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Ecologia é o estudo das relações entre os organismos e o seu meio ambiente . O termo
ambiente neste contexto significa o total de caracteristicas quimicas,fisicas e biológicas da
cavidade oral (incluindo outros organismos vivos).
Até ao fim do 3º mes todas as bocas revelam uma microflora reconhecivel. Até um ano
apenas streptococcus,staphylococcus,veillonellae e neisseria são encontradas na cavidade
oral.Este primeiro periodo é constituido essencialmente por espécies aeróbias e
facultativas,às quais são adicionadas algumas especies anaeróbias.
A maior alteração no ecossistema oral ocorre por volta dos 6 meses , com a erupção dos
primeiros dentes. Os estreptococos mutans colonizam preferncialmente a superficie dos
dentes e tornam-se habitantes normais por volta da idade de 1 ano.
Bacteroides e espiroquetas que são estritamente aneróbias não estão presentes nas
gengivas de todas as crianças.
O aumento destes e outros aneróbios pode estar relacionado com o aumento de gengivite
que ocorre no mesmo periodo. O desenvolvimento de cáries dentárias cria um novo
ambiente para os organismos. A lesão também leva a um pH mais ácido e uma diminuição
à exposição dos factores antimicrobianos contidos na saliva.
Os organismos que colonizam a boca estão numa continua interacção com o hospedeiro ,
estas interacções são reflectidas em termos de simbiose (interacções que benificiam
mutuamente) ,antibiose e probiose (benificiam apenas um).
Ecossistemas orais :
FACTORES FISICO-QUIMICOS
pH
Disponibilidade de nutrientes
Quando se pensa em termos de nutrientes a cavidade oral pode ser pensada como dois
sistemas distintos ,por um lado a placa supragengival que é banhada pela saliva e cujos
organismos que a constituem podem utilizar nutrientes quer exógenos (a partir da
dieta),quer endógenos para a sua sobrevivencia. A maior parte destes nutrientes
endógenos provém da própria saliva ,são essencialmente aminoácidos e carbohidratos
,ambos libertos pelas gilcoproteinas salivares.
Por outro lado a placa subgengival é banhada pelo fluido crevicular que não é mais que
um liquido inflamatório derivado do plasma.
Duas fontes principais de nutrientes endógenos estão disponiveis . Uma o fluido gengival
crevicular e outra os próprios tecidos periondontais.
A saliva é uma mistura altamente complexa. Vários componentes salivares interagem com
a flora oral favorecendo ou não a capacidade dos organismos orais sobreviverem no
ambiente oral.
Anticorpos , são essencialmente da classe A ; igA que vão agregar as bactérias orais
tornando dificil às células bacterianas a sua ligação às superficies epiteliais.
Fluido crevicular ,
O fluido crevicular é derivado do plasma como tal contem uma grande quantidade de
anticorpos e outros compostos imunológicamente activos , como as proteinas do
complemento. Em contraste com a saliva a classe predominante de imunogloblinas é a
igG.
DETERMINANTES BACTERIANAS
A bactéria que existe na boca deve ser capaz de utilizar os nutrientes disponiveis e
sobreviver sob as condições fisicas e quimicas presentes. Devem ter também alguma
resistencia aos mecanismos de defesa do hospedeiro , a menos que estas condições se
verifiquem torna-se didicil para a bactéria sobrviver no ambiente oral.
Um dos sinais de inflamação das gengivas é o edema ou cheiro das margens das gengivas
a partir dai cria-se um novo nicho ecológico ; o ambiente é mais anaeróbio,as moleculas
antibacterianas salivares não difudem tão rapidamente,os tecidos são finos e na presença
de inflamação presença de conponentes do sangue podem surgir.
Placa primária:
Placa madura :
Algumas bactérias como S.sanguis e A.viscosus têm adesinas que medeiam a sua adesão
às glicoproteinas salivares. Se este fenomeno ocorrer na saliva os organismos têm
tendência a aglutinar . Contudo se os organismos entrarem em contacto com a pelicula
adquirida , eles são capazes de aderirem à superficie do dente.
