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Arte, Palavra e Pensamento.

Fragmentos Insidiosos.

1 Não encontro mais o lugar de onde falo. Estas


incertezas já tomaram há muito minha alma de assalto.
Palavras vêm e vão e só tenho em mim o silêncio do
abandono das horas.
Esta forte afecção que me remete ao destino da espécie
ao imitar a morte.
Peço à minha mente um pouco de ordem para que a
mesma não sucumba de vez.
Procuro intensamente meu reflexo no espelho. O outro
que se anuncia quando me vejo na ilusão das formas.
A criação obscurece meus sentidos. Frente à imensidão
do cosmos, estou ainda menos do que minha própria sombra.
Nada pode ser descrito agora. Meus sentidos à deriva
como se nada fossem.

Eis o que diz o vento:

2 Alguém em mim padece de um mal qualquer.


Este algo que adentra a alma e que me consome como o
resto de meus dias.

Tenho o hábito de caminhar todas as manhãs ao longo da


praia.
Toda vez que o faço, posso sentir o sangue coagulando
lentamente nas partes vitais de meu corpo.
Sempre quando acordo, tenho a exata sensação de que
estou próximo ao fim.
Uma torrente de imagens desaba sobre mim e então
percebo a indigência daquilo que ecoa no silêncio do verbo
proferido.
Não há diferença alguma entre um homem e um grão de
areia:

Cuspidos ambos por um mal-estar qualquer do universo.

3 Os sons e as palavras.

Antes mesmo das palavras apenas sons indistintos a


martelar a mente.
Um lugar anterior ao que possa ser dito por quem quer que
seja.
Os homens sem eles mesmos. Fora de toda e qualquer ilusão
na qual possam se ver como tais.
O som em sua ausência absoluta, inebriante como o vinho,
tão ou mais onisciente do que o além.
Só nos resta isto que possa parecer o que é:
Esta clareira que se abre quando se está assim como está.
Este algo que antecede os grilhões das formas e imagens.

Os sons e as palavras:
Ambos agora a escorrer como as águas de um rio.

4 Nada vejo quando estou só.


A escuridão me lança de encontro ao abismo do insondável.
Compreendo o incompreensível quando estou próximo à
desintegração de meu nome.

Não há mais nada a ser dito quando a mente titubeia nos


corredores do desterro.

Estou exatamente na distância inexorável entre as palavras e as


coisas.

Cada vez mais estranho e frio como um morto.

5
As intrigas de Nero agora me são indiferentes.

Aproximo-se de Tácito neste sentido.

O envenenamento de determinados senadores assim se apresenta


como uma vontade dos Deuses.

Parece legítimo, entretanto, o registro dos mesmos.

Sêneca e sua imperturbabilidade quando do


fim de seus dias.

Sua negação da vida pública em prol do


isolamento reflexivo. A quietude como conquista primordial do
pensar. O espírito atormentado dos proscritos.

A imagem de um deserto que se abre na indiferença do infinito:

Nenhum lugar é suficientemente


propício.
6 Nunca soube nada acerca do que me diziam as palavras.
Sempre estive escuro no lugar qualquer no qual as coisas
se esquecem de ser.
Para mim, o caminho é sempre aquele que se faz ao
desaparecer bem em frente ao muro inesgotável do acaso.
Acordo e durmo definitivamente frio neste verbo mal-
digerido nas entranhas corrosivas, neste além que pulsa nas
sarjetas de ocasião.
Corredores extensos percorrem estes meus gestos que se
ausentam em minha alma combalida.
Esta febre e arrastar de correntes nos calabouços da memória.

7 Sócrates se foi pela palavra. As leis e os Deuses foram os


substantivos através dos quais manteve a dignidade.
Seu estado de espírito tornou-se possível na intensidade
de sua partida.
Sócrates caminha na direção da perda de um si mesmo.
É essencial que ele se vá para que o absurdo da ordem seja
corroborado.
Sócrates enredado nos traços obsessivos em toda e qualquer
fruição de sentido.

As palavras possíveis e longe de si mesmas no


Críton.

Quem fala em Sócrates é uma alma que se desfaz como os


dias e as noites.

