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ALTA IDADE MÉDIA=FORMAÇÃO

O SÉCULO V No ano 406 os germânicas(francos, godos, vândalos, anglos, saxões, visigodos,


alamanos, etc.) transpõem a fronteira do rio Reno: é grande invasão, que acentua a ruralização da
sociedade romana, ou seja, o êxodo urbano, a decadência da agricultura e, principalmente, do
artesanato e do comércio, o escambo se generaliza. Essas invasões formam a 1ª onda das invasões
bárbaras e compõem(junto com a decadência interna de Roma) as origens do feudalismo. Em 476 o
último imperador romano é derrubado e ocorre a fragmentação total do Império do Ocidente e o
surgimento de vários e instáveis reinos germânicos. É o fim oficial da Idade Antiga e o início da Idade
Média. Enquanto isso, a parte oriental do Império Romano sobrevive e passa a ser conhecida como
Império Bizantino, por causa do nome da sua capital, a cidade de Bizâncio (ou Constantinopla).
O SÉCULO VI Em 507 Clóvis, rei dos francos derrota outros reis germânicos e inicia a expansão dos
francos. Posteriormente converte-se ao cristianismo e inicia a aliança francos-Igreja. Aos poucos os
francos conquistam a maior parte dos outros reinos germânicos, formando um império(Mapa pág.102).
O SÉCULO VII Em 622 no Ocidente, os francos continuam a consolidar seu poder e no
Oriente(Arábia), Maomé inicia a pregação do islamismo, uma nova religião, baseada no monoteísmo,
na esmola, na oração 5 vezes ao dia voltado para Meca, a peregrinação à Meca ao menos uma vez na
vida e a jihad islâmica. Em 10 anos ele unifica o povo árabe e inicia a expansão muçulmana contra o
Império Persa e o Império Bizantino. Seus sucessores conquistam o Oriente Médio e o norte da África.
O SÉCULO VIII  A expansão árabe-muçulmana continua no Oriente, enquanto no Ocidente, no ano
de 754, Pepino, rei dos francos, doa ao Papado a Itália Central, que se torna domínio da Igreja e a
aliança entre os francos e o papa se consolida. Um dos motivos é o medo da expansão dos
muçulmanos. Os francos dão proteção militar e a Igreja dá apoio ideológico e ajuda a organizar a
administração do reino. Entre 768–814 ocorre o reinado de Carlos Magno que pelas bênçãos da Igreja
e pela força se impõe aos senhores feudais e confirma a doação do seu pai ao Papado. Com o apoio da
Igreja organiza o Renascimento Carolíngio(criação de escolas para melhor preparar os membros do
clero para o exercício dos cargos eclesiásticos e no governo e apoio aos monges copistas).
O SÉCULO IX Em 834 começam as invasões vikings(2ª onda das invasões bárbaras), que inclui a
expansão muçulmana e os magyares na Hungria. Por causa disso e por guerras internas o Império
Franco (Carolíngio) se fragmenta: após a morte de Carlos Magno em 814 seu filho e herdeiro, Luís,
enfrenta a rebeldia dos seus 3 filhos(netos de Carlos Magno). Em 840 Luís morre e seus 3 filhos, após
guerrearem entre eles mesmos, dividem o império no ano 843. É a falência do poder central e
continuação do aumento gradativo dos poderes dos senhores feudais que, pouco tempo depois passam
a transmitir seus feudos aos herdeiros sem precisar da autorização do rei. Não deixa de haver um
certo caos, pois cada feudo tem autonomia econômica e política, com suas próprias leis e moedas. O
feudalismo se consolida e a Igreja se afirma como a maior autoridade da Europa, colocando-se acima
dos reis e senhores feudais, baseada na idéia de que sua função(cuidar da alma) é superior à função
dos reis e dos senhores feudais(cuidar do lado material da vida, dos negócios de governo). O apogeu
do poder papal ocorrerá entre os séculos XI e XIII.
