Vous êtes sur la page 1sur 8
FICHA TECNICA A FERTILIZACAO DE HORTICOLAS EM AGRICULTURA BIOLOGICA PARTE 1 —FERTILIZAGAO ORGANICA E ACUMULACAO DE NITRATOS EM CULTURAS HORTICOLAS DE FOLHA Projecto AGRO 8,1 — n° 007 — Campos de experimentagao e demonstragao de fertilizagao azotada em Brassicas e Alface com vista a melhorar a qualidade e reduzir 0 excesso de nitratos Resumo A fertilizacao das culturas horticolas em modo de produgdo biolégico segue os princfpios definidos na legislagao comunitaria em vigor (Anexo | do Regulamento CEE n° 2092/91, modificado), sendo que a aplicagao complementar de fertilizantes organicos deve ser feita com especial cuidado, de modo a evitar 0 excesso de nitratos, Com vista ao melhor conhecimento desta matéria e a uma fertilizacdo mais correcta, o projecto AGRO de Desenvolvimento Experimental e Demonstracao (DE&D) n° 007, estuda a influéncia de dois fertilizantes organicos e um adubo quimico azotado em diferentes doses de aplicac4o, no teor de nitratos alface, couv onchuda e nabiga. Os resultados desses sero divulgados em ensaios proxima fic Esta primeira parte tem c principal obj conhecer o método c da fertilizagao horticultura biolégica, com a evitar caréncias ou ex de azoto e a acumulagao de nitratos quer nas plantas quet Figura 1 — Ens a (orsnica ov qulmica) em atlace de estuta— Galan da na agua 2003 — no dito G0 proyecto AGRO n.” 007 Autor: Jorge Ferreira Editor: AGRO-SANUS, Lda. QS 2270: sanus Calgada do Moinho de Vento, 4-2." Dt."- 1150-236 LISBOA Tel: 21 885 06 96 ifereita@agrosanus.pt Fax: 21 882 49.37 www.agrosanus. pt 1, Principios de fertilizagao e melhoria da fertilidade do solo em horticultura biolégica A base para a produgéo agricola bioligica ¢ 0 solo, a sua fertifidade, 0 ecossistema envolvente e respectiva biodiversidade, hum compromisso entre o ecologicamente possivel ¢ o econa- mmicamente vidvel As principais praticas agricolas para melhorat a fertilidade do solo e atingir uma boa produgo, em agyicultura blolégiea, 30 as Indicadas no quadre 1, podenda classificar-se em duas classes de pYioridade — praticas de base praticas complementares. Quadro 1 — Priticas de tertiizagao © melhoria da fetlidede do sols em agriculture bilégiea, 2.1. Necessidades em nutrientes dos legumes de folha (0s legumes de folha tém exigéncias em nutrientes variaveis com a espécie © com a produgao, O quadro 2 indica essas hnecessidades para a maior parte dos legumes de folha e para as produgées unitirias indicedas. 2.2,Fetttizantes orgénicos autorizados em agricultura biol6gica As matérias primas autorizadas em agricultura biolégica como fertiizantes so as que se encontram em conformidade com a legislagao comunitéria em vigor - em especial o Regulamento (CE) n? 2381/94, motiticado pelos Regulannentas (CE) n° 1488/97, n® 1073/2000, n° 436/2001 & 1° 473/2002, regulamentos que-n0_con- Consociage de culturas no nes tareno Rotagio de culturas «respective afolhamenta “Adubacio verde ou sideracao cont culivo de Fertlizantes refendos na fgislago (anes I-A, 135 contigs a indicadas, mas sé no aso. de fio. ser possivel_ assegurar uma nutvigdo equllbrada das culturas e a manutencio da junto fazem parte do Anexo I-A do Regu- lamento CEE n° 2092/91, modificado, plantas: methoradass dos residuos das culturas ce agriculture biolglea, preterenciaimente Wwanstormatdos pela tecnica de compestagem Estnume de pecuiria biolbgiea Se base fertilidade do solo recorrendo apenas as préticas Os fetilizantes referidos nestes regu- famentos s0 "excepcionalmente autoriza- jos" na medida em que o agricultor "bioldgico’ tem de tar prioridade as pratices culturais que permitem a 2. Exigéncias nutritivas e fertilizagao complementar Grande parte das cultures horticolas precisam