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Parque Biológico de Gaia

(Centro de Formação acreditado pelo CEFA)

Educação Ambiental

2006
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Texto de apoio à acção de formação RECURSOS DE EDUCAÇãO AMBIENTAL - Formador Nuno Gomes Oliveira
Reprodução vivamente autorizada para fins educativos
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Acção de Formação
Recursos de Educação Ambiental em ViIa
Nova de Gaia

Vamos falar sobre o Planeta Terra, o mais estranho do Sistema Solar


e, talvez, de toda a galáxia.

Neste planeta, velho de 4 mil milhões de anos, desenvolveu-se um


fenómeno bizarro, a que chamamos VIDA, e de que somos um
produto.

1º - AS ORIGENS
A origem da Terra e da Vida

O conceito de espécie

Espécie = conjunto de organismos que se reproduzem entre si

A origem e a evolução do Homem


- As grandes “revoluções”: a cidade, a agricultura, a industria, o milho e a batata, o
eucalipto.

A adaptação ao clima originou tipos humanos diferentes: Esquimó, à direita e Nilótico, à esquerda
(adaptado de HOWELLS)
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CRONOLOGIA (Base: Ano 2003)

Há ...
18.000 milhões de anos >>>>>>>> formação do nosso Universo
14.000 milhões de anos >>>>>>>> início da condensação da nossa Galáxia
4.500 milhões de anos >>>>>>>> formação da Terra
3.500 milhões de anos >>>>>>>> início da vida no mar (Pré-Câmbrico)
500 milhões de anos >>>>>>>> primeiros peixes (Silúrico)
435 milhões de anos >>>>>>>> início da vida em terra (Silúrico)
360 milhões de anos >>>>>>>> primeiros Fetos arbóreos (Devónico)
345 milhões de anos >>>>>>>> primeiros anfíbios (Devónico)
193 milhões de anos >>>>>>>> surgem os Dinossauros (Jurássico)
130 milhões de anos >>>>>>>> aparecem as plantas com flôr (Cretáceo)
65 milhões de anos >>>>>>>> extinção dos Dinossauros (Cretáceo)
5 milhões de anos >>>>>>>> surge o Australopithecus (Pliocénico)
2 milhões de anos >>>>>>>> surge o Homo habilis (Plistocénico)
2 milhões de anos >>>>>>>> descoberta dos Instrumentos
1,5 milhões de anos >>>>>>>> descoberta do Fogo
500 mil anos >>>>>>>> surge o Homo erectus (Plistocénico)
100 mil anos >>>>>>>> surge o Homo sapiens neanderthalensis (Holocénico)
100 mil anos >>>>>>>> primeiros Rituais
30 mil anos >>>>>>>> surge o Homo sapiens actual
30 mil anos >>>>>>>> descoberta dos Símbolos
7.000 anos >>>>>>>> descoberta da Agricultura
5.500 anos >>>>>>>> descoberta da Escrita
3.000 anos >>>>>>>> descoberta a Indústria
3.000 anos >>>>>>>> os Fenícios chegam à Península Ibérica
2.700 anos >>>>>>>> os Gregos cheganm à Península Ibérica
2.600 anos >>>>>>>> os Celtas chegam à Península Ibérica
2.237 anos >>>>>>>> os Cartagineses chegam à Península Ibérica
2.218 anos >>>>>>>> os Romanos chegam à Península Ibérica
1.591 anos >>>>>>>> invasão dos Suevos, Alanos e Vândalos
1.576 anos >>>>>>>> os Visigodos chegam à Península Ibérica
1.280 anos >>>>>>>> os Árabes invadem a Península Ibérica
1.123 anos >>>>>>>> os Cristão conquistam o Porto (Cale)
848 anos >>>>>>>> formação do Reino de Portugal
742 anos >>>>>>>> conquista definitiva do Algarve
576 anos >>>>>>>> conquista de Ceuta (início da expansão)
489 anos >>>>>>>> é semeado em portugal, pela 1ª vez, milho grosso
195 anos >>>>>>>> 1ª plantação de um Eucalipto na Europa (Paris)
165 anos >>>>>>>> invenção do "computador"
156 anos >>>>>>>> obrigatoriedade da escola primária
40 anos >>>>>>>> chegada à Lua
20 anos >>>>>>>> início do uso corrente de água engarrafada
10 anos >>>>>>>> início do uso corrente do Telemóvel
0 anos >>>>>>>> 1ª clonagem humana (?)