O SÉCULO X Em 960 termina a 2ª onda de invasões e uma paz relativa se espalha pela Europa, o
clima torna-se mais ameno, a população volta a crescer. Estes 3 aspectos formam as bases para uma
nova fase: a Baixa Idade Média dos séculos XI ao XIII.
BAIXA IDADE MÉDIA=APOGEU
A 2ª fase da Idade média é a Baixa Idade Média(XI ao XIII) ou Apogeu do Feudalismo, também
chamada Renascimento Comercial e Urbano ou Origens do Capitalismo. Uma nova classe cresce
junto(a burguesia). Moedas são cada vez mais cunhadas e a burguesia cria os bancos e os cheques.
Um saber superior se faz necessário e surgem as universidades, com os cursos de direito, teologia e
medicina.
Os principais acontecimentos desse período foram:
1) Apogeu do Feudalismo: A Sociedade Feudal  A sociedade feudal era composta por três ordens ou
estados sociais básicos: senhores eclesiásticos(ex. bispos), senhores laicos(ex. condes) e servos. A
estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que a condição de um indivíduo
era determinada pelo nascimento, ou seja, quem nasce servo será sempre servo. Utilizando os
conceitos predominantes hoje, podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência e etc, eram
características que não podiam alterar a condição social de um homem. Os senhores eram o
proprietário dos meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de
camponeses que produziam a riqueza social. O clero possuía grande importância no mundo feudal,
cumprindo um papel específico em termos de religião, de formações sociais, morais e ideológicas. Na
maioria dos casos, o alto clero(bispos, arcebispos, abades) vinha da alta nobreza e muitos
acumulavam títulos, por exemplo, bispo-conde, arcebispo-duque. A maioria dos historiadores retrata a
divisão desta sociedade segundo as palavras que o Bispo Adalberon de Laon escreveu no século XI:
“na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto
inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu
apoio aos outros”. Seriam os Oratores, Bellatores e os Laboratores.
O termo feudo originariamente significava “benefício”, algo concedido a outro, e que normalmente era
terra, daí sua utilização como sinônimo da “propriedade senhorial”. Suserano é o senhor que concede o
benefício, enquanto que vassalo é o senhor que recebe o benefício. Esta relação, na verdade bastante
complexa, tornou-se fundamental durante a Idade Média e serviu para preservar os privilégios da elite
e materializava-se a partir de três atos: a homenagem , a investidura e o juramento de fidelidade.
Normalmente o suserano era um grande proprietário rural e que pretende aumentar seu exército e
capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um homem que necessita de terras e camponeses.
A Política Feudal  No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe a
noção de Estado ou mesmo de nação. Portanto consideramos o poder como localizado, ou seja,
existente em cada feudo. Apesar da autonomia na administração da justiça em cada feudo, existiam
dois elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a própria ordem vassálica, onde o vassalo
deve fidelidade a seu suserano e o rei era considerado o maior dos suseranos; o segundo é a influência
da Igreja Católica, única instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na
época, fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à “vontade de Deus”. É claro que a
Igreja não tinha controle absoluto sobre tudo, mas era incontestavelmente a força predominante.
É importante visualizar a figura do rei durante o feudalismo, como suserano-mor, no entanto sem
poder efetivo devido à própria relação de suserania, que obrigava o rei a respeitar as prerrogativas dos
seus vassalos, e a tendência à auto-suficiência econômica de cada feudo, ao menos no início.
2) As Cruzadas foram expedições militares, empreendidas por cristãos da Europa ocidental a fim de
libertar o Santo Sepulcro do domínio muçulmano, mas os verdadeiros motivos eram mais
materialistas: o desejo do papado de reunificar a cristandade, separada desde o cisma do Oriente; a fé
religiosa e a existência no Ocidente europeu de uma ordem militar, cuja finalidade máxima era a
defesa da fé; a atração da luta em países desconhecidos e o afã de conquistar no Oriente, terras,
riquezas e poder; etc.
Uma das cruzadas mais importantes foi a Quarta cruzada, pregada pelo papa Inocêncio III, a que se
uniram muitos cavaleiros, sobretudo franceses; mas, em vez de atingir Jerusalém, os cruzados
atacaram Constantinopla, dando combate, não aos muçulmanos, mas aos cristãos do Oriente.