duma grande uantidade de nutrientes num periodo de tempo relativamente ‘curto. Asin, em solos de média a baika fetilidads, as prdticas de base indicadas airas, nao s40 suficientes, peto que & geralmente necessério recorer & aplicacao de ferlilizantes organicos exteriores 2 exploracao. fertilizagao das cultures com hase nos tecursos da propria exploragao, 4 ‘ndicedas atrés (1.) Os Fertilizantes autorizados em agricultura biolégica @ comercializados em Portugal so indicados no Guia de factores de producao para agricultura biolégica (Ferrera, 2003), 0s ferilzantes comercializados esto ainda condicionados as WisposigBes da legislac3o sobre colocacdo no mercado © utilizagao aplicavels @ agricultura em geral no Estado-Membro fonde:o produto & utilizada, No caso portugues, os fertlizantes Drganicos sa0 slassificatios de acordo com a norma NP1O4B (quadro 3). Quadro 2 — Necessiiades: em nultrentes e exportacses por tonelada de produta colhido - culls hortlcolas te folha ‘2080 féstom | potassio calcio | magnésia | N Peo | K20, | Cad | MgO N rao | Keo Go| Mao 5 hee 30 10 _~( 38 200 fatibo & v0 [70 250 ase fipa banca | 80 Ta [20 | 00 5 = [ie fe face tered | 50 100 _~ 50 200 = [20 2 [1 _} ‘ace (etfs) [60 re 20 2 (|e 2s [tas Chic 70 0 40 720) Fe ta [oe [3a Cauve brio aio [7 270 Zio 20 Be met 210 20 200 40 cuore og fam a fa |i fas Ca a a [jens oe Enola 60 330 ~| 60 200 30 oa [eal Spam 5 150 (| 76 200 Eecareia 30 wo | 4s 180) Eepinate 5 0s [70 300 7 zoos Nato a 7 [40 200 5 i [1 [a a Quadro 3 ~ Classifica dos fertilizantes argaricos (NP 1048). San indlicados 9s teores minimas (percentage em peso do produto comercial), acima dos ‘uals 530 classficadios como adtos e aba dos quats (excepto materia onganca) como correctva. ‘Asbo argnica Szotado 3% ‘Auto argénico szotado er 2% om 2m 10% 50% “Adubo oxgarica NP a 3% = 6% 50% ‘Adubo orgaion NK 3% = 6% 10% 50% Apesar de a fronteira entre correctiva © adubo estar bem definida, na prética, a maioria dos fertlizantes.organicos tm 0s dois efeitos — corrective para: 0 solo e adlubo para-a planta. utr limitacao & aplicacao de felizantes organicos & a que diz. respelto As zonas vulneraveis de nitratos (nas aguas ‘sulbterréneas). Nessas zonas $6 pode ser aplicado azoto de origem ‘otginica até um maximo de 170 Kglha/ano, No entanto esse limite no tem em conta @ velocidade de rmineralizacdo dos fertlizantes oreinicos, pelo qué pode sar inais poluente aplicar 170 quilos de’ az0to num adubo rganico do que aplicar 200 quilos de azoto, ou mais, num corrective onganico, 2.3. Mineralizacao dos fertilizantes organicos, e libertagao de azoto Anos a aplicacéo do fertilizante este comeca a decompor-se € ‘a minevalizarse, ou soja e transtormar parte dasua materia ‘organica em matéria mineral. Deste modo val libertando os hutrientes para o sold @ para a cultura que al se encontrar, A Imineralizacae € um proceso gradual © progressivo, dlecorrendo mais ou menos depressa consoante. as caractersticas do produto, ido solo (mais depressa em solo arenioso, mais arejado e com regadio}e do elima (mais répido com mais ealor © humidade). Em ‘etal quanto mais azoto contém o ferilizante mais rapida &a taxa de mineraizagao do mesmo, ou seja, lum adubo organico liberta mais tlepressa 0 azoto que:contérm do que um corrective organico, ‘Uma forma de avaiar a quantidade de azota forecida pelos, comectives argénicos as culluras (em especial & primeira cultura apis a aplicacao da fertlizante) é a realizagdo de ensaios de mineralizagao da azota desses fertilizantes. Esses ensaios {infeizmente raramente efectuadas em Portugal tém revelado que (os estrumes. & 0s compostos feitos & base de estrume libertam ‘uma parte (LO @ 20%) do azoto com relativa rapidez (ro primsira més}. Mas depois Ibertam a parte restante mais lentamente. Isto passa-se assim porque parte do-azoto clo estrume esta na forma mineral. 