Ao contrário da placa inicial a placa madura não é bem torlerada pelo hospedeiro sendo
responsável por inflamação gengival ou gengivite.A capacidade de causar gengivite não só
cria uma doença gengival localizada mas também permite aos organismos da placa
invadirem o espaço gengival o que leva ao aparecimento da plac subgengival.
Placa subgengival :
---Gases
---Compostos orgânicos
Para fazer parte da flora oral,os organismos primeiro que tudo têm que se manter ao nivel
da cavidade oral e devem ser capazes de se multiplicar no sitio onde se encontram. Se não
forem retidos são facilmente eliminados por deglutição ou pelo fluxo salivar.
As bactérias podem ser retidas por mecanismos de adesãoàs estruturas orais,por ligação
com outros organismos ou retenção mecanica .Vários mecanismos encontram-se
envolvidos na adesão microbiana e para as diferentes bactérias há locais de afinidade na
cavidade oral diferentes.
A adesão bacteriana é muito importante para a ecologia microbiana uma vez que
determina o habitat especifico para cada especie. Por exemplo o estreptococos salivarius
tem uma grande afinidade para o dorso da lingua mas não consegue aderir à superficie do
dente ; em contraste o estreptococos sanguis liga-se fortemente à superficie do dente mas
muito pouco às superficies epiteliais orais.
- Streptococcus
- Micrococcus
- Peptostreptococcus
- Actinomyces
- Lactobacillus
- Arachnia
-Propionibacterium
- Bifidobacterium
- Eubacterium
-Rothia
- Bacterionema
-Nesseria
- Moraxella
- Veillonella
- Haemophilus
-Actinobacillus
- Capnocytophaga
- Eikenella
- Campylobacter
- Selenomonas
- Centipeda
- Treponema
- Bacteroides
- Fusobacterium
- Leptotrichia
-Wolinella
A cavidade oral desenvolve uma flora microbiana caracteristica que varia de local para
local.Esta flora vive em harmonia com o hospedeiro e é designada por flora comensal ou
nativa.
A flora comensal tem várias funções entre elas a prevenção da colonização por organismos
potencialmente patogénicos. Os organismos patogénicos são aqueles capazes de iniciar
doença num individuo saudável. Contudo quando o estado do hospedeiro se modifica
(idade,administração de drogas,alterações no seu estado imunológico) alguns comensais
tornam-se opurtunistas e provocam infecções. A maioria das infecções orias provem de
patogénicos opurtunistas e não de verdadeiros organismos patogénicos.
INTRODUÇÃO
As amostras para exame microbiológico são muitas vezes obtidas com técnica adequada
,de um local impróprio,e em quantidade insuficiente.
Muitas delas são,também,comprometidas devido à demora e aos inadquados
acondicionamento e transporte para o laboratório,o que promove a distorção da
quantidade realtiva de microorganismos presentes: morte dos mais sensiveis , que são
normalmnete os responsáveis pela infecção, e proliferação exagerada dos mais
resistentes,que muitas vezes não são mais do que a flora autóctone.
MONITORIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA
COLHEITA;TRANSPORTE;DILUIÇÃO E SEMENTEIRA
Amostras da placa ou de saliva (usualmente estimuladas por pastilha elástica) são colhidas
e transportadas para o laboratório para diluição e sementeira.
Se as amostras não podem ser semeadas em poucos minutos torna-se necessário um meio
de transporte. Estes podem ser fluidos ou semisólidos que idealmente protegem durante
bastante tempo as bactérias lá colocadas enquanto impedem o crescimento de outras
bactérias na amostra. Desta forma não há alterações no número de bactérias na amostra
que vão ser inoculadas para crescer no agar.
Bons meios de transporte têm sido descritos para os estrptococos mutans VGM II e RTF
(o último é também util para o transporte de anaeróbios estritos )
Os meios de transporte pequenos também contém grãos de vidro que facilitam a dispersão
das bactérias no vortex ou por sonicagem.