8 A aparência é a cópia imperfeita e manifesta naquilo que


comumente se chama de literalidade. Trata-se de um caminho
ínvio e quase insondável.
Cabe ao intérprete desvelar a transfiguração desta falta que
aguça seus sentidos na direção mesma de um despojar-se. A
inconsciência é precisamente aquilo que lateja em toda e qualquer
grande obra. Entre o desejo e sua interdição, uma voz ecoa nos
corredores do impossível.

9- Albert Camus procura um silenciar em alguns de seus


magníficos ensaios.

Não encontra nas famosas capitais européias o seu lugar.


Todas ainda demasiadamente barulhentas.
Camus na direção de um reencontro mental originário.
A imagem de um deserto repleto de rochas em sua
instigante quietude.
A natureza brutal da África no deserto de Oran em seu
visceral esplendor. O coração e a mente não podem agora se
desviar de si mesmos.Não podem agora se desviar do homem.
Oran com suas ruas enlameadas e céu indiferente e mau
gosto nas lojas de artefatos variados.
A sensação de solidão e de vazio que poucas capitais
oferecem. Oran é um lugar no qual os homens as possuem.
Estão cada vez mais próximos de seu falta essencial. A
angústia imperiosa que os arrebata.

10-Não se trata apenas de afirmar que a existência precede a


essência. Há muito pouca coisa numa observação desprovida de
alma como esta.
Importa dizer, com a força de súbitas ondas, que tudo se faz a
partir de um estar no mundo. Os sentidos aguçados e imersos na
teia infindável da vida.
As essências voláteis atiradas no chão indiferente de
nirvanas distantes. Nunca a partir das reminiscências poderemos
sangrar em pensamento indefinidamente. Heráclito nos diz
sabiamente que tudo é e não é.Do finito ao infinito.O fluxo
inexorável das coisas.
Ser lançado ao mundo na perenidade da escolha.Este o
maior tormento para os estóicos.

11 Para onde caminha o impensado?


Trata-se aqui de uma aporia. Não há solução viável para este
tipo de questão.Não se trata ainda de tentar respondê-la através da
afirmação de uma premissa por ela mesma.Estamos distantes das
tautologias.Temos assim uma dificuldade ilógica insuperável.
Trata-se aqui de uma questão originária.
O termo originário remete à noção de algo que não ocorreu e
que não existiu antes.
Trata-se assim de uma falsa questão.
Para responder à mesma é mister que ignoremos todo e
qualquer processo racional.
Os sentidos devem estar absolutamente fora de si mesmos. O
inusitado conjugável em ouvir,ver,tocar,cheirar e sentir o gosto de
coisa alguma.
Para onde caminha o impensado?

Este algo ainda mais singular


do que o nada.

12 Minha mente foi tomada pelo vazio anterior ao verbo. Estou


agora onde não posso jamais estar. Posso caminhar por aí e dizer
que não sei se algum dia o fiz.
Esbarro em sentidos outros invisíveis em meu desejo
arrefecido pelas sombras.
Não posso mais deglutir o que resta de
minha alma em frangalhos.

Meu nome indefinido em ninguém.


.

Poemas Esparsos

13Faço pouco das palavras


Nada falo quando estou para fora de mim.
Posso não mais me encontrar quando assim não me vejo.
Nada agora existe tão ausente como uma sombra.

Faço pouco das palavras


Tão inertes na memória como uma estrada vazia
Para longe das coisas onde os nomes desvanecem
Para longe deste tempo como um frio na espinha.

14 Nada tenho em mim que valha alguma coisa


Nasci apodrecido como esta árvore indiferente.
Falo sozinho quando não me vejo em ninguém
As sombras da tarde agora zombam de meu desejo de morte.

Meu sangue invade o que resta de minha angústia


Sempre longe como um viço que devora minhas noites insones
Este quarto me lacera como um carrasco de humor instável
Como alguém que pisa indiferente no frio chão dos calabouços.

15 Falo pouco quando me desconheço


Palavras tristes se apoderam de mim como um espelho
Partidas todas em frente ao armário de portas fechadas
Até que o mundo se corrompa e voe pelos ares.

Falo o ninguém de ruas vazias


Que se arrasta nas sarjetas como um cão sem dono
Uma adaga trespassa o coração da hora
Nesta alma que aqui se despede resoluta.

