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GUTS

(do livro: Haunted)

Tradução: Ricardo Leite.

Inspire.

Inspire o máximo de ar que conseguir.

Essa estória deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar sua
respiração, e um pouco mais.
Então leia o mais rápido que puder.
Um amigo meu aos 13 anos ouviu falar sobre "fio-terra". Isso é quando alguém enfia um
consolo na bunda. Estimule a próstata o suficiente, e os rumores dizem que você pode ter
orgasmos explosivos sem usar as mãos. Nessa idade, esse amigo é um pequeno maníaco
sexual. Ele está sempre buscando uma melhor forma de gozar. Ele sai para comprar uma
cenoura e lubrificante. Para conduzir uma pesquisa particular. Ele então imagina como seria
a cena no caixa do supermercado, a solitária cenoura e o lubrificante percorrendo pela
esteira o caminho até o atendente no caixa. Todos os clientes esperando na fila, observando.
Todos vendo a grande noite que ele preparou.
Então, esse amigo compra leite, ovos, açúcar e uma cenoura, todos os ingredientes para um
bolo de cenoura. E vaselina.Como se ele fosse para casa enfiar um bolo de cenoura no
rabo.Em casa, ele corta a ponta da cenoura com um alicate. Ele a lubrifica e desce seu
traseiro por ela. Então, nada. Nenhum orgasmo. Nada acontece, exceto pela dor.Então, esse
garoto, a mãe dele grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para descer, naquele
momento.Ele remove a cenoura e coloca a coisa pegajosa e imunda no meio das roupas
sujas debaixo da cama.Depois do jantar, ele procura pela cenoura, e não está mais lá. Todas
as suas roupas sujas, enquanto ele jantava, foram recolhidas por sua mãe para lavá-las. Não
havia como ela não encontrar a cenoura, cuidadosamente esculpida com uma faca da
cozinha, ainda lustrosa de lubrificante e fedorenta.Esse amigo meu, ele espera por meses na
surdina, esperando que seus pais o confrontem. E eles nunca fazem isso. Nunca. Mesmo
agora que ele cresceu, aquela cenoura invisível aparece em toda ceia de Natal, em toda
festa de aniversário. Em toda caça de ovos de páscoa com seus filhos, os netos de seus pais,
aquela cenoura fantasma paira por sobre todos eles. Isso é algo vergonhoso demais para dar
um nome.As pessoas na França possuem uma expressão: "sagacidade de escadas." Em
francês: esprit de l'escalier. Representa aquele momento em que você encontra a resposta,
mas é tarde demais. Digamos que você está numa festa e alguém o insulta. Você precisa
dizer algo. Então sob pressão, com todos olhando, você diz algo estúpido. Mas no momento
em que sai da festa....Enquanto você desce as escadas, então - mágica. Você pensa na coisa
mais perfeita que poderia ter dito. A réplica mais avassaladora.Esse é o espírito da escada.O
problema é que até mesmo os franceses não possuem uma expressão para as coisas
estúpidas que você diz sob pressão. Essas coisas estúpidas e desesperadas que você pensa
ou faz.Alguns atos são baixos demais para receberem um nome. Baixos demais para serem
discutidos.Agora que me recordo, os especialistas em psicologia dos jovens, os
conselheiros escolares, dizem que a maioria dos casos de suicídio adolescente eram garotos
se estrangulando enquanto se masturbavam. Seus pais o encontravam, uma toalha enrolada
em volta do pescoço, a toalha amarrada no suporte de cabides do armário, o garoto morto.
Esperma por toda a parte. É claro que os pais limpavam tudo. Colocavam calças no garoto.
Faziam parecer... melhor. Ao menos, intencional. Um caso comum de triste suicídio
adolescente.Outro amigo meu, um garoto da escola, seu irmão mais velho na Marinha dizia
