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O tróley-carro

ÓRGÃO INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENTUSIASTAS POR TROLEICARROS

2002.02.04 * Nº 2

NOTA DE ABERTURA
Aqui está o segundo número do nosso órgão informativo; esperemos que, como o primeiro, a sua aceitação seja grande
- da Inglaterra, do Brasil, da Espanha – Galiza e País Basco –, recebemos elogios e pedidos de envio d’O trolei-carro.
Esperamos continuar a corresponder às expectativas. Até à próxima.
Pel’A Comissão Instaladora da APETc,
Emídio Gardé
SUMÁRIO * RESUMÉ * CONTENTS

Legalização da APETc Légalisation de l’APETc APETc’s legalisation ………………………………1


Quem é quem na APETc Qui est qui dans l’ APETc Who is who in APETc ………………………………1
Pagamento de Cotas Payement de le abbonement Fees payments ………………………………1
Almaty, Casaquistão Almaty, Khasakistan Almaty, Khasakistan ………………………………1
Coimbra Coimbra Coimbra ………………………………2
Trolebuses Coruña-Carballo Trolleybus Coruña-Carballo Trolleybuses Coruña-Carballo ………………………………2
Os híbridos Les hybrides The hybrids ………………………………3
Do Brasil Du Brésil From Brazil ………………………………4
Chinesices… Les chinois… From China… ………………………………5
Cabul Kaboul Kabul ………………………………6

A LEGALIZAÇÃO DA APETC e das cotas dos sócios são (para já) a única fonte de
receita da APETc.
Por imponderáveis de última hora – aos quais não foi
alheia a época do ano que atravessámos –, apenas no Agradecemos também que nos enviem uma foto tipo
início do mês de Janeiro deu entrada a documentação passe para o arquivo e futuro cartão de sócio.
necessária para a solicitação do número de pessoa
colectiva, pelo que contamos que a Escritura para a ALMATY, CASAQUISTÃO
oficialização da APETc possa ter lugar durante o mês de
Março ou Abril.
Por outro lado, no respeitante à Sede, temos já um
endereço provisório na cidade de Coimbra, enquanto
que procuramos uma localização no Porto para
estacionar o “nosso” Lancia – a nossa Delegação
Operacional –, sem o que não poderemos proceder à
assinatura da Escritura! Continuamos abertos às
sugestões dos nossos associados quanto a esta matéria.

