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http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_morfogen%C3%A9tico
“Morfo vem da palavra grega morphe que significa forma. O campos morfogenéticos
são campos de forma; campos padrões ou estruturas de ordem. Estes campos organizam
não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e moléculas. Cada tipo
de molécula, cada proteína por exemplo, tem o seu próprio campo mórfico -a
hemoglobina , um campo de insulina, etc. De um mesmo modo cada tipo de cristal, cada
tipo de organismo, cada tipo de instinto ou padrão de comportamento tem seu campo
mórfico. Estes campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos
porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza..."
“Campos mórficos são laços afetivos entre pessoas, grupos de animais - como bandos
de pássaros, cães, gatos, peixes - e entre pessoas e animais. Não é uma coisa fisiológica,
mas afetiva. São afinidades que surgem entre os animais e as pessoas com quem eles
convivem. Essas afinidades é que são responsáveis pela comunicação.”
Um campo morfogenético não é uma estrutura inalterável mas que muda ao mesmo
tempo, que muda o sistema com o qual esta associado. O campo morfogenetico de uma
samambaia tem a mesma estrutura que o os campos morfogenético de samambaias
anteriores do mesmo tipo. Os campos morfogenéticos de todos os sistemas passados se
fazem presentes para sistemas semelhantes e influenciam neles de forma acumulativa
através do espaço e o tempo.
A palavra chave aqui é " hábito ", sendo o fator que origina os campos
morfogenéticos . Através dos hábitos os campos morfogenéticos vão
variando sua estrutura dando causa deste modo às mudanças estruturais
dos sistemas aos que estão associados.
Os ratos no laboratório é uma das primeiras experiências levado a cabo por Sheldrake e
foi recapturado do tempo em que ele começou a considerar os campos morfogeneticos.
Consiste em ensinar a um grupo de ratos uma certa aprendizagem, por exemplo, sair de
um labirinto, em certo lugar, por exemplo, Londres, para logo observar a habilidade de
outros ratos em outro lugar então, por exemplo, Nova Iorque, deixar o labirinto. Esta
experiência já foi levada a cabo em numerosas ocasiões dando resultados muito
positivos.
Ressonância Mórfica
http://gnosisonline.org/Ciencia_Gnostica/Ressonancia_Morfica.shtml
Na biologia, surge uma nova hipótese que promete revolucionar toda a ciência.
Era uma vez duas ilhas tropicais, habitadas pela mesma espécie de macaco, mas sem
qualquer contato perceptível entre si. Depois de várias tentativas e erros, um esperto símio da
ilha "A" descobre uma maneira engenhosa de quebrar cocos, que lhe permite aproveitar melhor
a água e a polpa. Ninguém jamais havia quebrado cocos dessa forma. Por imitação, o
procedimento rapidamente se difunde entre os seus companheiros e logo uma população
crítica de 99 macacos domina a nova metodologia.
Quando o centésimo símio da ilha "A" aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha
"B" começam espontaneamente a quebrar cocos da mesma maneira.
Não houve nenhuma comunicação convencional entre as duas populações: o conhecimento
simplesmente se incorporou aos hábitos da espécie. Este é uma história fictícia, não um relato
verdadeiro. Numa versão alternativa, em vez de quebrarem cocos, os macacos aprendem a
lavar raízes antes de comê-las. De um modo ou de outro, porém, ela ilustra uma das mais
ousadas e instigantes idéias científicas da atualidade: a hipótese dos "campos mórficos",
proposta pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake.
Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha
de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos
distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo
magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas
somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as
partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente
pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados.
A analogia termina aqui, porém. Porque, ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos
de Sheldrake não envolvem transmissão de energia. Por isso, sua intensidade não decai com o
quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e
eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o
exemplo dos macacos. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-
se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser
compartilhado por toda a espécie.
