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ISO

14000

CRESCE RITMO DE CERTIFICAÇÕES DE GESTÃO


AMBIENTAL

Marcelo Fairbanks

Procura pelo certificado aumenta no Brasil e em todo o mundo,


enquanto a norma busca integrar-se à série ISO 9000 e aos
sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional

Cresce no Brasil o interesse pelas normas da série ISO 14000


para sistemas de gestão ambiental. Mais de 240 empresas instaladas
no País já contam com a certificação, justificada por motivos
diversos, que vão desde legítimas preocupações com a proteção
ambiental até o uso como ferramenta de propaganda local e
internacional.

Aprovada em Genebra, em 1996, a série de normas internacionais


precisou primeiro remover algumas barreiras à sua adoção, em
parte criadas por interpretações equivocadas sobre sua finalidade,
para depois conquistar a aceitação internacional. Com o passar dos
anos e o acúmulo de experiência com as normas, verifica-se a
necessidade de introduzir algumas mudanças.
A mais importante diz respeito ao alcance e finalidade da série.
Alguns especialistas já preferem encarar a questão ambiental junto
com a da qualidade e, talvez, até dos cuidados com saúde e
segurança ocupacional. Afinal, quando se fala em gestão torna-se
inevitável olhar para a empresa toda em vez de promover análises
pontuais, sob o risco de gerar movimentos contraditórios dentro da
mesma organização.

“A reunião de Salvador 2000 para a revisão da norma ISO 14000


deliberou que as normas são ainda muito recentes para receber
alterações profundas”, comentou o engenheiro João Batista
Sarmento Franco, coordenador do
comitê brasileiro nº 38 (CB-38), da
Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), representante
nacional da International Standards
Organization. No entanto, ele ressaltou a decisão da entidade de
promover a harmonização entre as séries 9000 (qualidade) e 14000
(gestão ambiental). “A 9000, mais antiga, é muito estática,
enquanto a 14000 é dinâmica, criada sob as diretrizes de melhoria
contínua, que devem prevalecer”, explicou. As novas normas ISO
9000 entram vigor em dezembro de 2000 e passam a incluir
conceitos de melhoria contínua.

Atualmente, o CB-38 mantém grupo de trabalho com a função de


interpretar o texto das normas da série, em especial da ISO 14001.
Quando encontra casos ainda não examinados em âmbito
internacional, o comitê encaminha a dúvida para Genebra, para
avaliar o caso e gerar interpretação homogênea mundial. “Não
somos certificadores, nem auditamos as certificadoras, papel
exercido pelo Inmetro”, afirmou Franco.

“A reunião de Salvador deu um passo atrás na evolução da ISO


14000”, criticou Francesco De Cicco, presidente do QSP - Centro
da Qualidade, Segurança e Produtividade para o Brasil e América
Latina, uma organização não-governamental sem fins lucrativos
com mais de 250 empresas associadas. Por não ter sido gerado
nenhum documento, o processo de atualização da norma dentro do
escopo deliberado pelo comitê técnico da ISO ficará parado até
março ou abril de 2001, quando nova reunião poderá gerar um
working draft (esboço preliminar). Esse é o passo inicial para a
revisão da norma, cuja duração vai de dois a três anos. “O comitê
da ISO, em Genebra, já decidiu por mudanças leves na ISO 14000
para integrá-la à nova ISO 9000, além de aclarar alguns pontos de
dúvida no texto original”, explicou De Cicco.

Embora concorde com a decisão de preservar a norma, De Cicco


considera que alguns aspectos merecem revisão, em especial na
ISO 14004, norma que propõe diretrizes gerais para a aplicação da
série, embora não seja exigível para fins de certificação, atributo da
ISO 14001. “A significância dos impactos ambientais e a
transparência desses aspectos das empresas para a comunidade
devem ser aprofundados e talvez se tornem exigíveis”, afirmou.

“A ISO 14000 foi bem feita, mas tem limitações”, avaliou Marcelo
Kós Silveira Campos, gerente de assuntos técnicos da Associação
Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que participou desde o
início do processo de elaboração da norma internacional. A maior
dificuldade foi incluir o desempenho ambiental na série, dados a
desconfiança na efetividade da norma e os diferentes graus de
maturidade da indústria ao redor do mundo. “Até 1998 ou 1999
ainda não se tinha muita certeza de que o estabelecimento de
sistemas de gestão ambiental trouxesse imediatamente ganhos em
qualidade ambiental, daí o receio de exigir resultados das empresas
certificadas”, disse. “Hoje já há elementos para sustentar a
existência de correlação positiva entre sistema de gestão e ganho
ambiental.” A obtenção de resultados nesse campo ficou
estabelecida nas normas-guia 14004 e 14031.

Em âmbito mundial, a indústria química já estava avançada no


processo do Responsible Care (Atuação Responsável, no Brasil)
quando se começou a discutir a criação da ISO 14000. “O
Responsible Care ofereceu importantes subsídios para a criação da
norma ISO 14000, mas é bem mais abrangente”, considerou. A
Abiquim exige de seus associados a participação no programa de
Atuação Responsável, mas não o faz quanto à ISO 14000.
“Entendemos que o programa é um compromisso setorial, enquanto
a certificação ISO é uma decisão isolada de cada empresa”,
explicou.

Na prática, as empresas do setor que já estavam avançadas no


Atuação Responsável encontram muita facilidade para se adequar à
ISO 14000. “A parte mais difícil é a avaliação de impactos
ambientais”, disse. Até o final de 1999, estavam certificadas na ISO
14000 21 associadas da Abiquim. Até 2002, a associação prevê que
53 associadas – 39% do quadro associativo – exibam o certificado
de conformidade.
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