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ECOLOGIA MICROBIANA ORAL

Ecologia é o estudo das relações entre os organismos e o seu meio ambiente . O termo
ambiente neste contexto significa o total de caracteristicas quimicas,fisicas e biológicas da
cavidade oral (incluindo outros organismos vivos).

A boca humana contém um dos mais complexos ecossistemas do corpo humano. Os


microorganismos orais são essencialmente bactérias mas incluem também fungos ,
protozoarios e ocasionalmente virus .

A abundante mistura e constante presença de restos de comida faz da boca um ambiente


ideal para o crescimento bacteriano. Contudo o fluxo continuo de saliva provoca uma
acção mecanica que remove a maior parte dos microorganismos que são engulidos e
destruidos pelo acido hipocloridico do estomago. A descamação das células epiteliais é um
segundo factor mecanico que remove organismos da cavidade oral.
Consequentemente não é supreendente que a maioria dos organismos que constitui a flora
da boca resista a esta remoção mecânica devido à sua capacidade de aderirem firmemente
às várias superficies da cavidade oral.

Aquisição da flora microbiana oral

A cavidade oral é usualmente estéril quando do nascimento,8 horas depois já há um


aumento répido do numero de microorganismos,contudo a composição da flora bacteriana
varia consideravelmente nos primeiros dias de vida.

Até ao fim do 3º mes todas as bocas revelam uma microflora reconhecivel. Até um ano
apenas streptococcus,staphylococcus,veillonellae e neisseria são encontradas na cavidade
oral.Este primeiro periodo é constituido essencialmente por espécies aeróbias e
facultativas,às quais são adicionadas algumas especies anaeróbias.

A maior alteração no ecossistema oral ocorre por volta dos 6 meses , com a erupção dos
primeiros dentes. Os estreptococos mutans colonizam preferncialmente a superficie dos
dentes e tornam-se habitantes normais por volta da idade de 1 ano.
Bacteroides e espiroquetas que são estritamente aneróbias não estão presentes nas
gengivas de todas as crianças.
O aumento destes e outros aneróbios pode estar relacionado com o aumento de gengivite
que ocorre no mesmo periodo. O desenvolvimento de cáries dentárias cria um novo
ambiente para os organismos. A lesão também leva a um pH mais ácido e uma diminuição
à exposição dos factores antimicrobianos contidos na saliva.
Os organismos que colonizam a boca estão numa continua interacção com o hospedeiro ,
estas interacções são reflectidas em termos de simbiose (interacções que benificiam
mutuamente) ,antibiose e probiose (benificiam apenas um).

Quando estes organismos aderem a algumas superficies (como o dente ou a superficie


epitelial) formam uma massa organizada a que se dá o nome de placa dentária.
A placa dentária pode ser definida em termos de localização (supra ou subgengival) ,pelas
suas propriedades (aderente ou não aderente) e pelo seu potencial patogénico (cariogénico
ou periondontidico).

Apesar de existir já algum conhecimento sobre a flora oral a variabilidade na composição


dos microorganismos em diferentes bocas e entre diferentes locais na mesma boca tem
originado alguma confusão sobre a composição microbiana oral.

No entanto a caracterização da flora microbiana oral tem sido bastante relevante na


prevenção e tratamento de caries ,doenças periondontais, infecções dos tecidos moles
,pulpa e infecções periapicais.

Ecossistemas orais :

Quatro grandes ecossistemas encontram-se presentes na cavidade oral. O epitélio bucal,o


dorso da lingua,a superficie supragengival do dente e as superficies subgengivais e o
epitélio crevicular ; tendo cada um combinações distintas de determinantes ecológicas
assim como uma flora oral associada distinta.

Existem factores que determinam quais os organismos susceptiveis de se desenvoverem na


boca e quais os ambientes necessários para tal. Os factores podem ser dividos em três
categorias principais : Factores fisico-quimicos ; factores inerentes ao hospedeiro e
ainda factores relacionados com a bactéria . Em adição a estes factores há que ter em
linha de conta a dieta do individuo e a sua higiene oral.

FACTORES FISICO-QUIMICOS

A temperatura ; a concentração em oxigénio , o pH e a disponibilidade em nutrientes.

pH

A maior parte das bactérias orais crescem a um pH de cerca de 7 (essencialmente neutro) .


Na maior parte do tempo o pH da cavidade oral é cerca de 7 fornecido pelos sistemas
tampão da placa e saliva.
Existem 3 factores importantes que determinam o pH oral tais como, os materiais
exógenos colocados na boca, como bebidas carbonatadas cujos valores de pH são muito
baixos à volta de 3 . Outra influencia é o abaixamento do pH na placa pela fermentação de
carbohidratos pelas bactérias , sendo esta uma causa do aparecimento de cáries dentárias.
Por último a capacidade tamponante da placa e saliva (Um tampão é uma substância que
consegue estabilizar o valor de pH) fornecida pelo tampão de bicarbonato que é algo
eficiente e suficiente para controlar as mudanças de pH na saliva.

Disponibilidade de nutrientes

Quando se pensa em termos de nutrientes a cavidade oral pode ser pensada como dois
sistemas distintos ,por um lado a placa supragengival que é banhada pela saliva e cujos
organismos que a constituem podem utilizar nutrientes quer exógenos (a partir da
dieta),quer endógenos para a sua sobrevivencia. A maior parte destes nutrientes
endógenos provém da própria saliva ,são essencialmente aminoácidos e carbohidratos
,ambos libertos pelas gilcoproteinas salivares.

Por outro lado a placa subgengival é banhada pelo fluido crevicular que não é mais que
um liquido inflamatório derivado do plasma.
Duas fontes principais de nutrientes endógenos estão disponiveis . Uma o fluido gengival
crevicular e outra os próprios tecidos periondontais.

FACTORES RELACIONADOS COM O HOSPEDEIRO

A saliva é uma mistura altamente complexa. Vários componentes salivares interagem com
a flora oral favorecendo ou não a capacidade dos organismos orais sobreviverem no
ambiente oral.

Anticorpos , são essencialmente da classe A ; igA que vão agregar as bactérias orais
tornando dificil às células bacterianas a sua ligação às superficies epiteliais.

Glicoproteinas , entre as quais um aminoácido ,a prolina ,estas glicoproteinas ácidas vão


favorecer a ligação dos estreptococs orais às superficies dos dentes; a ligação é feita
porque as bactérias possuem receptores especificos para as glicoproteinas salivares.

Factores não especificos :


Lisozima é um emzima que degrada o peptidoglucano,como tal vai destruir as paredes
bacterianas.
Lactoferrina é uma proteina que liga átomos de ferro ; o ferro é um factor limitante para
o crescimento bacteriano.

Fluido crevicular ,
O fluido crevicular é derivado do plasma como tal contem uma grande quantidade de
anticorpos e outros compostos imunológicamente activos , como as proteinas do
complemento. Em contraste com a saliva a classe predominante de imunogloblinas é a
igG.

Apesar destes factores do hospedeiro promoverem protecção contra a colonização


bacteriana e infecção na cavidade oral a maior parte da flora oral é relativamente pouco
afectado por eles. Alguns dos factores provenientes dos hospedeiros tal como as proteinas
ácidas de prolina na saliva vão favorecer o processo de colonização bacteriana.
No entanto estes mecanismos de defesa provavelmente inibem organismos que seriam
capazes de colonizar a boca na sua ausência.

DETERMINANTES BACTERIANAS

A bactéria que existe na boca deve ser capaz de utilizar os nutrientes disponiveis e
sobreviver sob as condições fisicas e quimicas presentes. Devem ter também alguma
resistencia aos mecanismos de defesa do hospedeiro , a menos que estas condições se
verifiquem torna-se didicil para a bactéria sobrviver no ambiente oral.

A Aderência bacteriana é descrita como um fenómeno em que bactérias especificas tem


uma predilecção para superficies especificas.
A associação entre bactéria e superficie é mediada por interacções iónicas ou
hidrofóbicas. O primeiro mecanismo ,em que as adesinas bacterianas estão carregadas
negativamente assim como as glicoproteinas epiteliais a ligação é efectuado por
intermédio de um catião divalente geralmente o cálcio. No outro mecanismo as adesinas
bacterianas hidrófobicas ligam-se aos receptores lipófilicos na superficie epitelial.

Existem também fenómenos interbacterianos , como a ligação de uma bactérias às


outras em que ocorre uma coagregação formado-se estruturas complexas caracterisiticas
com a espiga de milho e a escova de cabelo. Ainda se podem também verificar interacções
que podem ser inibitórias (bacteriocinas-substancia bactericida bastante especifica) ou
estimulatórias (interacções nutricionais).
FACTORES DEPENDENTES DO CONTROL DO HOSPEDEIRO

Dois factores muito importantes de controlo humano têm grande importância na


composição da flora oral , são eles a dieta alimentar e a higiene oral.

Os hábitos dietéticos especialmente no que diz respeito ao consumo de carbohidratos


assim como ao tipo de carbohidratos têm muita importância. De todos os carbohidratos da
dieta humana ,a sucrose é a que tem maior efeito na placa supragengival, isto porque a
sucrose é o substrato para as glicosiltransferases que vão degradar em glucose e frutose
,dai o glucano que é um polimero de glucose que é produzido pelo Strepococcus mutans e
que favorece a sua ligação à superficie do dente.

Obviamente os hábitos de higiene oral podem influenciar profundamente o ecossistema


da placa. Se a maior parte dos organismos e materiais extracelulares forem removidos por
um controlo mecânico não só se verifica uma diminuição do número de organismos mas
também todo o processo de colonização e maturação da placa tem que recomeçar. Como
tal uma boa higiene oral permite a manutenção de uma flora que é compativel com a saúde
oral.

Mecnismos de auto limpeza ,o fluxo da saliva e os movimentos da lingua e musculos dos


maxilares promovem em limpeza natural da dentição , a acumulação da placa ocorre muito
mais facilmente nas zonas não abrangidas por este fenomeno com sejam as fissuras.
MATURAÇÃO DA PLACA

Como já foi referido os estreptococos estão entre os primeiros colonizadores e mesmo


numa placa madura continua como o organismo predominante na placa dentária . À
medida que a placa amadurece , a flora gradualmente modifica-se de cocos gram positivo
e actinomyces para uma flora composta por organismos Gram negativo. Estas bactérias
Gram negativo assim como as filamentosas aderem à plac basal,este processotambém
reflete interacções especificas entre as diferentese superficies bacterianas.
Se a placa continuar a crescer , a primeira evidência de inflamação gengival é observada
em cerca de 3 semanas. Nesta altura verifica-se uma mudança da placa para tipos de
bactérias mais filamentados.

Se a placa for removida ,as mudanças microbiológicas e imunológicas são reversiveis. As


interacções de muitos dos organismos filamentados com as bactérias da placa
préexistitente são essencialmente reacções de coagragacção, que por seu turno são
importantes no desenvolvimento da placa subgengival.

Um dos sinais de inflamação das gengivas é o edema ou cheiro das margens das gengivas
a partir dai cria-se um novo nicho ecológico ; o ambiente é mais anaeróbio,as moleculas
antibacterianas salivares não difudem tão rapidamente,os tecidos são finos e na presença
de inflamação presença de conponentes do sangue podem surgir.

