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Televisão Digital

Alex Silva , Bruna Lobo , Danilo Lopes , Eugênio César , Fernando Allen
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Instituto de Informática – Universidade Federal de Goiás
Disciplina: Introdução à Computação

1. Introdução
A televisão digital ou TV digital usa um modo de modulação e compressão digital para
enviar vı́deo, áudio e sinais de dados aos aparelhos compatı́veis com a tecnologia, per-
mitindo um uso mais eficiente do espectro eletromagnético e proporcionando assim, trans-
missão e recepção de maior quantidade de conteúdo por uma mesma freqüência (canal).
A TV digital apresenta algumas funcionalidades que permitem uma interatividade
entre o telespectador e a emissora possibilitando: o acesso a informações adicionais como
por exemplo o menu de programação; a iteração do usuário com a emissora, através de
uma canal de retorno via linha telefônica por exemplo, possibilitando a este votar ou fazer
compras. É possı́vel desta forma, transmitir:
• Som e imagem de melhor qualidade, viabilizando a Televisão de Alta Definição
(HDTV). A resolução da imagem na TV analógica que é de 400 x 400 pixels
poderá ser de até 1920 x 1080 pixels.
• Mais canais (até 4) na mesma faixa de frequências utilizada por um canal
analógico.
A implantação da TV Digital passará por um perı́odo de transição, que deve durar
10 a 15 anos, no qual as emissoras transmitirão simultaneamente dois canais de 6 MHz,
sendo um analógico e o outro digital.
Este processo vem ocorrendo em vários paı́ses do mundo. No Reino Unido (UK),
por exemplo, o processo iniciou-se em 1998 e 65,9% das residências já tinham acesso à
TV Digital em setembro de 2005. Nos Estados Unidos o inı́cio foi em 2002 e no Japão
em 2003.
O sucesso da implantação da TV Digital depende em grande parte da disponi-
bilidade de conversores (set-top box) com preços baixos, acessı́veis para a população, o
que só é possı́vel com grandes escalas de produção. Esta é uma das justificativas para se
adotar um padrão único de TV Digital para o Brasil.