Até os cristais
O processo responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o
nome de "ressonância mórfica". Por meio dela, as informações se propagam no interior do
campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Em nosso exemplo, a
ressonância mórfica entre macacos da mesma espécie teria feito com que a nova técnica de
quebrar cocos chegasse à ilha "B", sem que para isso fosse utilizado qualquer meio usual de
transmissão de informações.
Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade
mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie
humana. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional
que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcertante
dessa propriedade.
Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório - diz ele -, não existe
nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se.
Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por
acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se
efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso
ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica
gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se
torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar,
maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.
Com afirmações como essa, não espanta que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta
polêmica. Em 1981, quando ele publicou seu primeiro livro, A New Science of Life (Uma nova
ciência da vida), a obra foi recebida de maneira diametralmente oposta pelas duas principais
revistas científicas da Inglaterra. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como "uma
importante pesquisa científica", a Nature o considerava "o melhor candidato à fogueira em
muitos anos".
Era uma brincadeira amistosa, mas traduzia o desconforto da comunidade científica diante de
uma hipótese que trombava de frente com a visão de mundo dominante. Afinal, a corrente
majoritária da biologia vangloriava-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera
interação físico-química entre moléculas e fazia do DNA uma resposta para todos os mistérios
da vida.
A realidade, porém, é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista.
A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos e
que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (entendendo-se por
vizinhança as outras células do aglomerado e o meio ambiente). É preciso estar
completamente entorpecido por um sistema de crenças para engolir uma "explicação" dessas.
Como é que interações entre partes vizinhas, sujeitas a tantos fatores casuais ou acidentais,
podem produzir um resultado de conjunto tão exato e previsível? Com todos os defeitos que
possa ter, a hipótese dos campos mórficos é bem mais plausível.
Uma estrutura espaço-temporal desse tipo direcionaria a diferenciação celular, fornecendo uma
espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes.
Ação modesta
A biologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar
qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código
genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a seqüência exata dos
aminoácidos na construção dessas macro-moléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e
ponto.
"A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os
tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético",
afirma Sheldrake. "Dados os genes corretos, e portanto as proteínas adequadas, supõe-se que
o organismo, de alguma maneira, se monte automaticamente. Isso é mais ou menos o mesmo
que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a
casa se construa espontaneamente."
Forma original
Como mostra a ilustração da página ao lado, o sucesso da operação independe da forma como
o pequeno verme é seccionado. O paradigma científico mecanicista, herdado do filósofo
francês René Descartes (1596-1650), capota desastrosamente diante de um caso assim.
Porque Descartes concebia os animais como autômatos e uma máquina perde a integridade e
deixa de funcionar se algumas de suas peças forem retiradas. Um organismo como o
platelminto, ao contrário, parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite
regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas.
A hipótese dos campos morfogenéticos é bem anterior a Sheldrake, tendo surgido nas cabeças
de vários biólogos durante a década de 20. O que Sheldrake fez foi generalizar essa idéia,
elaborando o conceito mais amplo de campos mórficos, aplicável a todos os sistemas naturais
e não apenas aos entes biológicos. Propôs também a existência do processo de ressonância
mórfica, como princípio capaz de explicar o surgimento e a transformação dos campos
mórficos. Não é difícil perceber os impactos que tal processo teria na vida humana.
"Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já
aprenderam", informa Sheldrake.
Ele mesmo vem fazendo interessantes experimentos nessa área. Um deles mostrou que uma
figura oculta numa ilustração em alto contraste torna-se mais fácil de perceber depois de ter
sido percebida por várias pessoas. Isso foi verificado numa pesquisa realizada entre
populações da Europa, das Américas e da África em 1983. Em duas ocasiões, os
pesquisadores mostraram as ilustrações 1 e 2 a pessoas que não conheciam suas respectivas
"soluções". Entre uma enquete e outra, a figura 2 e sua "resposta" foram transmitidas pela TV.