0 azoto do estrume que esta na forma organica (proteinas, aminodcidos, ureia) rineraliza-se no solo pela accao de fungos € bactérias @ uma velocidade que depende da compasigao dos estrumes & da aetividacte dos microorganismas. © quadro 4 indica 0 azoto disponivel, a partir ie diterentes comrectivos orgénicos, ao fim de 10 meses em dois tipos de solo (arglioso © arenas), ¢ ap fim de 8 meses noutro soko (arenasa), com rega. Quadro 4 —Aroto dispontvel para 2 euler 20 fim de 10 meses em solo argllasu e orenoso (Castaianos & Pratt, 1961), 6-0 fi de & meses sm salo arenoso "acre, 1989), cam reg; valores em percentagern do azoto total contd. fertlizante aplicad, ensaja 1 ensaio 2 10 meses B meses sito aroxo elo anos oo anew Sirume de vaca letra A 25 Ea = Esme de vaca de came 2 “0 5 Estnime dé oveha 27 36 = Estrume de porco 38 a Esttune dealin 35 a 3 Coriposta da estime de vaca muito velo 4 6 = Comnpasta de estrume de vaca A 4 21 = Gompasia cor 3 meses de estrume de vaca = = 29 Compost cam 6 meses de wstrume de viea ss 2 49 Compost de estrume de ganna 3% 35 Compost de casea de choupa 3 : + omposto de casca de pinho = = Compost te mates = = 6 Compost de engaco de was -+ boas de into = y 4 Nam outro esttido do mesma tipo mas mais prolongado, entre Margo e Novembro, no sul de Franga, a mineralizagao do azoto de diferentes adubos orgénicos fol a indicada no quadto 5 (Leclerc, 1989), No mesmo quadra é também indicada ameia- — -vida dos mesmos adubos, ou seja, 0 tempo necessério para que rmetade do azoto se mineralze e fique disponivel para as plantas. Quadro $ — Minealiracdo do azoto tos acubos orgénicos, durante 8 meses (36 semanas) de Marga (£913) 4 Novembro (27/21) - mineralizacao até aos & meses «© fom para. a minetalizacso de 50% de cada une dos adubos (mei Vida) 3. A acumulagao de nitratos nos legumes ‘A acumulagao de nitratos nas plantas acontece quando 0 azoto que & absorvido pela raiz ndo & completamente metabolizado transfotmads em aminodcidos @ protelinas. Sao varias as causas de acumulacao, mas hé duas que tém a mator importincia ~ a luz € 0 teor de azoto. sollvel no solo, este dependente principalmente da adubacao. A intensidade luminosa e 0 ndimero de horas de sol t8m mais influéncia no Inver- ro, J a adubacao azotada tem maior Importéncia na época do ano em que ha Thais sol. No que diz respelta a luz, convém lembrat que. estuta de plastico Guano da aves marinhas 16 33 5 faz diminuir-a luz que atinge @ planta em Tia ape rT cerca de 40%, 0 que agrava a inthiéncia Fanta de penas 101% 82-85% uu deste factor no memo Fels granvlatios 8 0 excesso de nitratos pode ter conse Baelacane @ ‘quéncias negativas para a satide (falta de farina de osso : coxigénio no sengue e doencas cancer Bago de cin se oP 2 nas), plo que a Organizacao. Mundial Farina Be penas grandad de Saiide (OMS) estabeleceu as doses Os dados dos quadros 4 ¢ 5 ajudam assim a planear a fertilizagao orgdnica, adequando-a melhor as necessidades das culturas em azoto, quer em quantidade que ao longo do tempo. No entanto faltam estudos deste tipo para os fertilizantes-da mercado, 2 vera em Portugal 2.4. Fertilizantes organicos aplicados nos ensaios Em cada cultura foram aplicados dois marinas de ingestao didria para adultos tm nitratos e ritnitos, em miligramas por quilo de peso corporal (para.as ctiangas com menos de 3 anos os valores so mals balios): nitrates (NO3-): 3.65 mg/Kg; = nititos (NOZ-): 0.13 me/kg. © teor maximo de ritratas nos. alimentos no std definido ‘egalmente na Unigo Europea, excepto para aface e espinaire, que $0 0s indicados no quadro 8 (Regulamento CE