Conquistaram o império bizantino e fundaram o Império Latino de Constantinopla. Responsável por tal
mudança foi a ação da cidade de Veneza, interessada na abertura, para seu comércio, dos portos do
império bizantino e em consolidar sua hegemonia marítima e comercial na zona do Mediterrâneo
oriental.
A outra importante foi a chamada Cruzada das Crianças. Em 1212, dois adolescentes, o pastor francês
Estevão de Blois e o alemão Nicolas, reúnem milhares de jovens nas cruzadas das crianças. A maior
parte de seus componentes morreu antes mesmo de haver atingido o mar, outros foram vendidos
como escravos pelos armadores responsáveis pelo seu transporte, ou capturados pelos piratas.
Resultado das Cruzadas Embora não significassem um triunfo militar, as cruzadas exerceram
poderosa influência na Europa ocidental. A cultura do Ocidente se enriquece pelo contato com a do
Oriente; desenvolve-se o conhecimento da ciência e da filosofia greco-islamita; aprofunda-se o fosso
entre cristãos e muçulmanos, o nacionalismo europeu se desenvolve. Contribuem as cruzadas para o
enfraquecimento parcial do feudalismo: muitos senhores morrem, outros empobrecem gradualmente
por dívidas, ou se estabelecem no Oriente, disto se aproveitando o poder real (sobretudo na França),
para destruir a independência política da feudalidade.
No campo econômico as transformações são mais profundas: cultivam-se novas espécies de produtos
agrícolas, como o arroz, a cana-de-açúcar. O estímulo ao comércio e às manufaturas desenvolve a vida
urbana, onde predomina a classe burguesa, hostil ao senhor feudal. Há enorme expansão entre o
comércio da Europa ocidental e a Ásia. Implantam-se o sistema bancário e do crédito europeu. O
mediterrâneo, aberto às frotas européias, facilita a expansão mercantil, sobretudo de Gênova e
Veneza. Com o incremento da economia monetária há a decadência do isolamento senhorial; os
grandes proprietários de terras aumentam o peso do encargo dos camponeses para manter-se seu
nível de vida, o que gera o descontentamento e fuga dos servos para as cidades.
No plano espiritual, os contatos permanentes com o pensamento oriental despertaram muitas idéias
heréticas na Europa ocidental. Em relação ao papado, as cruzadas provaram a incapacidade dos papas
em dirigir temporalmente a cristandade e sua política deixou apenas uma herança amarga, que tornou
o cisma irreparável entre cristãos ocidentais latino e os cristãos greco-orientais ou ortodoxos. As
cruzadas balizam o início dos tempos modernos. Nelas, fase de transição, há muito de medieval – a
cavalaria, a ascendência da Igreja, o feudalismo, a arte militar. Mas há também muito de moderno – o
comércio internacional, a interpenetração de culturas, a vida urbana, as manufaturas – e de
contemporâneo: o imperialismo europeu, o colonialismo.s.
3) Renascimento Comercial e Urbano Apesar de consagrada, a expressão “Renascimento” deve ser
utilizada com cuidado, pois indica erroneamente que o comércio e as cidades desapareceram entre os
séculos V e X, o que não ocorreu. Houve uma grande decadência das cidades, da cultura urbana(ex. da
escrita) e da economia monetária com a desintegração do Império Romano (ruralização), trazendo
incertezas, instabilidades que não estimulavam empreendimentos mais arriscados, mas o comércio e
as cidades jamais desapareceram durante esse período.
Entre os X e XI a sociedade feudal passou por profundas transformações. A invenção de um novo tipo
de arado com pontas de metal e novas formas de aproveitamento das terras, como a rotação trienal,
resultaram no aumento da produção de alimentos que se relaciona ao vertiginoso crescimento da
população.