como os caras do Oriente Médio se masturbavam de forma diferente do que fazemos por
aqui. Esse irmão tinha desembarcado num desses países cheios de camelos, na qual o
mercado público vendia o que pareciam abridores de carta chiques. Cada uma dessas coisas
é apenas um fino cabo de latão ou prata polida, do comprimento aproximado de sua mão,
com uma grande ponta numa das extremidades, ou uma esfera de metal ou uma dessas
empunhaduras como as de espadas. Esse irmão da Marinha dizia que os árabes ficavam de
pau duro e inseriam esse cabo de metal dentro e por toda a extremidade de seus paus. Eles
então batiam punheta com o cabo dentro, e isso os faziam gozar melhor. De forma mais
intensa.Esse irmão mais velho viajava pelo mundo, mandando frases em francês. Frases em
russo. Dicas de punhetagem.Depois disso, o irmão mais novo, um dia ele não aparece na
escola. Naquela noite, ele liga pedindo para eu pegar seus deveres de casa pelas próximas
semanas. Porque ele está no hospital.Ele tem que compartilhar um quarto com velhos que
estiveram operando as entranhas. Ele diz que todos compartilham a mesma televisão. Que a
única coisa para dar privacidade é uma cortina. Seus pais não o vem visitar. No telefone, ele
diz como os pais dele queriam matar o irmão mais velho da Marinha.Pelo telefone, o garoto
diz que, no dia anterior, ele estava meio chapado. Em casa, no seu quarto, ele deitou-se na
cama. Ele estava acendendo uma vela e folheando algumas revistas pornográficas antigas,
preparando-se para bater uma. Isso foi depois que ele recebeu as notícias de seu irmão
marinheiro. Aquela dica de como os árabes se masturbam. O garoto olha ao redor
procurando por algo que possa servir. Uma caneta é grande demais. Um lápis, grande
demais e áspero. Mas escorrendo pelo canto da vela havia um fino filete de vela derretida
que poderia servir. Com as pontas dos dedos, o garoto descola o filete da vela. Ele o enrola
na palma de suas mãos. Longo, e liso, e fino.Chapado e com tesão, ele enfia lá dentro, mais
e mais fundo por dentro do canal urinário de seu pau. Com uma boa parte da cera ainda
para fora, ele começa o trabalho.Até mesmo nesse momento ele reconhece que esses árabes
eram caras muito espertos. Eles reinventaram totalmente a punheta. Deitado totalmente na
cama, as coisas estão ficando tão boas que o garoto nem observa a filete de cera. Ele está
quase gozando quando percebe que a cera não está mais lá.O fino filete de cera entrou. Bem
lá no fundo. Tão fundo que ele nem consegue sentir a cera dentro de seu pau.Das escadas,
sua mãe grita dizendo que é a hora da janta. Ela diz para ele descer naquele momento. O
garoto da cenoura e o garoto da cera eram pessoas diferentes, mas viviam basicamente a
mesma vida.Depois do jantar, as entranhas do garoto começam a doer. É cera, então ele
imagina que ela vá derreter dentro dele e ele poderá mijar para fora. Agora suas costas
doem. Seus rins. Ele não consegue ficar ereto corretamente.O garoto falando pelo telefone
do seu quarto de hospital, no fundo pode-se ouvir campainhas, pessoas gritando. Game
shows.Os raios-X mostram a verdade, algo longo e fino, dobrado dentro de sua bexiga.
Esse longo e fino V dentro dele está coletando todos os minerais no seu mijo. Está ficando
maior e mais expesso, coletando cristais de cálcio, está batendo lá dentro, rasgando a frágil
parede interna de sua bexiga, bloqueando a urina. Seus rins estão cheios. O pouco que sai
de seu pau é vermelho de sangue.O garoto e seus pais, a família inteira, olhando aquela
chapa de raio-X com o médico e as enfermeiras ali, um grande V de cera brilhando na
chapa para todos verem, ele deve falar a verdade. Sobre o jeito que os árabes se masturbam.