n° 46/2001), ‘Quadro B ~ Teares méximos de nitrates em alfaces © espnatres fertlizantes orginicos - um correctvo em [-Afare Reco Hacuca TH Cofnaes Ge 110-0 fundo em um adubo em funds e em Sativa) de estufa ov ar 3103 2) 3500 cobertura. © adubo organico aplicado no | live 2)e.ar ivr colnaas | 3) 2500 primeiro ano de ensaio (Phenix) foi uses substituido no segundo ano por outro de menor teor de azoto (Biatertil), de modo a 7S/700/CEE reduzir a acumulagao de nitrato: ‘T) Colhidas de TT a | 1) 3000 ‘A caracterizacdo desses fertiizantes 6 | Fauvielestiesss | | 3y/n3 2) 2800 feita nos quadros 6 (matérias primas) ¢ 7 2) Directa (composican quimica) 7a/700V0E Expnates conseraden| 2000 Drectva 7577OOEE tracongelades conta ‘Quadro 6 = Fetilizantes orginicos aplicaces ~ matérias prmas Frayssinat Esirume de ovis 4. O calculo da fertilizagao azotada em horticultura biologica Bae: estrume de galinia Je pecuaiia extensiva Vinhiaga de beteraba, guana de aves raniihas 60 Per Para estimar a quantidade e 0 tipo de {ertilizante a aplicar para uma cultura (ou Bloferti Cascas de café pata varias culturas em rotacdo), & ‘Quaciro 7 ~ Fetifeantes erinicasaplicados—eumpeseo quinn em ela so. 30 produ necessério conhecer as necessidades da cultura e a capacidade do solo, em for necer nutrientes, em especial 0 azoto. ‘A adubacao orgénica procura res- ponder principaimente as necessidades da cultura em azoto, o nutriente cuja falta é mais frequente, principaimente em solos. pobres em matéria organica - a reserva de azoto no solo. E preciso comercial mata but) Prenn [92 = le z 3 também conhecer a comportamento das fertilizantes no solo enquanto forne- ferent [as far (ae foos faa foe [036 [14 [6.2 | cedores de nutrientes 4.1. O.azoto do solo e da agua de rega 4.1.1. 0 azote do solo 0 azoto encontra-se no solo principalmente na forma organica, do soltivel, fazendo parte do humus ou matéria Organica to soo: © teor de azoto no hiimus ¢ variavel mas 0 valor médio mais Comum € de 4%. Esse azoto do himus vai ficando disponivel para a planta & inedida que este © vai mineralizand, 1550 acontece lentamente a. um ritmo que depende principalmente do tipa de Sola € das préticas culturais em sequelto ou regatio, As taxas anuais de mineralizaca0 (K2) variam entre 0,% (solo muito calcério) ¢ 2,5% (solo arenoso), Esses valores devem Ser rmultiplicados por 1,5 no caso de regadio, (0 azoto mineralizado e libertado para a cultura durante um certo. intervalo de tempo pode ser calculado com base na quantidade de matéria. orginica mineralizada, valor que se ‘multiplica pelo teor médio de azoto no hiims atrs indicado (4%). Para a periodo de um ano @ quantidade média de azoto rine ralizado no solo para diferentes casos ¢ indicada no quadro 9, Quadro 9 - Quantidade de azote que 0 slo pode litertar a partir da meatvia argénica punvficada fou humus), corsiderand alferentes teores de maténia oinica © ds tips de solo sola ari-limoso ou arglo-arenoso (donsidade aparente de 1.3, taxa de mineralizacso anal K2 de 1.2% em sequeita) = 5010 ‘arenasn (Sensidade aparente de 1.5, taxa de migeralizacao anual de 2.57% 2m sequel. Consideran-s 2s situacoes He Seque « regadla © um tecr médio de azote no hurmus ue 4%. 4.2.0 azoto dos residuos das culturas Alguinas: culluras horticolas deikam uma quantidade de residuos que @ uma fonte importante de nutrientes ~ ¢ 0 caso da owve-for ¢ do bréculo, em que ficam as folhas. J4 a alface e os legumes de folha em geral, deixam menos, pols a maioria das folhas ¢ consumida, Come exemplo sao indicadas no quadro 20 (Lichtenhahn & Berge, 1998) a5 percentagens das necessidades am azoto, lasforo fe potdssio de tr€s culturas hortcolas, cohertas pelos residuos das culturas de alface © couvesior Como se pode ver s8o valores substanciais a ter em conta 4.3. 