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ESTUDO DE CRESCIMENTO – ABUB-ITA.

NOTA: Este estudo foi baseado em:


- “Gênesis Hoje, Gênesis e as Questões da Ciência”, do Dr. Ernest Lucas;
- “Estudo no livro de Gênesis”, do Dr. Antônio Neves Mesquita.

1.No princípio, criou Deus os céus e a a sua espécie. E viu Deus que isso era
bom.
terra. 13
2 Houve tarde e manhã, o terceiro dia.
A terra, porém, estava sem forma e vazia; 14
Disse também Deus: Haja luzeiros no
havia trevas sobre a face do abismo, e o
firmamento dos céus, para fazerem
Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3 separação entre o dia e a noite; e sejam
Disse Deus: Haja luz; e houve luz.
4 eles para sinais, para estações, para dias
E viu Deus que a luz era boa; e fez
e anos.
separação entre a luz e as trevas. 15
5 E sejam para luzeiros no firmamento
Chamou Deus à luz Dia e às trevas,
dos céus, para alumiar a terra. E assim se
Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro
fez.
dia. 16
6 Fez Deus os dois grandes luzeiros: o
E disse Deus: Haja firmamento no meio
maior para governar o dia, e o menor para
das águas e separação entre águas e águas.
7 governar a noite; e fez também as
Fez, pois, Deus o firmamento e
estrelas.
separação entre as águas debaixo do 17
E os colocou no firmamento dos céus
firmamento e as águas sobre o
para alumiarem a terra,
firmamento. E assim se fez. 18
8 para governarem o dia e a noite e
E chamou Deus ao firmamento Céus.
fazerem separação entre a luz e as trevas.
Houve tarde manhã, o segundo dia.
9 E viu Deus que isso era bom.
Disse também Deus: Ajuntem-se as 19
Houve tarde e manhã, o quarto dia.
águas debaixo dos céus num só lugar, e 20
Disse também Deus: Povoem-se as
apareça a porção seca. E assim se fez.
10 águas de enxames de seres viventes; e
A porção seca chamou Deus Terra e ao
voem as aves sobre a terra, sob o
ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus
firmamento dos céus.
que isso era bom. 21
11 Criou, pois, Deus os grandes animais
E disse: Produza a terra relva, ervas que
marinhos e todos os seres viventes que
dêem semente e árvores frutíferas que
rastejam, os quais povoavam as águas,
dêem fruto segundo a sua espécie, cuja
segundo as suas espécies; e todas as aves,
semente esteja nele, sobre a terra. E assim
segundo as suas espécies. E viu Deus que
se fez.
12 isso era bom.
A terra, pois, produziu relva, ervas 22
E Deus os abençoou, dizendo: Sede
que davam semente segundo sua
fecundos, multiplicai-vos e enchei as
espécie e árvores que davam fruto, cuja
semente estava nele, conforme águas
dos mares; e, na terra, se multipliquem as mar, sobre as aves dos céus sobre todo
aves. animal que rasteja pela terra.
23 29
Houve tarde e manhã, o quinto dia. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho
24
Disse também Deus: Produza a terra dado todas as ervas que dão semente e se
seres viventes, conforme a sua espécie: acham na superfície de toda a terra e
animais domésticos, répteis e animais todas as árvores em que há fruto que dê
selváticos, segundo a sua espécie. E semente; isso vos será por mantimento.
30
assim se fez. E a todos os animais da terra, e a todas
25
E fez Deus os animais selváticos, as aves dos céus, e a todos os répteis da
segundo a sua espécie, e os animais terra, em que há fôlego de vida, toda erva
domésticos, conforme a sua espécie, e verde lhes será por mantimento. E assim
todos os répteis da terra, conforme a sua se fez.
31
espécie. E viu Deus que isso era bom. Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que
26
Também disse Deus: Façamos o homem era muito bom. Houve tarde e manhã, o
à nossa imagem, conforme a nossa sexto dia.
semelhança; tenha ele domínio sobre os 2. Assim, pois, foram acabados os céus e
peixes do mar, sobre as aves dos céus,
a terra e todo o seu exército.
sobre os animais domésticos, sobre toda a 2
E, havendo Deus terminado no dia
terra e sobre todos os répteis que rastejam
sétimo a sua obra, que fizera, descansou
pela terra.
27 nesse dia de toda a sua obra que tinha
Criou Deus, pois, o homem à sua
feito.
imagem, à imagem de Deus o criou; 3
E abençoou Deus o dia sétimo e o
homem e mulher os criou.
28 santificou; porque nele descansou de toda
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede
obra que, como Criador, fizera.
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do
Gênesis 1:1 a 2:3, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida

Estudo e Discussão:

1) Tendo por base apenas a gramática hebraica, é possível traduzir Gênesis 1:1-2 de duas formas diferentes:
“1No início, quando Deus criou o universo, 2a terra era sem forma e desolada...” (The Good News Bible)

“1No princípio criou Deus os céus e a terra. 2A terra, porém, era sem forma e vazia...” (ERAB)

a) Qual a diferença entre elas? (ver complemento I)

1. a) A primeira admite a possibilidade de Gênesis 1 não começar com um nada, mas com a existência
de matéria sem forma, à qual Deus dá forma e ordem. Em outras palavras, ela não fala do começo
absoluto do universo.

b) Leia os textos abaixo:

“6Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. 7Ele ajunta em montão as
águas do mar; e em reservatório encerra as grandes vagas. 8Tema ao Senhor toda a terra, temam-no todos os
habitantes do mundo. 9Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.”
Salmo 33:6-9, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida.
A eternidade da Sabedoria
“22O Senhor me possuía no início de sua obra, antes de suas obras mais antigas. 23Desde a eternidade fui
estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra.”
Provérbios 8:22-23, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida.

“15Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; 16pois, nele, foram criadas todas as
cousas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados,
quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.”
Colossenses 1:15-16, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida.

“3Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a
existir das cousas que não aparecem.”
Hebreus 11:3, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida.

Tendo por base o que foi exposto, qual das duas interpretações de Gênesis 1:1-2 parece ser a mais
coerente? (Ver no complemento I)

b) Há algumas razões para preferir a segunda tradução. A primeira, seriam trechos bíblicos, como os
lidos. A segunda, “...o versículo1 fala da criação da terra ou, o mais provável, de todas as coisas (a
frase “céus e terra” é a forma hebraica de expressar isso, de onde vem a tradução “universo”). Assim,
parece estranho entender que o significado do versículo 2 é que a terra existia antes disso.”
(Trecho de Gênesis Hoje, Ernest Lucas)
Terceiro, essa é a maneira que a maioria dos eruditos judaicos e cristãos tem entendido a passagem.

2) Faça uma divisão Gênesis 1:1 a 2:3.


3) Monte um esquema-resumo dos dias da criação.

DIA 1: DIA 4:

DIA 2: DIA 5:

DIA 3: DIA 6:

DIA 7:

4) Releia Gênesis 1:26. Por que Deus diz “façamos”? (Ver complemento I)
“26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e
sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”

4. “Há três interpretações possíveis para este texto. (1) Que Deus está associando os anjos à criação do
homem, invocando seu cooperação. (2) Que Deus está falando em estilo real, à semelhança dos
antigos monarcas. (3) Que este pronome e este verbo no plural incluem as três pessoas da Trindade.”
Antônio Neves de Mesquita, Estudo no Livro de Gênesis
Os anjos não aparecem em nenhuma outra parte da criação, além do quê, seria uma honra
demasiado grande para seres criados. O estilo real não encontra-se nos escritos antigos, derrubando a
segunda interpretação. “A terceira é aceitável, por estar de acordo com o teor geral da Bíblia, de que
as três pessoas da Santíssima Trindade tomaram parte na criação (Gen. 1:2; João 1:1-5 e ref.)”
Antônio Neves de Mesquita, Estudo no Livro de Gênesis

5) O que podemos entender por “nossa imagem e semelhança”?

