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Da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança

As Coordenaçoes Paroquiais, de Áreas, Diocesanas e Estaduais


MAIO DE 2.000 - nº 14 (2ª edição)

ALIMENTAÇÃO ENRIQUECIDA
Conceito

Desde 1985, a Pastoral da Criança trabalha com um conceito amplo de alimentação, a Alimentação
Enriquecida, que preconiza o resgate das práticas tradicionais de alimentação, valoriza os produtos
cultivados localmente, busca uma alimentação mais completa, mais natural e saudável, respeita os
costumes alimentares específicos de cada região e orienta o consumo de alimentos não convencionais,
ricos em nutrientes, como por exemplo: folhas verde-escuras e sementes.

Uma alimentação enriquecida é composta de alimentos variados, limpos, frescos e em quantidade


suficiente. A Alimentação Enriquecida consiste no enriquecimento da alimentação de costume,
valorizando, sempre que possível, o consumo de alimentos regionais, ricos em nutrientes, como
frutas, verduras, grãos e outros.

O conceito de multimistura que a Pastoral da Criança preconiza integra o conceito do enriquecimento


alimentar e consiste no consumo de uma MULTIMISTURA DE ALIMENTOS, ou seja, no consumo de
uma VARIEDADE de alimentos.

Convencionou-se também chamar de multimistura uma farinha rica em nutrientes, composta de


farelos de cereais, trigo e arroz, (vitaminas do complexo B, niacina, ferro, cálcio, zinco, fibras e outros
nutrientes), pó de folhas verde-escuras, como a da mandioca (vitamina A e ferro), pó de sementes,
como o gergelim, que é riquíssimo em energia, proteínas, açúcares, cálcio, além de ferro, fósforo e
outros nutrientes, pó de casca de ovo (cálcio: 1,5g contém cerca de 500mg de cálcio) e outros
ingredientes, como: amendoim, soja, farinha de mandioca, fubá e trigo. Essa farinha é utilizada como
complemento alimentar pelas famílias acompanhadas pela Pastoral da Criança.

Alimentação Enriquecida
Alguns cuidados importantes

Há mais de 15 anos, a Pastoral da Criança vem orientando as famílias


acompanhadas para o uso de uma Alimentação Enriquecida.
Trata-se de enriquecer a alimentação do dia a dia, com a
maior variedade possível de alimentos disponíveis
na própria região. A isso chamamos de
"multimistura de alimentos".
Além da variedade de alimentos, a Pastoral da
Criança ensina as mães a acrescentarem na comida
diária de sua família uma mistura feita com farinhas
de cereais, farelo de trigo e de arroz, pós de folhas
verde-escuras, de sementes e de casca de ovo.
Chamamos isso de farinha multimistura.
A Pastoral da Criança
recupera da desnutrição milhares
de crianças e gestantes todos os anos.
Para isso, utiliza essa orientação alimentar
junto com as ações básicas de saúde, nutrição,
educação e cidadania. Além disso, encaminha crianças
e gestantes ao serviço de saúde para tratar as doenças
associadas à desnutrição. Esse trabalho é realizado com
muito amor, carinho e compromisso por milhares de voluntários
que se dedicam a salvar vidas e semear esperança por todo Brasil.
Quais são as novidades?

À medida que mais comunidades da Pastoral da Criança passaram a utilizar a farinha multimistura
como um recurso para melhorar a alimentação das famílias, algumas universidades realizaram estudos
para avaliar o valor nutritivo dessa multimistura. Também procuravam alertar para os cuidados com o
uso de algumas substâncias contidas na folha de mandioca e nos farelos de trigo e de arroz, além de
mostrar a importância da higiene.

A multimistura é um grande aliado da Pastoral da Criança para salvar vidas no Brasil inteiro. Até hoje,
jamais se teve conhecimento de alguma criança, gestante, adulto ou idoso que tenha comido a
multimistura e tido efeito prejudicial a sua saúde. Ao contrário, só temos tido notícias positivas. No
entanto, sabemos dos perigos que os alimentos mal preparados podem causar à saúde e não devemos
esperar que alguma coisa aconteça para tomar os primeiros cuidados.

Por isso, neste Dicas, vamos responder a alguns questionamentos levantados para dar suporte e
incentivar nossa grande luta contra a desnutrição e a mortalidade infantil. Vamos conversar sobre o
jeito de preparar os ingredientes da multimistura, como aproveitar melhor os seus nutrientes e os
cuidados com a higiene.