0 azoto dos adubos verdes ‘As quantidades de azoto que 0 adubo verde fornece & cultura seguinte é muito variavel. Essas quantidades de azoto dependem da quantidade de matéria verde produzida, do seu tear em azoto, 2 da velocidade de mineralizag3o desse azote no: solo, com 3 decomposi¢ao da planta enterrada ou deivada @ superficie Na prdtica, para se ler uma idela mas precise do azoto disponivel na parte aérea do adubo verde, pode provederse do seguinte modo: 7 1) cortar @ pesat as plantas de Im2; Solo alorimasa ou argio-arenaso | Solo arenoso 2) tepétir & tabalho Indicado ex 1) Sequeira regadla ‘sequel, Texaco erm 5 locais diferentes © pesar Meni aah leet ay WRen eR S21 8) 9) calcular 0 peso médio por m2, r 13 2a & & dividinda 0 peso total por 5; z 38 36 90 135 4) muttiplicar esse peso pelo factor a x Sr ioe ma indicado no quadro 11, para a espéete em a 75 i 180 270 ot Forma de eaelo: 10000 (ha) «0,3 tuned a slo a 30 cen. 3 fiensdane apart)» O01 (1% de rang fries) x O12 (2% ae minealzatée anual x 0.04 (5 doula a iri ga do se) x 1000 para ‘comer toreladas em culos! = 13. Kghalana de azo 118 cor de maigs,io ca minerals anu ‘Quadro 10 — Nuutantes fornecidos ds eulturas Norticolas por reshiuas coutias horticolas— percentage ‘as nocessides ca cultura sepuinte vam gaa)» 283 nghaa Aace Cowerior E conveniente ter em conta que a0 longo f 2 xe x E is to ano 0 aznta ext mais dsponiel nas | Ase 0 0 48 100 [78 5 pocas. mais quentes (desde que 0 solo a tenha dgua suficiente para a actividade dos | ower a ss. a ae eS an fhicroorgarismios e das plantas) e menas | Canaura = [s 2 80 0 a5 has épocas mais frias. 4.1.2, 0 azoto da agua de rega Em muitos casos 0 teor de pitratos na Agua de rega tinge niveis suficientomente altos. para terem muita importéncia como fonte de azoto em regadio, Por isso esses teores, devem ser corsi- derados no cdlculo da adubagéo das culturas (Ferreira, 2002), Em agricultura bialdgica agua com muitos nitratos corresponde a uma adubagae quimica. A legisiagad relativa a este modo de fprodugao 6 omissa em relagao a este ponto. Para evitar problemas. de ritfatos no legumes "blolégicos' de regadia, o teor de ritratos 'ya agua de rega nao deve ultrapassar 50 rng, valor maximo para gua de consumo tumano. Esse valor corresponde a uma adubacao azotada balxa, mias qe pode ser mais substancial para Imaiores dotacoes de rega, como se exempilica de seguida, rates — NO>| azat0 NC) fina = tein [oK3/1000- [2/3000 nv] 5 @ 6 wio000 12 k77000 Ba as Fac 6 conver de iat pata .226 ‘Na pratica deve proceder-se a analise de agua e a0 calcula do azoto ‘omecide & cultura, multiplicanda © teor dé nitratos pelo factor de convetséo indicaco ¢ pelo volume de Agia aplicado rormalmente na rega da cultura em causa, ‘Quadro 11 ~ Factor de multplicaz3a pare 0 céiculo de quantidade de azolo no adito verde (parte aére3) por hectare Ervihaca valgae (Vicia sativa) 5 Envilhses dé cachos (Vicia villosa) 0 Lizerna (Medicago sativa) 50 ‘Anata (Meliotus septal) a0) Enyilie forrageira (Pisum sativum s3p. arvenso) Gi “Treva encarriado (Tivol sncamatum) 30 “remoge de Folia estrita Lypinus angustivalius) 5 “Tremogo Branco (Lrpinds albus) 80 Centein (Secale cereale) Eg (avada (Hordeum vulgare) 5 ‘Reevem sual (Lolium multifioram ‘taicam) 30) Mosianda (Sinapis ale) 80 Esarplo:ervitiaea wigs 1) Prouga 1 m2 (mia de amastrsh 2) Quantdade os amt px hestare25 65 5 ke 1162.5 Karn Quanto a libertagéo de azoto pare a cultura seguinte, ela & mats répida no caso das. leguminosas por terem uma relagaa ccarbono/azoto (CIN} mais baixa, A partir da segunda semana apés ‘.enterramento, comega uma rapida libartagao de azoto na forma de nitrats, principalmente