O revigoramento do comércio estava intimamente ligado ao incremento das cidades. Os mercadores
traziam-lhe as matérias- primas, os artesãos as transformavam em objetos fabricados que aqueles
tornavam a levar. À medida que o comércio se ampliava, surgiam cidades na confluência de estradas,
na desembocadura de rios ou em colinas. Assim, nas cidades medievais, conhecidas genericamente
como burgos, foi-se formando uma nova classe social ligada ao comércio, que passou a ser conhecida
como burguesia. Artesãos e negociantes eram, como os camponeses, sujeitos a senhores feudais, a
quem deviam impostos. Mas a população das cidades , que vivia do artesanato e do comércio, não se
assemelhava aos camponeses: gostava de novidades e tinha espírito empreendedor. Logo os
burgueses uniram-se para conseguir dos seus senhores vantagens e lutar por direitos, que se
chamavam liberdades ou privilégios e, nessas lutas, muitas vezes os burgueses apelavam para o rei,
que os apoiavam, interessados em enfraquecer o poderio dos senhores feudais, pois cada cidade
libertada do nobre local passava a pagar impostos diretamente ao rei e a depender da sua justiça,
criando fortes laços com a monarquia.
No século XIII, na Europa Ocidental, somente duas regiões trabalhavam para a exportação: na França,
o feudo de Flandres, isto é, uma parte da Bélgica atual e as províncias do Norte; na Itália, a Toscana,
onde Florença era a principal cidade. Flandres e Toscana eram especializadas na produção de tecidos.
Para melhor organizar a produção, a burguesia organizava oficinas artesanais.
A oficina artesanal era composta por três níveis hierárquicos: o aprendiz, o jornaleiro e o mestre. O
aprendiz era iniciado pelo mestre nos segredos do ofício e nada recebia, muito pelo contrário, não raro
sua família pagava ao mestre para que o rapaz aprendesse uma profissão. Após longo período de
aprendizagem, viria a ser um jornaleiro, recebendo um salário e alguns poderiam se tornar mestres,
recebendo licença da corporação para abrir sua própria oficina. Por fim, o mestre de artes e ofícios era
o proprietário da oficina artesanal, era o burguês.O último traço característico, a atividade artesanal,
era estritamente regulamentada pelas autoridades burguesas da cidade e para defender seus
interesses, os artesãos organizaram-se em associações ou corporações.
A corporação tinha o monopólio da profissão: não podia exercer o ofício na cidade quem não entrasse
na corporação. Assim, quase todas as cidades possuíam diversas corporações, como por exemplo, a
dos sapateiros, a dos tecelões, a dos curtidores, etc. As corporações tinham por objetivo regulamentar
a profissão, evitando excesso de pessoas no mesmo ofício, controlar a qualidade e o preço do produto,
dificultando a concorrência, dirigir o aprendizado da profissão e amparar os artesãos necessitados.
Além disso, possuía caráter religioso, pois cada corporação possuía seu santo padroeiro, para o qual
mandava celebrar missas e organizava procissões.
Para melhor defender seus interesses, os mercadores fizeram como os artesãos, associaram-se. As
associações de mercadores chamavam-se hansas. Surgidas no século XII, aglutinavam mercadores de
diversas cidades. A mais poderosa de todas foi a Hansa Teutônica ou Liga Hanseática, reunindo cerca
de noventa cidades do norte da Europa, sob a liderança de Lübeck. Com uma numerosa esquadra e
amplos recursos financeiros, monopolizou o comércio do mar Báltico e estendeu seu raio de ação até a
Rússia ocidental.
As Rotas Comerciais do Norte e do Sul da Europa: O Mediterrâneo, ao sul, permaneceu o centro mais
ativo do comércio marítimo. As Cruzadas, a fundação de principados feudais no Oriente deram um
grande desenvolvimento ao comércio mediterrâneo. A segunda via em importância era através do Mar
do Norte e do Mar Báltico, com os portos da Hansa dominando o comércio do litoral norte da Europa.