O que é fitato e o que ele faz no nosso corpo?

O fitato é um composto que está naturalmente presente nas leguminosas como feijão, ervilha,
lentilha, grão-de-bico, em algumas nozes e também nos cereais como arroz, trigo, milho, aveia,
centeio e seus farelos.
Quando ingerimos alimentos que têm fitato, esse composto se liga a sais minerais como o zinco, ferro
e cálcio no nosso intestino, impedindo que o corpo aproveite bem estes nutrientes. Por este motivo, o
fitato é chamado de antinutriente. Para podermos aproveitar melhor os nutrientes tão ricos para a
saúde, precisamos tornar inativo o fitato desses alimentos.

Como diminuir o fitato dos alimentos?

Durante a digestão já ocorre uma pequena diminuição do teor de fitato presente nos alimentos. Isto
acontece porque uma enzima que existe nos alimentos e também em nossa flora intestinal é
responsável pela “quebra” do fitato, fazendo com que diminua o seu poder antinutriente.

É necessário, no entanto, utilizar outros procedimentos no preparo do farelo para eliminar o fitato.
Durante a preparação dos alimentos, podemos diminuir o fitato das seguintes formas:

• por meio do calor - sempre que utilizamos o farelo em preparações onde ele é torrado,
assado, cozido ou frito estaremos diminuindo a quantidade de fitato, porque o calor é capaz
de fazer essa modificação. O calor que mais elimina o fitato é o cozimento. Por este motivo, é
necessário que os farelos sejam cozidos junto com os outros alimentos que se deseja
enriquecer, como arroz, feijão, mingau, sopas e outros alimentos. A torrefação do farelo não
tem grande poder de eliminar o fitato. No entanto, devemos continuar a torrar o farelo para
eliminarmos boa parte da umidade e dos micróbios presentes nesse alimento. E, torrado, o
alimento se conserva por mais tempo.
• fermentação - o fermento biológico usado para fazer o pão, ajuda a diminuir o fitato presente
nos farelos. Quanto maior o tempo de fermentação, menos fitato terá o pão.
• germinação - durante a germinação dos grãos, o fitato é transformado em compostos que são
úteis para o nosso desenvolvimento. Os brotos são alimentos vivos, possuindo alto teor de
nutrientes.
• impregnação - é deixar o alimento de molho. Para reduzir a quantidade de fitato é bom deixar
o alimento de molho. O tempo ideal é 12 horas. Não deixe passar disso porque quando o
alimento fica de molho por mais de 12 horas, o fitato acaba voltando para dentro do alimento.

É uma riqueza muito grande a gente saber utilizar bem os alimentos. É o sucesso que
precisamos incentivar e observar em detalhes.
Portanto, além de torrar o farelo, é importante também cozinhá-lo para aproveitarmos melhor os
nutrientes. Ao comprar farelos de trigo e de arroz é importante dizer que é para consumo humano e
perguntar de onde veio. Se for possível, compre o farelo diretamente do moinho ou usina, evitando
intermediários, que talvez não se preocupem tanto com a higiene dos farelos.

Procure obter o farelo mais novo, ou seja, quando estiver saindo da máquina. Dentro de 24 horas,
você deve peneirar e torrar este farelo para evitar que fique rançoso, diminuindo a umidade e a
contaminação. A quantidade de farelo para torrar na panela deve ser de no máximo 1/3 da capacidade
da panela. O farelo deve ser torrado por um tempo entre 20 e 25 minutos, em chama baixa, mexendo
sempre, de preferência com colher de pau. Deixe o farelo torrado esfriar. O recipiente onde se coloca o
farelo deve ser lavado com água e sabão e desinfetado da seguinte maneira: prepare uma solução
com duas colheres de sopa de hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária para cada litro de água;
umedeça um pano limpo nessa solução, esfregue na parte interna da vasilha e deixe secar.

Não é aconselhável comprar farelo em casas de ração. Este farelo pode estar sujo e
contaminado. Não serve para consumo humano.

Vamos ajudar nosso corpo a aproveitar melhor os minerais?