QUEM É QUEM NA APETC


Continuamos à espera que nos enviem a vossa
fotografia e pequena autobiografia para que todos nos
possamos conhecer melhor – mesmo à distância –
através desta secção.
Com a devida vénia, reproduzimos acima a foto de F. Prescha
publicada no último número (214, Jan/Feb. 2002) do Trolleybus
PAGAMENTO DE COTAS Magazine, com a legenda «O Almaty 1171 é um dos 23
troleicarros Caetano adquiridos no ano passado ao extinto
Mais uma vez vimos lembrar aos nossos amigos ET’s, sistema do Porto».
que o ainda não fizeram, a transcendente necessidade
de que sejam liquidadas a jóia de adesão e, pelo menos,
parte das cotas do corrente ano de 2002 – visto que,
como já referimos anteriormente, o pagamento das jóias
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COIMBRA nobre do Casino – uma sala que foi pequena para conter
tanta gente –, de entre os quais se contavam inúmeros
No passado dia 1, e na sequência da alteração do ex-funcionários, amigos e familiares do fundador da
executivo camarário na cidade de Coimbra resultante Compañia Trolebuses Coruña-Carballo, industrial cuja
das eleições autárquicas de 16 de Dezembro p.p., tomou história foi recordada durante a sessão. A mesa de
posse a nova Administração dos SMTUC – Serviços apresentação era constituída pelo representante da
Municipalizados de Transportes de Coimbra. Arriva Noroeste, a actual possuidora da companhia –
Do novo executivo fazem parte Manuel Rebanda como que, embora utilize apenas autocarros a diesel, ainda
presidente, Manuel Oliveira como administrador- mantém o nome de «Trolebuses Coruña-Carballo» –
delegado e Vítor Moreira Baltasar como vogal. De acordo que possui a concessão da linha e que, conjuntamente
com o Presidente da Câmara, Engº. Carlos Encarnação, com o Ayuntamiento de Carballo patrocinaram a
trata-se de uma equipa "muito sólida e equilibrada", publicação do livro; pela vereadora da Cultura do
com um jurista "excelente", um engenheiro e quadro da referido Ayuntamento; pelo coordenador do livro e autor
CCRC especializado em transportes e - regressando a da ideia, Xan Fraga Rodríguez, por Belén Lendoiro,
um lugar que já ocupou - "um homem que foi secretária da Agrupación Cultural Limieira e pelo
importantíssimo para a casa e que vai voltar a sê-lo", representante da APETc, Emídio Gardé.
conforme noticiou o diário As Beiras do dia 2. Como curiosidade refira-se que a estação terminal dos
Recorde-se que foi sob a anterior administração à qual o trolebuses no Carvalho ainda existe, pretendendo a
Engº. Manuel Oliveira presidiu que chegaram a Coimbra Lumieira que venha a ser transformada no Museu dos
os novos troleicarros Caetano-Efacec, e que foram Trolebuses da Galiza. No que estiver ao alcance da
electrificadas as linhas 4, 7 e 7T – que entretanto foram APETc, tudo faremos para colaborar em tal obra!
desactivadas e as infraestruturas fixas, em grande parte, Corrigindo um erro no texto do nosso último tróley-
desmontadas –, tendo igualmente sido sob a sua carro, esclarece-se que esta ligação por troleicarros não
presidência no CA dos SMTUC que foi criado o Museu de substituiu qualquer anterior ligação feita por carros
Carros Eléctricos de Coimbra, o primeiro do género no eléctricos; foi instalada de raiz e constituiu, na época e
país. na zona, um arrojado empreendimento económico, fruto
Ao novo executivo, com quem pretende a CI da APETc da determinação de um só homem, «que viajó por toda
reunir tão logo seja possível, enviamos os nossos Europa para conocer e implantar en Galicia los troles»,
melhores votos de sucesso na sua tarefa. conforme afirmação expontânea de uma das presentes.

TROLEBUSES A CORUÑA-CARBALLO
Conforme referido no anterior Tróley-carro, no
passado dia 16 de Novembro, no Casino de Carvalho,
Galiza, ocorreu o lançamento do livro TROLEBÚS,
coordenado pelo expert Xan Fraga Rodríguez e com
textos de diversos autores, entre os quais o nosso ET
Emídio Gardé, no qual são tratados todos os sistemas de
troleicarros alguma vez existentes na Península Ibérica.

Aspecto da mesa de apresentação do livro Trolebús. Capa do livro Trolebús coordenado por Xan Fraga Rodríguez
Da esq.: o representante da Arriva na Galiza, a Secretária da e onde há um capítulo dedicado aos troleicarros portugueses.
Cultura do Ayuntamiento de Carballo, Xan Fraga Rodriguez, Entretanto, no passado dia 18 de Janeiro, teve lugar em
o coordenador do livro, Emídio Gardé, da CI da APETc e Arteixo, uma freguesia na linha Coruña – Carballo, um
Belén Lendoiro, secretária do Agrupamento Cultural Lumieira. acto público durante o qual foi inaugurada uma
[Foto ©Casal, La Voz de Galicia]
exposição fotográfica sobre a linha e foi exibido um
Este lançamento culminou os eventos comemorativos vídeo sobre troleicarros, com a presença de
dos 30 anos do encerramento da ligação por troleicarros representantes do Ayuntamento de Cambre, da
entre a Corunha e o Carvalho, organizados pela Lumieira Arriva e do coordenador Xan Fraga Rodríguez, o qual,
– uma associação cultural que celebrava o seu quarto de na 2ª. feira seguinte, dia 21, presidiu a uma palestra
século em 2001 –, e que se haviam iniciado logo no sobre o assunto, novamente no Carvalho.
principio do ano, com a apresentação de um vídeo sobre
Estamos a envidar esforços para que o livro venha a ser
o tema. Ao acto estiveram presentes mais de meia
vendido através da APETc. Avisaremos na devida altura.
centena de pessoas, que encheram por completo o salão
3