As amostras dispersas são então semeadas em meios solidos semi-selectivos (para
contagem absoluta dos germes) ou em meios semiselectivos ou não selectivos como
tripticase de soja ou gelose sangue (para contagem absoluta e relativa do germes
bacterianos)
A colheita da placa bacteriana - Nem toda a placa bacteriana está relacionada com as
cáries; alguma está relacionada com processos de gengivite e alguma provalvelmente com
nehum estado de doença. Geralmente nuca se recolhe toda a placa bacteriana . A
monotorização microbiológica de uma pequena placa dentária parece ser o mais lógico
para a colheita de amostras.
PORTAGERM
Leveduras -Candida albicans: O método preferido para a sua colheita é efectuado com
zaragatoas de algodão. Estas zaragatoas podem ser imergidas num meio de
enriqurcimento depois da colheita.
A microscopia directa constitui um método rápido ,barato para screening dos diferentes
tipos de morfologia. A sua maior desvantagem é a incapacidade para designar espécies
especificas e designar a antibioterapia.
Certas formas atipicas de Streptococos mutans que são cocos podem ser erradamente
identificados como bacilos.
Coloração de Gram
A coloração de Gram para amostras orais permite apenas fazer a distinção entre Gram
positivos e Gram negativos.
Esta propriedade pode ser importante em microbiologia periondontal em que os
organismos Gram positivo estão principalmente associados com a saúde e os oragnismos
Gram negativo estão associados com gengivite ou periondontite.
Contudo lâminas de Gram de amostras orais são dificeis de interpretar porque muitas
vezes organismos Gram positivo velhos ou mortos perdem a sua capacidade para reter o
cristal violeta. Junta-se o facto de não ser elucidativo sobre a mobilidade , espécies em
questão ou susceptibilidade antimicrobiana.
Cultura
Tradicionalmente,o exame cultural tem sido o meio escolhido para análise da flora oral. A
principal vantagem da cultura é a sua capacidade em identificar os principais componentes
da flora microbiológica oral. Isto é particularmente importante para infecções orais que
envolvam bactérias verdadeiramente patogénicas. Para alem disso é um pré requesito para
a determinação in vitro da susceptibilidade antimicrobiana aos referidos agentes
patogénicos.
No entanto o exame cultural é dispendioso , com grande consumo de tempo e bastante
minucioso.
Meios não selectivos --- São meios que permitem o crescimento dos microorganismos nas
mesmas proporções em que se encontram na amostra.
Os meios não selectivos em microbiologia oral concistem em extractos de tecidos ricos em
proteinas suplementados com 5% a 10% de sangue desfibrinado de
cavalo,hemina,vitamina K e outros factores nutricionais que são importantes para o
crescimento de várias espécies orais.
Meios selectivos --- Um meio selectivo ideal é aquele que contem agentes antimicrobianos
que são capazes de eliminar a flora contaminante exepto aquele organismo para o qual o
meio é especifico.
Nos meios preparados inicialmente verificaram-se casos de selectividade bastante rigorosa
que eliminava também a espécie designada para ser isolada , como foi o caso dos bacilos
Gram negativo com pigmento preto e alguns Streptococcus mutans.
Existem hoje em dia disponiveis meios selectivos para Fusobacterium, Wolinella
,Treponema,Veillonella , Eikenellacorrodens ,Lactobacillus, Streptococcus ,Candida
entre outros.
- Diametro
- Forma
- Superficie
- Densidade
- Consistência
- Cor
- Hemolise
- Aderencia
Exame microscópico
- Gram
- Mobilidade
- Flagelos
- Esporos
- Forma
- Arranjo das células em pares ,em cadeias
Tolerância ao oxigénio
- Anaeróbios estritos
- AAT
- Microaerófilos
- AAF
- Aeróbios estritos
Caracterização bioquimica
- Catalase
- Redução dos nitritos
- Oxidase
- Reacções de fermentação
- Análise dos produtos finais de fermentação
- Perfil das proteinas celulares por SDS PAGE
- Reacções de hidrólise
- Análise de DNA
TESTES IMUNODIAGNÓSTICOS
Alguns dos testes imunológicos são utilizados para determinar os níveis de anticorpos na
saliva,fluido crevicular e soro.