Os sais minerais e as vitaminas são nutrientes indispensáveis para o funcionamento do nosso


organismo. São encontrados principalmente nas hortaliças e nas frutas. Eles também ajudam na
prevenção de muitas doenças e devem fazer parte da nossa alimentação de todo dia. Para que o
nosso corpo absorva melhor o ferro dos alimentos, combatendo assim a anemia, devemos comer em
cada refeição alimentos ricos em vitamina A e vitamina C:

• frutas: goiaba, limão, laranja, abacaxi, acerola, caju, mamão, banana, manga, kiwi e outras;
• folhas verde-escuras: batata-doce, caruru, couve, bredo, bertalha, beldroega, taioba,
salsinha, coentro e outras;
• hortaliças amarelas e alaranjadas, como a cenoura e a abóbora.

Outras fontes de vitamina A são o azeite-de-dendê, os ovos, o leite, o fígado e outras.


A vitamina C é destruída quando cozinhamos os alimentos e também quando preparamos com
antecedência. Assim, devemos dar preferência aos alimentos frescos e crus (saladas, frutas e sucos de
frutas feitos na hora de consumir) se quisermos ter esta vitamina.

Quanto mais forte for a cor dos vegetais,


mais ricos em vitaminas e sais minerais eles são.

Para melhorar a absorção do zinco devemos consumir alimentos ricos em proteína. Os alimentos mais
ricos em proteína são:

• os cereais: milho, arroz, trigo, aveia, centeio e outros;


• as leguminosas: feijão, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico, fava e outros
• as sementes: gergelim, abóbora, girassol, melão e outras;
• as oleaginosas: amendoim, nozes, castanha-do-pará, castanha-de-caju e outras.
• os de origem animal: carnes, peixes, leite, ovos e queijos.

A vitamina D ajuda o organismo a absorver o cálcio dos alimentos. Encontramos vitamina D na gema
do ovo, fígado, manteiga, peixes gordos, óleo de fígado de bacalhau, frutos do mar e outros. Os raios
solares, especialmente nas primeiras horas da manhã e diretamente na pele das pessoas, são
importantes para que a vitamina D seja ativada e melhor aproveitada pelo corpo.

As vitaminas A, C e D, as proteínas e outros nutrientes são chamados de facilitadores porque ajudam


o corpo a absorver melhor os nutrientes.
Nenhum alimento é completo. Um alimento pode ser rico em uma das vitaminas e pobre em outras,
ou rico em cálcio e pobre em ferro. Por isso, nossa alimentação deve conter uma variedade de
alimentos, pois uns completam os outros. Se a gente olha para um prato de comida e ele tem
alimentos de muitas cores, temos um sinal de variedade de nutrientes. Esta variedade ajuda a pessoa
a ter mais saúde.

Portanto, vamos seguir as orientações para que crianças, adolescentes, gestantes, adultos e pessoas
idosas tenham boa saúde e se sintam muito bem.

A folha de mandioca

A folha de mandioca é rica em proteína, vitamina A, ferro, cálcio, vitamina C e fósforo. As pessoas que
vivem no Norte do Brasil têm o costume de utilizar as folhas da mandioca cozidas junto com outros
alimentos. No Pará é preparado um prato chamado de maniçoba que além de lingüiça, lombinho,
carne de porco, leva uma grande quantidade de folhas de mandioca moídas. Na África, as pessoas
utilizam a folha da mandioca picada e cozida junto com o feijão, a carne ou os legumes.

A folha de mandioca ao natural, crua, contém compostos tóxicos que quando ingeridos transformam-
se em ácido cianídrico e essa substância pode levar uma pessoa à morte. No entanto, as folhas
também possuem grande quantidade da enzima que é responsável pela remoção desses compostos.
Para garantirmos um bom uso dessa folha tão rica em nutrientes, e sem correr risco algum, é
necessário processarmos as folhas adequadamente.

A EMBRAPA -Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias- procurando contribuir com o trabalho


desenvolvido pela Pastoral da Criança, realizou diversos estudos dosando a quantidade de ácido
cianídrico que restava em várias amostras de folhas de mandioca preparadas de diversas formas.
Esses estudos mostraram que para diminuir o ácido cianídrico das folhas de mandioca, estas devem
ser preparadas da seguinte forma:

Após a colheita e a lavagem, as folhas devem ser primeiro picadas e só então levadas para secar.
Depois devem ser transformadas em pó. Isto é necessário porque quando picamos as folhas frescas
estamos fazendo com que a enzima entre em contato com os compostos tóxicos, removendo-os.