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2º - O TERRITÓRIO
- Portugal: o território

- Geografia do turismo

Limite entre o
Norte e o Sul

Sub-tipos

Litoral Oeste
Marítimo

Fachada alântica

Algarva / Arrábida

Transição

Atenuado
Continental

Trás-os-Montes / Beira
Baixa / Alentejo Oriental
Acentuado pela posição
geográfica
Maciços de clima diferenciado

montanhas

colinas

Regiões climáticas de Portugal


(Adaptado de S. DAVEAU, 1985)

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3º - A ECOLOGIA
- Ecologia = Ciência das inter-relações entre organismos vivos e o seu ambientes

7 BIOSFERA

6 ECOSSISTEMA ECOLOGIA

5 Comunidade ou Biocenose

4 População

3 Indivíduo ou Organismo...............................................................................
Biologia dos Organismos

2 Célula...............................................................................
Biologia Celular

1 Ácidos nucleicos...............................................................................
Bilogia Molecular

Nível de integração das Ciências Biológicas

- Ciclos biogeoquímicos = ciclos dos elementos químicos, incluindo os essenciais à


vida (ao protoplasma), na biosfera, do meio para os organismos vivos e destes, de
novo, para o ambiente.

Ciclo biogeoquímico do Carbono (C)

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- Conceito de ecossistema = sistema de troca de matérias entre organismos vivos e
substâncias abióticas, numa dada região

- Componentes dos ecossistemas

1. Substâncias abióticas
2. Produtores
3. Consumidores
4. Decompositores

- Conceito de habitat = lugar onde um organismo vive (código postal)

- Conceito de nicho ecológico = papel do organismo dentro do ecossistema


(profissão)

- Energia e sistemas ecológicos

Energia = possibilidade de produzir trabalho

1ª Lei da Termodinâmica: A energia pode ser transformada, mas nunca pode


ser criada nem destruída

2ª Lei da Termodinâmica: A transformação de energia acarreta sempre uma


perda.

- Produtores e consumidores

Fluxo de energia na biosfera

- A fotossíntese = síntese das substâncias necessárias à vida (Hidratos de carbono,


lípidos e proteinas), com recurso à energia solar, por meio da clorofila das plantas, e a
partir da água e do dióxido de carbono disponíveis no solo.

Luz
6CO2 + 6H2O >>>>C6H12O6+6O2

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Fossíntese
>>>>>>>>>>>>>>
CO2 + H2 O (CH2 O) + O2

<<<<<<<<<<<<<< Açucares
Respiração

Fossíntese e Respiração são dois mecanismos em equilíbrio

- Conceito de produtividade primária = taxa de armazenamento da energia


transformada pela actividade fotossintética dos organismos produtores, na forma de
substâncias orgânicas disponíveis para alimentação

- A cadeia alimentar

Exemplo de
cadeia alimentar

Corvo-
marinho

Arenque

Bicuda

Fitoplâncton Zooplâncton

- Conceito de factor limitante

Lei do mínimo = um organismo, numa dada situação, necessita de


determinada qualidade e quantidade de substâncias; se uma delas estiver
muito próxima do mínimo necessário, constituirá um factor limitante ao
nascimento, desenvolvimento e reprodução do organismo.

Lei da tolerância = o desenvolvimento de um organismo pode ser controlado


pela ausência ou excesso de qualquer factor essencial

Factor limitante = Qualquer factor que se aproxime ou exceda os limites de


tolerância de um organismo.
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- A pirâmide ecológica (de números, biomassa e energia)

Ave de Rapina

Cobra
Consumidores

Insecto

Produtores Planta
Decompositores

Exemplo de cadeia tráfica

- Indicadores ecológicos

- O conceito de população e comunidade

População = grupo de indivíduos pertencentes a uma mesma espécie,


ocupando uma mesma área.

