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Turista da vida!

Você conhece Veneza e não conhece Recife, conhece a Suíça e não conhece Campos do Jordão.
Já leu Camões e não leu Castro Alves, já foi à ex-prisão de Alcatraz e não foi à casa de detenção.
Passeou pela Golden Gate em San Francisco e tem nojo do Minhocão.
Tem foto na Torre Eiffel e acha cafona ser fotografado no Cristo Redentor.
Conhece as Cataratas de Niágara e acha a Foz do Iguaçu apenas razoável.
Chorou diante do Big-Ben e não se comove diante do relógio da Central que marca horas tristes de
passageiros e ingentes.
Adorou o insignificante Rio Danúbio e despreza uma esticada ao Amazonas.
Leu a vida de Hitler e ignora a de Jesus.
Desconhece a Boca do Lixo, mas diz com orgulho que já foi à Broadway.
Acha sensacional o fog londrino e nunca parou pra penar na poluição paulista.
Já foi a Hong-Kong e nem de leve pensou em ir a Manaus.
Conhece o guru da Índia e jamais falou de João XXIII.
Passeou pela Via Veneto sem nunca ter passado pela Via Dutra.
Adora Rolls Royce e tem ódio de fusquinha.
Tem postal da Casa Branca e não tem do Palácio da Alvorada.
Viu a Rainha Elizabeth e não viu a Rainha da nossa Escola de Samba.
Visitou o Harlem e não fez o mesmo em nossas favelas.
Conhece a Shell e não conhece a Petrobrás.
Compra disco de cantores internacionais e não compra dos nacionais.
Sabe o que é macumba e não sabe o que é Eucaristia.
Decorou o nome dos astronautas e não guardou o nome do vizinho.
Sabe as quatro operações, mas não divide nada com ninguém.
Tem curso secundário, mas é primário em amor.
Gosta da esposa matriz, mas dá regalias só a filial.
Conhece “os miseráveis” de Victor Hugo, mas não conhece os miseráveis do Brasil.

Turistas da vida!

Neimar de Barros

Missas para mísseis

Olhe, eu queria falar com você.


Sim, com você que acha que vai ser salvo com as missas que vão rezar depois da sua morte, e por isso
está a fim de vier na “sua”, viver à vontade, sem compromisso e comprometimento. Você que já reservou
uma herança só para seus descendentes intercederem por sua alma rastejante e inveteradamente pecadora.
É ridículo, mas há muita gente que ainda pensa que se compra o Céu como se compra mortadela em
supermercado. Eu acho que quem está nessa ilusão vai encontrar o guichê de S. Pedro devidamente
fechado.
Há gente pedindo missa para a mãe de Pedro Álvares Cabral e não descobre as necessidades dos
necessitados de agora.
Há missa para aniversário de jornais que possuem colunas anti-cristãs.
Missa de formatura, vazia, despreparada...mas que rende.
Missa para o soldado desconhecido, enquanto o conhecido, ao lado, está desarmado diante do demônio.
Há gente que abençoou canhões e gente que se prepara para chamar algum bispo ou cardeal para rezar
missa para seus mísseis.
Mas eu não vou ficar quieto, e vou dizer a leigos e religiosos, vou dizer a apóstolos cansados
espiritualmente, que Deus não é instrumento de leilão onde quem paga mais expõe ao ridículo seus
sacramentos, seus rituais.
Aquele que se vende para agradar, para aparecer, para fazer média com o temporal receberá, mais cedo ou
mais tarde, a sua paga definitiva.
Alguns verdilhões ainda permanecem no templo, escondem-se atrás de colunas e imagens, vivem com
uma máscara que muda de expressão e cor como um camaleão, são analfabetos diante do Vaticano II e
glorificam ainda hoje a inquisição.
Diga NÃO na cara do canalha que quer comprar sua oração, sim a vocação.
Não compartilhe da profanação do templo.
Que a indulgência seja conquistada na mudança de comportamento, não na assinatura de um cheque.
O inferno estará cheio de cinzas de cheques usados, à espera daquele que emitiu e daquele que recebeu.

O resto

Quando os colegas de trabalho ou estudo faziam uma rodinha e a conversa, depois de circular, caía na
religião, ele, ou saía, ou ficava calado , permitindo que ridicularizassem o Deus em que dizia acreditar.
“eu não discuto religião! Discuto futebol, política, de vez em quando, mas religião, não!”
analisei, analisei e cheguei à conclusão que noventa por cento dos “cristãos” omissos, de duas, uma: ou
são covardes ou não conhecem nada de Deus.
Ele não discute porque não sabe.
Ele discute futebol, porque sabe as escalações, os artilheiros...; discute política porque sabe quem está por
cima, quem está por baixo.
Ele briga, fica até sem falar com alguém por causa de política e esporte, mas torna-se passivo diante do
assunto igreja.
“Eu não discuto religião!”
na discute porque não sabe, não lê, não vive.
Qualquer macumbeiro de décima categoria poderia deixá-lo em dúvida com uma pergunta. Então, ele
foge, mas esquece na corrida a auréola da ignorância.
Omisso!
Omisso, vai chegar o dia de bater na porta do Senhor e Ele vai dizer:
Quem é você? Eu nunca ouvi a sua voz se levantar em minha defesa.
Nunca senti seu coração bater mais forte quem me espezinhavam.
Quem é você?
Um apóstolo cansado espiritualmente?
Um resto de alguma coisa que eu criei com o nome de homem?

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