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A Mesa de Soberania da Assembléia Constitucional do Equador aprovou o artigo da nova Lei Fundamental
proibindo a instalação de bases militares estrangeiras no território nacional. Vamos pedir ao nosso
comentarista Ghennadi Sperski que dê sua opinião a esse respeito.
Segundo Maria Augusta Calle, presidente da Mesa de Soberania, a decisão foi tomada com base na maioria
da vontade expressa pela maioria dos Equatorianos, aqueles que nas últimas presidenciais haviam apoiado o
candidato Rafael Correa a prometer não prorrogar o prazo de arrendamento da base aérea estadunidense em
Manta, no litoral do Pacífico. Washington sustenta que essa instalação militar é de uma importância
excepcional para o combate ao narcotráfico. Já o Equador argumenta que essa base aérea não tem qualquer
utilidade e que seu desmantelamento deriva da necessidade de exercer plena soberania sobre o território
nacional. O presidente da Comissão para os Direitos Humanos do Equador, Elsie Monje, foi mais categórico
ainda, disse que a presença militar ianque em qualquer ponto da América Latina é uma ameaça para os
processos de mudanças e integração.
Os Estados Unidos haviam solicitado aos Governos peruano e colombiano para aceitarem a idéia de
transferência dessa base para o território de um e do outro país, mas a resposta foi negativa. O projeto de
nova Constituição da Bolívia proíbe, igualmente, a instalação de unidades militares estrangeiras no solo
nacional. Esses vizinhos meridionais dos Estados Unidos já não aceitam os esquemas antigos de colaboração
militar com a superpotência ianque. Declinaram, por exemplo, a proposta norte-americana de formar junto à
OEA uma espécie de corpo de reação rápida para intervir nos países em que no entender da Casa Branca tiver
surgido uma ameaça à democracia. A Venezuela, o Equador e o Uruguai recusaram-se a participar em comum
com os Estados Unidos nas manobras navais “UNITAS” programas para o setor sul do Atlântico. A Argentina
e o Paraguai não reconhecem a idéia de imunidade aos militares estadunidenses no território nacional. A
Bolívia e a Nicarágua caíram totalmente da órbita de influência do Pentágono.
A cooperação militar entre os Estados Unidos e a América Latina vai se encerrando no seu formato antigo.
Vários países regionais já anunciaram a intenção de conduzir uma política militar baseada nos seus interesses
nacionais. Essa necessidade é sempre defendida pelo presidente venezuelano Hugo Chávez. Há uns dias, o
Brasil e a Argentina decidiram dar uns primeiros passos rumo à criação de um Conselho de Defesa Sul-
Americano. No dizer do ministro da Defesa brasileiro, esse órgão é necessário para que as Forças Armadas
dos países regionais não dependam mais de estrangeiros no setor da defesa.
Esta nota foi preparada para os amigos pelo nosso comentarista Ghennadi Sperski.