16 Uma doença assintomática que assole inúmeras vezes os


nervos. Algo que não possa ser detectável por nenhum especialista.
A ausência de vitalidade fundamental para que se crie.Estar doente
ao escolher a via correta do perecimento.Através de um gradual
enfraquecer, eu encontro tudo aquilo que é abjeto em mim.Estou
próximo ao todo que se desfaz.Próximo a todo e qualquer estado de
degradação.A náusea expressa e possível através da arte.Uma
doença grandiosamente não detectável e fatal.A indiferença e a
crueldade resgatadas neste agora que me permite romper os
grilhões culturais.O assombroso vigor desta estética homicida.A
imagem de um pássaro morto pisoteado por uma criança.Um
animal que devora sua presa sem alarde.

17 Reflexões na hora escura.

O verbo haver encerra em si mesmo uma


angústia essencial. Diz de algo que existe quando na verdade nada
é o que aparenta ser.
A questão se apresenta de forma suave e nos arrebata de
pronto. Trata-se de algo insolúvel, pois o ser e o não ser na verdade
nada são.Esta vacuidade originária nos aproxima das sensações
mais antigas da espécie.O desterro e a solidão, indubitavelmente os
maiores estigmas da alma.
Ao observarmos tal coisa, nos encontramos na condição
indigente de almejar algo infinitamente mais instigante. Temos
agora a saudável pretensão de verter o inusitado.
A preposição sobre age como elemento
limitador no que se refere a qualquer possibilidade em nível de
elocução.O eu manifesto no inusitado se aproxima de algo que vem
de dentro.Aqueles que falam como quem fala sobre, apenas e
apreendem significados e configurações na esfera do possível e isto
ainda é muito pouco.
Há muitos séculos a ordem do discurso sofreu
esta mudança definitivamente intolerável. A verdade não mais
residia no que era o discurso, no que ele fazia, na singularidade e
força pulsante de seus efeitos, mas sim no que ele dizia orientado
para sua forma,seu objeto,sua referência.
O vigor das enunciações aprisionado nas
trevas.

18 As palavras estão definitivamente exauridas. Uma


palavra possível só emergirá como resultante de um esforço
de abandono profundo capaz de resgatar a originalidade da
mesma.
Tudo tem início no olhar despojado. O silêncio
instigante daqueles que apenas vêem o que vêem. Como a seiva
que escorre daquela árvore secular, o inusitado lá está, na
iminência de envolvido pela indiferença crucial da percepção.
Estão agora suspensos todos os juízos acerca de tudo que
lateja ao redor.Uma nova função atribuída ao olhar.Os sentidos
ainda mais próximos da alma das coisas. Nem mais nem menos
do que uma promessa de fala trancafiada dentro de si mesma.

19 A metamorfose enquanto possibilidade de exclusão


libertária. Eu me transformo em qualquer objeto e não mais
sou capaz de deliberar ação alguma. O sujeito diluído no
silêncio de tudo que se faz ao redor.
O carro chocou-se contra o muro. Não há sujeito no
inanimado que não é capaz de deliberar coisa alguma.A nau
chocou-se contra as rochas.A gramática tradicional aponta a
palavra nau como sujeito.A semântica não a considera desta
forma.A tensão entre as duas propicia a abertura para que nesta
sentença possa não haver mais sujeito.Temos agora semanticamente
uma oração sem sujeito.Próximo aos fenômenos da natureza
silenciamos em:
Chove,Venta muito aqui,Neva na Suíça.

Sabemos, no entanto, que algo acontece.


A palavra acontecimento vem de contingere que significa
estar em relação com.

A metamorfose enquanto exclusão


libertária nas forças manifestas do inanimado. O sujeito diluído
numa vasilha como se nunca houvesse sido coisa alguma. O sujeito
paciente em: Pedro sofreu um acidente.
O sujeito instigante aprisionado na
palavra sujeito.
O sujeito instigante em: O nada esteve
aqui.

20 Falando com os mortos.

Venho de onde me desconheço. As coisas lá se fazem


sem motivo aparente. Sou feito de palavras que escorrem como
as águas dos oceanos indomáveis. Nem mais nem menos do que
um nome qualquer que desaparece na areia.
Não sei se sou resultante de um coito entre um Deus
e um Touro imenso. Não sei igualmente se alguém que foi
fecundado pelo vento me gerou há milhares de anos atrás.
Tenho a alma retalhada de ausências. Algo em mim
morre como todas as coisas que nascem e crescem. Não há mais
lugar algum agora. Nada pode abrandar este desterro do qual
sou eternamente prisioneiro.
Acordo e durmo quase sempre como um segredo
inviolável:
Como algo ainda mais perturbador do que a
loucura.