OS HÍBRIDOS à velocidade zero), além de que um motor térmico


apresenta rendimentos, mesmo teóricos, inferiores a
Segundo o conhecido e acreditado Dicionário Aurélio de metade do dos motores eléctricos (40% contra 90%).
Língua Portuguesa, a palavra híbrido tem origem no Sendo assim, os referidos híbridos série e diesel-
grego “hybris”, que significa “ultraje”... Contudo, no eléctricos apresentam rendimentos melhores do que
presente texto, referimo-nos aos híbridos como sendo os mistos que, por sua vez apresentam a vantagem,
um autocarro que possui, para a sua locomoção, dois a nível construtivo, de possuírem um motor térmico
motores: um eléctrico e um de combustão interna o qual dimensionado para a potência média prevista para o
se apresenta com sendo uma solução intermédia entre veículo, pois só entra a funcionar quando necessário,
um veículo a baterias e o troleicarro – além de ser o ie, quando a carga da bateria é inferior a um certo
‘concorrente’ ideal, neste ponto de vista, dos autocarros valor – como de resto, também acontece nos híbridos
movidos a diesel ou a GNC/GPL. série –, ou quando a carga solicitada ao motor
Nos autocarros híbridos, existem, então, um motor eléctrico é superior às suas próprias capacidades. No
eléctrico – usado para a sua propulsão – e um motor respeitante a poluição, qualquer dos modelos híbridos
térmico – usado para gerar a energia eléctrica é menos poluente que um autocarro apenas com
necessária ao motor eléctrico e/ou para a propulsão do motor térmico; mas sempre superior a um
veículo. Poderá existir, igualmente, um banco de autocarro apenas com motor eléctrico! Mas
baterias acumuladoras de energia eléctrica, carregadas voltaremos a esse assunto mais abaixo...
pela energia gerada pelo motor térmico. • Inconvenientes: além do preço de custo – valores
Sem entrarmos em pormenores demasiadamente que variam, obviamente, de modelo para modelo,
técnicos poderemos dizer que o grau de hibridização mas que oscilam em torno dos 30 a 50% a mais do
destes veículos pode ser variado: desde o chamado que um autocarro correspondente a diesel –, trata-se
série – no qual a propulsão é feita exclusivamente pelo de uma tecnologia ainda muito pouco desenvolvida –
motor eléctrico – ou os paralelo – no qual a propulsão dir-se-ia que experimental – e com pouca oferta no
é feita por ambos os motores simultaneamente. Pelo mercado, sendo na sua quase totalidade autocarros
meio fica uma infinidade de variações, sendo as mais de pequena capacidade (mini e midi-bus). E, como é
comuns as que, de facto e além dos série, aparecem no bom de ver, cada país propagandeia o seu produto
mercado com alguns exemplos práticos: nacional (França: Oréos; Itália: Gulliver; Alemanha:
• Os mistos, nos quais o motor térmico é simultânea MB Cito)...
ou alternadamente propulsor do veículo e gerador de Mas as principais vantagens/inconvenientes –
energia eléctrica. Como exemplos práticos conhecidos depende com que olhos olharmos (olhos térmicos ou
há o ultimamente bastante falado midi-bus Oréos olhos “trólicos”) – situam-se na autonomia e tempo
55H e o automóvel Toyota Prius. de carga das baterias – a autonomia de um híbrido
• Os diesel-eléctricos, nos quais não há banco de série é na ordem dos 120 km ou 6 horas de
baterias eléctricas. Nestes a energia eléctrica gerada é funcionamento, enquanto que a carga das baterias pode
a necessária para o funcionamento dos motores demorar até 8 horas! – e na emissão de poluentes,
eléctricos que accionam as rodas motoras. Como pois os híbridos não são, de forma alguma, isentos da