Verificou-se que o índice de acerto na segunda mostra subiu 76% para a ilustração 2, contra
apenas 9% para a 1.
Aprendizado
Sem excluir outros fatores, o processo de ressonância mórfica forneceria um novo e importante
ingrediente para a compreensão de patologias coletivas, como o sadomasoquismo e os cultos
da morbidez e da violência, que assumiram proporções epidêmicas no mundo contemporâneo,
e poderia propiciar a criação de métodos mais efetivos de terapia.
"A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal",
afirmou Sheldrake a Galileu. "Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina.
Pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas".
A Ressonância Morfogenética de
Sheldrake
http://www.geocities.com/aguila-dorada/Shelldrake.html
A forma clássica do vitalismo, tal e como foi exposto por numerosos biólogos
a princípio de século, especialmente por Driesch, foi criticado severamente
pelo seu caráter acientifico. De acordo com Karl Popper, os critérios para
estabelecer o status cientifico de uma teoria são o falsifiabilidade ,
refutabilidade e demonstrabilidade. Deste modo, o vitalismo não estava
qualificado já que este novo fator causal incerto não pôde ser demonstrado
de modo algum. Ernest Nagel, filósofo da ciência escreveu em 1951 no seu
livro Filosofia e Investigação Fenomenológica:
O grosso do vitalismo ...é agora uma questão extinta... não tanto talvez
para a crítica filosófica e metodológica que se a revelado contra a doutrina
mas para a infertilidade do vitalismo para guiar a investigação biológica e
pela superioridade heurística de focos alternativos.
Todas estas coisas são organizadas por si mesmas . Um átomo não tem que
ser criado por algum agente externo, ele se organiza só. Uma molécula e
um cristal não é organizado pelos seres humano peça por peça se não que
cristaliza espontaneamente. Os animais crescem espontaneamente. Todas
estas coisas são diferentes das máquinas que são artificialmente montadas
pelos seres humanos.
A palavra chave aqui é " hábito ", sendo o fator que origina os campos
morfogenéticos . A traves dos hábitos os campos morfogenéticos vão
variando sua estrutura dando causa deste modo às mudanças estruturais
dos sistemas a os que estão associados.
EXPERIÊNCIAS
Ratos no labirinto
O determinismo clássico
Dada como terminada nos finais do séc. XIX (1), a mecânica de Newton parecia
descrever com exatidão todos os fenômenos macroscópicos. Nada acontecia por
acaso, sem uma causa. Nas mesmas circunstâncias, causas idênticas originariam os
mesmos efeitos. O mundo passou a ser encarado como um imenso e preciso
mecanismo de relojoaria.
Laplace haveria de escrever em 1814: “Devemos portanto encarar o estado presente
do Universo como o efeito do seu estado anterior, e como causa do estado que vai
seguir-se. Uma inteligência que em dado instante conhecesse todas as forças que
animam a Natureza e a situação dos seres que a compõem, se fosse suficientemente
ampla para sujeitar estes dados à análise, juntaria na mesma fórmula os
movimentos dos maiores corpos celestes e os do átomo menor; para ela, nada
haveria de incerto; quer o futuro, quer o passado, estariam patentes a seus olhos.”
Era o determinismo Laplaciano. É com esta física Newtoniana, determinista, que
ainda hoje vamos à Lua, andamos na montanha russa e lançamos sondas para o
espaço exterior.
Não defensor do aparente estado caótico dos sistema quânticos, para Einstein
“Deus não joga aos dados”. Ele estava convencido da existência de “variáveis
ocultas” que poderiam explicar as relações de causa e efeito por detrás do aparente
caos e da indeterminação da M.Quântica. O fato de não conseguirmos determinar
simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula - Principio de incerteza
de Heisemberg - só podia ser atribuído à incapacidade dos aparelhos de medida
usados em sondar os níveis mais profundos da substância. Se tal fosse possível,
acabaríamos por observar relações causais mascaradas pelo aparente caos quântico.