2. Histórico da TV Digital
A história da televisão digital iniciou-se em 1970, quando a direção da rede pública de
TV do Japão Nippon Hoso Kyokai (NHK) juntamente com um consórcio de cem estações
comerciais, dão carta branca aos cientistas do NHK Science & Technical Research Labo-
ratories para desenvolver uma TV de alta definição (que seria chamada de HDTV).
Os esforços eram para se descobrir uma tecnologia capaz de dar ao telespectador
as sensações mais próximas possı́veis, tanto em imagem quanto em som, daquelas exper-
imentadas por um espectador no cinema. Isso exigia não só maior nitidez da imagem e
estabilidade na transmissão, mas também uma tela com dimensões proporcionais a das
salas de projeção. Ao constatarem que não era tão fácil dobrar o número de linhas do
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receptor (de 525 ou 625 para 1000 ou 1200 linhas), os técnicos japoneses entenderam ser
ainda mais difı́cil melhorar a qualidade da transmissão a partir da plataforma analógica.
Não existia tecnologia capaz de realizar a compressão necessária para a trans-
missão de informações no volume exigido pela alta definição a partir de um canal tradi-
cional de 6 MHz. Entretanto, com a digitalização, aumentavam as probabilidades de se
atingir esta meta.
Mais tarde, o consórcio Hi-Vision Promotion Association passou a operar uma
hora por dia do serviço Digital Hi-Vision Broadcasting, que era a HDTV em sua fase
inicial. O serviço foi lançado oficialmente em 1 de Dezembro de 2000 e já é recebido por
mais de 14 milhões de aparelhos, ou um terço dos domicı́lios do Japão.
Patrocinados pela Comunidade Européia, os pesquisadores europeus também
fixaram-se sobre um padrão único, que num primeiro momento foi chamado de Memo-
rando. Em 1986, já como projeto Eureka, os europeus chegaram a uma alternativa similar
à japonesa, batizada de Multiplexed Analog Componentes (MAC). Para a alta definição,
foi criada a versão HD-MAC, cujo diferencial era operar com um maior número de pixels.
Os europeus lançaram o embrião do que seria um caminho próprio na procura pela TV de
melhor qualidade visual. O esforço resultou no sistema HD-Mac.
Nos primórdios da nova plataforma, todos os avanços que se faziam na Ásia e na
Europa eram acompanhados de perto pelos mesmos setores nos Estados Unidos. Tanto
os radiodifusores e os fabricantes quanto o governo norte-americano faziam questão de
encontrar uma solução nacional para a questão. Em 1983, 25 organizações haviam criado
o grupo que iria liderar os esforços para conceber a tecnologia “made in USA”, a Federal
Communications Commission (FCC). Em 1987, o órgão regulador convocou 58 redes
de TV para estudar os possı́veis impactos tecnológicos da então chamada Advanced TV
(ATV) sobre os serviços existentes. No mesmo ano, a FCC formou o Advisory Commit-
tee on Advanced Television Service (Television Test Center) (ATTC), uma organização
privada sem fins lucrativos voltada para o teste das novas tecnologias de DTV.
O final da década de 80 e o inı́cio dos anos 90 foram marcados pela implementação
da solução final que seria conhecida mundialmente pela sigla MP3, o formato mais usado
para compressão de arquivos de música na internet. Em 1994, juntava-se ao MPEG-1 o
MPEG-2. Com grande poder de compressão, a segunda versão da tecnologia tornou-se
o padrão oficial dos sistemas de Digital Video Disc (DVD) e da TV de alta definição
(HDTV). Se coube aos japoneses as primeiras iniciativas no sentido de viabilizar a trans-
missão no formato de alta resolução digital, ficou com os europeus o mérito de desen-
volver a tecnologia que condensava os dados de uma forma satisfatória para a transmissão
segura de vı́deo em alta definição.
Em paralelo aos avanços que obtinha com o formato MPEG, a Europa preocupava-
se em fixar um padrão único para a radiodifusão digital. Em março de 1991, seis membros
do quadro do padrão PALplus reuniram-se em um hotel no sudoeste da Alemanha para
um encontro informal de fim-de-semana. Dois eram representantes dos radiodifusores
públicos da Alemanha e quatro representavam a indústria eletro-eletrônica da Europa. No
encontro, eles se questionaram sobre a situação da transmissão digital no continente. Três
das principais conclusões dos especialistas incrementaram o ritmo da implantação da TV
Digital no continente. A primeira era a constatação de que o padrão MAC não traria
um ganho perante o já existente padrão PAL, adotado pelos serviços de transmissão por
satélite. Além disso, o mercado de consumo de massa da TV de alta definição não seria
introduzido em um perı́odo menor do 5 a 8 anos. Perante este cenário, os participantes do
encontro entenderam que o “trabalho” de estandartização da radiodifusão digital de vı́deo
na Europa deveria iniciar imediatamente.
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Um relatório da agência reguladora norte-americana detalhou em 1996 que o