exemplo prático conhecido temos o bus of the year produção de poluentes.
2001 Daimler-Chrysler Mercedes-Benz Cito, alvo de Quando, nos veículos de tipo série e mistos, o motor
crítica no nosso anterior Tróley-carro. térmico tem por função carregar as baterias de
Os modelos série são, habitualmente, mais vistos como acumuladores, o seu regime é a rotação constante e,
autocarros eléctricos que utilizam o motor térmico normalmente, na sua rotação óptima, ie, no ponto de
apenas quando a carga da bateria desce abaixo de maior rendimento do motor; tal origina uma acentuada
determinado limite considerado óptimo e em locais não redução das emissões poluentes – da ordem dos 80% –
susceptíveis, como por exemplo, no exterior das e do ruído produzido. É claro que, nos mistos, quando
cidades. Como exemplo prático conhecido há o a carga exigida é elevada e o motor também tem de
Gulliver, também alvo de comentário no nosso anterior prover à tracção, a redução de emissões poluentes é
número. menor (da ordem dos 50/60%). Não obstante, se o
combustível utilizado nesses motores térmicos não for o
Vejamos as principais diferenças, vantagens e
diesel mas sim o GNC ou o GPL – ou mesmo a gasolina
inconvenientes:
– os valores de poluição observados ainda serão
• Diferenças: já identificadas anteriormente aquando menores. Contudo, os diesel-eléctricos, porque não
da ‘divisão’ dos tipos; enquanto que nos híbridos possuem tais baterias, a rotação do motor diesel
série e diesel-eléctricos a propulsão é obtida varia com a carga solicitada pela tracção; portanto,
exclusivamente pelo motor eléctrico, no caso dos o motor funciona em regime variável e, por
mistos ela é-o pelo eléctrico, ou pelo térmico, ou por consequência, o nível de emissões nocivas é quase tão
ambos simultaneamente – dependendo do regime de elevado como no caso dos autocarros exclusivamente
carga do momento. Por outro lado, a inexistência de com motor diesel. De facto a redução é apenas da
baterias acumuladoras nos híbridos diesel-eléctricos ordem dos 10%! Pode dizer-se que a redução da
altera substancialmente a forma de funcionamento do poluição conseguida desta forma tem um custo muito
motor térmico (a diesel). elevado!
• Vantagens: a propulsão por motor eléctrico é, como
bem sabemos, muito mais eficiente, energética e Em alguma imprensa diária têm ultimamente aparecido
mecanicamente, do que a obtida por motores notícias de testes experimentais «no campo» – melhor,
térmicos – o binário motor de um motor eléctrico é nas cidades de Lisboa, Aveiro e Braga, prevendo-se que,
muito maior a baixas rotações (teoricamente é infinito entre outras, Setúbal também faça parte da lista – de
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um midi-bus Oréos 55H. zonas, cada qual com o seu operador de transportes.
Por outro lado, também não é claro o que acontecerá às
carreiras que circularem em duas ou mais zonas...
Em 1994 a concessão das carreiras da cidade foi
negociada entre a SPTrans, a entidade reguladora dos
transportes da cidade e que apoia e incentiva a
utilização dos troleicarros, e os diferentes operadores
candidatos separadamente para autocarros a diesel e
troleicarros. Estes [que contam com o maior parque do
mundo ocidental – 555 viaturas, às quais se devem
acrescentar as 120 existentes no serviço intermunicipal,
a cargo duma empresa pública, a EMTU], ficaram na
mão de três empresas – duas das quais se viram agora
afastadas da corrida por razões burocráticas.