Sobre o que o seu irmãos mais velho da Marinha escreveu.No telefone, nesse momento, ele
começa a chorar.Eles pagam pela operação na bexiga com o dinheiro da poupança para sua
faculdade. Um erro estúpido, e agora ele nunca mais será um advogado.Enfiando coisas
dentro de você. Enfiando-se dentro de coisas. Uma vela no seu pau ou seu pescoço num nó,
sabíamos que não poderia acabar em problemas.O que me fez ter problemas, eu chamava
de Pesca Submarina. Isso era bater punheta embaixo d'água, sentando no fundo da piscina
dos meus pais. Pegando fôlego, eu afundava até o fundo da piscina e tirava meu calção. Eu
sentava no fundo por dois, três, quatro minutos.Só de bater punheta eu tinha conseguido
uma enorme capacidade pulmonar. Se eu tivesse a casa só para mim, eu faria isso a tarde
toda. Depois que eu gozava, meu esperma ficava boiando em grandes e gordas
gotas.Depois disso eram mais alguns mergulhos, para apanhar todas. Para pegar todas e
colocá-las em uma toalha. Por isso chamava de Pesca Submarina. Mesmo com o cloro,
havia a minha irmã para se preocupar. Ou, Cristo, minha mãe.Esse era meu maior medo:
minha irmã adolescente e virgem, pensando que estava ficando gorda e dando a luz a um
bebê retardado de duas cabeças. As duas parecendo-se comigo. Eu, o pai e o tio. No fim,
são as coisas nais quais você não se preocupa que te pegam.A melhor parte da Pesca
Submarina era o duto da bomba do filtro. A melhor parte era ficar pelado e sentar
nela.Como os franceses dizem, Quem não gosta de ter seu cú chupado? Mesmo assim, num
minuto você é só um garoto batendo uma, e no outro nunca mais será um advogado.Num
minuto eu estou no fundo da piscina e o céu é um azul claro e ondulado, aparecendo através
de dois metros e meio de água sobre minha cabeça. Silêncio total exceto pelas batidas do
coração que escuto em meu ouvido. Meu calção amarelo-listrado preso em volta do meu
pescoço por segurança, só em caso de algum amigo, um vizinho, alguém que apareça e
pergunte porque faltei aos treinos de futebol. O constante chupar da saída de água me
envolve enquanto delicio minha bunda magra e branquela naquela sensação.Num momento
eu tenho ar o suficiente e meu pau está na minha mão. Meus pais estão no trabalho e minha
irmão no balé. Ninguém estará em casa por horas.Minhas mãos começam a punhetar, e eu
paro. Eu subo para pegar mais ar. Afundo e sento no fundo.Faço isso de novo, e de
novo.Deve ser por isso que garotas querem sentar na sua cara. A sucção é como dar uma
cagada que nunca acaba. Meu pau duro e meu cú sendo chupado, eu não preciso de mais ar.
O bater do meu coração nos ouvidos, eu fico no fundo até as brilhantes estrelas de luz
começarem a surgir nos meus olhos. Minhas pernas esticadas, a batata das pernas
esfregando-se contra o fundo. Meus dedos do pé ficando azul, meus dedos ficando
enrugados por estar tanto tempo na água.E então acontece. As gotas gordas de gozo
aparecem. É nesse momento que preciso de mais ar. Mas quando tento sair do fundo, não
consigo. Não consigo colocar meus pés abaixo de mim. Minha bunda está presa.Médicos de
plantão de emergência podem confirmar que todo ano cerca de 150 pessoas ficam presas
dessa forma, sugadas pelo duto do filtro de piscina. Fique com o cabelo preso, ou o traseiro,
e você vai se afogar. Todo o ano, muita gente fica. A maioria na Flórida.As pessoas
simplesmente não falam sobre isso. Nem mesmo os franceses falam sobre tudo. Colocando
um joelho no fundo, colocando um pé abaixo de mim, eu empurro contra o fundo. Estou
saindo, não mais sentado no fundo da piscina, mas não estou chegando para fora da água