grupo acabou desenvolvendo um sistema de DTV que “dramaticamente aumenta a qual-
idade técnica da transmissão de televisão, ajudando a preservar para os consumidores e
para nossa sociedade democrática os benefı́cios de um vibrante e saudável serviço de tele-
visão gratuito pelo ar no futuro”. No mesmo documento, a comissão destacou que o sis-
tema dava aos usuários “acesso a uma potencial hospedagem de serviços de informação”.
Em torno desta tecnologia mais abrangente para a radiodifusão, portanto, nascia em 16/9
de 1995 o Advanced Television Systems Committee (ATSC) - entidade criada a partir
de um Joint Committee on Inter-Society Coordination (JCIC) formado após a “Grande
Aliança”. Além de definir que qualquer adesão ao ATSC seria voluntária, o comitê esta-
beleceu que o engajamento só teria efeito com o aval da FCC. Com esta decisão, o grupo
legitimou o poder oficial do órgão regulador sobre o padrão norte-americano. O trabalho
do grupo também determinou os padrões que diferenciariam a HDTV da EDTV e esta da
SDTV e da LDTV.
Em 28 de novembro de 1995, o Acats recomendou que a agência do governo dos
EUA sugerisse o ATSC como o padrão norte-americano de TV Digital. Antes disso,
foram detalhados as partes que comporiam o sistema: codificação de áudio e vı́deo,
multiplexação de sinais, modulação para transmissão e demodulação de áudio e vı́deo
(recepção). Com a recomendação, a FCC avalizava oficialmente o ATSC. Em 21 de abril
de 1997, foi concluı́do o Fifth Report and Order, documento onde foram delineadas as re-
gras e polı́ticas do serviço de TV Digital. Foi neste texto que o governo dos EUA baixou
o prazo de oito anos - originalmente imaginado em 15 anos - para a transição do sistema
analógico para o digital. Em 1o de novembro de 1998, 26 estações voluntárias das dez
regiões mais importantes do EUA estavam catalogadas para iniciar as transmissões digi-
tais em caráter experimental. Cada uma recebeu um canal extra do governo para transmitir
sua programação no formato digital. Algumas semanas depois, outras 15 estações foram
adicionadas ao programa de transmissão voluntária em DTV.
Por volta de 1o de maio de 1999, todas as emissoras estabelecidas nos 10 maiores
mercados e afiliadas às maiores redes (ABC, CBS, Fox and NBC) estavam requisitando
autorização para transmitir com sinal digital. Seis meses depois, em 1o de novembro, as
afiliadas destas quatro redes nos 30 maiores mercados dos Estados Unidos entraram na fila
pelo canal digital. Para todas as demais estações comerciais, incluindo as independentes,
a FCC estipulou o prazo final de 1o de maio de 2002 para o inı́cio das transmissões. As
emissoras não-comerciais deverão começar a transição até 1o de maio de 2003. Nos EUA,
todas as empresas deverão estar atuando somente com a tecnologia digital até 2006. Em
todo o planeta, atualmente cerca de cem estações operam com o padrão desenvolvido pelo
ATSC. Entretanto, fora de seu paı́s de origem o padrão opera comercialmente apenas no
Canadá (8/11/97), Taiwan (8/5/98) e na Coréia do Sul (21/11/97).
Pioneiro com o sistema Muse, o Japão ficou para trás na corrida enquanto tes-
tava seu serviço Hi-Vision. Começou a recuperar fôlego a partir de 1997, quando a rede
NHK despendeu esforços e recursos para formar o consórcio Digital Broadcasting Ex-
perts Group (DiBEG) e desenvolver o Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB).
Concebido com diversas semelhanças em relação à tecnologia européia DVB, o padrão
japonês tem um diferencial importante: sua plataforma suporta múltiplas aplicações. Um
canal de 6 MHz foi projetado para suportar até 13 serviços ou emissoras diferentes. Em
dezembro de 2000, a operação do Muse via satélite foi substituı́da pelo padrão totalmente
digital ISDB. O paı́s lançou comercialmente os serviços de TV Digital terrestre a partir
de 2003.
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3. Aspectos Técnicos e Tecnológicos


Nesta seção buscamos apresentar de forma resumida os principais aspectos técnicos e
tecnológicos que fazem parte do serviço de televisão digital. Uma visão geral destes
aspectos é importante para poder entender os benefı́cios desta nova tecnologia e também
parte da motivação para o atual debate referente à implementação do serviço de TV digital
no Brasil.

3.1. Novos Serviços


Um dos principais diferenciais desta nova tecnologia de TV está na possibilidade de de-
senvolver aplicações capazes de interagir com o telespectador, oferecendo serviços difer-
enciados para os usuários do sistema. Dentre os serviços atulmente disponı́veis, podemos
destacar:

• Acesso a informações adicionais como por exemplo o menu de programação.


• Interação do usuário com a emissora através de uma canal de retorno via linha
telefônica, por exemplo, possibilitando a este votar ou fazer compras.
• Recepção em dispositivos móveis (celulares, PDAs).
• Gravação de programas em um disco rı́gido dentro do aparelho para exibição pos-
terior, mesmo quando o espectador estiver assistindo outro canal.
• Acesso à internet e sistemas computacionais.