5. “Nossa imagem e nossa semelhança significam a mesma coisa. Não se podem referir à imagem física
de Deus, por que ele não tem forma. Deus é espírito.”
“Imagem e semelhança de Deus só tem paralelo no homem moralmente. Ele é um ser moral, racional
e espiritual.”
“Santidade é um atributo fundamental de Deus e deve, necessariamente, ser um atributo do ser criado
à sua imagem.”
Antônio Neves de Mesquita, Estudo no Livro de Gênesis

ABORDAGENS DE GÊNESIS

I. Abordagem literal

Ler Gênesis 1:1 a 2:3 segundo essa abordagem é entende-lo como um relato de como Deus criou o
mundo. É atraente, uma vez que faz as coisas parecerem simples e óbvias. Resumidamente, a abordagem
literal trata-se da visão da “terra jovem e geologia do dilúvio”.

a) A Idade da Terra:
Uma leitura simples e literal de Gênesis 1:1 a 2:3 implica numa leitura igualmente literal do restante
do livro, incluindo as genealogias. Segundo cálculos feitos pelo arcebispo Ussher, baseando-se nas
genealogias, a criação de Adão é datada em 4004 a.C. e o dilúvio ocorre em 2349 a.C. Entretanto, os
defensores de uma terra jovem não assumem essas datas (por exemplo, registros históricos egípcios e
mesopotâmicos anteriores a 2000 a.C., deixam claro que o dilúvio não poderia ter ocorrido em 2349 a.C.),
mas contentam-se com 10000 anos para a terra.

a.1) Argumentação: Mudança na Intensidade do campo magnético.


Um exemplo típico e popular dos argumentos “científicos” em favor de uma terra jovem é baseado
nas mudanças da intensidade do campo magnético da terra.Em 1973, Dr. T. Barners salientou que a
intensidade do campo magnético havia decaído gradualmente nos últimos 150 anos anteriores. Plotou os
valores e traçou uma adaptou uma exponencial. Extrapolando-a e admitindo constante a variação média do
campo magnético, Barners concluiu que a intensidade do campo magnético teria sido absurdamente alta há
20000 anos e, portanto, a terra não poderia ter mais que 10000 anos.

a.2) Contra-Argumentação: (1) Nenhum cientista extrapolaria os dados, pois a propagação de erros seria
enorme. (2) Os dados de Barners são esparsos e estão longe de se adaptar perfeitamente à uma curva.Um
cientista experiente, traçaria no máximo uma reta, o que já faz com que o campo magnético segundo Barners
fique absurdamente alto após mais de cem milhões de anos. (3) É duvidoso que o índice de mudança do
campo magnético tenha se mantido constante. Basta o exemplo de que num período de cem anos, ele
decresceu cerca de 30% na cidade do Cabo, o que implica em apenas alguns anos de idade para a terra.
A maior parte dos argumentos “científicos” a favor de uma terra jovem parece depender de
extrapolações questionáveis ou se firmar em dados de significação discutível – ou ambos. Não significa que
estejam errados, mas que precisam ser tratados com cuidado e submetidos a um exame mais crítico do que se
costuma.

b) Registro fóssil:
Admitir que a terra tem cerca de 10000 anos acarreta outro problema: como explicar os fósseis, que
aparecem em grupos distintos e numa ordem que parece ser fixa? Os defensores dessa abordagem
argumentam que a seqüência de fósseis são uma conseqüência do dilúvio de Noé.
b.1) Argumentação:
- Separação hidráulica: as criaturas mais densas e aerodinâmicas teriam descido primeiro até o fundo
do mar depois do dilúvio;
- Diferenças de mobilidade: as criaturas ágeis teriam conseguido fugir para os pontos mais altos,
afogando-se depois. Por isso os mamíferos são encontrados acima dos répteis.

b.2) Contra-Argumentação:
- Separação hidráulica: algumas criaturas especialmente grandes e densas, como tartarugas, nunca são
encontradas na camada mais baixa, enquanto que amonoídeos – moluscos leves pelo fato de suas
conchas compartimentos flutuantes cheios de ar – são encontrados nela;
- Diferenças de mobilidade: poderíamos esperar que restos fossilizados dos pterodáctilos, que
conseguiam voar, aparecessem em camadas superiores às dos dinossauros, mas não é o que ocorre.