Diferenças entre uma placa supragengival primária e madura :

Placa primária:

Coloração de Gram : Positivo


Morfologia : Cocos e bacilos
Metabolismo energético : Facultativo
Tolerância do hospedeiro : Geralbente bem tolerado

Placa madura :

Coloração de Gram: Positivo com alguns negativo


Morfologia: Cocos ,bacilos,filamentosas,espiroquetas
Metabolismo energético: Facultativo e anaeróbio
Tolerância do hospedeiro :Pode causar caries e gengivites
FORMAÇÃO DA PLACA COM EXEMPLO DE SUCESSÃO ECOLÓGICA :

Imediatamente após profilaxia oral as glicoproteinas salivares comçam a serem adsorvidas


na superficie dos dentes ,formando uma camada amorfa conhecida por pelicula adquirida.

Algumas bactérias como S.sanguis e A.viscosus têm adesinas que medeiam a sua adesão
às glicoproteinas salivares. Se este fenomeno ocorrer na saliva os organismos têm
tendência a aglutinar . Contudo se os organismos entrarem em contacto com a pelicula
adquirida , eles são capazes de aderirem à superficie do dente.

Após esta fase inicial de colonização , verifica-se um rápido crescimento do organismo


colonizadores iniciais .durante esta fase os estreptococos tem tendência a multiplicar-se
em cadeias orientadas perpendicularmente à superficies do dente.

O crescimento destas bactérias permite a multiplicação e desenvolvimento de várias


espÉcies na placa em desenvolvimento. Este crescimento dos organismos invasores causa
mudanças no ambiente oral. As mudanças mais importantes são as descidas de pH e na
tensão de oxigénio, o que vai permitira os organismos anaeróbios tais como as
espiroquetas de entrar na placa dentária. Chega-se então a uma fase que a placa
supragengival já está madura.

Ao contrário da placa inicial a placa madura não é bem torlerada pelo hospedeiro sendo
responsável por inflamação gengival ou gengivite.A capacidade de causar gengivite não só
cria uma doença gengival localizada mas também permite aos organismos da placa
invadirem o espaço gengival o que leva ao aparecimento da plac subgengival.

Se houver um bom controle da placa supragengival antes do aparecimento da plac


subgengival variadas formas de periondite podem ser evitadas. Uma vez estabelecida a
placa subgengival esta pode ser removida por intermédio de meios mecânicos ou outros
meios para tratar ou prevenir doenças periondontais.

Diferenças entre uma placa supragengival madura e ema placa subgengival :

Placa supragengival madura:

Coloração de Gram: +/-


Morfologia: Cocos,bacilos,filamentosas,espiroquetas
Metabolismo energético: Facultativo com alguns anerobios
Fontes energéticas:Geralmente fermentação de carbohidratos
Mobilidade:Firmemente aderentes à matriz da placa
Tolerância pelo hospedeiro: Pode causar carie e gengivites

Placa subgengival :

Coloração de Gram: Principalmente negativo


Morfologia: Principalmente bacilos e espiroquetas
Metabolismo energético: Principalmente anaeróbios
Fontes energéticas:Muitas formas proteoliticas
Mobilidade: Aderencia menos pronunciada com muitas formas móveis
Tolerância pelo hospedeiro: Pode causar gengivite e periondontite

INTERACÇÕES BACTERIA HOSPEDEIRO

Factores de crescimento microbiano a partir do hospedeiro :

O crescimento necessário para os microorganismos pode ser facultado pela dieta,tecidos


do hospedeiro ou por outros microorganismos.
A saliva que contitui um complexa mistura de secrecções da parotida , glandulas
submaxilares e sublinguais proporciona um meio de cultura em que muitos dos
microorganismos orais vivem , crescem e multiplicam-se , o seu crescimento na saliva
influencia o seu estabelecimento ao nivel da placa dentária e nas superficies epiteliais ,
torna-se necessário um certo numero de m.o. na saliva para que depois estes possam
passar para a placa dentária.
--- Composição mineral e força iónica
A saliva é provavelmente saturada com fosfato de cálcio que ajuda na prevenção
da dissulução dos tecidos calcificados do dente . Por outro lado a sua saturação leva à
precipitação do fosfato de cálcio como cálculos dentários.
Alguns iões inorgânicos podem indirectamente influenciar os m.o. orais pela activação de
enzimas salivares que fornecem os substractos necessários para o crescimento bacteriano.

--- Sistema tampão


O pH da saliva fresca varia entre 5.7 e 7.0 , com um valor médio que é satisfatório
para o desenvolvimento de uma grande parte dos microorganismos.
A capacidade tamponante da saliva é em grande parte devida ao tampão de bicarbonato .
Apesar da capacidade tamponante da saliva a placa dentária torna-se rápidamente ácida
em resposta à ingestão de açucares e tende a favorecer m.o. ácidos ; por outro lado as
gengivas são alcalinas e é caracterizada por proteolise e putrefacção.

--- Potencial redox

---Gases

---Compostos orgânicos

Colonização das superficies orais

Para fazer parte da flora oral,os organismos primeiro que tudo têm que se manter ao nivel
da cavidade oral e devem ser capazes de se multiplicar no sitio onde se encontram. Se não
forem retidos são facilmente eliminados por deglutição ou pelo fluxo salivar.
As bactérias podem ser retidas por mecanismos de adesãoàs estruturas orais,por ligação
com outros organismos ou retenção mecanica .Vários mecanismos encontram-se
envolvidos na adesão microbiana e para as diferentes bactérias há locais de afinidade na
cavidade oral diferentes.

A adesão bacteriana é muito importante para a ecologia microbiana uma vez que
determina o habitat especifico para cada especie. Por exemplo o estreptococos salivarius
tem uma grande afinidade para o dorso da lingua mas não consegue aderir à superficie do
dente ; em contraste o estreptococos sanguis liga-se fortemente à superficie do dente mas
muito pouco às superficies epiteliais orais.

As glicoproteinas salivares adsorvidas na superficie do dente são polimeros que vão


facilitar a adesão bacteriana. A ligação das células bacterianas com os componentes
salivares contribui para a natureza coesiva da placa bacteriana. Um mecanismo associado
a este tipo de adesão envolve a interacção entre as adesinas da superficie bacteriana e os
carbohidaratos da saliva ou a chamada pelicula glicoproteica.

São também necessárias relações interbacterianas ; microorganismos com pouca


afinidade para as várias estruturas orais podem eventualmente ser retidos mecanicamente
nas fissuras dos dentes, numa gengivite,numa periondite ou em situações de cárie. Por
exemplo os lactobacilos tem pouca afinidade para asuperficie do dente quando
comparadas com outras bactérias , por isso tem-se vindo a associar o seu aparecimento
quando existe cárie dentária.
Fenomenos de coagragacção e adesão entre as bactérias .

INFECÇÃO VS. DOENÇA

Cáries dentárias,doenças periondontais e afecções apicais são doenças endogenas


provocadas por bactérias que fazem parte da flora da cavidade oral. As nossas bocas são
continuamente infectadas ,mas a menos que haja opurtunidade para isso (defeito ao nivel
imunitário,antibioterapia,etc) as bactérias residentes não causam qualquer proplema.
Contudo se houver alguma alteração no ecossistema oral pode vir a resultar em lesões
infecciosas para o hospedeiro.

BENIFICIOS DOS M.O. ORAIS :

1- As bactérias orais são capazes de produzir vitaminas e cofactores necessários aos


humasno (vitaminaK,biotina,riboflavina)
2- As enzimas bacterians libertas na saliva podem ajudar na digestão de alimentos embora
essa contribuição seja minima comparada com todo o processo digestivo.
3- Certas estirpes orais são capazes de produzir substancias antimicrobianas que vão
impedir bactérias patógénicas de se desenvolverem a nivel oral , com por exemplo os
streptococos slivarius produzem uma substancia chamada enocina que é bacteriostática
para os estreptocos do grupo A (pyogenes)
4- As bactérias orais também podem ajudar na maturação do sistema imunitário do
hospedeiro (desenvolvimento de imunogloblinas).
GÉNEROS BACTERIANOS ORAIS :

GÉNEROS GRAM POSITIVO

- Streptococcus
- Micrococcus
- Peptostreptococcus
- Actinomyces
- Lactobacillus
- Arachnia
-Propionibacterium
- Bifidobacterium
- Eubacterium
-Rothia
- Bacterionema

GÉNEROS GRAM NEGATIVO

-Nesseria
- Moraxella
- Veillonella
- Haemophilus
-Actinobacillus
- Capnocytophaga
- Eikenella
- Campylobacter
- Selenomonas
- Centipeda
- Treponema
- Bacteroides
- Fusobacterium
- Leptotrichia
-Wolinella

FUNGOS NA CAVIDADE ORAL

A cavidade oral desenvolve uma flora microbiana caracteristica que varia de local para
local.Esta flora vive em harmonia com o hospedeiro e é designada por flora comensal ou
nativa.
A flora comensal tem várias funções entre elas a prevenção da colonização por organismos
potencialmente patogénicos. Os organismos patogénicos são aqueles capazes de iniciar
doença num individuo saudável. Contudo quando o estado do hospedeiro se modifica
(idade,administração de drogas,alterações no seu estado imunológico) alguns comensais
tornam-se opurtunistas e provocam infecções. A maioria das infecções orias provem de
patogénicos opurtunistas e não de verdadeiros organismos patogénicos.

Leveduras e fungos são geralmente encontrados na cavidade oral como comensais.As


infecções por Candida são as mais comuns,podendo haver vários tipos de candidose oral.
COLHEITAS :

INTRODUÇÃO

O principal objectivo do laboratório de microbiologia é fornecer informação válida e


relevante no processo de diagnóstico da doença infecciosa.

O grande beneficiado dos esforços laboratoriais é o doente; o médico e o restante pessoal


de saude devem assegural-lhe o melhor e atemptado tratamento.

Alguns conceitos acerca da qualidade dos produtos a submeter a exame


microbiológico

As amostras para exame microbiológico são muitas vezes obtidas com técnica adequada
,de um local impróprio,e em quantidade insuficiente.
Muitas delas são,também,comprometidas devido à demora e aos inadquados
acondicionamento e transporte para o laboratório,o que promove a distorção da
quantidade realtiva de microorganismos presentes: morte dos mais sensiveis , que são
normalmnete os responsáveis pela infecção, e proliferação exagerada dos mais
resistentes,que muitas vezes não são mais do que a flora autóctone.

Regras gerais para colheita de amostras para exame bacteriológico

1-Obter produto antes da administração da terapeutica antimicrobiana


2-Colher do local onde o agente etiológico é mais frequentemente encontrado.
3-Colher durante a fase aguda
4-Colher quantidade suficiente para permitir um exame completo
5-Fornecer ao laboratório as informações clinicas indespensáveis ,fazendo o correcto
preenchimento da requisição
6-Colher com técnica adequada,evitando a contaminação da amostra com a flora autóctne.
7-Transporte para o laboratório em tempo adequado e em recipiente próprio.

MONITORIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA

COLHEITA;TRANSPORTE;DILUIÇÃO E SEMENTEIRA
Amostras da placa ou de saliva (usualmente estimuladas por pastilha elástica) são colhidas
e transportadas para o laboratório para diluição e sementeira.
Se as amostras não podem ser semeadas em poucos minutos torna-se necessário um meio
de transporte. Estes podem ser fluidos ou semisólidos que idealmente protegem durante
bastante tempo as bactérias lá colocadas enquanto impedem o crescimento de outras
bactérias na amostra. Desta forma não há alterações no número de bactérias na amostra
que vão ser inoculadas para crescer no agar.

Bons meios de transporte têm sido descritos para os estrptococos mutans VGM II e RTF
(o último é também util para o transporte de anaeróbios estritos )
Os meios de transporte pequenos também contém grãos de vidro que facilitam a dispersão
das bactérias no vortex ou por sonicagem.
As amostras dispersas são então semeadas em meios solidos semi-selectivos (para
contagem absoluta dos germes) ou em meios semiselectivos ou não selectivos como
tripticase de soja ou gelose sangue (para contagem absoluta e relativa do germes
bacterianos)

A colheita de saliva é um método indirecto de colheita dos dentes . É interessante porque


requer apenas que o individuo mastigue um objecto (geralmente wax) que desaloja as
bactérias dos dentes e cuspa a saliva ; o que não requer nenhum conhecimento sobre
dentição por parte do investigador.
Tem também sido utilizado para crianças novas.
A colheita de saliva contudo são amostras indirectas dos dentes e como tal funciona como
se todos os dentes tivessem o mesmo risco de cárie o que é um presuposto abolutamente
falso.
A saliva contem essencialmente suspensões de células epiteliais e as seus aderentes
bacterianos e as bactérias que foram desligadas da placa após mastigação ( processo
mecânico)

A colheita da placa bacteriana - Nem toda a placa bacteriana está relacionada com as
cáries; alguma está relacionada com processos de gengivite e alguma provalvelmente com
nehum estado de doença. Geralmente nuca se recolhe toda a placa bacteriana . A
monotorização microbiológica de uma pequena placa dentária parece ser o mais lógico
para a colheita de amostras.
PORTAGERM

Portagerm é um meio redutor sólido tamponado. O agar contindo no meio impede a


difusão do oxigenio que é levado a quando da colheita. Os agentes redutores combinam-se
com o oxigénio livre para manter a anaerobiose.
O indicador de oxido-redução premite visualizar a presença ou ausencia de oxigénio:
Coloraçãp azul-lavanda : presença de oxigénio
Sem coloração : ausencia de oxigénio
A utilização deste meio é recomendada para o transporte de amostras ao laboratório de
bacteriologia. Qualquer que seja a origem a viabilidade da maior parte dos germes
aeróbios e anaeróbios é mantida 48 horas a 20-25ºC.
Para as amostras com zaragatoa utilizar os tubos , para as amostras de liquidos utilizar
uma seringa para introduzi-los no tubo.

Leveduras -Candida albicans: O método preferido para a sua colheita é efectuado com
zaragatoas de algodão. Estas zaragatoas podem ser imergidas num meio de
enriqurcimento depois da colheita.

MÉTODOS DE ESTUDO DE MICROBIOLOGIA ORAL :


Uma vez que as lesões endodonticas,abcessos e outras infecções orais contém uma grande
variedade de possiveis patogénicos, o diagnóstico microbiológico oral deve ter em conta
uma grande variedade de organismos.
A maior parte dos laboratórios usam um ou uma combinação dos métodos de diagnóstico
disponiveis , dependendo das amostras e organismos que vão ser identificados. Em
resumo um único método não é suficiente para abranger todas as situações.

Exame microscópico directo

Microscopia de contraste de fase ou de fundo escuro de preparações a fresco mostra o


número e a morfologia dos microorganismos presentes.
Quatro grandes grupos morfológicos são distinguiveis: Cocos;bacilos imóveis;bacilos
móveis e espiroquetas. Os bacilos imóveis podem ser classificados em fusiformes,
filamentos e outros bacilos imóveis. As espiroquetas podem ser divididas com base no seu
diâmetro celular.

A microscopia directa constitui um método rápido ,barato para screening dos diferentes
tipos de morfologia. A sua maior desvantagem é a incapacidade para designar espécies
especificas e designar a antibioterapia.
Certas formas atipicas de Streptococos mutans que são cocos podem ser erradamente
identificados como bacilos.

Coloração de Gram

A coloração de Gram para amostras orais permite apenas fazer a distinção entre Gram
positivos e Gram negativos.
Esta propriedade pode ser importante em microbiologia periondontal em que os
organismos Gram positivo estão principalmente associados com a saúde e os oragnismos
Gram negativo estão associados com gengivite ou periondontite.
Contudo lâminas de Gram de amostras orais são dificeis de interpretar porque muitas
vezes organismos Gram positivo velhos ou mortos perdem a sua capacidade para reter o
cristal violeta. Junta-se o facto de não ser elucidativo sobre a mobilidade , espécies em
questão ou susceptibilidade antimicrobiana.
Cultura

Tradicionalmente,o exame cultural tem sido o meio escolhido para análise da flora oral. A
principal vantagem da cultura é a sua capacidade em identificar os principais componentes
da flora microbiológica oral. Isto é particularmente importante para infecções orais que
envolvam bactérias verdadeiramente patogénicas. Para alem disso é um pré requesito para
a determinação in vitro da susceptibilidade antimicrobiana aos referidos agentes
patogénicos.
No entanto o exame cultural é dispendioso , com grande consumo de tempo e bastante
minucioso.

Meios não selectivos --- São meios que permitem o crescimento dos microorganismos nas
mesmas proporções em que se encontram na amostra.
Os meios não selectivos em microbiologia oral concistem em extractos de tecidos ricos em
proteinas suplementados com 5% a 10% de sangue desfibrinado de
cavalo,hemina,vitamina K e outros factores nutricionais que são importantes para o
crescimento de várias espécies orais.

Meios selectivos --- Um meio selectivo ideal é aquele que contem agentes antimicrobianos
que são capazes de eliminar a flora contaminante exepto aquele organismo para o qual o
meio é especifico.
Nos meios preparados inicialmente verificaram-se casos de selectividade bastante rigorosa
que eliminava também a espécie designada para ser isolada , como foi o caso dos bacilos
Gram negativo com pigmento preto e alguns Streptococcus mutans.
Existem hoje em dia disponiveis meios selectivos para Fusobacterium, Wolinella
,Treponema,Veillonella , Eikenellacorrodens ,Lactobacillus, Streptococcus ,Candida
entre outros.

A identificação definitiva de muitas espécies orais requer um estudo bioquímico


aprofundado e incluem para anaeróbios o estudo dos produtos finais do seu metabolismo.
O estudo celular da membrana externa proteica examinado por eletroforese tem vindo a
ser uma técnica comum de identificação.

Uma identificação presuntiva de muitas espécies orais implica a combinação de meios


selectivos e meios não selectivos e com uma série de testes bioquímicos.

Critérios comuns para caracterização de bactérias orais

Morfologia das colónias

- Diametro
- Forma
- Superficie
- Densidade
- Consistência
- Cor
- Hemolise
- Aderencia

Exame microscópico

- Gram
- Mobilidade
- Flagelos
- Esporos
- Forma
- Arranjo das células em pares ,em cadeias

Tolerância ao oxigénio

- Anaeróbios estritos
- AAT
- Microaerófilos
- AAF
- Aeróbios estritos

Caracterização bioquimica

- Catalase
- Redução dos nitritos
- Oxidase
- Reacções de fermentação
- Análise dos produtos finais de fermentação
- Perfil das proteinas celulares por SDS PAGE
- Reacções de hidrólise
- Análise de DNA

TESTES IMUNODIAGNÓSTICOS

A detecção dos antigénios bacterianos é importante nas doenças de foro oral ,


especialmente para a identificação de espécies especificas em amostras directas da
cavidade oral.

Alguns dos testes imunológicos são utilizados para determinar os níveis de anticorpos na
saliva,fluido crevicular e soro.

Os testes imunológicos tem particular importância para a identificação de organismos que


têm dificuldade em crescer uma vex que não requerem nem a viabilidade destes
organismos, nem manuseamento asséptico da amostra.
Por outro lado os testes imunológicos podem fornecer importantes dados
epidemiológicos.
Os aspectos criticos principais são a viabilidade dos Kits comercializados , em relação ao
control positivo e control negativo.
Estas reacções baseiam-se em reacções de anticorpo / antigénio e a sensibilidade destas
técnicas vai depender se os anticorpos utilizados são monoclonais ou policlonais.

Imunofluorescência

O microscópio de fluorescência tira a iluminação incidente por absorção selectiva e


transmite luz absorvida pela amosta reemitindo-a a um comprimento de onda alterado.

Os ensaios de imunofluorescência são baseados na ligação especifica (Ac primário) com as


determinantes antigénicas na superficie do organismo em estudo, um fluorcromo pode ser
acoplado a um secundário Ac e directamente contra o anticorpo primário dai termos a
imunofluorescência indirecta; ou então o fluorocromo pode ser acoplado para o
anticorpo primário dai a imunofluorescência directa.

A IFindirecta é largamente utilizada em microbiologia oral. O que permite ao Ac


secundário ser utilizado numa maior variedade de reacções serológicamente especificas em
cerca de 10 vezes com mais sensibilidade do que a IF directa.

ELISA/RIA

Em microbiologia oral ,ELISA é usada largamente para determinar niveis de anticorpos


nos fluidos biológicos mas tem um uso limitado para a identificação de organismos
especificos.

Aglutinação

Na aglutinação em latex , os anticorpos especificos são ligados a particulas de latex em


poliestireno e a introdução do antigénio homólogo vai induzir à formação de uma rede de
aglutinação.
Aglutinação em latex tem vindo a ser utilizado para identificar P.gingivalis e
A.actinomycetemcomitans.

Provas com ácidos nucleicos

As provas envolvendo ácidos nucleicos oferecem uma estimativa semiquantitativa dos


organismos patogénicos.
A aplicação de provas com ácidos nucleicos no diagnóstico de infecções microbianas
baseia-se no facto de todos os organismos vivos terem um único material genético-
sequencias de DNA que os distingue dos outros organismos.
Ao contrário do exame cultural, não são necessários organismos vivos e ao contrário das
técnicas de EIA a identificação é baseada no material genético especifico não é , portanto ,
dependente da funcionalidade das moleculas de antigénio.

A maior vantagem da identificação pelos ácidos nucleicos é em distiguirem entre espécies


de maior ou menor potencial patogénico.

As suas limitações são de que apenas os microorganismos para os quais existem


sequencias de DNA disponiveis podem ser identificados sem no entanto ser obtida
qualquer informação sobre a sua susceptibilidade antimicrobiana.

Têm vindo a ser desenvolvidas provas com ác. nucleicos para P.gingivalis ,
Peptostreptococcus micros entre outros.

Género Streptococcus

O género Streptococcus conciste nos estreptococos piogénicos (B-hemóliticos),nos


estreptococos orais e vários outros não agrupáveis.

CARACTERISTICAS GERAIS:
- As espécies de Streptococcus apresentam células esféricas que podem ser ovais ou
alongadas a bacilos curtos.