3.2. Padrões Existentes


Existem em todo o mundo três sistemas de TV Digital - o sistema americano (ATSC),
o sistema europeu (DVB) e o sistema japonês (ISDB). Vários paı́ses já selecionaram o
padrão de TV digital. Entre os fatores examinados na escolha podemos citar: aspec-
tos técnicos, serviços providos, considerações de ordem polı́tica, questões econômicas,
produtivas e comerciais, riscos envolvidos, universalização e impacto social. Iremos ver
agora um pouco sobre cada padrão disponivel, suas vantagens e desvantagens.

3.2.1. ATSC - Advanced Television System Commitee

Conforme apresentado no histórico, os Estados Unidos foram os pioneiros na pesquisa


sobre TV digital de alta definição. Este padrão foi divulgado em 1996 pelo comitê que
lhe emprestou o nome. É uma organização composta por aproximadamente 140 membros
(entre empresas, universidades e centros tecnológicos) e é encarregada de normatizar a
utilização do padrão, inclusive por outros paı́ses.
É considerado o sistema mais robusto para transmissão em alta definição com
interatividade, mas é o menos desenvolvido no quesito mobilidade: existe a necessidade
de instalação de equalizadores para recepção do sinal em situações de multipercurso - ou
seja, caminhos diferentes resultam em intervalos de tempo diferenciados no receptor. A
tabela 1 lista as vantagens e desvantagens deste padrão.

3.2.2. DVB - Digital Video Broadcasting

O DVB é um consórcio de aproximadamente 270 empresas de radiodifusão e fornecedores


de equipamentos europeus. Fazem parte empresas como Nokia e Siemens e redes de
televisão como BBC (Inglaterra). O sistema privilegia a programação múltipla, o que é
visto no Brasil como oportunidade para as ONGs (Organizações não Governamentais) e
pelas teles, interessadas em novos canais de conteúdo. Entretanto, a tecnologia não agrada
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Vantagens Desvantagens
Privilegia as transmissões em alta Não oferece opção de televisão
definição, contribuindo para a móvel ou portátil
popularização de televisões de alta
definição
Privilégia também a interatividade Controlado pela Zenith, da LG, que
com usuário não abre mão de pagamento de roy-
alities
Imagems em wide screen 16:9 e Receptores comerciais só fun-
resolução de até 1920x1080 cionam razoavelmente com antenas
externas
Utiliza o formato Dolby
Digital(AC-3) para prover um
sistema Surround 5.1 de som

Table 1: Vantagens e Desvantagens do Sistema ATSC

às grandes redes de TV, pois elas teriam, em tese, que dividir o espaço que ocupam hoje no
espectro (6 MHz) com outros produtores de conteúdo, e também o mercado publicitário.
Em tese, esse sistema vincularia a transmissão móvel às redes das teles celulares,
já que o sistema demandaria a utilização de uma estrutura em separado para as trans-
missões destinadas a receptores móveis, o que garantiria a participação dessas empresas
no negócio.
É o padrão adotado pelas principais operadoras privadas de TV por assinatura por
satélite. Em Portugal tem sido adotado nos canais pay-per-view de televisão a cabo como
alternativa ao sistema analógico.

Vantagens Desvantagens
Interface entre sistema e aplicativo Sujeito a interferências prejudici-
tende a ser adotada mundialmente ais de eletrodomésticos e motores
elétricos
Concepão mais flexı́vel que o ATSC Padrão tradicional apresenta
restrições à recepção móvel e
portátil
Recepção em dispositivos móveis Não permite transmissão si-
está sendo desenvolvida, o que per- multânea de alta definição para
mitirá convergência com 3G receptores fixos e de definição
standart para receptores portáteis

Table 2: Vantagens e Desvantagens do Sistema DVB

3.2.3. ISDB - Integrated Services Digital Broadcasting

Inicialmente, o ISDB substituiu o antigo MUSE (Multiple Sub-Nyquist Sampling Encod-


ing), um sistema analógico de televisão de alta definição, com modo de transmissão via
satélite. Já em 2003, os primeiros receptores para televisão digital terrestre começaram a
ser comercializados, expandindo assim a TV digital no território japonês.
Desta forma, o Japão, que havia começado as primeiras pesquisas sobre televisão
de alta definição em meados dos anos setenta, tinha agora um padrão completamente
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digital que também englobava o conceito de televisão de alta definição.