se 0 teor de azoto for superior a 2,5% (na maténa seca) © a relacao C/N for menor que 25, 0 que acontece geralmente em todas as legumninosas, A iibertacao do azato é gradual mas nao eslé bem estudaca para as diferentes platitas ern diferentes situacies. Um ensaio efectuado no sul de Franga, inickado no final de Abni, para @ ervihaca enterrada antes da floragao, mostra a libertagao de azota nitrico a0 longa do fompo, em percentagem da quantidade presente no adubo werde na parte aéres © na ralz que toi possivel recolher (quadra 12), Nesse ensalo foi também estudaca a libertacao de azoto a partir de triga enterrado como adubo verde no inicio do encaramento ra mesma época e lefreno. Os resultados so semelhantes provavelmente por se tratar de trigo ainda muito terra, Note-se {que 0 azoto da ervilhaca fol obtido em grande parte pela fixagao biolégica (nz6blo) © 0 do trig fol retirado do-sol. (Quadro 12 ~ Fercentagém (a) do aunt rant mo ac vere, qe Se transforma em nla a loo tl temp ands oznlerramente felo 2 23/4/87 (Came es), 1989). 4.5. Célculo de fertiizacao azotada O calcul da fertlizagao azotada deve ser precedido do calcula do balango humico ou da materia orgémnica do solo. Este serve principalmente pata saber-mos qual a quantidade de correctiva onganico a aplicar para manter 0 teor de materia orgBinica deste ao mesmo nivel e assim garantir-rios & manutencao da fertilidade do solo, Essa quantidade minima we correctivo @ aplicar vai também formecer nutrientes @ cultura e assim entrar depois no célculo da fertilizagao azotada 4.8.1. 0 balanca himico 0 balango hlimico é o saldo entre as perdas anuais de matéria ‘organica ao solo (que ocorrem devido a respectiva rmineralizacad) 20 eventuais ganhos que resuitem dos residuos das culturas que: fiquem no-terreno. No caso das culturas horticolas, os residuos $40. de rapida mineralizacdo, pelo que sé cerca de 10% se transforma fem hiimus. Assim, para efettos de eéleulo, para a maioria das ultras: horticolas. no contamas com 5385 ganhas, pelo que nos basta calcular a8 perdas. Estas dependem prineipaimente do teor de materia orginica Jo solo e de sua taxa de “Alb verde “Sireses, | 5 preses: imineralizagao, 0-que varia com o tipo der ai z Solo (quadro 13), Em regadio @ Rnvltseest Se mares | te a0 49 = mineralizacao € cerca de 50% superior, Ervilhaca /Tranco-argllo ; pelo que multiplicannos os valores de K2 arenosa a az td ss a = do quadro 13 por 1,5, ‘Trigo:} terra arenosa oO 7 28 a7 49, 66 Tego [ranean a 0 i 2a 30 5 a Nas condigdes da ensaio pode concluit-se que uma cumura feita a seguir 8 sideragao, com um ciclo de 3 meses, (Quadro 13 ~ Tara ve rnmeratizacao da mattyia ofgdnica on» diferentes tpos de sis, am Sequerra, 8 ‘ensidade aparente ios masmas aprovelta cerca de 30% do azoto do | “tes “Taxa ce eoineralizacio : . ajubo verde. No exemplo da ervithaca do | Hames - the | etait en Hae exercicio anterior, em terra arenosa, a — - cultura seguinte podenia absorver cerca | Arenoso 2s be ide 49 Kg de azoto do adubo verde (162.5 | Franco-arenoso 20 1a Kersus) Franco 18 13 time 18 13 4.4. 0 azoto dos fertilizantes orginicos | frgioarenoss « argiowimowo | 12 12 ‘igo 10 1 Os fertlizantes orgénicos fornecem ‘zot0 as culturas, mas esse fornecimento | S#learee es ia 4 muito variével. Depende principaimiente da velocidad de mineralizagao no solo do fertlizante, tal como fol {a Indicado atrés (2.3), Essa velocidade depende por sua vez dia relago carbons / azoto, clo teor de azato total e das formas em que esse azoto se encontra (azoto orgénico e azoto mineral ritrico © amoniacal). Os quadros 4 & 5 contém dados utels para que se saiba qual o azoto que a cultura vai aproveitar do ‘ertilizente orgdnico aplicado, Desses quadros segue-se o exemplo (que mais'se aproxime do produto realmente aplicado, Em geral os adubos orgénicos.libertam 0 azote mais depressa que os correctives, princinalmente pelo facto de contereim mais azoto e mehas carbon, Por exemiplo, para um solo arenoso, com 2% de matéria orgénica, em regadio, as perdas anuais de matéria organica por hectare e por ano até uma profindidade de 30 cm, sao as seguintes: LO00OMZ * 0.3m x 1:68 x 2%(MO) x 2.5%(K2) x 1.6 (regatod ~ ‘L000. 