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O futuro é agora. Não podemos esperar o amanhã para gestá-lo. Se não entendemos a
solicitação de uma nova postura, não poderemos assumir a responsabilidade que nos toca,
porque é imperioso começar a ser, a fazer e a comprometer-se com as solicitações e com a
convocação da hora presente de nossos povos.
Esta hora requer criar uma cultura verdadeiramente educativa. Alguém chegou a dizer
que o passado nos oprime e amarra. Temos uma forma de vencê-lo: tornando-o conhecimento,
experiência, reflexa. Não podemos dedicar uma etapa à reflexão e outra à ação, uma a
conhecer os direitos Humanos e outra a defendê-los, tudo tem que ser simultâneo, em um
tempo dialético. Este tempo está nos esperando.
Não existe melhor pedagogia que a do testemunho, da confrontação dos atos, e ela só é crível
no momento em que se enquadra no plano real e imediato.
É assim que se chega a fazer perceber os valores da solidariedade e suas dificuldades, seja a
nível local, nacional ou internacional. Daí também a necessidade de encontrar formas de
articulação entre a educação formal e a desescolarizada.
Deve-se evitar fazer do processo educativo formal uma “vitrina” em que a vida e o debate estão
ausentes, ou cair em outro extremo, convertendo a ação numa espécie de feira em que cada
escola ou organização de direitos humanos defende sua coleção de espelinhos...
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3 ) Que deve prevalecer? O texto, a declaração, o vivido e sentido? O texto, que pode
apresentar outras realidades, será inoperante se não houver esforço de se chegar à autocrítica
pessoal para mover a vontade e traduzí-la em ação.
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4 ) Os progressos realizados pelos Direitos Humanos na Educação são frágeis e lentos,
porque estes direitos pressupõe uma exigência que desemboca inexoravelmente em uma
opção de essência política. Não só os governos repressivos se opõe a qualquer intento de
educação em prol dos direitos humanos, mas também os sistemas repressivos na própria
educação, vigentes em muitos estados democráticos.
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5 ) A educação em prol dos direitos humanos é um projeto utópico, ilusório? É possível superar
uma concepção idealista da educação.
Permanência e mutação, ordem e mudança criativa serão sempre dimensões dialéticas dos
genuínos processos educativos em direitos humanos. Garantir e respeitar esta dialética
implicará na conciliação necessária entre liberdade e tolerância, ordem e criatividade.
A conclusão é um começo
Oficialmente, todos os regimes e governos estão de acordo e os debates sobre educação para
os direitos humanos acabam sendo um aflitivo festival de cinismo e hipocrisia.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ
CORPO DE ASSESSORIA JURÍDICA ESTUDANTIL
CORAJE
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
O discurso sobre Direitos Humanos se caracteriza por abuso de linguagem. Conceitos
fundamentais como ‘”povo”, “desenvolvimento”, “liberdade”, e “paz” não têm o mesmo sentido
quando empregados nos decretos e leis. Assistimos à uma ocupação da linguagem, a um
emprego totalitário da linguagem que, pondo “em moda” os Direitos Humanos, usa-os com fim
de torná-los triviais e neutralizar seu conteúdo.
O ponto de partida de nossa ação educativa será tomar consciência desta duplicidade da
linguagem e do pensamento. É necessário deter esta apropriação indébita.
Os direitos humanos se converteram em maquiagem de sociedades que querem ocultar a
nudez do despojado e o grito do pobre violado na sua dignidade.
E ficamos perplexos, vendo os Direitos Humanos nos escaparem como areia entre os dedos.
Que fazer? Lutar contra o desalento e a resignação. Clarificar em comunhão as nossas idéias e
purificar nossa linguagem. Por um ato de vontade, agir.