O padrão ISDB é formado por um conjunto de documentos que definem as me-
didas adotadas em relação ao meio de transmissão, transporte, codificação e middleware,
camada de comunicação entre o software e hardware.
Do ponto de vista de tecnologia e desempenho, o padrão japonês pode ser con-
siderado o mais avançado, pois teve a mobilidade e flexibilidade como principais pré-
requisitos durante o seu desenvolvimento, sendo assim adequado para recepção portátil
de dados e imagens. Além deste fato, este padrão tem uma intensa convergência, su-
porta modulação digital de alta qualidade e ainda engloba os conceitos de televisão de
alta definição.
Outro grande diferencial do ISDB é a segmentação de canais. Isto significa que o
canal digital é subdividido em vários sub-canais que permite assim a transmissão paralela
de vários serviços.
Enfim, o ISDB utilizou as qualidades do já existente DVB (europeu) e incremen-
tou novos e poderosos conceitos que tornaram este padrão o mais robusto da atualidade.

Vantagens Desvantagens
Transmite alta definição para tele- Distanciamento entre culturas e lin-
visores fixos, equipados com ante- guas dificulta a comunicação com
nas internas ou externas, e imagems firmas e orgãos governamentais
standart para dispositivos móveis japoneses
ou portáteis
Convergência total com celulares O middleware ARIB B-24 é total-
3G mente voltado para caracteres ori-
entais e nescessita de adaptações
Flexibilidade, permitindo todas as Só foi adotado pelo Japão, até o mo-
aplicações imagináveis mento.

Table 3: Vantagens e Desvantagens do Sistema ISDB

3.3. Tecnologia
Um fator crucial para o sucesso da TV Digital é conseguir aproveitar toda a infra-estrutura
de transmissão analógica disponı́vel em larga escala em todos os paı́ses, fornecer quali-
dade de áudio e vı́deo superior e ainda acrescentar novos serviços através da interatividade
com o usuário.
A transmissão analógica de TV é bastante similar no mundo todo, diferenciando-
se basicamente nos padrões de vı́deo adotados, o que força a adoção de um aparelho
receptor compatı́vel com cada padrão. No Brasil as caracterı́sticas básicas do sistema
analógico são as seguintes:

• O sinal carrega três componentes de cor (as cores básicas) mais o áudio.
• Os componentes ocupam uma largura de faixa de aproximadamente 4,2Mhz.
• Cada canal, ou faixa de transmissão tem tamanho de 6Mhz.
• O padrão PAL-M, aqui adotado disponibiliza no máximo 525 linhas de resolução
e uma relação de aspecto de 4:3, de forma que temos uma tela quase quadrada.