Imunofluorescência
ELISA/RIA
Aglutinação
Têm vindo a ser desenvolvidas provas com ác. nucleicos para P.gingivalis ,
Peptostreptococcus micros entre outros.
Género Streptococcus
CARACTERISTICAS GERAIS:
- As espécies de Streptococcus apresentam células esféricas que podem ser ovais ou
alongadas a bacilos curtos.
- Imóveis
- Originam colónias brancas,mas que podem aparecer verdes como resultado de alfa
hemólise.
alfahemólise: hemólise parcial que produz cor verde no meio à volta da colónia
como resultado da produção de peróxido de hidrogénio quando as células são incubadas
na presença de ar.
- As colónias que contém polimeros ,podem ser aderentes ao agar ou não,o que vai
depender das espécies e nalgumas espécies podem parecer húmidas em resultado na
natureza higroscópica do polimero.
- Catalase negativa
3- Tolerância à acidez
4- Acidogenicidade láctica
A produção de ácido láctico é fundamental para a virulência (pelo menos nas coroas dos
dentes). Mutantes do S.rattus que não possuem a lactacto desidrogenase e assim não
produzem ácido láctico,infectam o hospedeiro e presistem no ecossistema do dente,mas
falham na sua decadência.
A acidogenicidade láctica, aparentemente fornece o ácido mais potente na causa da
dismeneralização do dente.
5- Produção de Endodextranase
Streptococcus sp. ---- Os estreptococos facultativos são o grupo individual mais mais
numeroso na cavidade oral,sendo referido colectivamente com o grupo viridans ,este
grupo é constituido por estirpes essencialmente com @hemolise,no entanto podem ser
tambem bhemoliticos ou ainda não apresentam qualquer tipo de hemólise.
Streptococcus mutans ---- São os principais responsáveis por caries dentárias ,o seu
potencial carcinógénico é primariamente expresso na sua abilidade acidogénica para
fermentar açucares até acido láctico e na sua tolerância a valores baixos de pH , que são
necessários para a desmineralização do dente . St. mutans também consegue aderir á
superficie de enamel e produzir extracelularmente os glucanos resultantes da sucrose.
Strptococcus sanguis ---- Distinguem-se dos outros estreptococos orais porque são
incapazes de fermentar o manitol ou sorbitol e na sua aptencia par produzir amonia e
dioxido de carbono a partir da arginina . A maior parte das estirpes isoladas produzem
glucanos extracelulares a partir da sucrose.
As células de st. sanguis conseguem aderir à pelicula de enamel e pensa-se que estas
espécies sejam as primeiras recolonizadoras da superficie dentária limpa durante a
iniciação da placa dentária.
Streptococcus slivarius---- Ocorre regularmente na boca humana .Pode ser encontrado
nos mais velhos ou nos mais novos. O seu habitat é na superficie da lingua e é
frequentemente a bactéria predominante na saliva.
Género Streptococcus
CARACTERISTICAS GERAIS:
- Imóveis
- Originam colónias brancas,mas que podem aparecer verdes como resultado de alfa
hemólise.
alfahemólise: hemólise parcial que produz cor verde no meio à volta da colónia
como resultado da produção de peróxido de hidrogénio quando as células são incubadas
na presença de ar.
- Catalase negativa
A boca é o maior habitat das espécies orais que parecem estar bem adaptadas para
colonizar a mucosa oral ( St.salivarius) ou as superficies duras-esmalte do dente (S.
sanguis e S.mutans).
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
A- ISOLAMENTO
1- Exame directo
B- CARACTERIZAÇÃO
Identificação
3- Tolerância à acidez
4- Acidogenicidade láctica
5- Produção de endodextranase
ESTREPTOCOCOS VIRIDANS
Introdução e generalidades:
Estes estreptococos têm o seu habitat principal na cavidade oral ,e estão claramente
implicados na colonização de superficies duras e moles da mesma.