31-540.02x0,0254) 5 = 2.3751 = 3375 Ke hmusmhatano Para compensar essas perdas precisamos te aplicar uma quantidade de corrective organico que denende do seu! teor em materia organica (MO) « do seu coeficiente de huriticagao (K1), ‘Ou Seja, 2 parte que se transforma em humus apés.a apliicagao a0 solo. Um bom cortectivo orgénica comercial, obtido por ‘compostagem e sécagem posterior, com-os sem granulaao, pode ter um teor de MO de 70% e um KI de 50%, No exempio aapresentado seriam) mecessarios 9642 Keyha/ano para compensar as perdas (3375 Ke / 0.7 / 0.5), valor que pademos arredondar para 9600 kg. 4.5.2. 0 balango do azato © balanga da azote deve ser feito para o ano agricola Completa, 0 que pode abranger entre uma a trés culturas horticolas, habitualmente duas, Esse balango @ necessario para um céiculo mais corecto da quantidade de comectivo e, se ecessario, de adubo organico 4 aplicar. A titulo de exemplo apresenta-se 0 balance do azoto para duas culturas horticolas em ‘sucesso (no mesmo terreno © no mesmo ano agricola) - altace de Primavera, Seguida de couve-far, 0 solo é arenoso e tem 2% ‘de matéria orgénica (quadra 14) ‘A agua de rega tem meste exemplo um Baixo teor de ritratos, naa comisideraco, Caso esse teor seja superior a 50 mgflitro, deve ‘set contabilizado, Quadro 14 -alanga do azoto pare alface © cowe-tog em sucesso no meso ant) Notas: (1) quad 2 (2) quedo 9 sola com 2% de MO em regio: S6Kg/1 2reses- | AKySmeses (2) cultura anterior substitulda por adubo vere (4) quadios 11 © 12 ~ evihaca: 2,5kg » 65 x 30% = 48 7kenardmeses (6) balango nico = aplearao de 9600Ke oe cerectvo com 23% de avtn © do tipo “compasio can 3 meses de estrume de waa qua 4 ‘25 D0K 2% 20% de 3 sate B meses (966030.02x0, 291578 21 Kp de NI (6) adubo orgénica do tipo "guano de aves marinas’ com 6Y% de azoto © 90% (de mineralizagao em B meses (quadro 5); 17Ke/ 0.08 / 0.90 / (3/8) = 840 Kgha, de adubo (7) aro 9 ~ so cm 28 do MO im gad BEK vA Dieses 15g mess (8) quacio 10 ~os re8idu0s da cultura anterior alfacs) Fornscam cerca de. 20% te ato necesséra a couve- lar (20% x Z00Kg = 40Kg) (9) como ha Cultura precedente (afoce) no a adubo werd (10) neste caso, com: couve-lor&feita na mesma ana da alface, 0 correction ‘ongnco aqut considerado é aquele que js foi aplicad na altace, ou seja ‘9600 Kg, que continua a etarazota mals ou menos no mesmo ritmo, sas durante 4 meses » S60DKE x 2% de N x 29% de-4 em B meses (quacra 4) = 28 Kghia/4 meses (11) 640 Keg ce aba orgs aplicsdo na aliace continuam a mineralzar- see libertar azoto para-a ‘cultura seguinte, mais ov menas a0 mesmo rma: BADKE x 6%N x 90% {inneralizacao em 8 esis) x 4/8 meses = 23K! ha) 4 meses (12) uttzando 0. mesma aduto orpénico conser até, pare Frnest 90 Ke de a0 emcee ani fem & meses seria necessria 3 saguinle dose TWezesidades da calura | Asta deponvel para] 90Ke /0.06 /0.90/ (8) = a333Kyhe, pace tt Bie lo qual earé pare 2 cute. seguine 8 cu davera ser considerado para efeitos de calcula de sca ‘Azoto io sala (2) lo ‘oto os resieuos da ela anton (@) | — = Azato do adubo verde (4) = 4B Com base no balanco do azote para as culturas e solo em causa, chegamos as ‘inte do eonecve oganicnapiado = . iaehawes Ney a ‘doses de contectivo. © adubo orgénicos indicados no quadro 15 