também.Ainda nadando, mexendo meus dois braços, eu devo estar na metade do caminho
para a superfície mas não estou indo mais longe que isso. O bater do meu coração no meu
ouvido fica mais alto e mais forte.As brilhantes fagulhas de luz passam pelos meus olhos, e
eu olho para trás... mas não faz sentido. Uma corda espessa, algum tipo de cobra, branco-
azulada e cheia de veias, saiu do duto da piscina e está segurando minha bunda. Algumas
das veias estão sangrando, sangue vermelho que aparenta ser preto debaixo da água, que sai
por pequenos cortes na pálida pele da cobra. O sangue começa a sumir na água, e dentro da
pele fina e branco-azulada da cobra é possível ver pedaços de alguma refeição semi-
digerida.Só há uma explicação. Algum horrível monstro marinho, uma serpente do mar,
algo que nunca viu a luz do dia, estava se escondendo no fundo escuro do duto da piscina,
só esperando para me comer.Então... eu chuto a coisa, chuto a pele enrugada e escorregadia
cheia de veias, e parece que mais está saindo do duto. Deve ser do tamanho da minha perna
nesse momento, mas ainda segurando firme no meu cú. Com outro chute, estou a
centímetros de conseguir respirar. Ainda sentido a cobra presa no meu traseiro, estou bem
próximo de escapar.Dentro da cobra, é possível ver milho e amendoins. E dá pra ver uma
brilhante esfera laranja. É um daqueles tipos de vitamina que meu pai me força a tomar,
para poder ganhar massa. Para conseguir a bolsa como jogador de futebol. Com ferro e
ácidos graxos Ômega 3.Ver essa pílula foi o que me salvou a vida.Não é uma cobra. É meu
intestino grosso e meu cólon sendo puxados para fora de mim. O que os médicos chamam
de prolapso de reto. São minhas entranhas sendo sugadas pelo duto.Os médicos de plantão
de emergência podem confirmar que uma bomba de piscina pode puxar 300 litros de água
por minuto. Isso corresponde a 180 quilos de pressão. O grande problema é que somos
todos interconectados por dentro. Seu traseiro é apenas o término da sua boca. Se eu
deixasse, a bomba continuaria a puxar minhas entranhas até que chegasse na minha língua.
Imagine dar uma cagada de 180 quilos e você vai perceber como isso pode acontecer.O que
eu posso dizer é que suas entranhas não sentem tanta dor. Não da forma que sua pele sente
dor. As coisas que você digere, os médicos chamam de matéria fecal. No meio disso tudo
está o suco gástrico, com pedaços de milho, amendoins e ervilhas.Essa sopa de sangue,
milho, merda, esperma e amendoim flutua ao meu redor. Mesmo com minhas entranhas
saindo pelo meu traseiro, eu tentando segurar o que restou, mesmo assim, minha vontade é
de colocar meu calção de alguma forma.Deus proíba que meus pais vejam meu pau.Com
uma mão seguro a saída do meu rabo, com a outra mão puxo o calção amarelo-listrado do
meu pescoço. Mesmo assim, é impossível puxar de volta.Se você quer sentir como seria
tocar seus intestinos, compre um camisinha feita com intestino de carneiro. Pegue uma e
desenrole. Encha de manteiga de amendoim. Lubrifique e coloque debaixo d'água. Então
tente rasgá-la. Tente partir em duas. É firme e ao mesmo tempo macia. É tão escorregadia
que não dá para segurar.Uma camisinha dessas é feita do bom e velho intestino.Você então
vê contra o que eu lutava.Se eu largo, sai tudo.Se eu nado para a superfície, sai tudo.Se eu
não nadar, me afogo.É escolher entre morrer agora, e morrer em um minuto.O que meus
pais vão encontrar depois do trabalho é um feto grande e pelado, todo curvado. Mergulhado
na árgua turva da piscina de casa. Preso ao fundo por uma larga corda de veias e entranhas
retorcidas. O oposto do garoto que se estrangula enquanto bate uma. Esse é o bebê que