Um argumento que por vezes é citado pelos defensores dessa abordagem baseia-se nas pegadas
humanas fossilizadas, supostamente junto a pegadas de animais. O exemplo mais conhecido fala das pegadas
encontradas no Rio Paluxey, em Texas. Na realidade, essas pegadas são de dinossauros de três dedos, cujas
pegadas são parecidas com humanas. O prórpio filho de Henry Morris (criacionista-fixista), John Morris,
reconhece que não há evidências científicas adequadas em tais exemplares.
Outro ponto bastante criticado desta abordagem é a sua interpretação literal da palavra “dia”. A palavra
“dia” muito raramente se refere ao período de 24 horas nas Escrituras.

“12Digo-vos que, naquele dia, haverá menos rigor para Sodoma do que para aquela cidade. 13Ai de ti,
Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se
fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza. 14Contudo, no juízo,
haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.”
Lucas 10:12-14, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida

Qual impressão se tem do texto lido? Que a palavra dia no verso 12 é mesmo um período de 24 horas?
Ou que a palavra dia do verso 12 se refere ao juízo (que poderá ser um dia, ou milhares, milhões deles) no
verso 14?
Há, ainda, outro ponto de discussão: o Evolucionismo. Muitos cristãos não suportam nem ouvir
“Darwin”. Outros procuram na Bíblia motivos para negar ou não a possibilidade da Evolução ter sido um
processo acionado por Deus. O fato é que a discussão é longa, a interpretação literal exclui totalmente a
possibilidade da evolução ser aceitável, e vale a pena outro estudo para tratar deste tópico.

II. Abordagens Conciliadoras de Gênesis 1:1 a 2:3

Várias têm sido as sugestões de interpretação de Gênesis 1 de modo que se esteja de acordo com as
descobertas da ciência moderna. Elas dizem respeito especialmente as evidências de uma terra antiga e dos
fósseis, e não tanto à evolução: são as abordagens “conciliadoras”. Grande parte de seus defensores rejeita a
evolução.
II. 1) Os “dias” foram “eras”.
São várias as interpretações deste tipo. O ponto em comum é a forma figurada dos dias da criação,
entendidos como eras sucessivas de vários milhões de anos. Em sua forma mais radical, a interpretação era-
dia vê a semana de Gênesis 1 como uma semana metafórica, retratada como se fosse uma semana normal de
trabalho. A natureza metafórica seria indicada na referência ao sétimo dia:

“2.Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e todo o seu exército. 2 E, havendo Deus terminado no dia
sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. 3E abençoou Deus o
dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda obra que, como Criador, fizera.”
Gênesis 2:1-3, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida

6) Você consegue achar o porquê? O que este versículo não tem que os outros têm?
5. O fato de não ser citado tarde e manhã como em todos os outros dariam a idéia de que o sétimo dia
ainda não terminou.
Outro ponto a favor:

“17 Mas ele disse: meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”
João 5:17, Bíblia Sagrada, João Ferreira de Almeida

Os que apóiam tal interpretação destacam que, embora não exata, há uma correlação geral entre a
ordem dos atos criadores e as evidências fósseis e geológicas. Discordâncias como tarde e manhã antes de Sol
e Lua são explicadas dizendo que o relato descreve fatos da maneira que um observador na terra os veria. O
argumento é que os astros só se tornaram visíveis quando se abriram as nuvens que provavelmente cobriram a
terra durante um longo período de sua história – talvez, em parte, ao efeito das plantas sobre a composição da
atmosfera.
Os que criticam essa abordagem argumentam que ela mais parece uma fuga do que uma explicação,
uma vez que para onde ela poderia estar falhando, seus argumentos parecem mais desculpas do que
explicações de fato.