Mercados e Feiras: O apogeu das feiras medieval foi alcançados nos séculos XII a XIV, quando
praticamente monopolizaram o grande comércio terrestre. Em regra, eram escolhidas as ocasiões de
festas religiosas para aproveitar a freguesia de fiéis reunidos ou em festas e espetáculos para um
divertimento da população em geral, submetido a regras municipais, à polícia e à justiça da cidade. As
operações bancárias, que quase cessaram desde o fim do Império Romano, recomeçaram. Já dispunha
de importantes capitais e dedicavam-se a quase todas as operações bancárias que seus sucessores
fazem ainda hoje. Sobre o ponto de vista econômico, as feiras alteraram a noção do valor, reabilitaram
o dinheiro e o crédito, fazendo surgir o cheque e as letras de câmbio e deram nova base à lei da oferta
e da procura, regularizando o comércio. Essa importância do dinheiro a partir do fim do século XII
constitui uma verdadeira revolução econômica: pense que há mais de oito séculos a terra era a única
riqueza na Europa ocidental e a agricultura o único recurso. Esta revolução econômica fortaleceu, em
detrimento da nobreza ligada à terra, a burguesia ligada ao dinheiro e lançou as bases do capitalismo.
4) Estilo Arquitetônico Gótico A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é
a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único portal, a igreja gótica tem
três portais que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano
superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas
das torres de algumas igrejas góticas. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do
estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. Outros
elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais
coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais góticas mais
conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
A BAIXA IDADE MÉDIA=CRISE
A 3ª fase também é chamada de Baixa Idade Média, mas engloba os séculos XIV e XV, e por isso
recebe o nome de Crise dos Séculos XIV e XV ou Crise do Feudalismo ou, ainda, Passagem do
Feudalismo para o Capitalismo. Também recebe o nome de Passagem da Idade Média para Idade
Moderna.
1) Formação dos Estados Nacionais as monarquias feudais passaram por um longo processo entre
os séculos XI e XV e se deu pela luta dos reis contra duas forças: o particularismo(representado pelas
forças locais como os feudos e algumas cidades que desejavam manter sua autonomia) e o
universalismo (representado pelo Sacro Império e pela Igreja, que pretendia ser suserana universal a
partir da idéia de sua maior proximidade de Deus). Assim, o fortalecimento das monarquias caminha
junto com a idéia de formação do Estado-nação que conhecemos hoje, baseado no governo único
centralizado e soberano, fronteira definida e cultura própria. Para chegar a esse ponto o rei precisava
controlar 3 aspectos da vida do seu país: a força militar, a administração da justiça e a tributação.
Vejamos agora os casos mais importantes:
A França: os reis passaram a apoiar cada vez mais a autonomia das cidades diante da nobreza;
criaram o cargo de bailio e senescal(funcionário real encarregado de recolher tributos e de aplicar a
justiça real nos feudos); criaram um corpo de legistas(funcionários formados nas universidades e
originários da burguesia, que se utilizavam do direito romano para estruturar juridicamente,
politicamente e ideologicamente o poder do rei) que funcionavam como ministros do rei. Assim
fortalecido, em 1290 o rei Filipe IV, o Belo começou a interferir nas finanças da Igreja e a cobrar
alguns impostos sobre o clero, gerando inúmeros conflitos com os papas.
A Inglaterra: entre 1066 e 1199 a monarquia inglesa seguiu os passos da francesa, com a criação de
funcionários reais chamados xerifes, com a mesma função do bailio e do senescal, mas em 1214 o rei
João Sem Terra foi derrotado numa guerra contra a França e ficou de tal forma enfraquecido e
desmoralizado que os nobres, o clero e a burguesia se aliaram e em 1215 impuseram-lhe um
documento chamado Magna Carta, no qual o rei ficava proibido de criar impostos sem o consentimento
do Parlamento e de decretar a prisão de alguém sem motivo legal(habeas corpus). Aos poucos o
Parlamento ampliou seus poderes, pois os reis passaram a depender dele para declarar a guerra e a
paz. Por isso a Inglaterra nunca foi absolutista no mesmo grau da França, pois os reis sempre
precisaram negociar com o Parlamento até mesmo sua dotação orçamentária, ou seja, o quanto o
governante poderia gastar.