- Em meio sólido as células ocorrem em pares,aglomerados ou em cadeias curtas, mas em


meio liquido ocorrem em cadeias caracteristicas.

- Imóveis

- Não formam endoesporos

- Algumas espécies formam cápsulas polissacáricas

- Várias espécies produzem grandes quantidades de polissacáridos extracelulares (EPS)-


dextranos (poliglucanos) e levanos (polifrutanos) ,quando crescem na presença de frutose.

- Presença de fimbrias em diversas espécies,que medeiam a aderencia e agregação entre


espécies.

- Originam colónias brancas,mas que podem aparecer verdes como resultado de alfa
hemólise.
alfahemólise: hemólise parcial que produz cor verde no meio à volta da colónia
como resultado da produção de peróxido de hidrogénio quando as células são incubadas
na presença de ar.

betahemólise: hemólise completa,com uma zona clara bem definida à volta da


colónia,produzida por hemolisinas especificas libertadas pelas células.

gamahemólise: ausência de hemólise

- As colónias que contém polimeros ,podem ser aderentes ao agar ou não,o que vai
depender das espécies e nalgumas espécies podem parecer húmidas em resultado na
natureza higroscópica do polimero.

- anaeróbios facultativos e capnófilos. O crescimento aeróbio é estimulado pela presença


de 5 a 10% de CO2.
Algumas espécies são aneróbias.

- Os Streptococcus são fermentativos e como produtos finais apresentam grandes


quantidades de ácido láctico. Alguns ácidos orgânicos e aminoácidos também podem ser
fermentados. Alguns estreptococos podem produzir peróxido de hidrogénio

- Catalase negativa

- Oxidase negativa (ausência de citocromos).

- Necessidades nutricionais de aminoácidos,vitaminas,purinas e pirimidinas.


- O crescimento é estimulado pela adição ao meio de cultura de sangue ou soro.

- M.D.C. pode ser gelose sangue - Meio de tripticase-soja-5% sangue de cavalo ou


carneiro.

MDC selectivos para B-hemóliticos: adicionados de antibióticos como a gentamicina


,ácido nalidixico e cristal violeta.

MDC selectivos para St. orais: adicionados de 5% de sucrose


(TYC;MSB;GSTB;TYCSB). Estes meios também ajudam a diferenciar as diferentes
espécies de Estreptococos orais com base na sua morfologia.

- Classificação de Lancefield :A,C,G e L; esta classificação tem um uso limitado


particularmente nos estreptococcus orais que não têm os antigénios (carbohidratos)
especificos , como tal foram agrupados serológicamente em 5 serotipos que se distiguem
pela letra minuscula (a,b,c,d,e).

- Sensibilidade à bacitracina - Verifica-se um halo de inibição para os B-hemóliticos.

- Habitat: Os estreptococus fazem parte da flora comensal humana e de outros


animais,encontram-se na pele,nas mucosas da nasofaringe,no canal alimentar e no tracto
urogenital.
A boca é o maior habitat das espécies orais que parecem estar bem adaptadas para
colonizar a mucosa oral ( St.salivarius) ou as superficies duras-esmalte do dente (S.
sanguis e S.mutans).

Os patogénicos mais importantes dos estreptococos são os B-hemóliticos (S.pyogenes)


que causam vários infecções como escarlatina,febre reumática,impetigo ,tonsilite e outras
infecções do tracto respiratório. A maioria dos não B-hemóliticos são patogénicos
orportunistas numa grande variedade de infecções, nomeadamente têm uma grande
afinidade para o tecido cardiaco podendo ser responsáveis por endocardites.
Na cavidade oral,o S. mutans tem sido considerado o principal responsável por cáries
dentárias. A cariogenicidade deste m.o. é atribuida á produção de ácido lactico que vai
dissolver o enamel do dente; a produção de polissacáridos extracelulares na presença de
sucrose é o factor principal na colonização do dente por este organismo e contribui para
iniciar cáries.
Em relação à doença periondontal,algumas espécies como o S.sanguis podem ter um papel
protector.

Os estreptococos orais são os componentes maioritários da placa supragengival e


também são encontrados na placa subgengival.

DETERMINANTES VILURENTAS DOS ST.MUTANS


1- Sintese de glucanos insoluveis em água

A sintese de alfa-1-3 glucanos insolúveis a partir da sucrose deve ocorrer em locais de


forma a estes glucanos participarem na adesão cumulativa dos estreptococos mutans e
expressão da virulência.

2- Sintese de polissacaridos intracelulares (IPS)

A produção de polimeros intracelulares é uma determinante da virulência porque suporta a


geração de ATP e a produção de ácido durante periodos em que existe falta de substracto
exógeno para o S.mutans na placa,como por exemplo,quando o hospedeiro não está a
comer ou está a dormir. Esta capacidade mantém a acidogénese e suporta a funções vitais
das bactérias enquanto que ocorre a dismeneralização dos dentes neste periodo de baixo
fluxo salivar.

3- Tolerância à acidez

A tolerância à acidez é necessária para a sobrevivência e crescimento dos estreptococos a


baixos valores de pH, desta forma permitem a colonização,emergência ecológica e
persistência sobre condições cariógenicas.
S.ferus e mutantes do S.sobrinus que não conseguem crescer a pH abaixo de 6 não
sobrevivem também no ecossistema da placa em relação aos mutans que crescem a pH
inferior a 5.

4- Acidogenicidade láctica

A produção de ácido láctico é fundamental para a virulência (pelo menos nas coroas dos
dentes). Mutantes do S.rattus que não possuem a lactacto desidrogenase e assim não
produzem ácido láctico,infectam o hospedeiro e presistem no ecossistema do dente,mas
falham na sua decadência.
A acidogenicidade láctica, aparentemente fornece o ácido mais potente na causa da
dismeneralização do dente.

5- Produção de Endodextranase

A produção de dextranase (alfa-1-6-glucanoendohidrolase) é uma determinate de


virulência.
A produção de dextranase aparentemente permite a invasão de formadores de glucanos
extracelulares no ecossistema da superficie do dente, promovendo assim um nicho
ecológico para os estreptococos mutans. S.mitis e S.sanguis são os maiores colonizadores
da coroa do dente mas são fracamente cariogénicos. Estes formadores de alfa-1-6-
glucanos colonizam os dentes humanos antes dos estreptococos mutans.
Notavelmente, a abundância relativa de S.sanguis/mitis e S.mutans na placa humana está
inversamente relacionada; mutans correlacionam-se positivamente com a incidência de
cáries enquanto que sanguis/mitis a relação é negativa com a incidência de cáries.

COCOS GRAM POSITIVO

Streptococcus sp. ---- Os estreptococos facultativos são o grupo individual mais mais
numeroso na cavidade oral,sendo referido colectivamente com o grupo viridans ,este
grupo é constituido por estirpes essencialmente com @hemolise,no entanto podem ser
tambem bhemoliticos ou ainda não apresentam qualquer tipo de hemólise.
Streptococcus mutans ---- São os principais responsáveis por caries dentárias ,o seu
potencial carcinógénico é primariamente expresso na sua abilidade acidogénica para
fermentar açucares até acido láctico e na sua tolerância a valores baixos de pH , que são
necessários para a desmineralização do dente . St. mutans também consegue aderir á
superficie de enamel e produzir extracelularmente os glucanos resultantes da sucrose.

Strptococcus sanguis ---- Distinguem-se dos outros estreptococos orais porque são
incapazes de fermentar o manitol ou sorbitol e na sua aptencia par produzir amonia e
dioxido de carbono a partir da arginina . A maior parte das estirpes isoladas produzem
glucanos extracelulares a partir da sucrose.
As células de st. sanguis conseguem aderir à pelicula de enamel e pensa-se que estas
espécies sejam as primeiras recolonizadoras da superficie dentária limpa durante a
iniciação da placa dentária.
Streptococcus slivarius---- Ocorre regularmente na boca humana .Pode ser encontrado
nos mais velhos ou nos mais novos. O seu habitat é na superficie da lingua e é
frequentemente a bactéria predominante na saliva.

Streptococcus mitis (mitior)


Streptococcus milleri
Outros estreptococos----Os estreptococos piógénicos não são encontrados comumente na
cavidade oral,quando isolados na boca geralmente provém de uma infecção
oronsofaringea e não devem ser considerados como fazendo parte da flora usal oral. Os
enterococus podem estar presente em cerca de 75% da população mas sempre em
pequenas quantidades.
Streptococcus pnemoniae pode não ser considerado com fazendo parte da flora oral mas
encontra-se presente nas secrecções oronasofaringeas de alguns individuos.

Género Streptococcus

O género Streptococcus conciste nos estreptococos piogénicos (B-hemóliticos),nos


estreptococos orais e vários outros não agrupáveis.

CARACTERISTICAS GERAIS:

- As espécies de Estreptococos apresentam células esféricas que podem ser ovais ou


alongadas a bacilos curtos.

- Em meio sólido as células ocorrem em pares,aglomerados ou em cadeias curtas, mas em


meio liquido ocorrem em cadeias caracteristicas.

- Imóveis

- Não formam endoesporos

- Algumas espécies formam cápsulas polissacáricas

- Várias espécies produzem grandes quantidades de polissacáridos extracelulares (EPS)-


dextranos (poliglucanos) e levanos (polifrutanos) ,quando crescem na presença de frutose.

- Presença de fimbrias em diversas espécies,que medeiam a aderência e agregação entre


espécies.

- Originam colónias brancas,mas que podem aparecer verdes como resultado de alfa
hemólise.
alfahemólise: hemólise parcial que produz cor verde no meio à volta da colónia
como resultado da produção de peróxido de hidrogénio quando as células são incubadas
na presença de ar.

betahemólise: hemólise completa,com uma zona clara bem definida à volta da


colónia,produzida por hemolisinas especificas libertadas pelas células.

gamahemólise: ausência de hemólise


- As colónias que contém polimeros ,podem ser aderentes ao agar ou não,o que vai
depender das espécies e nalgumas espécies podem parecer húmidas em resultado na
natureza higroscópica do polimero.

- anaeróbios facultativos e capnófilos. O crescimento aeróbio é estimulado pela presença


de 5 a 10% de CO2.
Algumas espécies são aneróbias.

- Os Estreptococos são fermentativos e como produtos finais apresentam grandes


quantidades de ácido láctico. Alguns ácidos orgânicos e aminoácidos também podem ser
fermentados. Alguns estreptococos podem produzir peróxido de hidrogénio

- Catalase negativa

- Oxidase negativa (ausência de citocromos).

- Necessidades nutricionais de aminoácidos,vitaminas,purinas e pirimidinas.

- O crescimento é estimulado pela adição ao meio de cultura de sangue ou soro.

- Classificação de Lancefield :A,C,G e L; esta classificação tem um uso limitado


particularmente nos estreptococos orais que não têm os antigénios (carbohidratos)
especificos , como tal foram agrupados serológicamente em 5 serotipos que se distiguem
pela letra minuscula (a,b,c,d,e).

- Sensibilidade à bacitracina - Verifica-se um halo de inibição para os B-hemóliticos.