Quando secamos ou cozinhamos folha de mandioca eliminamos a vitamina C. No entanto, estes


procedimentos são necessários para que os tóxicos sejam removidos das folhas. Devemos obter a
vitamina C de outras fontes como saladas cruas, frutas e sucos de frutas feitos na hora de consumir.

A casca do ovo

Há muito tempo se sabe que a casca de ovo é uma excelente fonte de cálcio. O que não se sabia era
se esta forma de cálcio seria bem absorvida pelo corpo humano. As pesquisas realizadas confirmam
que o cálcio da casca de ovo é absorvido muito bem. Nosso corpo precisa apenas de pequena
quantidade de cálcio e este nutriente está presente nos alimentos como as sementes, as folhas verde-
escuras, os cereais integrais, o leite, os queijos, a casca de ovo e outros.

Quando ingerimos grande quantidade de cálcio, ele acaba prejudicando a absorção do ferro. Por isso,
uma pitada de pó de casca de ovo já é suficiente para enriquecer a nossa alimentação do dia a dia. No
entanto, a casca de ovo pode conter um micróbio que causa um tipo grave de diarréia, conhecido
como salmonela. Por este motivo os ovos devem ser lavados antes de serem quebrados. As cascas
devem ser limpas e guardadas na geladeira até o dia da preparação do pó. Para desinfetar, deixe as
cascas de molho numa solução de água com hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária por 20
minutos.

Use sempre a medida de uma colher de sopa de água sanitária


ou hipoclorito de sódio para cada litro de água.
Depois, enxágüe bem em água limpa, coloque as cascas numa panela e ferva por 20 minutos. Seque
as cascas ao sol, cobrindo com um pano fino para evitar poeira e insetos. As cascas podem ser
secadas em forno brando, mas deve-se cuidar para que não torrem.

Outros cuidados importantes na preparação da farinha multimistura

Sempre que preparamos um alimento em nossa casa ou numa cozinha comunitária, precisamos nos
preocupar com a higiene:

• antes de começar a preparar os alimentos é preciso lavar bem as mãos, estar com as unhas
curtas e limpas e com a roupa limpa;
• quem está cozinhando não deve pegar em dinheiro, em animais ou fumar. A mesa, o balcão, a
pia e o fogão devem estar limpos, e em bom estado de conservação, sem depressões, fendas
ou buracos onde acumulem a sujeira ou restos de alimentos, pois isto pode contaminar os
alimentos;
• tudo que for utilizado (colheres, pratos, bacias, panelas, facas) deve estar bem limpo;
• os alimentos devem estar cobertos e tampados.

É importante que as pessoas que trabalham diretamente com a produção de alimentos, seja em
escala comunitária ou industrial, estejam bem de saúde. As pessoas que apresentam cortes nas mãos,
doenças na pele ou doenças infecto-contagiosas, não devem manipular alimentos porque há um
grande risco de contaminar os alimentos. Outros cuidados importantes:

• evitar o uso de jóias e manter os cabelos amarrados ou protegidos com um lenço;


• desviar a cabeça do alimento ao espirrar, tossir ou falar;
• a lixeira deve ser mantida tampada e o lixo, reciclado, enterrado ou queimado, para evitar
moscas, insetos, ratos, etc;
• animais não devem estar presentes no local onde são preparados os alimentos;
• o local onde se prepara os farelos, os pós de folha de mandioca, as sementes e casca de ovo
deve ser ventilado e arejado;
• pisos, paredes e teto devem estar bem limpos;
• depois de pronta, a multimistura, deve ser armazenada em vasilhas limpas: de preferência de
vidro ou em sacos plásticos limpos.

A Alimentação Enriquecida é boa para todas as pessoas e por isso deve fazer parte da alimentação do
dia a dia de toda a família.

Os alimentos regionais devem ser valorizados porque são encontrados mais facilmente, já fazem parte
do hábito das pessoas e costumam ser mais baratos.