O seu significado patogénico está ligado à formação de placas ,génese de cáries,gengivites
,periodontites e outros processos odontológicos (abcessos periapicais ,periodontais e
pulpite).Fora do âmbito oral ,estes estreptococos participam cada vez mais em processos
sistémicos e focais ,se bem que estejam sobretudo relacionados com endocardites
subaguadas.
Na cavidade oral como factores de virulência apresentam :
GRUPO ORALIS
Streptococcus sanguis
CLINICA: A cavidade oral humana parece ser o seu maior habitat. É uma das espécies
predominantes na placa e parece adaptar-se à colonização da superficie do dente.
Pode ser também isolado de fezes e de casos de endocardite subaguda ,infecções de
feridas e diversos tipos de abcessos e processos purulentos.
Como uma das espécies capazes de produzir H2O2,tem um papel protector na doença
periodontal por inibição da colonização dos organismos patogénicos Gram negativo.
Streptococcus gordonii
- Produz α-hemólise
- Faz parte das placas maduras da coroa do dente
- Sintetiza EPS soluveis do tipo glucano e sem IPS
- Actividade IgA1 protease negativa
- Elabora H2O2
- Coloniza a orofaringe e provavelmente ,intestino e pele.
Streptococcus oralis
Streptococcus mitis
- No meio MSA as suas colónias são lisas ,planas ,de côr azul luminoso ,com uma cupula
central e pouco aderentes ao agar.
- É muito semelhante ao oralis. É diferenciado dos outros porque é negativo para a
hidrólise de esculina, fermentação de inulina e produção de polissacáridos extracelulares.
CLINICA :Coloniza preferencialmente ,tal como o sanguis a superficie do dente, também
já foi isolado de outras partes do tracto respiratório.
Esta espécie está associada com bacteriémia,abcessos e endocardite.
GRUPO MILLERI
Streptococcus anginosus
- Encontra-se nos mesmos sitios e é responsável pelas mesmas infecções que o anginosus.
St. intermedius
- Igual aos dois anteriores. Coloniza a placa dentária e tem sido fortemente relacionado
com doença periodontal progressiva.
St. pneumoniae
INTRODUÇÃO:
Do ponto de vista estrutural não se distiguem dos outros estreptococos ,salvo na ausência
de cápsula ,polissacarido C e fimbrias que quando existem não são muito proeminentes.
Na sua parede celular encontram-se protéinas dotadas de funções diversas e polissacáridos
,diferentes do polissacárido C que permite a classificação de Lancefield e em cuja
composição entra glucose ,ramnose e galactose .Estes polissacáridos apresentam
especificidades antigénicas que lhes vai permitir distinguir em vários serotipos a,b,c,d,e,f,g
e h.
1-Cultura
2-Metabolismo da sacarose
A sacarose é o substracto mais importante para estes microorganismos no que diz respeito
ao seu papel como agentes etiológicos de cárie.
Da sua metabolização resulta a produção de ácidos e a sintese de polissacáridos extra e
intracelulares.
2.1.Produção de ácidos:
Streptococcus mutans
O nome mutans é referente à aparência das colónias em gelose com sucrose,ocorre
mudança do aspecto.
O reconhecimento da heterogeneidade genética do mutans,levou à criação de 5 serotipos.
Hemólises: geralmente alfahemólitico ou não hemólitico,mas podem ocorrer estirpes com
betahemólise.
Bacitracina: resistente à bacitracina
Possui GTF e FTF ,sintetizando glucanos soluveis e insoluveis e frutanos (Polimeros
extracelulares)
Sintetiza polimeros intracelulares que podem ser degradados por dextranases ,frutanases e
glucogénio fosforilases.
É acidogénico mas não tão acidúrico como o S.sobrinus.
Apresenta proteinas fixadoras de glucanos que intervêm na adesão à pelicula ,quando nela
existem glucanos adsorvidos e nos processos de agragação bacteriana.
Também possui proteinas parietais superficiais que se comportam como adesinas.