21Reflexões na Hora Escura.


Considerações Posteriores.
Das palavras em seu exílio.

O tempo nos legou grandes coisas. O pensamento


transmitido através dos séculos aqui esteve sempre pronto para
revigorar nossas inquietações.
Não há transgressão mais visceral do que o fazer
artístico em seu sentido mais profundo. Poesia, música, pintura.
Consideremos as várias formas de expressão neste espaço
sempre ínvio Nossa única redenção se encontra no fato de que
podemos, a qualquer instante,falar de um lugar que nos distancie
deste plano ordinário e sufocante.
As palavras se perderam no correr da existência.
Novas ordens esvaziaram a potencialidade de seu acaso.
O espanto dava a lugar a uma interpretação
cuidadosa em toda e qualquer enunciação.
As grades da interdição revestiram-nas de um peso
enorme, retirando das mesmas seu elevado grau de
invisibilidade. Havemo-nos com o ressurgimento periódico de
formas ressentidas na boca de todos aqueles que apenas estão a
falar sobre.
A questão relativa ao lugar de onde se fala o que se
fala é insolúvel. Ela aponta para um caminho no qual a
indagação se oculta no fundo de si mesma.
Procurar as palavras enquanto promessas de sentido,
naquele lugar no qual a força de uma intensidade anteceda o seu
comprometimento com toda e qualquer referência, este o
trabalho incansável do artista.

Há muito tempo atrás não havia tanto rigor nas


coisas. As medidas cambiantes remetiam a uma série de novas
ambiências receptivas. O mundo concebível era precisamente um
mundo possível. A linguagem ainda livre do visgo da premência
relacional .O cérebro aberto para visões de todo tipo.Uma
miríade inusitada de funções era atribuída ao olhar.Nada mais e
nada menos do que isto.Palavras metamorfoseadas em deuses ou
demônios a vagar pelo labirinto de todas as mentes
atormentadas.
.

21 Quando não se tem a exata noção do que se faz ou do que é


feito. É este o lugar de onde fala o artista para o qual o
mundo se metamorfoseia em um mundo de possibilidades. A
palavra possibilidade aponta para um esforço crucial do
cosmos.
Pensemos então na Cronaxia que é o menor tempo necessário
para que uma corrente elétrica, passando por uma complexa
rede de neurônios, provoque uma contração num determinado
músculo.

Conto das horas esparsas


Ele comeu o verbo comer. Ele comeu o verbo comer que
o comeu. Ele dilacerou todos aqueles tempos verbais. Ele ignorou
as conjugações em ar ou er ou ir. Ele esteve presente ou passado ou
futuro.Ele presente que se furta de si mesmo em algum lugar
desconhecido.
Ele preposicionado em para frente ou para os lados ou
para trás ou em lado algum.
Ele insistentemente craseado em à noite.
Ele insistentemente craseado em à deriva.
Ele insistentemente craseado em à sombra.

Ele esqueceu de ser o que era. Ele esqueceu de ser como


era. Ele esqueceu de esquecer no verbo esquecer. Ele subiu e desceu
a ladeira no verbo esquecer. Ele esticou os braços ao esquecer de
subir ou descer a ladeira no tal verbo esquecer. Ele fechou os olhos
no verbo esquecer. Ele esqueceu do fato de que havia esquecido de
si mesmo no verbo esquecer.
Ele rompeu o tendão no verbo romper. Rompeu com tudo e
com todos no verbo romper. Ele agora aprisionado no tal verbo
romper. Ele agora aprisionado na palavra rompimento. Ele agora
no hospital com o tendão do pé rompido. Ele agora aprisionado na
palavra pé. Ele agora aprisionado no verbo andar. Ele agora
manca na direção do carro. Ele gosta deste tal verbo mancar.
Ele gosta de colocar sapatos no verbo colocar. Ele
não consegue fugir da conjugação ar. Ele não consegue fugir ao
tentar fugir em ir na terceira conjugação ir.
Ele nada agora em algum lugar na palavra mente,
na terceira conjugação ir. Ele está num lago isolado em ir. Ele tenta
não pensar em nada em ir. Ele não consegue fugir de si mesmo em
ir.
Ele mastiga e engole em ar e er e ir.