trouxeram para casa do hospital há 13 anos. Esse é o garoto que esperavam conseguir uma
bolsa de jogador de futebol e eventualmente um mestrado. Que cuidaria deles quando
estivessem velhinhos. Seus sonhos e esperanças. Flutuando aqui, pelado e morto. Em volta
dele, gotas gordas de esperma.Ou isso, ou meus pais me encontrariam enrolado numa
toalha encharcada de sangue, morto entre a piscina e o telefone da cozinha, os restos
destroçados das minhas entranhas para fora do meu calção amarelo-listrado.Algo sobre o
qual nem os franceses falam.Aquele irmão mais velho na Marinha, ele ensinou uma outra
expressão bacana. Uma expressão russa. Do jeito que nós falamos "Preciso disso como
preciso de um buraco na cabeça...," os russos dizem, "Preciso disso como preciso de dentes
no meu cú......Mne eto nado kak zuby v zadnitse.Essas histórias de como animais presos em
armadilhas roem a própria perna fora, bem, qualquer coiote poderá te confirmar que
algumas mordidas são melhores que morrer.Droga... mesmo se você for russo, um dia vai
querer esses dentes.Senão, o que você pode fazer é se curvar todo. Você coloca um cotovelo
por baixo do joelho e puxa essa perna para o seu rosto. Você morde e rói seu próprio cú. Se
você ficar sem ar você consegue roer qualquer coisa para poder respirar de novo.Não é algo
que seja bom contar a uma garota no primeiro encontro. Não se você espera por um
beijinho de despedida. Se eu contasse como é o gosto, vocês não comeriam mais frutos do
mar.É difícil dizer o que enojaria mais meus pais: como entrei nessa situação, ou como me
salvei. Depois do hospital, minha mãe dizia, "Você não sabia o que estava fazendo, querido.
Você estava em choque." E ela teve que aprender a cozinhar ovos pochê.Todas aquelas
pessoas enojadas ou sentindo pena de mim....Precisava disso como precisaria de dentes no
cú.Hoje em dia, as pessoas sempre me dizem que eu sou magrinho demais. As pessoas em
jantares ficam quietas ou bravas quando não como o cozido que fizeram. Cozidos podem
me matar. Presuntadas. Qualquer coisa que fique mais que algumas horas dentro de mim,
sai ainda como comida. Feijões caseiros ou atum, eu levanto e encontro aquilo intacto na
privada.Depois que você passa por uma lavagem estomacal super-radical como essa, você
não digere carne tão bem. A maioria das pessoas tem um metro e meio de intestino grosso.
Eu tenho sorte de ainda ter meus quinze centímetros. Então nunca consegui minha bolsa de
jogador de futebol. Nunca consegui meu mestrado. Meus dois amigos, o da cera e o da
cenoura, eles cresceram, ficaram grandes, mas eu nunca pesei mais do que pesava aos 13
anos.Outro problema foi que meus pais pagaram muita grana naquela piscina. No fim meu
pai teve que falar para o cara da limpeza da piscina que era um cachorro. O cachorro da
família caiu e se afogou. O corpo sugado pelo duto. Mesmo depois que o cara da limpeza
abriu o filtro e removeu um tubo pegajoso, um pedaço molhado de intestino com uma
grande vitamina laranja dentro, mesmo assim meu pai dizia, "Aquela porra daquele
cachorro era maluco."Mesmo do meu quarto no segundo andar, podia ouvir meu pai falar,
"Não dava para deixar aquele cachorro sozinho por um segundo...."E então a menstruação
da minha irmã atrasou.Mesmo depois que trocaram a água da piscina, depois que vendemos
a casa e mudamos para outro estado, depois do aborto da minha irmã, mesmo depois de
tudo isso meus pais nunca mencionaram mais isso novamente.
Nunca.

Essa é a nossa cenoura invisível.

Você.

Agora você pode respirar.

Eu ainda não.

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