DICAS é um informativo técnico dirigido as Equipes de Coordenação da Pastoral da Criança. Se você


tiver alguma sugestão de tema ou dúvida, escreva para:

Coordenação Nacional da Pastoral da Criança


Rua Jacarezinho, 1691
80810-900 Curitiba/PR
Telefone (41) 2105-0250 - Fax: (41) 2105-0201 e 2105-0299

FARINHA MULTIMISTURA

A Pastoral da Criança sempre procurou trabalhar suas ações de forma simples, para que todos
consigam realizá-las e se beneficiar delas. Um exemplo é o uso da fita braquial para verificar o estado
nutricional das gestantes.
A farinha multimistura é outro exemplo simples. Para prepará-la, não é necessário ter materiais
sofisticados. Além disso, a maioria dos ingredientes podem ser encontrados na própria comunidade,
adquiridos através de doações ou comprados por um baixo preço.

Como deve ser a composição da farinha multimistura?

1. Não existe fórmula pronta. O mais importante é fazer a farinha multimistura com os alimentos
típicos de cada região e que sejam de fácil acesso.
2. A farinha multimistura deve ser feita de acordo com a necessidade de quem vai usar.

Por exemplo:
Para uma pessoa que está com anemia e não precisa ganhar peso, uma farinha multimistura
rica em ferro vai ajudar na sua recuperação. Além da multimistura, esta pessoa deve
consumir também outros alimentos ricos em ferro, como as folhas verde-escuras, melado de
cana, fígado, etc.

Para uma criança ou gestante que precisa ganhar peso, é indicada uma farinha multimistura
rica em sementes, por causa das calorias (girassol, gergelim, abóbora, etc).

Quando a farinha multimistura for usada para o preparo de mingaus, é bom colocar também
uma farinha de cereal, como o fubá, a farinha de trigo, a farinha de aveia, de mandioca e
outras.

Quando a farinha multimistura for usada num prato salgado (arroz, feijão, farofa, etc), não há
necessidade de colocar farinha de cereal porque o amido já estará presente.

3. Para fazermos a farinha multimistura, devemos conhecer bem os alimentos que vamos usar,
pois existem alimentos que são tóxicos, e precisam de cuidados especiais quando forem
preparados. Vejam os nutrientes dos alimentos mais comuns usados para fazer a farinha
multimistura:
o A farinha de trigo, de aveia, de milho (fubá) e de outros cereais é rica em amido,
gordura e proteína - dão energia e ajudam na formação dos músculos.
o As sementes são ricas em gordura, proteína, vitaminas e minerais - além da energia
e da formação dos músculos, são importantes para o regular o funcionamento do
corpo.
o Os farelos de trigo e de arroz são ricos em vitaminas, ferro, cálcio, zinco e fibras -
além de ajudar na formação do sangue e dos ossos, e no crescimento e
funcionamento do corpo, esses alimentos servem para regular o intestino, evitando a
prisão de ventre.
o As folhas verde-escuras são riquíssimas em vitamina A, ferro, cálcio e outros
nutrientes - além da formação do sangue e dos ossos, esses alimentos aumentam a
resistência contra doenças, são importantes para a visão, crescimento do corpo,
formação e manutenção da pele.
o A casca de ovo é riquíssima em cálcio.

O que acontece com os nutrientes quando aquecemos a farinha multimistura?

O calor pode alterar os nutrientes dos alimentos. Alguns nutrientes se perdem e outros são mais
aproveitados quando passam pelo calor. Por exemplo:
O amido e as proteínas são mais aproveitados pelo corpo quando os alimentos são cozidos, fritos ou
assados.

As gorduras não perdem o seu valor energético com a ação do calor.

Algumas vitaminas são destruídas pelo calor, outras não. A vitamina C é a mais sensível. Por isso, já
no processo de secagem das folhas, boa parte desta vitamina se perde. A vitamina A resiste bem ao
calor, principalmente se forem acrescentadas algumas gotas de óleo ao cozinhar o alimento. As
vitaminas E, do complexo B, niacina e outras, também não são destruídas pelo calor.
Os minerais como o ferro, o zinco e o cálcio não são destruídos pelo calor. O ferro é mais aproveitado
quando o alimento é cozido.

Então, como aproveitar melhor os nutrientes da farinha multimistura?

1. Acrescentando a farinha no final do cozimento dos alimentos, ou seja, nos últimos 5 minutos;
2. Acrescentando a farinha ao apagar o fogo, no caso de sopas, molhos, feijão, etc;
3. Acrescentando a farinha multimistura na preparação de pães.

Além da Farinha Multimistura, é importante comer todos os dias uma MULTIMISTURA DE ALIMENTOS,
ou seja, uma VARIEDADE DE ALIMENTOS, de tipos e cores diferentes (frutas, verduras, grãos, etc).