II.2) Os dias da revelação:


Esta interpretação afirma que os dias de Gênesis são dias literais, mas que não se trata dos dias em
que Deus promoveu os atos de criação. São “dias de revelação” em que Ele revelou seu trabalho de criação
para o autor de Gênesis. Seu argumento parte da seguinte questão: como algum homem poderia vir a saber
acerca da atividade criadora de Deus, se não havia homem a não ser quase no final dessa?
A resposta é: somente se Deus o tivesse revelado. Gênesis 1 fornece um (breve) registro do processo
de revelação, que se estendeu por seis dias literais. A ordem dos atos de criação é considerada tópica ou uma
mistura de ordem cronológica e tópica (argumento semelhante a abordagem dia-era).
É provável que a maior fraqueza dessa idéia seja o fato de não haver nenhuma indicação clara em
Gênesis 1 que ele deva ser entendido como um relato sobre um processo de revelação, não um processo de
criação.

II.3) Uma lacuna na atividade criadora:


A teoria da “lacuna” ou da ‘reconstituição” foi apresentada pela primeira vez no século XVIII. Ela
foi popularizada por Scofield quando este adotou em sua Bíblia anotada. De acordo com essa teoria, Gênesis
1:1 faz referência à criação original da terra. Depois disso, a terra sofreu ruína e destruição em conseqüência
da rebelião e queda de Lúcifer e de alguns anjos. Para permitir isso, Gênesis 1:2 deve ser traduzido: “A terra
tornou-se sem forma e vazia”. O restante do capítulo pode ser entendido como Deus reconstruindo a terra em
seis dias literais. Todas as camadas rochosas, exceto a mais recente, são relegados à criação original.
Esta teoria sustenta sua argumentação num sentido muito raro do verbo “ser” no hebraico, usado em
Gênesis 1:2. Além disso, afirmações na Bíblia de um efeito tão destrutivo pela queda dos anjos não são
encontradas.

II. Abordagem literário-cultural

Na interpretação da Bíblia é muito importante verificar o tipo de linguagem do livro em questão. Esta
abordagem de Gênesis 1:1 a 2:3 toma essa questão como ponto de partida e procura interpretar o texto
segundo a ótica do autor e do povo a quem primeiro se destinou seus escritos.
 Que tipo de linguagem você acredita que há em Gênesis 1:1 a 2:3?

7) A partir do esquema-resumo dos dias da criação, procure estabelecer conexões entre eles.
7. Diz-se que a terra era sem forma e vazia quando foi criada. Os três primeiros dias lidam com sua
forma e os três seguintes com sua ocupação por meio de criaturas adaptadas às suas diversas partes.
As duas séries de dias formam um belo paralelo entre si, trazendo sensação de harmonia e beleza na
criação de Deus. É um efeito conhecido como paralelismo.

8) Quais expressões se repetem? E em que freqüência?


8. É interessante notar que muitas palavras e frases se repetem 3 ou sete vezes ou 10 vezes: “Disse Deus”
(3 vezes a respeito do homem, sete a respeito de outras coisas); “e viu Deus que isso era bom” e “assim se
fez” (sete vezes); “Deus abençoou”, “Deus criou”, “Deus criou o homem e a mulher” (três vezes).
Curiosamente, a introdução (1:1-2) contém, no hebraico, 21 palavras (3x7) e a conclusão, 35 (5x7).

9) Que intenção teria o autor ao adotar tal estrutura, com paralelismo e repetições tão cadenciadas? (ver
complemento I)
9. “Tudo isso, afirmam, aponta para um autor interessado principalmente no simbolismo (neste caso, no
simbolismo numérico) e, portanto, não preocupado (ou inspirado) em dar um relato cronológico exato.”
Trecho de Gênesis Hoje

A esta abordagem não-literal acrescenta-se um argumento cultural: qual o significado que o texto
teria para o autor e para os leitores originais? Estariam eles tão preocupados em saber como Deus criou o
mundo? Ou, ainda, em que leis e que processos Deus acionou na criação da vida?