necessarias para peed eee ener A 5 0 solo e a cultura e 8s quantidades de ‘Aznto do adubo organico aplicada para Y azoto disponivel © total tambérn al compensa osaida anterior (6) reteridas. Aroto do so} (7) Es 1 ‘Azoto dos residues va suture anterior (@) | — 40 Aaoto do ado verde ( = 0 ‘ato J corrective organica aplicato com | = ‘base no balance hiimico, ma aiface (10) ‘et ato ene pled na ace (1) — a aldo 2 (azo am Tata para a cue) | 90 “Recta do adubo orgnica aplicad em a © azoto disponivel para as culturas complerento (12) Quadra 15 — Correctivesw adubos urgnics 2 aploar(para-além os residues de cultura to adubo verde) durante um ano nas culturas de altace = coune-flor em sucess80 Fertizanie j cultura covrectve organico A Guantiade te letioamtc tagna)] At doferttzante (Kgs ‘oto cisponivel [Azo toal 2 193 adubo orginico 8 ovrectve organica A dbo ofganica B ‘adubo organics © durante 0 periodo em que ocupam 0 solo (cerca de 7 mesesi é de aproximadamente 40% do azoto total. Os restantes 60% repartem-se pelo solo (hiimus)e pela cultura seguinte, pelo que as perdas de azoto serao reduzidas desde que o terreno esteja sempre ‘ccupado por plantas, sejam culturas ou adubos verdes. Em agricultura biolégica 0 cAlculo da fertlizacao nao deve ter em conta apenas uma cultura mas o conjunte das culturas da rotacao que se sucedem no mesmo terreno aa. lango do tempo. 0 mesma pode ser feito para o balango humico, Para aferit da aproximagao & realidade destes célculos tedricos, devem ser electuadas andlises, principalmente & matéria organica do solo (para aterir 0 balanco himico) 2 aos tear de azoto total e nitratos no solo e na cultura (para aferir 0 balango do azote) Conclusoes A ertlizagao organica de culturas horticolas em agriculture biotdgica requer geraimente a aplicacao de fertilizantes organicos, ‘quer correctivos. quer adubos. Nos legumes de folha 0 risco de acumulagao excessiva de nitrates existe, mesmo que a Fertlizacao seja exclusivamente orgénica e em conformidade com as regras do modo de producdo biolégico. Esse risco é malor nas culturas de estufa fetes no periodo de Setembro a Marco, em que ha menos horas de luz. Para reduzir 0 isco de acumulacao de ritratos, deve fazerse tum célculo de tertilizacdo que deve comecar pelo balango hiamico, seguido pelo balano azotado, nao $0 referente a uma dada cultura ‘mas a0-conjunto das cultures da rotacao cu, pelo menos, a0 conjunto das culturas que forem cultivadas durante um ano agricola na parcela em causa ‘A nao realizagao destes balancos e céiculos.de fertilizacao pode levar a adubagbes fetas as cogas, insuficientes ou excessivas e, neste Litima caso, com 0 consequente excesso de nitratos nia planta e eventuais contaminacdes das aguas subterréneas. Bibliografia CASTELLANOS, J. Z. & PRATT, P F, (1981), Nitrogen availability in animal manures and crop yields, Agrochimica, 25 (6-6) = 443-450 CAWEL , B. et al (1989). Introduction des enerals verts en culture maraichére et viticulture. Synthese des essais 1986 8 1988. ‘GRAB, Cavaillon, 46 pp. FERREIRA, J. (2002). Rega © qualidade da gua. In "Maral de Agricultura Biolbgica ~ Fertlizacao-e protecgao das plantas para luma agriculture sustentaver" (2° ed.) pp: 202-210, Agrobio, Lisboa FERREIRA, J. (2003). Guia de factores de produgao para a agricultura biolégica 2003/2004, AGRO-SANUS, Lisboa, 26 pp. LECLERC, 8, (1989), Cinétiques de rinéralisation de azote das fertilizants orgeniques et teneurs en nitrates chez Lactuca sativa et Daucus carota, Thése de Doctorat, ENSA, Toulouse, 237 pp: LICHTENHAHN, M.& BERGE, P. (1998), La furure des cultures maraichéres biologiques. FIBLISRVA, Frick, 8 pp. Financiado no Ambito da medida 8.1 do Programa Agro =.

Vous aimerez peut-être aussi