- Habitat: Os estreptococos fazem parte da flora comensal humana e de outros


animais,encontram-se na pele,nas mucosas da nasofaringe,no canal alimentar e no tracto
urogenital.

A boca é o maior habitat das espécies orais que parecem estar bem adaptadas para
colonizar a mucosa oral ( St.salivarius) ou as superficies duras-esmalte do dente (S.
sanguis e S.mutans).

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

A- ISOLAMENTO

1- Exame directo

- Ex. entre lâmina/lamela


- Coloração de Gram
2- Exame cultural

- Meios de cultura não selectivos

O m.d.c. pode ser gelose sangue - Meio de tripticase-soja-5% sangue de cavalo ou


carneiro.

- Meios de cultura semi-selectivos

m.d.c. selectivos para B-hemóliticos: adicionados de antibióticos como a gentamicina


,ácido nalidixico e cristal violeta.

m.d.c. selectivos para St. orais: adicionados de 5% de sucrose


(TYC;MSB;GSTB;TYCSB).
Estes meios também ajudam a diferenciar as diferentes espécies de Estreptococos orais
com base na sua morfologia.

B- CARACTERIZAÇÃO

Identificação

- Sobre as colónias isoladas : Col. de Gram


Catalase

- Estudo das hemólises

- Provas de patogenicidade: Teste de sensibilidade à bacitracina

- Serologia : Agrupamento de acordo com a classificação de Lancefied


DETERMINANTES VIRULENTAS DOS S.MUTANS

1- Sintese de glucanos insoluveis em água

2- Sintese de polissacáridos intracelulares

3- Tolerância à acidez

4- Acidogenicidade láctica

5- Produção de endodextranase
ESTREPTOCOCOS VIRIDANS

Introdução e generalidades:

Estes estreptococos têm o seu habitat principal na cavidade oral ,e estão claramente
implicados na colonização de superficies duras e moles da mesma.
O seu significado patogénico está ligado à formação de placas ,génese de cáries,gengivites
,periodontites e outros processos odontológicos (abcessos periapicais ,periodontais e
pulpite).Fora do âmbito oral ,estes estreptococos participam cada vez mais em processos
sistémicos e focais ,se bem que estejam sobretudo relacionados com endocardites
subaguadas.
Na cavidade oral como factores de virulência apresentam :

- Sintese de polissacáridos extracelulares soluveis e insoluveis


- Sintese de polissacáridos intracelulares
- Capacidade de se desenvolverem a um pH ≈5

GRUPO ORALIS

Streptococcus sanguis

- As colónias em gelose sangue são alfa-hemolíticas e no MSA aparecem elevadas ,de


superficies e bordos lisos ,fortemente aderentes ao agar.
- Pela classificação de Lancefield pertence ao grupo H
- O nome significa sangue
Produz peróxido de hidrogénio e apresenta actividade proteásica sobre as IgA1 ,estas
duas propriedades conferem por um lado uma acção inibidora sobre outros m.o. e por
outro lado evasão dos mecanismos de defesa locais.
- Não sintetiza EPS nem IPS ,salvo glucanos soluveis
- Não se desenvolve a um pH abaixo de 5
- Não possui proteínas fixadoras dos glucanos

CLINICA: A cavidade oral humana parece ser o seu maior habitat. É uma das espécies
predominantes na placa e parece adaptar-se à colonização da superficie do dente.
Pode ser também isolado de fezes e de casos de endocardite subaguda ,infecções de
feridas e diversos tipos de abcessos e processos purulentos.

Como uma das espécies capazes de produzir H2O2,tem um papel protector na doença
periodontal por inibição da colonização dos organismos patogénicos Gram negativo.

Streptococcus gordonii

- Produz α-hemólise
- Faz parte das placas maduras da coroa do dente
- Sintetiza EPS soluveis do tipo glucano e sem IPS
- Actividade IgA1 protease negativa
- Elabora H2O2
- Coloniza a orofaringe e provavelmente ,intestino e pele.

Streptococcus oralis

- Neuraminidase + e IgA1 protease +


- Foi isolado da boca humana, mas não se verificou nenhuma correlação com patologia
humana.

Streptococcus mitis

- No meio MSA as suas colónias são lisas ,planas ,de côr azul luminoso ,com uma cupula
central e pouco aderentes ao agar.
- É muito semelhante ao oralis. É diferenciado dos outros porque é negativo para a
hidrólise de esculina, fermentação de inulina e produção de polissacáridos extracelulares.
CLINICA :Coloniza preferencialmente ,tal como o sanguis a superficie do dente, também
já foi isolado de outras partes do tracto respiratório.
Esta espécie está associada com bacteriémia,abcessos e endocardite.

GRUPO MILLERI

- Distribuição ampla pelo organismo ,envolvidos em diversos processos infecciosos


(abcessos no SNC ,figado e odontopatogénicos ;infecções genitais ;septicémias e
endocardites).
- Não produzem EPS ,nem IPS ,como tal a sua importância cariogénica é duvidosa.
- Importância duvidosa na génese da periodontite ,apesar de formarem uma parte
importante da microbiota subgengival (apresentam vários factores de patogenicidade)
- No meio MSA ,as colónias são muito hetrogéneas (convexas ,lisas ,rugosas)
,apresentando como característica comum ,desprenderem-se fácilmente da gelose.
- Mesmos padrões de susceptibilidade aos antibióticos (penicilinas).

Streptococcus anginosus

- Necessita de CO2 para crescer em oxigénio,cresce melhor sob condições de anaerobiose.


- diferencia-se pela produção de acetoina, não fermenta a inulina e não produza polimeros
a partir da sucrose.
- CLINICA :Encontra-se na placa supra e subgengival do homem,na
nasofaringe,garganta,vagina e fezes.
Foi isolado em casos de abcessos orais.
St. constellatus

- Encontra-se nos mesmos sitios e é responsável pelas mesmas infecções que o anginosus.

St. intermedius

- Igual aos dois anteriores. Coloniza a placa dentária e tem sido fortemente relacionado
com doença periodontal progressiva.

St. pneumoniae

- Tem cápsula,apresnta B-hemólise em anaerobiose e alfa hemólise em aerobiose.


- Distinguem-se pela sensibilidade à optoquina e bilis.
Tradicionalmente era agrupado com os piogénicos,mas genéticamente estão relacionados
com os estreptococos orais,especialmente com o mitis e o oralis.
- Não está envolvido em doenças de foro oral.

Grupo dos Estreptococos mutans

INTRODUÇÃO:

Do ponto de vista estrutural não se distiguem dos outros estreptococos ,salvo na ausência
de cápsula ,polissacarido C e fimbrias que quando existem não são muito proeminentes.
Na sua parede celular encontram-se protéinas dotadas de funções diversas e polissacáridos
,diferentes do polissacárido C que permite a classificação de Lancefield e em cuja
composição entra glucose ,ramnose e galactose .Estes polissacáridos apresentam
especificidades antigénicas que lhes vai permitir distinguir em vários serotipos a,b,c,d,e,f,g
e h.

1-Cultura

São anaeróbios facultativos


Temperatura óptima de crescimento:36+/- 1ºC
Incubar as placas primeiro 24h/CO2 e depois mais 24h/O2 (porque favorece a formação
de H2O2 e polimeros extracelulares)
Gelose Sangue;MSA e mais selectivos MSB e TYCB

As colónias em MSA e MSB aparecem elevadas,convexas,onduladas de côr azul escuro


,com margens irregulares ,superficie granular ,mais ou menos aderentes e com reflexos
brilhantes quando sintetizam polimeros extracelulares.

2-Metabolismo da sacarose
A sacarose é o substracto mais importante para estes microorganismos no que diz respeito
ao seu papel como agentes etiológicos de cárie.
Da sua metabolização resulta a produção de ácidos e a sintese de polissacáridos extra e
intracelulares.

2.1.Produção de ácidos:

Só uma pequena parte da sacarose é utilizada para a formação de polissacáridos extra e


intracelulares ,na maior parte ela é utlizada como fonte energética para o desenvolvimento
destes Estreptococos.

Acidogénese: Capacidade de produzir ácidos


Acidofilia: Capacidade de se desenvolver a um pH ácido
Poder acidúrico:Capacidade de para além de se desenvolver a um pH ácido ,promover
ainda mais a sua descida.

2.2.Produção de polissacáridos extracelulares:

Os estreptococos do grupo mutans são capazes de sintetizar homopolissacáridos


extracelulares ,especialmente a partir da sacarose ,que podem ser de três tipos :

Glucanos hidrosolúveis (dextranos)—Ligações α (1,6)


Glucanos hidroinsolúveis (mutanos e frutanos)---Ligações α (1,3)

A formação destes polimeros deve-se à acção de várias enzimas extracelulares


,glucosiltransferases (GTF) e frutosiltransferases (FTF).Estas proteinas enzimáticas podem
aparecer localizadas nas superficies bacterianas ,livres no meio ambiente ou adsorvidas à
pelicula adquirida ;em todas estas situações ,mantêm a actividade de sintetizar glucanos e
podem desta forma sêr ponto de união com outras bactérias que possuam proteinas
fixadoras de glucanos .
Os glucanos soluveis são facilmente degradados por enzimas e por isso desaparecem
fácilmente do material abiótico que constitue a placa dentária .Os glucanos insolúveis
,pelo contrário são degradados com dificuldade pelas bactérias ,possuem propriedades
aderentes e formam parte importante da matriz acelular da placa .Desta forma convertem-
se nos principais glucanos que se ligam a proteinas fixadoras e são os mais intervenientes
nos fenómenos de acumulação bacteriana .

2.3- Produção de polissacáridos intracelulares :

Na presença de grandes concentrações de frutose 1,6 difosfato é sintetizado


glicogénio.Desta forma é evitado a acção tóxica do “açucar assassino” devido a um aporte
exógeno de sacarose em exesso ,e por outro lado é fabricado um material de reserva de
grande utilidade na ausência de aporte exterior.

Streptococcus mutans
O nome mutans é referente à aparência das colónias em gelose com sucrose,ocorre
mudança do aspecto.
O reconhecimento da heterogeneidade genética do mutans,levou à criação de 5 serotipos.
Hemólises: geralmente alfahemólitico ou não hemólitico,mas podem ocorrer estirpes com
betahemólise.
Bacitracina: resistente à bacitracina
Possui GTF e FTF ,sintetizando glucanos soluveis e insoluveis e frutanos (Polimeros
extracelulares)
Sintetiza polimeros intracelulares que podem ser degradados por dextranases ,frutanases e
glucogénio fosforilases.
É acidogénico mas não tão acidúrico como o S.sobrinus.
Apresenta proteinas fixadoras de glucanos que intervêm na adesão à pelicula ,quando nela
existem glucanos adsorvidos e nos processos de agragação bacteriana.
Também possui proteinas parietais superficiais que se comportam como adesinas.
É AAF,mas o seu crescimento óptimo ocorre em anaerobiose.
Os meios mais utilizados são MSA e TYC.
Distingue-se de outras espécies serológicamente pelo seu perfil proteico e pela resistência
à bacitracina.