É AAF,mas o seu crescimento óptimo ocorre em anaerobiose.
Os meios mais utilizados são MSA e TYC.
Distingue-se de outras espécies serológicamente pelo seu perfil proteico e pela resistência
à bacitracina.
Streptococcus sobrinus
St.downei
St. ferus
O seu habitat natural é a cavidade oral de ratos selvagens que se alimentam da cana de
açucar.
St. rattus
GRUPO SALIVARIUS
Streptococcus salivarius
Streptococcus vestibularis
A cavidade oral pode ser considerada como incubador microbianao ideal.Possui uma
temperatua aproximada de 35º a 36ºC e tem humidade em abundância,um suplemento
exelente de vários tipos de comida e diferentes tensões de oxigénio.
O que faz com que muitos aeróbios,facultativos e aneróbios encontrem condições
favoráveis ao seu crescimento.
Estudos demonstraram que a flora nativa oral humana começa com o primeiro
aparecimento de m.o. na cavidade oral.Isto significa que a análise da flora oral deve
começar com o recém -nascido.
Isto sugere que existem factores que fazem o controlo e limitam a população da
microflora oral. Factores esses (mecânicos)
- Saliva (fluxo e refluxo),as bactérias são engulidas e destruidas pelo HCL do estomago.
DEFINIÇÃO:
- A presença ou ausência de m.o. no crevice gengival normal tem sido muito controversa.
MICROFLORA DA LINGUA
MICROFLORA SALIVÁRIA
- Não se deve fazer pesquisa de m.o. a partir de amostras de saliva,uma vez que os m.o. aí
encontrados não refletem os vários tipos existentes e sua concentração na placa ou
noutras zonas da cavidade oral.
- O maior contributo para a constituição da microflora salivar não vem da placa , nem do
crevice gengival, mas sim da lingua.
Algumas bactérias como S.sanguis e A.viscosus têm adesinas que medeiam a sua adesão
às glicoproteinas salivares. Se este fenómeno ocorrer na saliva os organismos têm
tendência a aglutinar . Contudo se os organismos entrarem em contacto com a pelicula
adquirida , eles são capazes de aderirem à superficie do dente.
Ao contrário da placa inicial (+/- 24h) a placa madura não é bem tolerada pelo hospedeiro
sendo responsável por inflamação gengival ou gengivite.
A capacidade de causar gengivite não só cria uma doença gengival localizada mas também
permite aos organismos da placa invadirem o espaço gengival o que leva ao aparecimento
da placa subgengival.
Estas alterações permitem outras bactérias infectar o sulco gengival levando a uma
inflamação gengival cada vez maior e em muitos casos a uma destruição do periodonto
Uma vez estabelecida a placa subgengival esta pode ser removida por intermédio de meios
mecânicos ou outros meios para tratar ou prevenir doenças periondontais.
Que fenómeno pode explicar a diversidade microbiana que existe em diferentes sítios
anatómicos da boca?
Quais as diferenças ecológicas que existem entre os dentes e os tecidos moles que
resultam num estabelecimento de floras distintas em diferentes sitios?
Poque que é que a placa supragengival contém menos Gram negativo do que a placa
subgengival?
FLORA ORAL
FLORA INDIGENA
FLORA SUPLEMENTAR
A flora suplementar são aquelas espécies bacterianas que estão quase sempre presentes,
mas em baixos números,isto é,menos de 1% do total de contagens em oragnismos viáveis.
Estes organismos podem tornar-se indigenos se houver alterações do ambiente.
Uma única espécie bacteriana pode ser uma espécie indigena numa boca e ser uma espécie
suplementar noutra boca. É o que acontece muitas vezes com o S.mutans assim como os
lactobacilos em que a transição da flora suplementar para a flora indigena está associado
com a patologia dentária.
Este padrão também se verifica com a doença periondontal,em que se verifica um aumento
de espiroquetas,B.gengivalis e A.actinomycetemcomitans na placa subgengival está
associado com inflamação e perda do osso.
A partir destes exemplos pode-se concluir que a flora suplementar contém a maior parte
dos potenciais agentes patogénicos dentários encontrados na placa.