Os midi-bus Oréos 55.


Tal evento é, obviamente, uma acção publicitária da
referida marca; contudo, o mais curioso é que é
promovido, não pela referida marca ou seu
representante comercial, mas por uma Associação
nacional ligada aos veículos de tracção por energias
alternativas num protocolo com um órgão de Estado –
que anuncia o apoio à aquisição deste tipo de veículo ou
de qualquer outro autocarro híbrido ou diesel-eléctrico
(50% do custo adicional a um autocarro a diesel).
Perante o que ficou dito – sobretudo no aspecto
poluição –, e ao facto do autocarro em causa apenas
existir a circular em Paris – em Lyon foram recolhidos
por terem sido considerados de má qualidade Um dos troleicarros da EMTU, em circulação num dos
(desconfortáveis e barulhentos) – parece-nos, no corredores que lhes estão reservados. [Foto ©Outbeck]
mínimo, estranha esta acção comercial, sendo-nos, pois, Por outro lado, há a ideia de utilizar os troleicarros
lícito questionar a idoneidade e transparência de tais apenas em carreiras troncais e de serviço muito denso;
actos. Como é sabido, apenas os veículos de tracção tal significaria/á que linhas de serviço mais leve
exclusivamente eléctrica – troleicarros, p. ex.– cuja fonte passariam a ser feitas por autocarros a diesel, enquanto
de produção de energia eléctrica seja renovável e não que os actuais corredores veriam a frequência de
poluente (solar, eólica, hídrica, etc.) são, de facto, não troleicarros aumentar.
poluentes:
Por último, convém salientar que, por razões de custo, a
• porque será que estes nunca são referidos nas
Prefeitura já se disse interessada em operar com
declarações dos apoios financeiros prestados?
híbridos – nomeadamente no célebre fura-fila.
• porque será que nunca são promovidas experiências
com novos modelos de troleicarros?
Ficam aqui as perguntas – e responda quem puder... De Araraquara, cidade do interior do estado de S.
Paulo na qual circularam troleicarros entre 1959 e 2000,
há notícias mais positivas: um grupo de cidadãos
DO BRASIL influentes – entre os quais se conta o Prefeito –
pretende repor o funcionamento dos tróleibus em
Do Brasil chegaram-nos nestes últimos dias, pela mão algumas das ruas da cidade.
do nosso amigo, colaborador e ET Jorge Françozo de
Moraes as notícias de que, este ano de 2002 será um
ano atribulado para os trólebus de São Paulo. De facto,
devido a questões económicas e, sobretudo às
orientações políticas do actual executivo trabalhista da
cidade houve durante o corrente mês de Janeiro um
concurso para a concessão das linhas de troleicarros da
cidade, com um período de duração de seis meses, o
que obriga à repetição do concurso em Julho deste ano
– novamente por um período de seis meses! É que, de
facto, há projectos para que seja feita a restruturação
do transporte público em São Paulo, provavelmente em
2003, estando inclusivé a ser estudada a possibilidade
de haver integração tarifária entre diversos meios de
transporte. Entretanto… Araraquara, 16 de Junho de 1999 – o Massari 26 acaba de
Pela experiência adquirida anteriormente, as operadoras passar pela Estação Ferroviária e dirige-se para a Estação de
de autocarros (diesel) não vêem com bons olhos terem Integração. [Foto ©Emídio Gardé]
de operar também troleicarros; mas essa vai ser a Recorde-se que a operadora, a CTA – Companhia
situação deste ano, pois a cidade foi dividida em 8 Troleibus Araraquara, uma empresa municipal com
5