Quanto mais colorido for o prato, melhor!

Esta variedade ajuda as pessoas a terem mais saúde.

Eveline Cunha Moura


Assessora Técnica em Nutrição da
Coordenação Nacional da Pastoral da Criança

PROPOSTA DE EIXOS E PRIORIDADES NACIONAIS


DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Eixo I.

Garantia do direito à alimentação adequada para todos os habitantes como um direito humano básico.

a. Reconhecimento do direito na constituição;


b. Regulamentação em legislação específica e
c. Promulgação de um Código Brasileiro de Conduta sobre o Direito à Alimentação adequada
aplicável a todos os atores sociais.

Eixo II.

Ampliar as condições de acesso à alimentação e reduzir o seu peso no orçamento familiar

a. Promoção do Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável


o O acesso à terra e condições para nela produzir;
o Consolidação e apoio à agricultura familiar;
o Melhoria da qualidade de vida na área rural;
o Oestímulo à produção de alimentos básicos;
o Promoção da agricultura ecológica sustentável.
b. Desenvolvimento de modelos alternativos de geração de renda e ocupações produtivas
o Estímulo à criação de fortalecimento de pequenas empresas urbanas e rurais;
o Estímulo ao associativismo e ao cooperativismo;
o Acapacitação profissional, gerencial e administrativa de trabalhadores e micro
empresários;
o Apoio a iniciativas de Crédito Popular.
c. Promoção de Política de abastecimento alimentar popular em áreas urbanas
o Iniciativas de Garantia da Renda Mínima (Campinas - renda mínima; Brasília - Bolsa
Escola; Feira de Santana, Brasília - Cesta da Cidadania, etc.);
o Agricultura urbana;
o Abastecimento alimentar a preços justos para áreas de baixa renda, articulando o
produtor, pequenos varejistas e consumidor.

Eixo III.
Assegurar saúde, nutrição e alimentação a grupos populacionais determinados

a. Programas alimentares e nutricionais dirigidos a grupos populacionais social e


nutricionalmente vulneráveis
o Descentralização do Programa de recuperação de crianças e gestantes desnutridas;
o Programa Nacional de Distribuição de Alimentos (PRODEA);
o Programa Nacional de Alimentação Escolar;
o Programas especiais de erradicação de distúrbios nutricionais causados por carência
de micronutrientes;
o Outros programas dirigidos a trabalhadores, desempregados, idosos, enfermos e
pessoas institucionalizadas.
b. Desenvolvimento de parceria entre sociedade civil e poder público visando a implementação
de iniciativas de contrapartida social por parte de todos os beneficiários em situação de
exclusão em condições de desenvolver atividades produtivas, como um mecanismo de
construção de cidadania e alavancamento de desenvolvimento humano local.

Eixo IV.

Assegurar a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos e seu


aproveitamento, estimulando práticas alimentares e estilos de vida saudáveis.

• Vigilância e controle de qualidade dos alimentos em todos os pontos da cadeia alimentar,


desde a roça até os locais de consumo (domicílio, restaurantes, bares, ambulantes, etc.),
passando pelos locais de produção e comercialização;
• Direito de acesso à informação sobre a composição dos alimentos, prazos de validade, etc.;
• Fornecimento regular de informações sobre hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis;
• Estímulo e criação de oportunidades de acesso a programas supervisionados de atividade
física a todos os cidadãos.

Eixo V.

Priorizar a segurança alimentar e nutricional, quando confrontada com interesses específicos do


comércio internacional. O direito à alimentação adequada e suficiente precede e prevalece sobre
qualquer lógica do mercado.

• Assegurar a auto-suficiência na produção dos alimentos para os quais o país apresenta


condições produtivas satisfatórias, dando primazia ao fortalecimento da agricultura familiar;
• Zelar pela preservação das diferentes culturas alimentares características das diversas regiões
do país;
• Fortalecer a perspectiva de construção de uma Convenção Global de Segurança Alimentar,
independente dos organismos multilaterais responsáveis pelo comércio internacional;
• Fortalecer a preparação do país para o processo de renegociação do Acordo Geral do GATT, no
item referente à agricultura e alimentação, em 1999;
• Identificar e divulgar os efeitos sobre a segurança alimentar e nutricional dos alimentos
manipulados geneticamente.

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