Com a atual tecnologia de compactação de aúdio e vı́deo e de


codificação/decodificação de sinais digitais, tornou-se possı́vel a transmissão e
propagação de alta definição utilizando o mesmo meio de transmissão analógico.
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Podemos receber áudio de alta qualidade em estério com até cinco canais (Sur-
round 5.1), aumentando a sensação de imersão no ambiente em conjunto com a imagem
de alta qualidade com relação de aspecto de 16:9, semelhante às dimensões da tela do
cinema.
No áudio são comumente utilizados os formatos de compactação (codecs)
MPEG2, Dolby e MPEG-AAC em taxas que variam de 128 a 256 Kbits/s.
O padrão SDTV (Standard Digital TV) possui menor resolução que o HDTV mas
até quatro canais de vı́deo podem ser transmitidos dentro de uma mesma banda de 6Mhz.
Neste padrão são conseguidas taxas máximas de 270 Mbits/s em widescreen. É utilizada
a compactação MPEG2 em taxas de amostragem de 3 a 6 Mbits/s.
O HDTV (High Definition TV) permite até 1125 linhas de resolução, ocupando
até 1,4Gbits/s de banda, de forma que somente um canal de vı́deo pode ser trafegado na
banda de 6Mhz. Também utiliza o coded MPEG2 em taxas de amostragem de 25 a 30
Mbits/s.
Em linhas gerais, são estas as principais vantagens da digitalização da TV:
• Otimização do espectro de frequência, podendo utilizar canais de 6Mhz
próximos sem que um canal cause interferência no outro. Com isto é possı́vel
aumentar a disponibilidade de canais.
• Flexibilidade na manipulação dos dados e no tratamento e edição do sinal,
pois é possı́vel mudar o formato da compactação sem realizar alterações nos
equipamentos. Basta apenas “Carregar” um novo codec compatı́vel no receptor.
• Maior imunidade a ruidos e distorções pelas vantagens caracterı́sticas do trata-
mento e digitalização dos sinais.
• Transporte de sinais multiplexados, o que permite combinar os sinais de áudio
e vı́deo com mais um canal de interatividade, por exemplo.
• Facilidade na troca de programas entre paı́ses. O intercâmbio de programas
se resume na comercialização de arquivos digitais em formatos padronizados, dis-
pensando qualquer tratamento analógico.
• Ganho de qualidade na transmissão com maior resolução de áudio e vı́deo.
Como um dos principais argumentos de venda da TV Digital é a interatividade,
entendemos ser importante esclarecer, que ao contrário do senso comum, que acredita
que TV Interativa é a união da internet com a televisão, o que estamos presenciando na
verdade é o nascimento de uma nova mı́dia. Para este novo meio que apresenta novas
formas de comunicação e exploração são também necessárias novas regulamentações e
leis e formas de gestão pública e empresarial.
Para finalizar a abordagem dos aspectos tecnológicos, faremos uma breve abor-
dagem da infra-estrutura comum a todos os sistemas atuais e também sobre o mercado
aberto para o desenvolvimento de software nesta mı́dia.
O diagrama de blocos da Figura 1 ilustra como é inserida a digitalização em cima
da estrutura analógica de televisão. Anteriormente os sinais de audio e vı́deo, apesar de
serem capturados com alta qualidade nos estúdios, deveriam tê-la reduzida para se ade-
quar às limitações da banda de transmissão na plataforma de radio difusão. Agora, os
sinais de áudio e vı́deo de alta qualidade são previamente digitalizados e depois multi-
plexados e codificados num formato adequado para a radio difusão.
Posteriormente este sinal será decodificado, na residência do usuário, por um apar-
elho compatı́vel que irá cuidar da restauração da informação de audio e vı́deo em alta
qualidade que fora originalmente transmitida. A vantagem do sistema digital é tão grande
que ainda é possı́vel transmitir juntamente com o áudio e o vı́deo um canal de dados que
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Figure 1: Diagrama de Blocos de um Sistema de TV Digital

permite a implementação de interatividade e serviços. Este canal recebe normalmente a


denominação de “middleware”.
As figuras de 2 a 4 ilustram os componentes de cada bloco para cada um dos três
sistemas de TV Digital atualmente existentes no mundo.

Figure 2: Sistema ATSC (Americano)

O middleware tem papel de destaque na TV Digital pois é a infra-estrutura de


hardware e software que viabiliza a interatividade e uma infinidade de serviços que podem
ser agregados. Como estes novos serviços possuem um grande potencial de exploração
mercadológica, é possı́vel identificar um excelente nicho de mercado para os profissionais
de computação (e outras áreas) que resolvam desenvolver aplicações para televisão digital.
Percebendo este potencial, diversas empresas de TI se mobilizam para desenvolver
soluções e ferramentas de desenvolvimento para TV Digital. A SUN, por exemplo, de-
senvolveu o Java TV API enquanto outras empresas fornecem soluções equivalentes em
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Figure 3: Sistema DVB (Europeu)

Figure 4: Sistema ISDB (Japonês)


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outras linguagens, entre elas a linguagem C.


É provável que o Java e C/C++ sejam as principais linguagens de desenvolvimento
para a TV Interativa, mas não podem ser descartadas outras linguagens que também tem
se destacado em dispositivos móveis e na WEB como Python, Ruby, Lua, entre outras.