gestão autónoma criada para o efeito em 1959, Um abraço,


alegando avultados prejuízos e falta de peças de CARLOS AUGUSTO PEREIRA DA SILVA
reposição para as viaturas, encostou a sua frota de 17 Assessor de Comunicação da SECRETARIA DE
troleicarros no final de 2000, passando a operar apenas SERVIÇOS PÚBLICOS DO RECIFE
com autocarros a diesel; e que o diesel, apesar de, Para os que estão menos familiarizados com a situação
reconhecidamente, ser altamente poluente e emitir mais dos troleicarros de Recife, recordemos que a Prefeitura
de duas centenas de compostos tóxicos e cancerígenos, da cidade concessionou os transporte urbanos a uma
[também] no Brasil é subsidiado pelo Governo central, empresa privada, com a salvaguarda desta, não só
enquanto que a electricidade (no Brasil cerca de 90% é manter o serviço de troleicarros, como também fazer a
de origem hídrica, ie, não-poluente) tem sido racionada renovação da sua frota; desde início, porém, o
e é vendida aos operadores ao preço comercial de concessionário tentou sempre furar o contrato
mercado – lá tal como cá... estabelecido, alegando as mais variadas e absurdas
Uma das primeiras ideias do grupo era a de instalar uma razões para eliminar da cidade os troleicarros – a última
linha de troleicarros entre o centro da cidade e a das quais foi o tão oportuno e bem recebido
Estação Rodoviária (a Estação Ferroviária fica no centro racionamento de energia eléctrica imposto pelo governo
da cidade; porém o serviço ferroviário de passageiros foi ao país.
desactivado em 1999) para que os visitantes da cidade O parque é constituído por viaturas Marmon-Herrington,
fossem recebidos pelo não-poluente tróleibus; contudo de construção norte-americana durante os anos 50 mas
isso obrigaria à instalação de um traçado integralmente renovadas já no Recife na década de 80 e por Caio-
novo, pelo que as ideias actuais se concentram na Villares, brasileiras, de 1981, que circularam inicialmente
reabilitação das duas últimas linhas operadas por em Ribeirão Preto e que foram transferidas para o
troleicarros pela CTA: Fonte - Altos da Vila Xavier e Recife quando aquela rede foi extinta. [Se puder, vá até
Santana - Pinheirinho. [Se tiver acesso à Internet, http://www.pernambuco.com/diario/2001/03/21/urbana
consulte http://usuarios.tripod.es/trolleybus/aqpt.htm 3_0.html para ler esta história com mais detalhes e a
para saber mais pormenores e ver fotos do sistema de http://members.aol.com/almo1435/rm.html para ver o
troleicarros de Araraquara] mapa das linhas de ônibus elétricos do Recife.]
Esperemos sinceramente que a ideia frutifique! Pela
parte da APETc será enviada brevemente a este grupo
de esclarecidos cidadãos de Araraquara uma missiva de
apoio à nóvel iniciativa.

Entretanto, do Recife recebemos de José Martins da


Silva Júnior, outro dos nossos ET’s amigos e
colaboradores de terras de Santa Cruz, a cópia da
mensagem por ele recebida da Prefeitura da cidade
sobre o incumprimento, por parte da CRT – Companhia
Recife de Transportes, o concessionário privado dos
transportes urbanos daquela cidade do nordeste
brasileiro, no que diz respeito à manutenção do serviço O Caio – Villares 955 [ex-Ribeirão Preto] com as novas cores da
e renovação da frota dos ônibus elétricos da cidade, a CRT de Recife, em Março de 2001. [Foto ©Sérgio Martire]
qual reproduzimos de seguida: Como é evidente, a APETc está de acordo com a posição
Caro José M. S. Júnior, da Prefeitura, tendo já enviado a esta entidade uma
Como recifense, também sentimos o mesmo mensagem de solidariedade e apoio da sua firmeza em
desconforto em ver a desativação dos trólebus no repor na cidade tal serviço.
Recife. É preciso contudo, esclarecer que essa é
uma das faces visíveis do irresponsável processo
de privatização imposto ao Brasil e que resultou no CHINESICES…
lamentável sumiço dos romanticos ônibus elétricos Segundo notícias que chegam ao mundo ocidental, os
das ruas recifenses. mais de 4700 troleicarros que circulavam em 28
Uma CPI instalada na Câmara Municipal do sistemas nos finais de 1989 estão reduzidos a pouco
Recife atestou, inclusive, os problemas verificados mais de 3000 em 20, havendo indício de haver mais um
na privatização da extinta CTU. A Prefeitura do encerramento em breve.
Recife está tomando todas as providências para
evitar que o desaparecimento dos trólebus se Contudo, nas principais redes existentes tem havido um
consume. No entanto, precisamos percorrer um aumento, quer número de linhas – várias delas feitas até
demorado processo legal e burocrático, para exigir então por autocarros a diesel – quer do parque de
da CRT os compromissos que a empresa assumiu, troleicarros, tecnologicamente mais avançados: por
quando da privatização da CTU. exemplo em Hangzhou 101 novos troleicarros entraram
Bom lembrar que o pai do nosso Prefeito João em serviço em Novembro de 2000, para fazerem novas
Paulo foi cobrador de ônibus da CTU. Isso ilustra carreiras exclusivamente com ar condicionado;
que o Prefeito tem ligações com o serviço prestado em Guanqzhou além de diversos prolongamentos das
pela antiga estatal, e não é de hoje. linhas existentes, há a assinalar a aquisição de 60 novos
Agradecemos pela sua mensagem e, fique certo, carros para circularem em duas novas linhas. Os carros
estamos fazendo tudo para que o Recife não fique tem marcha autónoma, piso rebaixado e accionamento
sem esse patrimônio. remoto das varas;
6

