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Esta apostila é a compilação de várias fontes, mas a maior parte está disponível nos
sites do CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) e da OMS (Organização
Mundial da Saúde).
Colheita
− Cada amostra deve conter no mínimo as seguintes informações: nome do paciente,
idade, sexo, número de identificação, nome do médico, data e horário de coleta.
− O recipiente deve ser limpo e seco, com a boca larga, de capacidade aproximada de
250ml para que possa conter uma amostra significativa e que tenha vedação hermética.
− As fezes devem ser colhidas diretamente no frasco, ou em urinol, ou ainda em jornal ou
papel limpo e transferidas diretamente para o recipiente.
− 20 a 40 gramas de fezes bem formadas ou 5 a 6 colheres de sopa de fezes líquidas são
suficientes para exames de rotina
− Fezes obtidas de vaso sanitário não podem ser aproveitadas, porque a água e a urina
poderiam destruir as formas trofozoíticas.
− Fezes excretadas no solo não podem ser aproveitadas, porque larvas de vida livre e
outros contaminantes do solo poderiam confundir o diagnóstico (principalmente
veterinário).
− Fezes pastosas e mucosas são indicadas para a preparação de esfregaços corados e as
formadas são empregadas em técnicas de concentração.
− Os recipientes com amostras fecais de pacientes com AIDS devem ser protegidos por
um invólucro de plástico e identificados com etiqueta vermelha ou HIV positivo.
Estabilidade das amostras fecais
− Os trofozoítos de protozoários não se multiplicam nem encistam fora do corpo humano,
eles morrem e se degeneram após a passagem.
− O tempo recomendado para amostras líquidas é 30 minutos, enquanto das amostras
pastosas é o de uma hora após a evacuação. Fezes formadas podem (quando não se
procurar trofozoítas) podem ser examinadas após um dia. Neste caso, uma parte da
amostra deve ser refrigerada e a outra parte deve ser preservada.
Preservação
− Para preservar a morfologia dos protozoários e prevenir um contínuo desenvolvimento
de alguns ovos e larvas de helmintos, as amostras fecais que não forem entregues no
laboratório imediatamente após a passagem deverão ser fixadas.
− A preservação temporária poderá ser feita através da refrigeração (3-5oC) em recipiente
herméticamente fechado para evitar a dessecação. Nesta temperatura os ovos, as
larvas e cistos mantêm-se viáveis por vários dias.
− A preservação permanente de trofozoítos, cistos, ovos e larvas é realizada através de
fixadores:
a) Formol 5% e 10%
− Utilizado para protozoários e helmintos, embora não seja recomendada para fixação de
trofozoítos.
− A concentração de 5% é indicada para protozoários e a de 10% para helmintos.
− Preparo da solução:
Solução de Formol a 5 e 10% (v/v)
Formaldeído 37-40%* 5 ml 10 ml
Água destilada 95 ml 90 ml
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− Preparo da solução:
1. Solução aquosa saturada de cloreto de mercúrio II
Cloreto de mercúrio II 110g
Água destilada 1.000 ml
2. Solução estoque
Solução aquosa saturada de cloreto de 600 ml
mercúrio II
Álcool etílico a 95% 300 ml
Glicerina 15 ml
3. Solução fixadora*
Solução estoque 100 ml
Ácido acético glacial 5 ml
* adicionar o ácido acético glacial imediatamente antes do uso.
− Esfregaços devem ser preparados com amostras fecais frescas. Após a preparação,
mergulhar as lâminas durante 30 minutos no fixador. Terminada a fixação, os
esfregaços podem ser corados, montados e examinados.
− Os esfregaços fixados pelo Schaudinn apresentam excelentes resultados de coloração
quando corados pela hematoxilina-férrica ou pelo tricrômico.
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Iodeto de Potássio (forma cristalina) (KI) 10g
Água destilada 100 ml
* O iodeto de potássio é dissolvido em água e o iodo é adicionado lentamente com agitação
até a sua completa dissolução. Filtrar e manter a solução em frasco âmbar.
− Preservação da amostra:
o Misturar 9,4 ml da solução I com 0,6 ml da solução II, imediatamente antes do
uso, pois o iodo causa uma densa precipitação, impedindo uma boa coloração
dos protozoários. Misturar, vigorosamente, uma parte de fezes frescas, para
duas a três partes da solução de MIF.
Segurança
Profissionais de saúde que trabalham com exames de fezes, enfrentam muitos riscos
potenciais, como a ingestão de ovos e cistos, penetração de larvas infectantes na pele e
infecção por patógenos encontrados nas fezes e fluídos biológicos. Estes riscos podem ser
minimizados com a adoção de cuidados comuns, bem como práticas padrões em
laboratórios microbiológicos (Biosegurança nível 2). Estas incluem:
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QUADRO COMPARATIVO DOS FIXADORES PARA EXAMES DE FEZES
Fixador Vantagens Desvantagens
Formol 10% Fácil de preparar; Inadequado para preservação de
Boa preservação da morfologia trofozoítos;
de ovos de helmintos, larvas e Pode interferir como PCR,
cistos de protozoários; especialmente depois de muito
Apropriado para procedimentos tempo de fixação.
de concentração;
Compatível com kits de
imunoensaio (Elisa).
