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As fitas tecidas por este método das cartelas eram utilizadas para os mais diversos
fins. Serviam para enfeitar o vestuário dos homens e das mulheres, as vestes dos sacerdotes,
dos príncipes e dos soldados, para fazer xales, debruns, tiras decorativas, cintos ou correias
de pôr ao ombro, estojos para armas ou objetos de culto, até para porta-bebês.
Confeccionavam-se com essas tiras, arreios para burros, cavalos e camelos, alforges e fitas
para atar os rolos dos livros sagrados. Eram, pois, utilizadas em todos os campos da vida
humana, nas atividades lúdicas e festivas e, sob a forma de faixas com inscrições também
tecidas — como livro de meditação dos monges.
A tecelagem com cartelas permite confeccionar tiras de estrutura resistente e flexível.
que com os seus motivos simétricos e rítmicos sempre diferentes, tecidos em fio de origem
artesanal, nos surgem como uma obra de arte.
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Este instrumento pouco dispendioso está ao alcance de todos e qualquer pessoa pode dar
largas à sua imaginação, tecendo linhas e tiras variadas para confeccionar pulseiras, cintos,
galões ou fitas de todas as cores e larguras.
Este processo de trabalho artesanal permite um lazer que está ao alcance do homem de
hoje, como de todo o artesão de todos os tempos e culturas: o de dar asas à sua imaginação
confeccionando objetos bonitos e originais.
É necessário, portanto, uma rotação completa do conjunto das tabuinhas, feita na mesma
direção — e metendo entre cada rotação completa o fio da trama para fazer a primeira
metade de uma “malha” da tecelagem pela técnica de cordão. No caso das cartelas terem
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quatro furos, é essa a rotação mínima que permite prender bem todos os fios, sem que
nenhum fique solto.
A fase seguinte do trabalho consiste em fazer com as cartelas um quarto de rotação no
sentido oposto ao da rotação completa precedente, para separar os fios. Depois de se ter feito
esse quarto de rotação, enfia-se o fio da trama. Pode fazer-se uma ou mais rotações num ou
noutro sentido, e a mudança do sentido das rotações determina uma mudança da estrutura e
do motivo ornamental da tira tecida. Este principio básico da inversão do sentido das rotações
é importantíssimo e determinante das múltiplas variações deste tipo de tecelagem. O padrão
das tiras depende também, como é óbvio, da maneira como os fios das diversas cores são
enfiados e combinados nas cartelas.
Coleção de receitas
Padrão Caretinhas do teatro
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Padrão Pirâmides
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Tecido obtido através da urdidura simples, que foi descrita nesta apostila. Iniciando se pela
esquerda, temos o padrão inicial listrado . Em seguida modificou-se o desenho através da
rotação de cartelas individualmente
.
Observações: Note que para estes modelos de urdume os fios são enfiados individualmente.
Sobre cada gráfico há um sinal assim: / ou \. Isto indica a forma de enfiação. Os fios do
urdume podem estar enfiados da direita para a esquerda ou vice versa, isto vai modificar o
sentido da rotação: “S” ou “Z”, que por sua vez influência no desenho. A figura aparece
através da soma de pequenos pigmentos de cor , formados pelos fios. São como
paralelogramos e podem estar em duas posições, conforme a enfiação:
BIBLIOGRAFIA
• Joliet-Van den Berg, Marga & Heribert, Entrançados. Lisboa, Editorial Presença.
1976.
• Sandtner, Hilda. Iniciação à Tecelagem. Lisboa, Editorial Presença. 1979.
• Sandtner, Hilda. Tecelagem e Tapeçaria. Lisboa, Editorial Presença, 1979.
• Collingwood, P. 1982. The techniques of tablet weaving. Watson-Guptill
Publications, New York.
TECELAGEM NA INTERNET
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Espaço destinado a preservar, pesquisar e divulgar a Tecelagem Artesanal no Brasil e no
Mundo. Aqui você pode ter acesso a fotos, textos, endereços, amigos e um informativo
mensal sobre Tecelagem. Além disto pode hospedar até 6 Mb de informações úteis a você
e aos outros amantes da Arte Têxtil.
http://pequenomuseudatecelagem.cjb.net
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http://www.metmuseum.org/explore/unicorn/unicorn_weaving_transcript.htm - Neste
endereço você pode aprender a fazer uma tapeçaria em tear de mesa, horizontal. Inclui
fotos e um vídeo.
http://www.earthguild.com - earth guild, tools, materials & books For traditional &
contemporary handcrafts Serving the needs of the crafts community
http://www.georgeweil.com.uk Site Ingles sobre Tecelagem Artesanal
http://www.fusoes.com/~feralim Página sobre Tecelagem Industrial mas de grande
utilidade para nós tecelões artesanais.
http://www.marlamallet.com Fascinante página sobre Tapetes Tribais Orientais e
Tecidos Étnicos mundo afora.
DEFINIÇÕES
Urdidura: Conjunto de fios tensos e paralelos estendidos entre os dois rolos do tear,
determinando o comprimento do tecido e também sua largura. Deve ser de fio forte, regular e
sem fiapos para não atrapalhar o processo têxtil.
Duíte: É a célula mínima de um tecido. Compôe-se de duas passadas ou duas carreiras, ida e
volta do fio de trama por entre os fios do urdume.
Calada: Espaço que se abre entre os fios ímpares e pares do urdume quando se trabalha com
o tear.
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Urdideira: Aparelho destinado a preparar o urdume. Permite o corte de inúmeros fios de
igual comprimento simultaneamente.
Roca : Aparelho destinado à fiação.
Cabo Comum: Para evitar abertura, usamos um cabo da urdidura onde fazemos a união.
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Interpenetração: Evita as fendas e permite efeitos muito interessantes.
Smyrna : É a técnica de tapeçaria tecida por meio de nós em cadeia com laçadas. O resultado
é um tecido com pelos curtos de muita densidade.
Peça terminada
Tecelagem com Papel: Pode ser confeccionada com tiras de papel sulfite e de revistas. Dá
resultados muito interessantes e permite um sem número de variações.
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