Ele aprisionado na conjugação ar ou na


conjugação er ou na conjugação ir. Ele agora aprisionado na
palavra adjetivo. Ele agora aprisionado na palavra
enlouquecimento. Ele agora com todas as medidas soltas. Ele agora
sombrio no substantivo escuridão. Ele agora exaurido na palavra
horas. Ele agora quebrado na palavra prato. Ele achatado na
palavra inseto.

Ele mastiga e engole em ar e er e ir.

Ele se
mexe agora no interior da palavra desconhecido. Ele se procura no
interior da palavra sumo. Ele novamente aprisionado no interior do
verbo procurar.
Ele agora aprisionado em ar.

23 Uma das palavras mais instigantes de todo e qualquer vernáculo


é a palavra mente.
Esta remete a vários lugares nos quais a fala tende a estremecer
por completo.
A palavra mente é cinza e paira absoluta em cavernas escuras,
provocando o medo e enraizando-o ainda mais nas almas de todos
nós.
A palavra mente repleta de si mesma em todo e qualquer lugar.

Pode agora esta palavra rastejar e caçar qualquer presa, pois


habita o imaginário de todas as almas sequiosas.
Incapazes de manter a angústia sob controle, apelam para fobos
que as faz sair de si mesmas e mergulhar na ansiedade crucial que
mascara o vazio ao qual estão todas sujeitas.
A palavra mente diz de algo definitivamente magnânimo, diz de
algo que mobiliza os sentidos de forma avassaladora.
Para além das noções toscas de racionalidade e anábasis, ela
arrasta para si o infinito que pulsa no ocaso de todo e qualquer
devir.
A palavra mente diz de algo na sua plenitude originária.
Diz de algo como um fluxo constante e inviolável de costas
para o tempo e espaço.
Fobos e algos se curvam frente ao inusitado que agora se
insinua, mais vasto do que nunca.
A palavra mente encrustada como um seixo na quietude do
além.

24 A palavra calendário, diz na sua raiz de uma organização


temporal em dias, semanas, meses e anos.
É mister que indaguemos o que está a nos faltar quando
percebemos que fomos impregnados por tal parca noção em nossa
existência.
O que nos foi brutalmente tomado, o que nos foi literalmente
arrancado desde nossa origem em relação ao tempo?

25 Uma leitura atenta dos diálogos de Platão.....

27 Manoel de Barros
Manoel de Barros é um poeta cujo
pensamento está definitivamente torto.

28 Reflexões na hora escura.

29 Um poema seco
Troca de roupa sem nome
Como quem se perde ao dobrar a esquina
Com a garganta em chamas de conhaque.
Um poema seco
Pisa na alma rasteira
Alvejada no parapeito qualquer
Enquanto a hora murmurava palavras tristes.

31 Derrida

O meu desaparecimento tornou-se possível.A desordenação


inexpugável, um estado de coisas tal que propície o meu fim.
Depois de minha morte e antes do meu nascimento, posso
trangredir minha própria existência empírica e não ser mais
contingente.
A contigência diz de um processo, de um encontro com uma persona
qualquer.Este processo acha-se plenamente contaminado por toda e
qualquer significação.Antes e depois de qualquer acontecimento,
devo constatar a presença de algo que é fora dos ditames do
pensamento.Esta minha ausência tornada posssível na
universalidade daquilo que é plano ou que sempre é.A presença
indissolúvel e indiferente na flexão do infinitivo.

32 Poema sem mãos


Eu escrevo sem desejo
Como se não mais usasse as mãos
Perdidas no céu escuro
No ventre da palavra corredor
Como um rio incontrolável
Ou como uma série de ondas gigantescas
Tudo jorra em mim
Como o avesso de qualquer coisa
Como o avesso de coisa alguma
Como se a palavra alguma
Pudesse dizer este nada
Que arranca meus olhos de Esfinge
Para que então possa ver
O ainda mais recoberto por um tanto
De calda deliciosamente sem gosto
No ventre da palavra vazio.

33- Heráclito

34-F N

35 Gaston Bachelard
36 Foucault

.
REFLEXÕES NA HORA ESCURA I e II.ok
Manoel de Barros-Ensaiook
Adélia Prado Ensaiook
Ascânio Lopes Ensaio
A atualidade de Marcelo Diniz Ensaio
Poesia e silêncio Ensaiook
Poesia e imagem.Ensaiook

O termo acontecimento diz,na sua raiz,de algo que está em rela

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