CLINICA: A dentadura humana é o habitat primário do mutans,uma vez que este se


encontra adaptado para colonizar a superficie do dente.
São a principal causa de cáries humanas,podendo também estar envolvidos em
endocardites subagudas.
Induz lesões cariogénicas tanto de superficies lisas ,de fossas e fissuras ,como nas zonas
interproximais e no cimento radicular ,sendo possivel o seu papel na progressão do
processo.
A sua colonização e consequente cariogenicidade é essencialmente determinada pela
produçção de polissacáridos extracelulares, o que está directamente relacionado com a
dieta em sucrose do hospedeiro.

Streptococcus sobrinus

Coloniza a boca humana e é cariogénico em animais de laboratório (gnobióticos).


Hemólises:Habitualmente alfa-hemolítico e raramente sem hemólise.
Em qualquer meio as suas colónias são mais lisas do que as do S.mutans.
É a única espécie capaz de produzir H2O2.
Produz glucanos soluveis e insoluveis ,mas não produz frutanos ,apresentam dextranases
para hidrolizar os glucanos.
Não sintetiza polissacáridos intracelulares.
É mais acidúrico que o S.mutans.

CLINICA:Coloniza a zona supragengival ,mas aparece em menores quantidades do que o


S.mutans .É responsável por lesões cariogénicas das superficies lisas ,fossas e fissuras
,interproximais e cimento do dente ,sendo também capaz de intervir no progresso das
lesões cariogénicas.
Streptococcus cricetus

O seu habitat é a placa dentária humana,da qual é isolado ocasionalmente.


Tal como os outros mutans está adpatado a colonizar a superficie de enamel dos dentes.
Apesar de sintetizar os dois tipos de glucanos e polissacáridos intracelulares ,o seu
potencial cariogénico é escasso.

St.downei

É cariogénico em ratos estéreis e foi isolado da placa de macacos.

St. ferus

O seu habitat natural é a cavidade oral de ratos selvagens que se alimentam da cana de
açucar.

St. macacae "macaca fascicularis"

St. rattus

Coloniza o enamel do dente,no entanto não ocorre frequentemente em humanos,com


pouca contribuição para a cárie dentária.
É microaerófilo.

GRUPO SALIVARIUS

Streptococcus salivarius

Habitualmente sem hemólise


No meio MSA as suas colónias são mucoides,grandes e redondas comuma zona em volta
que faz lembrar uma gota de água.
Coloniza fundamentalmente o dorso da lingua e a sua capacidade cariogénica é duvidosa.
Podem diferenciar-se pela produção de acetoína mas não de H2O2,não hidrolizam a
arginina e produzem um polimero aderente num meio contendo sucrose.

Streptococcus vestibularis

Apresenta α-hemólise e produz H2O2


Colonizam a mucosa vestibular da boca humana.
AQUISIÇÃO DA MICROFLORA ORAL

A cavidade oral pode ser considerada como incubador microbianao ideal.Possui uma
temperatua aproximada de 35º a 36ºC e tem humidade em abundância,um suplemento
exelente de vários tipos de comida e diferentes tensões de oxigénio.
O que faz com que muitos aeróbios,facultativos e aneróbios encontrem condições
favoráveis ao seu crescimento.

As microfloras na cavidade oral diferem básicamente com a anatomia oral:


-lingua (dorso da lingua)
-superficie supragengival do dente (coroa do dente)
-superficie subgengival
-epitélio bucal
-"flora transiente"-encontra-se na saliva

Estudos demonstraram que a flora nativa oral humana começa com o primeiro
aparecimento de m.o. na cavidade oral.Isto significa que a análise da flora oral deve
começar com o recém -nascido.

A flora inicial é essencialmente aeróbia e facultativa: St. salivarius; St. sanguis e


St.mutans,quando da 1ªdentição,altura da erupção dos molares.
O estabelecimento do St.sanguis na boca das crianças antes do St.mutans pode reflectir a
dependencia do ultimo em ácidos p-aminobenzoicos fornecidos pelo primeiro (foi
demonstrado "in vitro").

De acordo com estudos de amostras orais de recém-nascidos e de 1 ano de


idade,streptococos são o único m.o. continuamente cultivado em quantidades.
Com a erupção dos dentes,ocorre um aumento de formas anaeróbias (espiroquetas;bacilos
fusiformes e vibrio),com a perda inicial dos dentes a microflora presiste apenas onde
existem dentes.
A completa perda de dentição provoca uma reversão da microflora,para um predominio de
tipos aeróbios e facultativos.
Com o uso de dentaduras,as formas aneróbias reaparecem,geralmente.

A regeneração da placa supragengival varia de individuo para individuo; algumas placas


requerem 24horas para se desenvolverem ,outras 48horas e outras ainda ,mais de 48
horas.

Isto sugere que existem factores que fazem o controlo e limitam a população da
microflora oral. Factores esses (mecânicos)

- Saliva (fluxo e refluxo),as bactérias são engulidas e destruidas pelo HCL do estomago.

- Mecanismo de mastigar; a acção da lingua,lábios e membranas mucosas dos queixos.

- Fluidos tecidulares originários dos capilares da submucosa ,passam para a gengiva e


também removem organismos.

-Células epiteliais descamadas.

MICROFLORA DA PLACA DENTÁRIA

DEFINIÇÃO:

A placa dentária supragengival é geralmente definida como uma acumulação microbiana


não mineralizada que adere fortemente à superficie do dente assim como a montagens e
aplicações próstéticas.
Mostra uma estrutura organizada com predominio de formas filamentosas. É composta
por uma matriz derivada de glicoproteinas salivares e produtos microbianos extracelulares.
Não é removida por limpeza ou com água.

Maior % de estreptococos facultativos : -St.sanguis


-St.mutans
MICROFLORA DO CREVICE GENGIVAL

- A presença ou ausência de m.o. no crevice gengival normal tem sido muito controversa.

- Este nicho ecológico desenvolve-se no ambiente diferente do da placa supragengival e


pode ser considerado um ambiente livre de saliva.

- Os depósitos no crevice estão fracamente agarrados numa agragação desorganizada.

MICROFLORA DA LINGUA

-Estreptococos facultativos em maior %


-Não são encontradas espiroquetas

MICROFLORA SALIVÁRIA

- Não se deve fazer pesquisa de m.o. a partir de amostras de saliva,uma vez que os m.o. aí
encontrados não refletem os vários tipos existentes e sua concentração na placa ou
noutras zonas da cavidade oral.

- O maior contributo para a constituição da microflora salivar não vem da placa , nem do
crevice gengival, mas sim da lingua.

FORMAÇÃO DA PLACA COM EXEMPLO DE SUCESSÃO ECOLÓGICA :

Imediatamente após profilaxia oral as glicoproteinas salivares começam a serem


adsorvidas na superficie dos dentes ,formando uma camada amorfa conhecida por pelicula
adquirida.

Algumas bactérias como S.sanguis e A.viscosus têm adesinas que medeiam a sua adesão
às glicoproteinas salivares. Se este fenómeno ocorrer na saliva os organismos têm
tendência a aglutinar . Contudo se os organismos entrarem em contacto com a pelicula
adquirida , eles são capazes de aderirem à superficie do dente.

Após esta fase inicial de colonização,verifica-se um rápido crescimento dos organismos


colonizadores iniciais .
Durante esta fase os estreptococos tem tendência a multiplicar-se em cadeias orientadas
perpendicularmente à superficies do dente.

O crescimento destas bactérias permite a multiplicação e desenvolvimento de várias


espécies na placa em desenvolvimento.Entre os microorganismos invasores encontram-se
estirpes de Actinomyces e Veillonella que são seguidos por uma subsequente invasão de
bactérias filamentosas como espécies de Nocardia e Bacterionema.

Este crescimento dos organismos invasores causa mudanças no ambiente oral.


As mudanças mais importantes são as descidas de pH e na tensão de oxigénio, o que vai
permitir organismos anaeróbios, tais como as espiroquetas de entrar na placa dentária.
Chega-se então a uma fase em que a placa supragengival já está madura.

Existem algumas diferenças importantes entre a placa supragengival incial e a madura, no


entanto a principal diferença será o potencial para causar doença.

Ao contrário da placa inicial (+/- 24h) a placa madura não é bem tolerada pelo hospedeiro
sendo responsável por inflamação gengival ou gengivite.

A capacidade de causar gengivite não só cria uma doença gengival localizada mas também
permite aos organismos da placa invadirem o espaço gengival o que leva ao aparecimento
da placa subgengival.

A gengiva saudável está firmemente agarrada à superficie do dente quando fica


inflamada,contudo, a gengiva tende a ficar menos aderente.
Esta perda de ligação vai permitir a alguns dos m.o. encontrados na placa supragengival
que também sobrevivem no ambiente subgengival como o A.viscosus crescer no sulco
gengival.

Estas alterações permitem outras bactérias infectar o sulco gengival levando a uma
inflamação gengival cada vez maior e em muitos casos a uma destruição do periodonto

Se houver um bom controle da placa supragengival antes do aparecimento da placa


subgengival variadas formas de periondontite podem ser evitadas.

Uma vez estabelecida a placa subgengival esta pode ser removida por intermédio de meios
mecânicos ou outros meios para tratar ou prevenir doenças periondontais.

Que fenómeno pode explicar a diversidade microbiana que existe em diferentes sítios
anatómicos da boca?
Quais as diferenças ecológicas que existem entre os dentes e os tecidos moles que
resultam num estabelecimento de floras distintas em diferentes sitios?

Poque que é que a placa supragengival contém menos Gram negativo do que a placa
subgengival?

Quais os factores bacterianos relacionados com o estabelecimento da placa supragengival?

FLORA ORAL

FLORA INDIGENA

A flora indigena compreende as espécies indigenas que estão geralmente presentes em


elevados numeros ,isto é,superior a 1% ,num sitio particular,tal como a placa
supragengival ou a superficie da lingua.
Este dominio numérico implica que estas espécies são compativeis com o hospedeiro e
entraram numa relação estável com o hospedeiro.Não comprometem a sobrevivência do
hospedeiro.

FLORA SUPLEMENTAR

A flora suplementar são aquelas espécies bacterianas que estão quase sempre presentes,
mas em baixos números,isto é,menos de 1% do total de contagens em oragnismos viáveis.
Estes organismos podem tornar-se indigenos se houver alterações do ambiente.

Uma única espécie bacteriana pode ser uma espécie indigena numa boca e ser uma espécie
suplementar noutra boca. É o que acontece muitas vezes com o S.mutans assim como os
lactobacilos em que a transição da flora suplementar para a flora indigena está associado
com a patologia dentária.

Este padrão também se verifica com a doença periondontal,em que se verifica um aumento
de espiroquetas,B.gengivalis e A.actinomycetemcomitans na placa subgengival está
associado com inflamação e perda do osso.

A partir destes exemplos pode-se concluir que a flora suplementar contém a maior parte
dos potenciais agentes patogénicos dentários encontrados na placa.

Quando se fala de decadência do dente e doença periondontal como infecções


endógenas,concede-se que alguns novos factores se tenham imposto no ecossistem
microbiano nas superficies dentgengivais, o que permitiu a emergência dos
odontopatogénicos.

FLORA TRANSITÓRIA

A flora transitória compreende organismos que se encontram casualmente no hospedeiro.