Acreditava na existência de um Universo físico objetivo e numa ordem global,
mesmo à escala microscópica.
Contrariamente a Einstein, Niels Bohr3 terá afirmado: “A Física não trata das
coisas, trata do nosso conhecimento das coisas” ou seja, o cientista não lida com a
realidade das coisas em si mas com “fenômenos” e “objetos”, que estão muito
próximos do que Kant considerou como a “matéria de conhecimento” que nos “é
enviada” pelas “coisas em si” ou númenos, e por nós recebida e interpretada.
Para Neils Bohr não existe nenhuma imagem objetiva da Natureza. Nada a nível
quântico tem realidade objetiva. A realidade surge por um qualquer processo
associado aos resultados das medições. Não faz sentido descrever as propriedades
de um objeto quântico antes de realizar sobre ele uma medida. É esta faceta da
descrição quântica, a incapacidade de dizer onde está um objeto antes de se efetuar
uma medição, que levou ao aparecimento de um dos paradoxos mais conhecidos da
M.Quântica, o “Paradoxo EPR” (4).
Einstein, Podolsky e Rosen, como vimos já, conceberam uma experiência que
originou o conhecido “paradoxo EPR”. Enunciado inicialmente para analisar a
posição e o momento de 2 partículas em interação à luz dos princípios quânticos, e
questionar o P. Incerteza de Heisenberg, esta experiência levou a conclusões
teóricas que obrigavam a uma de duas coisas: ou os fundamentos da mecânica
quântica estão errados e o estado de uma partícula pode ser conhecido mesmo sem
ser medido, ou admitimos a ação à distância, quer dizer, a medição efetuada sobre o
primeiro fóton influenciou instantaneamente e determinou o estado do segundo
fóton, não importando se ele estava ao lado do primeiro ou nos antípodas do
Universo. Como as interações instantâneas à distância estavam fora de questão, já
que a não-localidade do fenômeno implicava interações ultra-lumínicas, logo
superiores à velocidade da luz(8), só restava a Einstein e seus colegas concluir que a
M. quântica não descrevia a realidade.
Bohr refutou as idéias de Einstein afirmando que, ainda que nenhum sinal ou
influência direta possa viajar entre as partículas, correlacionadas no passado, elas
são partes inseparáveis de um sistema quântico e portanto influenciam-se
mutuamente.
A experiência de ASPECT, realizada em 1982 por Alain Aspect, veio dar razão a
Neils Bohr. A M. Quântica é não local, isto é objetos quânticos podem influenciar-se
instantaneamente, ainda que separados por distâncias tão grandes que nenhuma
das interações conhecidas da física o possa explicar.
A ordem implícita
Seguidor da idéia das “variáveis ocultas” de Einstein, David Bohm, pelo contrário,
teoriza a existência de uma ordem universal implícita, invisível para nós,
responsável por uma ordem explícita, concreta e abarcante que age por retroação
sobre a ordem implícita que lhe deu origem. Somente uma pequena parte dessa
ordem explícita nos é acessível através dos imperfeitos órgãos sensoriais de que
dispomos. A realidade não é apenas aquilo que os nossos sensores naturais - ou os
que criamos para extensão destes, como o telescópico, microscópio, detectores de
partículas elementares, rádio, TV, etc. - nos transmitem. Temos acesso àquela parte
da ordem explícita que o nosso estágio intelectual, tecnológico e consciencial nos
permite, em cada época, compreender.
A procura da Ordem
Fernando Nenê
1 Lord Kelvin, um dos mais brilhantes físicos da sua época, terá dito: “a física forma
hoje, quanto ao essencial, um conjunto perfeitamente harmonioso, um conjunto
praticamente terminado”. Teria ainda acrescentado: “Na verdade, há ainda dois
pontos obscuros, a experiência de Michelson e a radiação do corpo negro; mas julgo
que em breve estarão esclarecidos.”