Portugal e Espanha: por causa do domínio muçulmano na península ibérica, os papas declararam que
as guerras dos portugueses e espanhóis contra os muçulmanos também receberiam o título de
“cruzadas”. Assim, nesses países a formação do Estado Nacional foi marcada pela luta contra um
inimigo externo, além dos tradicionais problemas contra a nobreza e a Igreja. Portugal conseguiu se
unificar no final do século XIII, sendo o primeiro país europeu a conseguir isto e a Espanha só
conseguiu com a expulsão do último rei mouro(muçulmano) de Granada, em 1492.
No período anterior a Europa viveu um período de grande desenvolvimento conhecido como
Renascimento Comercial e Urbano, porém, na passagem para o século XIV a engrenagem começou a
falhar, os elementos do modelo de organização feudal começaram a apresentar sinais de esgotamento,
mergulhando a cristandade numa crise sem precedentes.
Os Principais Aspectos Atingidos Pela Crise:
Demográfico – o crescimento populacional ocorrido entre os séculos XI e XIII exigiu uma expansão das
atividades econômicas e dos arroteamentos, como meio de prover a nova demanda, mas as limitações
técnicas condicionaram a produção agrícola a áreas cultivadas cada vez maiores, resultando em
desmatamento e drenagem desordenada dos pântanos. Para piorar a situação, chuvas e inundações
em algumas regiões,queda de temperatura e chuvas escassas em outras agravaram a destruição das
plantações. Nesse quadro, as doenças avançam: a peste negra e a peste pneumônica, provocaram um
recuo demográfico de 20 a 80%, dependendo da região.
Econômico – com o encolhimento dos recursos naturais, dos investimentos e da força de trabalho, a
produção agrícola e artesanal decaíram e, para piorar, as guerras agravaram a situação, pois os reis
lançavam cada vez mais impostos extraordinários para cobrir as despesas bélicas, aumentando a
inflação. As dificuldades para a realização de negócios e a inadimplência com os bancos levou à
falência diversas casas bancárias.
Social – em meio a esse caos, a velha sociedade de ordens ou estamentos se esfacelava, com
crescimento da burguesia e dos trabalhadores assalariados. A nobreza e o clero aumentam as
exigências sobre os servos, para aliviar seus prejuízos. Os servos se rebelam e muitos fogem para as
cidades.
Político – marcado pelo declínio da Igreja, que afirmava ter poderes universais. Também declinou o
poder da nobreza, prejudicado pelas guerras, e a autonomia política que a burguesia havia conseguido
nas cidades. Eram os chamados “poderes locais”, pois eram exercidos em um espaço restrito: o feudo
e a cidade. Assim, no vácuo deixado por essas decadências, cresce o poder dos monarcas (ex. França,
Portugal, Espanha, Inglaterra), que, lentamente, caminham para a centralização.
Cultural-Religioso – o latim declina, pois se verifica o crescimento dos idiomas nacionais. As
manifestações culturais oscilam do mais estrito racionalismo ao mais fervoroso misticismo, a literatura
e a pintura se dedicam a expor temas macabros e a fragilidade humana, a Filosofia começa a se
libertar da Teologia e os intelectuais e artistas buscam inspiração na Antiguidade Clássica.
Mental-Religioso – o referencial de tudo na Idade Média era a religião, o sagrado, típico das sociedades
agrárias que viviam à mercê das “desconhecidas e incontroláveis” forças da natureza. O resultado
disso foi uma imensa insegurança coletiva quanto à vida material (ex. o sucesso ou fracasso das
colheitas) e à vida espiritual (ex. a salvação ou perdição da alma). Por isto eram comuns as
procissões, as peregrinações, o culto às relíquias, o medo da noite e do escuro que é, de certa forma,
a negação da luz como símbolo de Deus.
CONCLUSÃO: Todos esses elementos são, na verdade, aspectos diferentes de uma mesma realidade.
Eles se relacionam à transição da Idade Média para a Idade Moderna, uma época de crise, sem dúvida,
mas também de construção de novos tempos, os tempos modernos.
Profº Ricardo Arruda.

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