Schaudinn Boa preservação de cistos e Inadequado para métodos de
trofozoítos de protozoários; concentração;
Fácil preparação para lâminas Contém mercúrio, que é tóxico;
permanentes. Inadequado para a preservação
de ovos e larvas de helmintos.
MIF Além de fixador, é corante; Inadequado para a preservação
Fácil preparo; da morfologia de trofozoítos de
Métodos e técnicas
− As fezes devem ser distribuídas
no laboratório quanto a sua
consistência. O material fecal
líquido ou pastoso deve ser
observado primeiro, sendo
seguido dos espécimes semi-
formados e formados.
Observação macroscópica:
− Examinar e revolver como bastão
de vidro todo o material fecal
evacuado.
− Anotar as características
observadas e coletar vermes
adultos e proglotes de tênias.
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Exame microscópico
Exame direto á fresco
A lâmina é montada diretamente do material fecal. Utilizado para pesquisa de cistos de
protozoários e ovos de helmintos. método pouco sensível e só apresenta resultados
positivos em infecções massivas. Procedimento: Misturar um pouco das fezes
(menos que a cabeça de um palito de fósforo), adicionar uma gota de solução salina
e de lugol se necessário. Colocar a lamínula e observar direto ao microscópio em
aumento de 100X e 400X.
Métodos de concentração
Método de Hoffmann, Pons e Janer - HPJ. (Sedimentação espontânea)
Utilizado na pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.
1. Dissolver cerca de 10g de fezes em 10 ml de H2O em frasco pequeno (béquer)
2. Filtrar em gaze dobrada em quatro, utilizando um cálice de sedimentação
3. Lavar o frasco 2X despejando a água na gaze
4. Completar o cálice com água e homogenizar com bastão de vidro.
5. Deixar em repouso de 2 a 24 horas.
6. Com uma pipeta tampada, retirar uma amostra do fundo do vértice do cálice,
destampando a pipeta após emergí-la, para não revolver o sedimento. Na ausência de
pipetas pode se usar canudos plásticos.
7. Examinar ao microscópio, adicionando uma gota da solução de lugol se
necessário.
Método de Kato
1. Colocar 60 a 70 mg de fezes em uma lâmina de microscopia.
2. Cobrir as fezes com celofane embebido em solução aquosa de verde de malaquita a
3%, após a remoção do excesso do corante.
3. Comprimir a lamínula, com uma folha de papel absorvente, e espalhar o material com
uniformidade até as margens da cobertura de celofane. Examinar ao microscópio.
Método de Willis
1. Diluir 5g de fezes num béquer com solução saturada de açúcar ou sal (NaCl).
2. Filtrar em gaze dobrada em quatro em um frasco (vidro tipo “Snap-cap”) e completar
com a solução saturada de NaCl até formar um menisco convexo na boca do frasco.
Colocar na boca do frasco uma lâmina, que deverá estar em contato com o líquido.
3. Deixar em repouso por 5 minutos.
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4. Retirar rapidamente a lâmina voltando para cima a parte molhada.
5. Cobrir com lamínula, levar ao microscópio e examinar com a objetiva de 10x e/ou de
40x (pode-se ou não corar pelo lugol).
Coprocultura:
• Misturar partes iguais de fezes e vermiculita ou carvão triturado em grãos pequeno
(tamanho de arroz) em uma placa de Petri ou copo plástico;
• Umedecer ligeiramente (mantendo úmido nos dias seguintes);
Método de Baermann-Moraes
• Tomar 8 a 10g de fezes ou material de coprocultura.
• Colocar numa gaze dobrada em quatro ou tela de náilon, formando uma pequena
“trouxa”.
• Colocar o material assim preparado sobre um funil de vidro, contendo um tubo de
borracha com um tubo de vidro, conectado em sua extremidade inferior;
• Adicionar ao funil água aquecida (45oC) em quantidade suficiente para entrar em
contato com as fezes;
• Deixar uma hora em repouso;
• As larvas vivas presentes vão migrar para o tubo na parte inferior do tubo de
borracha.
• Derramar o líquido presente neste tubo em uma placa de petri e observar as larvas
presentes ao microscópio, coradas com lugol.
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Quadro comparativo com as principais características dos parasitos mais comuns
encontrados em exames de fezes humanas
Parasito Foto Características
Protistas
Trofozoíto de 12-60 µ, assimétrico, um núcleo esférico e
Entamoeba
com cariossoma central.
histolytica
Helmintos - Nematoda
Ovos férteis de 60x45 µ, Arredondado ou ovóide, com uma
Ascaris casca espessa. Coberto com uma camada
espessa e irregular chamada camada
(Família Ascarididae) mamilonada. Normalmente de cor marrom.
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Ovos férteis de 60x45 µ, Arredondado ou ovóide, com uma
Ascaris casca espessa. Coberto com uma camada
espessa e irregular chamada camada
(Família Ascarididae) mamilonada. Normalmente de cor marrom.
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Helmintos - Plathyhelminthes
Ovos de Taenia Ovos redondos ou sub-esféricos, com
diâmetro de 31 to 43 µm, com uma espessa
casca radialmente estriada, normalmente
de cor marrom. Dentro de cada ovo há um
embrião (oncosfera) com 6 ganchos.
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