4. TV Digital no Brasil
Em 1999 a Anatel e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD) deram inı́cio ao processo de avaliação técnica e econômica para a tomada de
decisão quanto ao padrão de transmissão digital a ser aplicado no Brasil. A Anatel au-
torizou que fossem testados os três sistemas de Radiodifusão Sonora de Sons e Imagens
existentes no plano mundial: o dos japoneses, dos europeus e dos nortes americanos. O
CPqD acompanhou os testes e apresentou à Anatel o relatório de analise. Foram real-
izadas também pesquisas de mercado, que foram adicionadas a dados de paı́ses que já
haviam implantado essa tecnologia, e a um projeto de ampliação da TV digital para a
Teleducação(ensino a distancia).
A discussão sobre o sistema brasileiro de TV digital (SBTVD) já se estende al-
guns anos. Ele foi criado em 2003 com a mudança do governo federal e ainda não foi
implantado. Para definição do SBTVD o governo brasileiro instituiu um grupo gestor e
dois comitês: um de desenvolvimento e um consultivo. O grupo gestor, responsável por
esboçar o projeto de desenvolvimento, apresentou o relatório em 17/12/2005 ao comitê
de desenvolvimento. Esse por sua vez apresentará um relatório contendo:
• A definição do modelo de referência do SBTV;
• O padrão de televisão digital a ser adotado no Paı́s;
• A forma de exploração do serviço de TV Digital;
• O perı́odo e modelo de transição do sistema analógico para o digital.
Esse relatório deveria ter sido apresentado em 10/02/2006, porém o Ministro das
Comunicações anunciou o adiamento deste prazo.
Para o Brasil o sistema de TV digital deve apresentar requisitos e condições
definidas de modo que ele seja um meio para atender as necessidades especı́ficas da nossa
sociedade. Como, por exemplo, o baixo custo e robustez na recepção, a flexibilidade e
capacidade de evolução e a inclusão digital.
A avaliação final para escolha do padrão dependerá da negociação de contra-
partidas entre o governo brasileiro e os detentores das tecnologias, porem o Brasil já
demonstrou interesse no modelo japonês.
Em nota, a Folha online divulgou a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva pelo modelo dos japoneses. Esta proposta, ao ser avaliada mostrou que trará mais
vantagens ao Brasil e às grandes empresas de comunicação do paı́s, entre as quais as
Organizações Globo.
Outros fatores que levaram o presidente a escolher esse padrão foi que os japone-
ses permitiram um prazo maior para a adaptação dos atuais aparelhos de sinal analógico,
além do fato de que em algumas discussões esse padrão foi apontado como o de melhor
qualidade técnica.
A esperada revolução digital acontecerá gradualmente no Brasil. No curto prazo
não teremos grandes mudanças. Será necessário a adaptação dos consumidores, o que
pode levar um tempo, e também adaptação das emissoras nacionais ao novo modelo de
produção de imagens.
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Com a introdução da tecnologia digital na radiodifusão de TV (TV Digital Ter-


restre), o usuário poderá optar por uma das seguintes situações: continuar a receber a TV
aberta da forma atual utilizando a sua TV analógica; adquirir um conversor que permitirá
receber o sinal digital e convertê-lo para um formato de vı́deo e áudio disponı́vel em seu
receptor de TV; ou, adquirir uma TV nova que já incorpore o conversor.
Para as TVs fabricadas nessa década existe a possibilidade de comprar caixas
decodificadoras (set-top boxes), com preço mı́nimo estimado de duzentos reais, já os
aparelhos mais antigos deverão ser trocados. Além disso, os poucos aparelhos fabricados
para receber em HDTV tem preços muito elevados: aproximadamente 15 mil reais.
A tendência é o governo optar por um middleware nacional, desenvolvido por
universidades brasileiras. Como essas tecnologias ainda não foram testadas, há um certo
medo rondando as redes de TV. Teme-se, por exemplo, que o middleware nacional seja
suscetı́vel a ataques de hackers.
A implementação deve ocorrer gradualmente primeiramente em São Paulo e Rio
de Janeiro, depois nas principais capitais até atingir todo paı́s.
O Brasil está tentando estabelecer um padrão de TV digital no Mercosul, porém
na Argentina a idéia do padrão japonês não esta sendo aceita e os padrões americano e
europeu são mais cotados.

5. Referências
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Televiso_digital
• http://pt.wikipedia.org/wiki/SBTVD
• http://sbtvd.cpqd.com.br/
• http://www.teleco.com.br/tvdigital.asp
• http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialtvd2/
default.asp
• http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/
tvdigital/

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