Numa determinada altura certas espécies podem ou não estar representadas na flora.
Por exemplo as bactérias presentes na comida ou bebida podem estabelecer-se
temporáriamente na boca.

RELAÇÕES HOSPEDEIRO-BACTÉRIA

SIMBIOSE

ANTIBIOSE
Quando uma bactéria causa uma infecção que é combatida pelos sistemas de defesa do
hospedeiro, a relação é dita antibiótica.
Nunca é uma relação permanente.

ANFIBIOSE
Rosebury introduziu o termo "anfibiótico" para descrever um estado intermediário em que
o hospedeiro e a sua flora existem numa forma de balanço estável um com o outro.

Pensa-se que a maior parte da flora oral exista numa relação anfibiótica com o seu
hospedeiro, uma vez que ainda não houve nenhuma demonstração que possa ser
prejudicial ou benéfica.
Este balanço pode mudar quando o S.mutans ou o B.gingivalis aumentam
proporcionalmente na placa ,causando evidência de patologia dentária. Este aumento de
crescimento não compromete a sobrevivência do hospedeiro, de forma que sobre uma
prespectiva evolucionária este tipo de infecção é inconsequente.

COMPOSIÇÃO DA PLACA DENTÁRIA


MICROBIOLOGIA

PLACA SUPRAGENGIVAL

Formação e bioquímica

A placa supragengival tem sido examinada em múltiplos estudos com diferentes técnicas
microscópicas.A primeira camada que se forma é chamada a pelicula exógena adquirida
que é uma estrutura orgânica na superficie do dente,prévia à colonização pelas bactérias.
A primeira fase na formação da pelicula envolve a adsorção de proteinas salivares às
superficies de apatite. Isto envolve interacções electrostáticas iónicas entre os iões de
cálcio e os grupos fosfato da superficie de enamel e as macromoleculas salivares
carregadas opostamente.

A estrutura da pelicula é heterogénea. Inicialmente a pelicula desenvolve-se pela adsorção


de pequenos globulos ou pela agregação de material amorfo à superficie de apatite. Em
estádios mais avançados, pode adoptar uma morfologia globular,fibrilhar ou granular.
A média de grossura da pelicula varia de 100nm em 2 horas a 500-1000nm em 24-48
horas.
A transição entre pelicula e placa dentária é extremamente rápida. Após a colonização
bacteriana a pelicula é considerada como parte da placa dentária, que consiste então na
pelicula,bactérias e uma matriz intercelular.

Os primeiros constituintes incluem principalmente cocos com um pequeno número de


células epiteliais e leucócitos. As bactérias individuais, inicialmente aderem às pequenas
irregularidades,fissuras ou áreas com imperfeições .
Geralmente os primeiros organismos formam uma monocamada de células, individual ou
em pequenos grupos. O crescimento bacteriano ocorre prependicularmente à superficie.

O material entre as bactérias na placa dentária é denominado matriz intermicrobial e


conta com cerca de 25% do volume da placa. Na sua composição estão incluidas
substâncias microbianas, material salivar e exudado gengival. A matriz orgânica é
essencialmente um complexo polissacarido de proteinas produzido pelos microorganismos
da placa. Vários estreptococos orais sintetizam levanos e glucanos a partir da sucrose da
dieta. Os levanos (frutanos) fornecem energia,enquanto que os glucanos,principalmente
os dextranos,actuam ,não apenas como fonte energética mas também como esqueleto
orgânico da placa,tendo um papel relevante na adesão bacteriana e nas reacções de
coagregação interbacteriana.

Os componentes inorgânicos da matriz da placa supragengival incluem primáriamente


cálcio e fosforo,com pequenas quantidades de magnésio,potássio e sódio. O conteudo
inorgânico da placa jovem é muito baixo mas geralmente aumenta com a transformação da
placa em cálculo.

A formação da placa dentária envolve dois processos principais:


-Aderência inicial dos organismos salivares à pelicula adquirida
-Proliferação das bactérias ligadas e posterior agregação de bactérias às células já
ligadas.

Em ambos os processos, as duas determinantes ecológicas primárias são a ADERÊNCIA


BACTERIANA e o CRESCIMENTO.

No desenvolvimento da placa ,dois processos de adesão são necessários.


Primeiro, a bactéria deve aderir à pelicula e ficar fortemente ligada de modo a não ser
removida pelas forças orais de limpeza.
Segundo,devem crescer e aderir umas às outras de modo a permitir a acumulação da
placa.
Durante a fase inicial de adesão,as interacções ocorrem principalmente entre bactérias
especificas e a pelicula . Nas fase subsequentes da formação da placa , bactérias,produtos
bacterianos,a matriz intermicrobial,o hospedeiro e factores da dieta estão envolvidos
1-ADERÊNCIA BACTERIANA

As bactérias orais variam marcadamente na sua abilidade em ligarem-se a diferentes


superficies. Existe uma preferência de várias bactérias orais para a colonização de
diferentes superficies orais,que não é devido a diferenças nataxa de crescimento.
S.mutans,S.sanguis,Lactobacillus sp. e A.viscosus, colonizam preferencialmente a
superficie dos dentes; S.salivarius e A.naeslundii o dorso da lingua; e Bacteroides e
espiroquetas o crevice gengival ou o saco periondontal.

- Forças electrostáticas
Os componentes carregados negativamente da superficie bacteriana e da pelicula são
ligados por catiões divalentes como o cálcio.

- Interacções hidrofóbicas
A associação hidrofóbica é baseada numa estrutura próxima entre moleculas da pelicula e
da superficie da bactéria (encaixam).
As adesinas bacterianas hidrofóbicas ligam-se aos receptores lipófilicos na superficie do
dente.

- Componentes orgânicos
Dependendo das espécies bacterianas em causa, as proteinas salivares podem inibir ou
promover adesão. Regra geral,as proteinas da saliva são inibidores da adesão
bacteriana;contudo em bactérias especificas,a saliva promove a adesão bacteriana através
de uma reacção especifica entre a superficie da bactéria e a pelicula orgânica do dente.
Existem interacções bioquímicas especificas entre moléculas-adesinas (substâncias
semelhantes às lectinas-proteinas) existentes na superficie celular da bactéria com
receptores especificos da pelicula existente na superficie do dente.

- Locais de ligação múltiplos


Foi demonstrado que cada bactéria oral possui na sua superficie celular diferentes sitios de
ligação responsáveis pela sua ligação e acumulação nas superficies orais.
As células de S.mutans interagem com glicoproteinas salivares de elevado peso molecular
que são adsorvidas selectivamente à hidroxiapatite e que podem ser responsáveis pela sua
ligação directa à pelicula. Este processo é muito pouco eficiente,provavelmente devido ao
baixo número de sitios de ligação na pelicula para este organismo. Então o S.mutans
possui outros locais de ligação, como a GTF (glicosiltransferase) e proteinas não
enzimaticas de ligação aos glucanos, que são responsáveis pela ligação da célula
bacteriana aos glucanos ligados à superficie do dente.
Conclusão: Muitos locais de ligação envolvidos em interacções com as glicoproteinas
salivares,polissacáridos extracelulares e adesão directa célula -célula são provalvelmente
necessários para a sobrevivência destes organismos neste meio tão complexo.

2-CRESCIMENTO E ACUMULAÇÃO DA PLACA SUPRAGENGIVAL

Uma vez que as bactérias originárias da saliva ou superficies contiguas aderem à pelicula
superficial, ocorre a saturação dos sitios de ligação das bactérias.Como resultado o
crescimento subsequente leva à acumulação de bactérias e aumenta a massa da placa.

Apesar do processo de adesão dominar a fase incial de formação da placa, a massa total
da placa que se desenvolve é determinada pela multiplicação das bactérias já ligadas.
O crescimento da placa dentária depende:
A)Crescimento via adesão de novas bactérias.
B)Crescimento via multiplicação das bactérias já ligadas (mais relevante).

A acumulação da placa dentária também requer a coesão das células bacterianas. Isto é
acompanhado pela formação da matriz da placa, que é dependente das actividades
metabólicas da bactéria e componentes salivários e dependentes do hospedeiro.
FACTORES QUE INFLUENCIAM A COMPOSIÇÃO E MATURAÇÃO DA
PLACA DENTÁRIA:

1-FACTORES DE ORIGEM BACTERIANA

A)Produtos extracelulares: Glucanos (esqueleto da placa)


Frutanos (fonte de energia)

B)Interacções bacterianas: Reacções de coagregação

C)Ecologia da placa:
Mudanças da dieta:Ingestão de sucrose-bactérias acidúricas
Presença de oxigénio no meio-bactérias anaeróbias
Interacções nutricionais-sucessão bacteriana
Produção de bacteriocinas

2-FACTORES DERIVADOS DO HOSPEDEIRO

A)Mecanismos mecânicos de limpeza oral

B)Saliva:
pH;lactoperoxidase;lactoferrina;lisozima;gliproteinas salivares
mecanismos de adesão

C)Resposta imunitária do hospedeiro


Secrecções orais-IgA
Fluido crevicular:leucócitos,IgG,IgM,complemento,etc.
1-FACTORES BACTERIANOS

A)Papel dos produtos extracelulares

Uma grande variedade de m.o. orais tais como os estreptococos e os lactobacilos são
capazes de formar polimeros extracelulares a partir da sucrose.

O papel dos polimeros extracelulares foi estudado exaustivamente para o S.mutans uma
que é um agente etiológico importante nas cáries dentárias. Isto deve-se principalmente à
sintese de grandes quantidades de glucanos extracelulares a partir da sucrose e por
complexos enzimáticos extracelulares,glucosiltransferase (GTF).
Os glucanos extracelulares são insolúveis e resultam num aumento da adesão bacteriana.
Geralmente, a agregação induzida pelo glucano não ocorre com outras espécies de
estreptococos que também sintetizam glucanos. Contudo o S.mutans tem a capacidade de
ligar as moléculas de glucano, resultando na agregação e acumulação destes organismos.
Também esta sintese de glucanos insolúveis pode mediar a entrada de outros organismos a
partir de fluidos orais,promovendo a acumulação de outras bactérias para além do
S.mutans.

As espécies de Actinomyces também podem formar grandes quantidades de placa na


presença de uma variedade de carbohidratos. O A.viscosus sintetiza um
heteropolissacárido extracelular composto de N-acetilglucosamina,glucose e galactose.

B)Papel das interacções bacterianas

Estudos por microscopia electrónica mostraram interacções directas entre bactérias,com a


ligação de umas espécies à superficie de outras.
Isto pode ter especial importância para os organismos incapazes de se ligarem
directamente à superficie do dente.
Por exemplo a Veillonella é incapaz de ligar-se à superficie do dente mas adere e acumula-
se quando na placa está presente o A.viscosus.
REACÇÕES DE COAGREGAÇÃO ENTRE BACTÉRIAS ORAIS

Gram-positivo Gram-positivo

Streptococcus sp. Actinomycesviscosus


Actinomyces naeslundii
Actinomyces odontolyticus
ou
Actinomyces sp. Bacterionema matruchotii
Proprionobacterium acnes
Gram-negativo
Bacteroides sp.
Capnocytophaga sp.
Fusobacterium nucleatum
Eikenella corrodens
Veillonella sp.
Gram-negativo
Bacteroides melaninogenicus Fusobacterium nucleatum
Capnocytophaga sp.
C)Ecologia da placa

-Mudanças da dieta em carbohidratos altera a composição microbiana da placa


dentária.
A fermentação de carbohidratos produz um pH baixo e um meio ácido. Entre as bactérias
orais que crescem em meio ácido encontram-se os lactobacilos e o S.mutans.
Certas bactérias possuem a capacidade de armazenar materiais semelhantes ao glicogénio
(IPS) (intracellular glycogen-like materials). Estas bactérias exibem uma prolongada
produção de ácidos quando há deplecção dos carbohidratos exógenos, o que lhes permite
maiores possibilidades de sobreviver.