FLORA TRANSITÓRIA
RELAÇÕES HOSPEDEIRO-BACTÉRIA
SIMBIOSE
ANTIBIOSE
Quando uma bactéria causa uma infecção que é combatida pelos sistemas de defesa do
hospedeiro, a relação é dita antibiótica.
Nunca é uma relação permanente.
ANFIBIOSE
Rosebury introduziu o termo "anfibiótico" para descrever um estado intermediário em que
o hospedeiro e a sua flora existem numa forma de balanço estável um com o outro.
Pensa-se que a maior parte da flora oral exista numa relação anfibiótica com o seu
hospedeiro, uma vez que ainda não houve nenhuma demonstração que possa ser
prejudicial ou benéfica.
Este balanço pode mudar quando o S.mutans ou o B.gingivalis aumentam
proporcionalmente na placa ,causando evidência de patologia dentária. Este aumento de
crescimento não compromete a sobrevivência do hospedeiro, de forma que sobre uma
prespectiva evolucionária este tipo de infecção é inconsequente.
PLACA SUPRAGENGIVAL
Formação e bioquímica
A placa supragengival tem sido examinada em múltiplos estudos com diferentes técnicas
microscópicas.A primeira camada que se forma é chamada a pelicula exógena adquirida
que é uma estrutura orgânica na superficie do dente,prévia à colonização pelas bactérias.
A primeira fase na formação da pelicula envolve a adsorção de proteinas salivares às
superficies de apatite. Isto envolve interacções electrostáticas iónicas entre os iões de
cálcio e os grupos fosfato da superficie de enamel e as macromoleculas salivares
carregadas opostamente.
- Forças electrostáticas
Os componentes carregados negativamente da superficie bacteriana e da pelicula são
ligados por catiões divalentes como o cálcio.
- Interacções hidrofóbicas
A associação hidrofóbica é baseada numa estrutura próxima entre moleculas da pelicula e
da superficie da bactéria (encaixam).
As adesinas bacterianas hidrofóbicas ligam-se aos receptores lipófilicos na superficie do
dente.
- Componentes orgânicos
Dependendo das espécies bacterianas em causa, as proteinas salivares podem inibir ou
promover adesão. Regra geral,as proteinas da saliva são inibidores da adesão
bacteriana;contudo em bactérias especificas,a saliva promove a adesão bacteriana através
de uma reacção especifica entre a superficie da bactéria e a pelicula orgânica do dente.
Existem interacções bioquímicas especificas entre moléculas-adesinas (substâncias
semelhantes às lectinas-proteinas) existentes na superficie celular da bactéria com
receptores especificos da pelicula existente na superficie do dente.
Uma vez que as bactérias originárias da saliva ou superficies contiguas aderem à pelicula
superficial, ocorre a saturação dos sitios de ligação das bactérias.Como resultado o
crescimento subsequente leva à acumulação de bactérias e aumenta a massa da placa.
Apesar do processo de adesão dominar a fase incial de formação da placa, a massa total
da placa que se desenvolve é determinada pela multiplicação das bactérias já ligadas.
O crescimento da placa dentária depende:
A)Crescimento via adesão de novas bactérias.
B)Crescimento via multiplicação das bactérias já ligadas (mais relevante).
A acumulação da placa dentária também requer a coesão das células bacterianas. Isto é
acompanhado pela formação da matriz da placa, que é dependente das actividades
metabólicas da bactéria e componentes salivários e dependentes do hospedeiro.
FACTORES QUE INFLUENCIAM A COMPOSIÇÃO E MATURAÇÃO DA
PLACA DENTÁRIA:
C)Ecologia da placa:
Mudanças da dieta:Ingestão de sucrose-bactérias acidúricas
Presença de oxigénio no meio-bactérias anaeróbias
Interacções nutricionais-sucessão bacteriana
Produção de bacteriocinas
B)Saliva:
pH;lactoperoxidase;lactoferrina;lisozima;gliproteinas salivares
mecanismos de adesão
Uma grande variedade de m.o. orais tais como os estreptococos e os lactobacilos são
capazes de formar polimeros extracelulares a partir da sucrose.
