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CURSO DE FORMAÇÃO ECOLÓGICA

Tema: Educação Ambiental

Palestrante: MARIA TERESA DE JESUS GOUVEIA


Bióloga, Msc em Ciência Ambiental e Doutoranda em Meio Ambiente
Educadora do Núcleo de Educação Ambiental
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

EMENTA: Antecedentes da contextualização, com apresentação cronológica


dos principais eventos e a dinâmica na conceituação de educação
ambiental. Apresentação das Diretrizes – diversidade, interdisciplinaridade,
transversalidade, e sustentabilidade. Contextualização dos Princípios -
concepção ampliada de ambiente, abordagem sistêmica, e o enfoque
histórico, crítico, político, democrático, participativo, inclusivo, dialógico
cooperativo e emancipatório. Construção dialógica de desafios e
expectativas.

Antecedentes historicizados nos apontam que até meados dos anos


sessenta os custos ambientais advindos do uso intensivo de recursos
naturais, da degradação da natureza, eram considerados normais e
necessários ao processo de “desenvolvimento”. A natureza era considerada
um elemento imutável, fonte inesgotável de matéria-prima, e não um
sistema dinâmico, com processos e funções próprias. Nova realidade é
identificada a partir dos anos, quando aos recursos naturais é agregada a
característica de finitude, e portanto merecedora de uso racional. A partir
de então, numa sucessão de entendimentos sobre uso de recursos são
agregados outros elementos surgem, vinculados e vinculando a relação
homem/natureza.
A Educação Ambiental acompanha, a meu ver, “um passo a frente”, tal
movimento, senão vejamos, em 1975 instituí-se o Programa Internacional
de Educação Ambiental – PIEA, e especialmente no ano de 1977 com a
realização da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental,
conhecida como Conferência de Tbilisi, a qual consolidou o PIEA e
estabeleceu as finalidades, objetivos, os princípios norteadores e as
estratégias de promoção da educação ambiental. No Brasil “o passo a
frente” além de terem sido identificadas ações isoladas, foi instituída a
Educação Ambiental na criação, pelo governo federal brasileiro, da
Secretaria Especial do Meio Ambiente, em 1973, quando dentre suas
atribuições instituicionais se encontrava uma que atribuía “o esclarecimento
e a educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais,
tendo em vista a conservação do meio ambiente”. A partir de então, numa
sucessão de fatos, temos o advento em 1988 da inserção textual na
Constituição Federal de um inciso próprio – “promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a
preservação do meio ambiente”.
Outro marco histórico é o Tratado de Educação Ambiental para Sociedade
Sustentáveis e Responsabilidade Global, estabelecido em 1992 no Fórum
Global, evento paralelo à Rio-92, por ter sido elaborado no âmbito da
sociedade civil e por reconhecer a educação ambiental como um processo
dinâmico em permanente construção, orientado por valores baseados na
transformação social.
Voltando o olhar ao Brasil, e sua rica trajetória em busca de entendimentos
e ações, temos em 1999 a publicação da Política Nacional do de Educação
Ambiental, que traz a seguinte definição de educação ambiental:
“Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”
Art.1° Lei 9.795/1999
Política Nacional de Educação Ambiental

E sua regulamentação cria o Órgão Gestor de tal Política, composto pelos


Ministérios de Meio Ambiente e da Educação.
A partir de então temos o Programa Nacional de Educação Ambiental –
ProNEA, fruto de Consulta Pública realizada em 2004. E é deste Programa
que educadores como eu pautam suas ações, considerando a Missão, os
Objetivos, as Diretrizes e os Princípios ali presentes.
Senão vejamos especialmente a Missão, as Diretrizes e os Princípios:
A Missão: “ A educação ambiental contribuindo para a construção de
sociedades sustentáveis com pessoas atuantes e felizes em todo o Brasil”.
As Diretrizes:
• Transversalidade e Interdisciplinaridade.
• Descentralização Espacial e Institucional.
• Sustentabilidade Socioambiental.
• Democracia e Participação Social.
• Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio
Ambiente e outros que tenham interface com educação ambiental.
Os Princípios:
• Concepção de ambiente na sua totalidade, considerando a
interdependência sistêmica entre o meio natural e o construído, o
socioeconômico e o cultural, o físico e o espiritual, sob o enfoque da
sustentabilidade.
• Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais, transfronteiriças e globais.
• Respeito à liberdade e à equidade de gênero.
• Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, racial, genética, de
espécies e de ecossistemas.
• Enfoque humanista, histórico, crítico, político, democrático,
participativo, inclusivo, dialógico, cooperativo e emancipatório.
• Compromisso com a cidadania ambiental.
• Vinculação entre as diferentes dimensões do conhecimento; entre
valores éticos e estéticos, entre a educação, o trabalho, a cultura e as
práticas sociais.
• Democratização na produção e divulgação do conhecimento e
fomento à interatividade na informação.
• Pluralismo de idéias e concepções pedagógicas.
• Garantia de continuidade e permanência do processo educativo.
• Permanente avaliação crítica e construtiva do processo educativo.
• Coerência entre o pensar, o falar, o sentir e o fazer.
• Transparência.

Assim, como temos o arcabouço e somos capazes, vamos dar nossos


passos!

BIBLIOGRAFIA:
GOVERNO FEDERAL. Lei 9795 de 27 de Abril de 1999 – Política Nacional de
Educação Ambiental.
LAYRARGUES, Philippe Pomier. A resolução de problemas ambientais locais
deve ser um tema gerador ou uma atividade-fim da educação ambiental?
In: VERDE cotidiano: o meio ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A
Ed., 1999.
LAYRARGUES, P. P. (org.) Identidades da Educação Ambiental Brasileira.
Brasília: MMA, 2004.
LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. São
Paulo: Cortez, 2004.
LOUREIRO, C. F. B. O Movimento Ambientalista e o Pensamento Crítico:
uma abordagem política. Rio de Janeiro: Quartet, 2003.
LOUREIRO, C. F. B.; AZAZIEL, M. e FRANCA, N. Educação Ambiental e
Gestão Participativa em Unidades de Conservação. Rio de Janeiro:
Ibase/Ibama, 2003.
LOUREIRO, C. F. B. (org.) Cidadania e Meio Ambiente. Salvador: Centro de
Recursos Ambientais da Bahia, 2003.
LOUREIRO, C.F.B., LAYRARGUES, P.P. & CASTRO, R. S. (orgs.). Educação
Ambiental: repensando o espaço da cidadania. São Paulo: Cortez, 2002 (2a
edição).
LOUREIRO, C.F.B., LAYRARGUES, P.P. & CASTRO, R. S. (orgs.). Sociedade e
Meio Ambiente: A Educação Ambiental em debate. São Paulo: Cortez, 2002
(2a edição).
MEDINA, Naná Mininni. Breve histórico da E.A. In: EDUCAÇÃO ambiental:
caminhos trilhados. Brasília: Instituto de Pesquisas Ecológicas, 1997.

QUINTAS, J.S., Pensando e Praticando a Educação Ambiental na gestão do


meio Ambiente. Brasília: IBAMA, 2000.

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