Leia o texto abaixo:


“14 Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a
noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.
15
E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez.
16
Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez
também as estrelas.
17
E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra,
18
para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era
bom.
19
Houve tarde e manhã, o quarto dia.”
Gênesis 1:14-19, Bíblia Sagrada, João Ferreira Almeida

10. Há, em hebraico, palavras perfeitamente adequadas e comuns para sol e lua. Qual teria sido, então, a
razão para o autor designar sol e lua apenas como “luzeiros” no verso 14?
“A resposta provável é que nas línguas semíticas, das quais faz parte o hebraico, as palavras “sol” e “lua”
são, também, nomes de deuses. Os povos vizinhos dos hebreus cultuavam os corpos celestes, e Gênesis
1:14-19 é um ataque contra todas as coisas desse tipo. Os corpos celestes são simples “luzeiros’
(exatamente como grandes lâmpadas de óleo), criados para servir aos homens como referências de
calendário (e não para serem servidos pelos homens).” Trecho de Gênesis Hoje

No texto em hebraico, o verbo bara, usado somente para a atividade criadora de Deus (independente
de matéria), aparece três vezes: nos versículos 1, 21 e 27. Faz sentido que tal verbo seja utilizado no versículo
1, no ato inicial da criação, e no versículo 27, na criação do homem, ato final do processo de criação. Mas por
que no versículo 21?

“21 Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais
povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies. E viu Deus que
isso era bom.”
Gênesis 1:21, Bíblia Sagrada, João Ferreira Almeida

Qual seria a razão do uso do verbo bara neste versículo? Nas histórias babilônicas da criação os
“monstros marinhos” ocupam lugar de destaque: o criador precisava destruir as forças do caos, representadas
por monstros marinhos. Gênesis 1:21 seria um ataque a isso, afirmando claramente que o criador não
precisava subjugar criaturas marinhas para proceder sua criação: Ele as havia criado!

- Críticas: os literalistas consideram tal abordagem sutil demais e alegam fazerem uma leitura bem mais
simples e óbvia de Gênesis. Entretanto:

“Reina o Senhor. Revestiu-se de majestade; de poder se revestiu o Senhor e se cingiu. Firmou o mundo, que
não vacila.”
Salmos 93:1, Bíblia Sagrada, João Ferreira Almeida
Textos como este eram usados para afirmar que o sol se movia ao redor da terra, e não ao contrário.
Parecia simples e óbvia tal interpretação, mas sabemos que ela é errônea.
Outra crítica é que a abordagem literário-cultural passa ao longo das questões levantadas pela
ciência. Na realidade, tal abordagem leva em conta a natureza distinta das duas revelações de Deus: a bíblica
(mais importante) e a científica. Elas não devem entrar em conflito.

CONCLUSÕES e REFLEXÕES

Os que adotam uma abordagem literal parecem não gastar o tempo e a energia necessários para
examinar a passagem através dos olhos dos antigos israelitas, a quem se destinava de início.
A interpretação literalista entra em conflito direto com a idade da terra, determinada pelos cientistas
através de diversos métodos independentes, todos dando alguns bilhões de anos.
Outro aspecto importante a considerar é o seguinte: os criacionistas-fixistas, que adotam uma
interpretação literal de Gênesis, argumentam que a terra foi criada de modo a parecer velha. Logo, por ser
Deus perfeito e por supostamente ter Ele adotado tal estratégia na criação, evidências de uma terra jovem não
deveriam ser encontradas. Ora, entramos em contradição: os literalistas buscam argumentos ditos científicos
para comprovarem sua interpretação. Tal contradição é citada em livros de autores como Ernest Lucas e Peter
James Cousins.
A teoria da evolução não é compatível com a abordagem literal. Não que se admita tal teoria como
verdadeira. Vários são os pontos em que ela falha. Mas ela não é totalmente descartável, e é a forma como os
cientistas atuais procuram entender a origem das espécies, não havendo nenhuma razão teológica forte para
negar a possibilidade de Deus ter usado um processo evolutivo para dar existência às formas de vida que
desejava.

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