O papel dos polimeros extracelulares foi estudado exaustivamente para o S.mutans uma
que é um agente etiológico importante nas cáries dentárias. Isto deve-se principalmente à
sintese de grandes quantidades de glucanos extracelulares a partir da sucrose e por
complexos enzimáticos extracelulares,glucosiltransferase (GTF).
Os glucanos extracelulares são insolúveis e resultam num aumento da adesão bacteriana.
Geralmente, a agregação induzida pelo glucano não ocorre com outras espécies de
estreptococos que também sintetizam glucanos. Contudo o S.mutans tem a capacidade de
ligar as moléculas de glucano, resultando na agregação e acumulação destes organismos.
Também esta sintese de glucanos insolúveis pode mediar a entrada de outros organismos a
partir de fluidos orais,promovendo a acumulação de outras bactérias para além do
S.mutans.
Gram-positivo Gram-positivo
-De forma a crescerem, as bactérias devem ser suplementadas com fontes de nutrientes e
energia. Na formação da placa supragengival, a maior parte dos nutrientes são fornecidos
pela saliva.
Os colonizadores iniciais devem ter a capacidade de utilizar os nutrientes disponiveis em
baixas concentrações. Uma vez estabelecido, membros especificos do ecossistema
supragengival produzem compostos que são nutrientes essenciais e factores de
crescimento para outros microorganismos.
B)Saliva
-Várias substâncias com actividade inibitória sobre as bactérias têm sido identificadas. A
saliva contém a lactoperoxidase (LPO) , que em combinação com um cofactor salivar
(tiocianato salivar) e peróxido de hidrogénio (H2O2) gera o hipotiocianato (OSCN) ,que é
muito menos tóxico para as células que o H2O2 e é um potente inibidor das enzimas
glicóliticas bacterianas ,especialmente as dos estreptococos.
A lizozima ,tal como a lactoferrina é encontrada na saliva. Esta enzima quebra a ligação
entre a N-acetilglucosamina e o ác.N-acetilmurâmico na parede celular(peptidoglucano).
Nas concentrações que se encontra na saliva a maior parte dos organismos não são
sensiveis à lise.
1-Saliva/Secrecções orais
Esta primeira categoria envolve anticorpos, predominantemente da classe IgA secretada
pelas glândulas salivárias, que actuam principalmente na placa supragengival ,bloqueando
os receptores bacterianos,promovendo a sua agregação e assim prevenindo a adesão
bacteriana.
Os anticorpos podem actuar também sobre as bactérias que já aderiram à superficies do
dente ,influenciando o seu metabolismo e desta forma prevenindo o seu crescimento e
acumulação.
2-Fluido crevicular
O fluido crevicular gengival é um exsudado inflamatório derivado do plasma e com tal
contém uma grande quantidade de anticorpos e outros compostos imunológicamente
activos.
Esta segunda categoria envolve anticorpos essencialmente da classe IgG, em combinação
com leucócitos e outros compostos imunológicos como as proteinas do complemento,
funcionam predominantemente na placa subgengival como resposta a um grande desafio
antigénio neste microecossistema.
SIGNIFICADO CLÍNICO
MATURAÇÃO DA PLACA
Placa primária:
Placa madura :
Placa subgengival :
Estrutura e Desenvolvimento
Uma vez que estes m.o. colonizaram a área subgengival,eles têm acesso aos nutrientes
(especialmente proteinas) presentes no fluido gengival.
Este ecosssistema tem um baixo potencial oxidação-redução, que permite às bactérias
anaeróbias de crescimento lento aí se estabeleçam.
Estudos feitos por microscopia óptica e electrónica ,a partir de dentes extraidos e tecidos
adjacentes de humanos ,forneceu informação acerca da estrutura interna da placa
subgengival. Estes estudos diferenciaram placa associada ao dente , placa associada ao
epitélio e a placa associada aos tecidos conectivos.