Quando uma região plana roda em torno de uma recta r do mesmo plano, obtém-se
um sólido dito de revolução. Assim, um cilindro pode ser obtido pela rotação de uma
região rectangular, uma esfera pode ser obtida pela rotação de um semi-cı́rculo, e um
cone pode ser obtido pela rotação de uma região triangular.
Nesta secção, estamos interessados nos sólidos de revolução S gerados pela rotação em
torno do eixo OX de uma região plana D limitada pelo gráfico de uma função contı́nua,
pelo eixo OX e por dua rectas verticais, x = a e x = b. Mais concretamente vamos obter
uma expressão para o cálculo do volume do sólido S, recorrendo novamente à definição
de integral em termos das somas de Riemann. Para tal, consideramos uma partição
P de [a, b] definida por pontos x0 , x1 , . . . , xn . Em cada subintervalo [xi−1 , xi ] fixamos
arbitrariamente um ponto ci .
Tomamos a região poligonal RP definida pe-
las n regiões rectangulares de altura f (ci ) que
se erguem sobre os vários subintervalos. Ob-
servamos que, quando a amplitude ||P|| da
partição tende para zero, a região poligonal
RP tende a confundir-se com o domı́nio D e o
sólido SP gerado por RP , à direita na Figura
11, tende a confundir-se com o sólido S ge-
rado por D, à esquerda na Figura 11. Então, Figura 11: Soma de Riemann para o
por definição, pomos volume de um sólido de rotação.
Reparando (Figura 10) que cada rectângulo elementar Ri gera um cilindro “achatado”
Si (Figura 11, à direita) com volume
& '2
vol(Si ) = π f (ci ) (xi − xi−1 ),
obtemos
n
. & '2
vol(SP ) = π f (ci ) (xi − xi−1 ). (98)
i=1
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Figura 12: Sólido S de volume a definir e sólido SP cujo volume aproxima o de S.
No segundo membro da equação (98) temos novamente uma soma de Riemann, desta
) *2
vez para a função h : [a, b] −→ R definida por h(x) = π f (x) , que é integrável. Logo,
tomando o limite quando ||P|| → 0 na equação (98), vem
! b
) *2
lim vol(SP ) = π f (x) dx, (99)
||P||→0 a
Exemplo 17
O volume do sólido S gerado pela rotação em torno de OX da região
" #
D = (x, y) ∈ R2 : −1 ≤ x ≤ 1 ∧ 0 ≤ y ≤ x2 + 1
é dado por
! $ x5 %1 &1 2 '
1
2x3
vol S = π(x2 + 1)2 dx = π + +x = 2π + +1 .
−1 5 3 −1 5 3
Exemplo 18
A fórmula para o volume de uma esfera S de raio r pode ser obtida pensando na esfera
como o sólido gerado pela rotação em torno de OX do semi-cı́rculo superior
" #
D = (x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ r2 ∧ y ≥ 0 .
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À semelhança do que fizemos na Subsecção 7.1 em relação ao conceito de área, pode-
mos obter fórmulas mais gerais para o cálculo do volume de sólidos de revolução. Por
exemplo, no caso em que f, g : [a, b] −→ R são contı́nuas e 0 ≤ g(x) ≤ f (x), ∀x ∈ [a, b], o
volume do sólido S gerado pela rotação em torno
de OX da região plana
" #
D = (x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b ∧ g(x) ≤ y ≤ f (x)
é dado por
! b ! b
vol(S) = πf (x) dx −
2
πg 2 (x) dx
a a
! b 0 1 Figura 13: Sólido gerado pela rotação em
= π f 2 (x) − g 2 (x) dx.
a
torno de OX da região D.
Exemplo 19
O volume do sólido S gerado pela rotação y
em torno de OX da região plana
" # 3
B = (x, y) ∈ R2 : |x − 2| + 1 ≤ y ≤ 3
2
é dado por (tendo em conta a simetria)
! 2 & '
vol S = 2 π 32 − (−x + 3)2 dx 1
0
! 2
) 56π
= 2π − x2 + 6x) dx = . x
0 3 1 2 3 4
! 5 $) / *2 ) / *2 %
vol S = 2π 4+ 1 − (x − 4)2 − 4 − 1 − (x − 4)2 dx
4
! 5/
= 32π 1 − (x − 4)2 dx [substituição x − 4 = sen t]
4
! π/2 / ! π/2 ! π/2 ) *
= 32π 1− sen t2
cos t dt = 32π cos t dt = 16π
2
1 + cos 2t dt
0 0 0
&0 1 10 1π/2 '
π/2
= 16π t 0 + sen 2t 0 = 8π 2 .
2
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7.4 Área de uma superfı́cie de revolução
Quando um arco de curva y = f (x), com x ∈ [a, b], roda em torno do eixo OX, obtém-se
uma superfı́cie de revolução. Vamos recorrer à definição de integral em termos das somas
de Riemann para obter uma fórmula para o cálculo da área de tal superfı́cie.
Figura 14: Arco de curva C (à esquerda) e superfı́cie S de revolução (à direita).
Para tal, consideramos uma partição P de
[a, b] definida por pontos x0 , x1 , . . . , xn . Se-
jam P0 , P1 , . . . , Pn os correspondentes pon-
tos sobre a curva C e consideremos a linha
poligonal LP representada na Figura 15, de-
finida pelos segmentos de recta Pi−1 Pi , com
i = 1, 2, . . . , n. Quando os pontos Pi são
considerados cada vez mais próximos uns dos
Figura 15: Partição do intervalo
outros, ou seja quando a amplitude ||P|| da [a, b] e linha poligonal LP .
partição tende para zero, a linha poligonal LP
tende a confundir-se com a curva C e a superfı́cie SP gerada por LP tende a confundir-se
com a superfı́cie S gerada por C. Então pomos
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Mas cada segmento de recta “inclinado” gera um tronco de superfı́cie cónica Ci (Figura
16, à direita), com área lateral
f (xi − 1) + f (xi )
área(Ci ) = 2π Pi−1 Pi ,
2
uma vez que a área da superfı́cie lateral de um tronco de cone (Figura 17, direita) é
dada por 2π g(r + R)/2.
Figura 17: Tronco de cone (à direita) e pormenor da curva que gera a superfı́cie S (à esquerda).
O segundo membro da expressão (102) não é mais do que uma soma de Riemann para
/
a função k : [a, b] −→ R definida por k(x) = 2πf (x) 1 + (f % (x))2 . Como a função k é
integrável, tomando o limite quando ||P|| → 0 na equação (102) vem então
! b /
área(S) = 2π f (x) 1 + (f % (x))2 dx. (103)
a
Nos casos mais gerais em que a função f muda de sinal entre a e b, resulta
! b /
área(S) = 2π |f (x)| 1 + (f % (x))2 dx. (104)
a
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Exemplo 21
A área da superfı́cie de revolução S gerada pela rotação em torno de OX do arco de
parábola x = y 2 , para y ≥ 0 e 0 ≤ x ≤ 1, é dada por
! 1 2 ! 1
√ 1 √
área(S) = 2π x 1+ dx = π 1 + 4x dx
0 4x 0
) √ *
π $/ %1 π 5 5−1
= (1 + 4x)3 = .
6 0 6
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