Essa ordem pode existir como algo de objetivo, (também) do lado de lá da nossa
percepção e interpretação, podendo ser decodificada pela inteligência humana de
modo também objetivo, ao menos em grande medida;
Essa ordem não existe objetivamente, e representa apenas uma ficção, uma forma
da nossa inteligência - que tende a ser ordenadora e a pressupor nexo, coerência,
relação causa-efeito - interpretar fatos que, em si mesmos, são caóticos,
desordenados, independentes de quaisquer leis. Por outras palavras, a ordem só
existe do lado de cá, subjetivamente.
Fixemos este ponto. A ordem implica inteligência. As leis, que a ciência se esforça
por desvelar e formular de modo compreensivo, implicam inteligência. Ora bem,
onde há inteligência, tem que haver algo ou alguém que seja inteligente; onde há
ordem, tem de haver algo ou alguém que disponha, garanta e mantenha a ordem.
Se essa ordem inteligente existe no Cosmos (também) do lado de lá da nossa
subjetividade, então, quem ou o quê a detém, sustenta, É? Qual a realidade
ontológica desse Algo ou Alguém - seja singular ou plural - que é inteligente,
extraordinariamente inteligente a ponto de dar ordem a um Cosmos tão imenso e
prodigioso?
Deixamos, num parêntesis, duas notas: alguns reconhecerão aqui fios de conexão
com a Filosofia Sânkhya e com a Monadologia de Leibnitz, o grande filósofo e
cientista alemão dos Sécs. XVII-XVIII. Por outro lado, julgamos que, desta forma,
fica desvanecida a anedota do oriental que, considerando este mundo como Maya,
despertaria desse (suposto) delírio ao embater com a cabeça numa parede.
Esclarecido, embora em traços muitíssimos gerais, o tema da validade do
Conhecimento Científico, sob o prisma da Filosofia Esotérica, vejamos agora o que
a Ciência Oculta tem a dizer acerca do substrato ontológico das leis, da inteligência
e da ordem manifesta no Cosmos.
Por outras palavras: temos a primordial energia una, sobre a qual trabalha o
Pensamento Divino. Este, contudo, para não ser uma simples abstração além do
espaço e do tempo, é integrado e dotado de substância-energia atuante pelas legiões
de deuses, Hierarquias Criadoras ou Dhyani-Chohans (conhecidos como Serafins,
Tronos, Arcanjos, etc., nas tradições espirituais do Ocidente) isto é, de “seres
inteligentes que ajustam e controlam a evolução, encarnando em si mesmos aquelas
manifestações da Lei Una que conhecemos como “Leis da Natureza”(1) e
“colaborando na construção, sustentação e direção de todo o Universo objetivo, de
cada uma das suas formas, de cada um dos seus átomos.”(3)
Se bem que possamos expressar uma Lei da Natureza através de uma fórmula
matemática, tal não explica o que a torna viva e atuante. Uma fórmula, por si, não
gera seqüências ordenadas - inteligentes - de fenômenos, não gera formas
ordenadas - inteligentes - se não tiver vida, ser, energia.
Esses Seres, essas Hierarquias Criadoras ou Dhyani Chohans (4), são, pois os
meios, através dos quais se transmite o Pensamento Divino, o grande Propósito
Inteligente do Universo - Universo de que são os verdadeiros arquitetos,
construtores e dinamizadores. São eles as (invisíveis) forças vivas atuantes em toda
a substância, são eles o ser e o dinamismo das leis universais. Não são eles perfeitos
ou absolutos e, assim, tão pouco o é o Cosmos manifestado. Se o qualificativo de
deuses lhes pode ser geralmente aplicado, tal se deve ao fato de serem invisíveis e,
nas suas classes mais elevadas, sapientíssimos, brilhantes, luminosos (5).
Entretanto, de um ponto de vista mais científico, são eles as forças inteligentes (ou
semi-inteligentes) e ordenadoras e diretoras da Natureza.