Outros factores exógenos,como a produção de amónia a partir da ureia e a presença de


organismos fermentadores de ácido láctico como a Veillonella e a Neisseria,também
modificam o pH final da placa e consequentemente a sua patogenicidade.

-O oxigénio e produtos derivados (H2O2;OH-) são determinantes ecológicas importantes


porque influenciam a abilidade das bactérias da placa para crescerem e multiplicarem-se.
Os estreptococos e os lactobacilos são facultativos e consomem grandes quantidades de
oxigénio e produzem produtos destrutivos como H2O2,de forma a que as bactérias tem
que possuir um sistema enzimático para inactivar este produtos derivados do oxigénio.

Quando há uma forte acumulação de bactérias,como na placa madura, o nivel de oxigénio


e o potencial redox são especialmente baixos, permitindo o crescimento de aneróbios
obrigatórios,incapazes de sobreviver num meio aeróbio.

-De forma a crescerem, as bactérias devem ser suplementadas com fontes de nutrientes e
energia. Na formação da placa supragengival, a maior parte dos nutrientes são fornecidos
pela saliva.
Os colonizadores iniciais devem ter a capacidade de utilizar os nutrientes disponiveis em
baixas concentrações. Uma vez estabelecido, membros especificos do ecossistema
supragengival produzem compostos que são nutrientes essenciais e factores de
crescimento para outros microorganismos.

O lactacto ,formato e hidrogénio excretado pela fermentação de carbohidratos dos


estreptococs e Actinomyces são usados pela Veillonella como fonte de energia. No
catabolismo do lactacto pela Veillonella, é formado hidrogénio , que é usado por vários
organismos,como espécies de Campylobacter,Wolinella e Bacteroides gracilis.
Algums espiroquetas orais necessitam de putrescina ,que pode ser fornecida pelos bacilos
Gram positivo e fusobactérias.
A Veillonella e outros bacilos Gram positivos são capazes de produzirem vitamina K , que
juntamente com a hemina é um factor essencial para o crescimento de algumas espécies de
Bacteroides elaboradores de pigmento preto.
-A produção de bacteriocina (substância bactericida bastante especifica) pode influenciar
a ecologia microbiana promovendo a implantação das bactérias que a produzem
(S.mutans) substituindo a flora indigena ou prevenindo a acumulação de outras bactérias
(A.viscosus).

2-FACTORES DERIVADOS DO HOSPEDEIRO

A)Mecanismos de limpeza oral

Mecanismos mecânicos de limpeza como o fluxo salivar,mastigar e os movimentos da


lingua e bochechas são muito importantes no controlo da taxa de formação da placa
supragengival.

B)Saliva

A saliva influencia o pH da placa através de vários mecanismos,incluindo a clearance dos


carbohidratos,neutralização dos ácidos da placa pelo tampão da saliva, e suplemento em
nutrientes essenciais para bactérias especificas como o oxigénio salivar, dióxido de
carbono e carbohidratos.

-Várias substâncias com actividade inibitória sobre as bactérias têm sido identificadas. A
saliva contém a lactoperoxidase (LPO) , que em combinação com um cofactor salivar
(tiocianato salivar) e peróxido de hidrogénio (H2O2) gera o hipotiocianato (OSCN) ,que é
muito menos tóxico para as células que o H2O2 e é um potente inibidor das enzimas
glicóliticas bacterianas ,especialmente as dos estreptococos.

O ferro é outro nutriente essencial para o crescimento bacteriano. A lactoferrina é uma


proteina que liga átomos de ferro,presente na saliva e noutras secrecções exócrinas.

A lizozima ,tal como a lactoferrina é encontrada na saliva. Esta enzima quebra a ligação
entre a N-acetilglucosamina e o ác.N-acetilmurâmico na parede celular(peptidoglucano).
Nas concentrações que se encontra na saliva a maior parte dos organismos não são
sensiveis à lise.

-Os componentes salivares incluindo glicoproteinas de elevado peso molecular e


imunogloblinas podem ligar-se à superficie da bactéria e induzir a sua agregação.
Isto vai limitar a sua ligação inicial às superficies dentárias ou às bactérias já ligadas.
No entanto os mesmos componentes salivares estão envolvidos na ligação incial das
bactérias ao enamel do dente.
O efeito salivar na adsorção e desadsorção parece ocorrer continuamente durante a
formação da placa.
Papel da saliva no desenvolvimento e maturação da placa dentária:
A)Promovendo aderência entre a bactéria e a superficie do dente.
B)Inibindo a aderência bloqueando os receptores na superficie bacteriana.
C)Inibindo a aderência promovendo a aglutinação das bactérias na saliva.

C)Resposta imunitária do hospedeiro

Existem duas fontes principais de componentes imunitários na cavidade oral:

1-Saliva/Secrecções orais
Esta primeira categoria envolve anticorpos, predominantemente da classe IgA secretada
pelas glândulas salivárias, que actuam principalmente na placa supragengival ,bloqueando
os receptores bacterianos,promovendo a sua agregação e assim prevenindo a adesão
bacteriana.
Os anticorpos podem actuar também sobre as bactérias que já aderiram à superficies do
dente ,influenciando o seu metabolismo e desta forma prevenindo o seu crescimento e
acumulação.

2-Fluido crevicular
O fluido crevicular gengival é um exsudado inflamatório derivado do plasma e com tal
contém uma grande quantidade de anticorpos e outros compostos imunológicamente
activos.
Esta segunda categoria envolve anticorpos essencialmente da classe IgG, em combinação
com leucócitos e outros compostos imunológicos como as proteinas do complemento,
funcionam predominantemente na placa subgengival como resposta a um grande desafio
antigénio neste microecossistema.

SIGNIFICADO CLÍNICO

MATURAÇÃO DA PLACA

Como já foi referido os estreptococos estão entre os primeiros colonizadores e mesmo


numa placa madura continua como o organismo predominante na placa dentária . À
medida que a placa amadurece , a flora gradualmente modifica-se de cocos gram positivo
e actinomyces para uma flora composta por organismos Gram negativo. Estas bactérias
Gram negativo assim como as filamentosas aderem à plac basal,este processotambém
reflete interacções especificas entre as diferentese superficies bacterianas.
Se a placa continuar a crescer , a primeira evidência de inflamação gengival é observada
em cerca de 3 semanas. Nesta altura verifica-se uma mudança da placa para tipos de
bactérias mais filamentados.

Se a placa for removida ,as mudanças microbiológicas e imunológicas são reversiveis. As


interacções de muitos dos organismos filamentados com as bactérias da placa
préexistitente são essencialmente reacções de coagragacção, que por seu turno são
importantes no desenvolvimento da placa subgengival.
Um dos sinais de inflamação das gengivas é o edema ou cheiro das margens das gengivas
a partir dai cria-se um novo nicho ecológico ; o ambiente é mais anaeróbio,as moleculas
antibacterianas salivares não difudem tão rapidamente,os tecidos são finos e na presença
de inflamação presença de conponentes do sangue podem surgir.

Diferenças entre uma placa supragengival primária e madura :

Placa primária:

Coloração de Gram : Positivo


Morfologia : Cocos e bacilos
Metabolismo energético : Facultativo
Tolerância do hospedeiro : Geralbente bem tolerado

Placa madura :

Coloração de Gram: Positivo com alguns negativo


Morfologia: Cocos ,bacilos,filamentosas,espiroquetas
Metabolismo energético: Facultativo e anaeróbio
Tolerância do hospedeiro :Pode causar caries e gengivites
Diferenças entre uma placa supragengival madura e ema placa subgengival :

Placa supragengival madura:

Coloração de Gram: +/-


Morfologia: Cocos,bacilos,filamentosas,espiroquetas
Metabolismo energético: Facultativo com alguns anerobios
Fontes energéticas:Geralmente fermentação de carbohidratos
Mobilidade:Firmemente aderentes à matriz da placa
Tolerância pelo hospedeiro: Pode causar carie e gengivites

Placa subgengival :

Coloração de Gram: Principalmente negativo


Morfologia: Principalmente bacilos e espiroquetas
Metabolismo energético: Principalmente anaeróbios
Fontes energéticas:Muitas formas proteoliticas
Mobilidade: Aderencia menos pronunciada com muitas formas móveis
Tolerância pelo hospedeiro: Pode causar gengivite e periondontite
PLACA SUBGENGIVAL

Estrutura e Desenvolvimento

A placa supragengival directa ou indirectamente influencia o estabelecimento e as


porpoções realtivas dos microorganismos subgengivais.

Em associação com a maturação e acumulação da placa supragnengival,ocorrem


alterações inflamatórias que modificam as relações anatómicas na margem gengival e na
superficie do dente.
Quando ocorrem alterações inflamatórias na gengiva,o edema causa alargamento
gengival,o que aumenta a capacidade de colonização bacteriana na área subgengival. Este
espaço pode proteger as bactérias dos mecanismos normais de limpeza oral.
Ao mesmo tempo ocorre um aumento concomitante do fluxo do fluido crevicular e no
turn-over celular.
O resultado final é o de um novo meio,protegido do meio supragengival,banhado pelo
fluido crevicular,células epiteliais descamadas e produtos finais do metabolismo das
bactérias ,o que influencia o estabelecimento e propoções relativas dos
microorganismos subgengivais.

Uma vez que estes m.o. colonizaram a área subgengival,eles têm acesso aos nutrientes
(especialmente proteinas) presentes no fluido gengival.
Este ecosssistema tem um baixo potencial oxidação-redução, que permite às bactérias
anaeróbias de crescimento lento aí se estabeleçam.

Estudos feitos por microscopia óptica e electrónica ,a partir de dentes extraidos e tecidos
adjacentes de humanos ,forneceu informação acerca da estrutura interna da placa
subgengival. Estes estudos diferenciaram placa associada ao dente , placa associada ao
epitélio e a placa associada aos tecidos conectivos.

a)Placa associada ao dente:


A estrutura desta porção da placa subgengival é muito semelhante á da placa
supragengival.
Esta flora está associada com a formação de calculos e cáries da raiz.

b)Placa associada ao epitélio:

Está associada com doença periondontal (progressiva e juvenil).

c)Placa associada ao tecido conectivo:

Estudos microscópicos mostraram a presença de bactérias subgengivais no interior do


tecido conectivo gengival em diferentes situações de lesões periondontais.

Está associada na gengivite ulcerativa aguda,na periondontite avançada e na periondontite


juvenil localizada.

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