em Shangai – o mais antigo sistema de troleicarros do construídas mais 5 linhas de metro e eléctrico rápido. No
mundo em operação (1914.11.15) – após um cerco respeitante a tróleis: além do prolongamento de diversas
declínio do serviço verificado até ao início do ano de linhas, outras novas têm sido criadas – entre as quais se
2000, houve um reforço 40 novos troleicarros, com piso inclui a 124, criada em Agosto de 2001 para servir a
rebaixado e acesso para cadeiras de rodas, estando futura aldeia olímpica –, totalizando actualmente 11
planeada para breve a aquisição de 400 (!) novos carreiras. E, o mais original, foi a completa retirada,
troleicarros Volvo (made in China); «por razões de ordem estética» de todos os cabos
aéreos, catenárias, anúncios, etc. em algumas ruas
principais da cidade; para que o serviço de troleicarros
se mantivesse, todos os veículos foram dotados de
poderosas baterias de silicatos – uma nova invenção
chinesa! –, além de comandos remotos para a
recolha/elevação das varas, por forma a circularem com
as hastes recolhidas nessas avenidas.
Num país onde conceitos como liberdade, direitos e
democracia são perfeitamente desconhecidos, não
deixa de ser curiosa esta atitude de Pequim; enfim,
umas perfeitas chinesices…

KABUL
Um dos 40 novíssimos troleicarros chineses BJD-WG120B, Já depois de publicado o nosso primeiro número d’O
circulando a baterias de silicatos, em Pequim, numa das ruas Tróley-carro começaram a aparecer diversas
de onde foram retiradas, por razões estéticas, as linhas aéreas. informações adicionais ao texto assinado pelo nosso ET
[Foto © Bruce Russell, através de Allen Morrison] Valdemar Alves, nomeadamente uma página na
e em Pequim, onde se realizarão as Olimpíadas de Internet, com o mapa das linhas e inúmeras fotos desta
2008, o governo está apostado em mostrar ao mundo rede de troleicarros. Inicialmente escrita apenas em
que pode melhorar o ar que se respira: entre 1998 e checo, por solicitação do nosso amigo Marcello Tálamo,
2007 serão investidos €13.200 milhões para «proteger o de Santos, Brasil, ela passou também a estar disponível
meio-ambiente local», período em que se pretende que na rede em inglês. Para todos aqueles que tenham
as emissões de poluentes para a atmosfera sejam possibilidade de aceder à Web – mesmo que não
reduzidos em 80%; 90% dos 13 500 autocarros e 70% entendam inglês ou checo dá para se deliciarem com a
dos 65 000 táxis da cidade, actualmente a consumirem belas imagens apresentadas! – aqui fica o endereço:
diesel, estarão a circular a GNC em 2007; e vão ser http://tramvaje.webpark.cz/kabul-a.htm.

Um dos dois primeiros troleicarros de


Coimbra, o Séchéron/Saurer 21, durante
a década de ’70 e já com a nova
carroçaria, no Largo das Ameias, fazendo
a linha 1. De notar que, actualmente, a
linha 1 percorre este largo exactamente
no sentido oposto.

[Foto © Cliff Essex, através de Valdemar Alves]

O tróley-carro é o órgão informativo da APETc – Associação Portuguesa dos Entusiastas por Troleicarros e é publicado não
periodicamente, sendo distribuído por correio tradicional e/ou electrónico, estando também disponível na Internet em
http://usuarios.tripod.es/trolleybus/apetcpt.htm.
APETc – Associação Portuguesa dos Entusiastas por Troleicarros
apetc@ehgarde.jazznet.pt
Apartado 4153
PT-4001-001 PORTO
Portugal

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