Densidade, taxas (taxa = rapidez com que qualquer coisa muda com o tempo)
de crescimento e mortalidade, envelhecimento, etc.

Comunidade = conjunto de populações de espécies diferentes que ocupam


uma mesma área ou habitat = parte viva de um ecossistema

ESPÉCIE A ESPÉCIE B RELAÇÃO


+ + Mutualismo
+ 0 Comensalismo
- 0 Antibiose
- Competição
- + Exploração .

- Conceito de capacidae de suporte = limite superior além do qual não pode haver
crescimento

- Dispersão populacional
Migrações

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- Sucessão ecológica = Sequência de comunidades que se vão substituindo,
ordenadamente, umas às outras, em determinada área, até atingirem o climax ou
comunidade final

Equilíbrio dinámico da Natureza ≠ equilíbrio estático

- O conceito de Efeito marginal e ecotono

Ecotono = espaço de transição entre duas comunidades distintas

Efeito marginal = tendência para uma maior densidade e variedade de


espécies no ecotono

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4º - A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
- Fauna de Portugal
- Flora de portugal

Encontraram-se gravuras rupestres no Vale do Côa que demonstram ter


existido em Portugal o Auroque (antepassado do boi actual) há cerca de 20.000
anos. Extingui-se, provavelmente, devido ao excesso de caça.

A presença do Bisonte-europeu ainda não foi assinalada em Portugal, mas em


Espanha foi já confirmada.

O Bisonte extingui-se, na natureza, em 1921 na Polónia.

Salvou a espécie o facto de nessa altura haver 56 Bisontes em cativeiro, o que


permitiu a sua reprodução e reintrodução na natureza em 1952. Hoje existem
no mundo mais de 1.000 Bisontes-europeus, alguns no Parque Biológico.

Mas também houve extinções por causas naturais, como a dos Dinossauros,
há 65 milhões de anos.

Dezenas de outras espécies já se extinguiram ou estão à beira da extinção em


Portugal!

O Urso desapareceu da Serra do Gerês no séc. XVII...

... a última Cabra-brava foi abatida na mesma Serra em 1891…

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... e o Narciso de Willkommii foi visto pela última vez na Natureza, em 1962, no
Algarve.

- Conceito de Área Classificada


- Legislação sobre Ambiente e Património Natural
- Gestão do Ambiente em Portugal

Associações vegetais mais comuns, espontâneas de Portugal


(Adaptado de H. LAUTENSACH, 1964)

6 BOAS RAZÕES PARA CONSERVAR A FAUNA E A FLORA

1ª RAZÃO: POSIÇÃO RACIONAL

A conservação dos recursos vivos é uma entre muitas condições necessárias


para assegurar a sobrevivência humana e o seu bem-estar.

A dependência das comunidades rurais em relação aos recursos vivos é


directa e imediata. Para os 500 milhões de pessoas subalimentadas, ou para
os 1.500 milhões de pessoas cujo único combustível é a madeira, o estrume
ou os resíduos das colheitas, ou ainda para os 800 milhões de pessoas com
rendimentos abaixo dos 10 contos por ano, para todas essas pessoas a
conservação da natureza é a única coisa que as separa da mais abjecta
miséria, na melhor das hipóteses, ou da morte, na pior.

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Se o homem depende dos seres vivos para a sua alimentação, como pode
destruí-los?

2ª RAZÃO: MEDICINA E FARMÁCIA

Embora apenas uma parte mínima das plantas e animais de todo o mundo
tenha sido estudada no que respeita ao seu valor para a produção de
medicamentos e de outros produtos farmacêuticos, a medicina moderna
depende profundamente deles.

Mais de 40% das receitas médicas passadas anualmente nos Estados


Unidos contêm um produto de origem natural – de plantas (25%), de micróbios
(13%) ou de animais (3%) – como único ingrediente activo ou como um dos
mais importantes.

Só nos Estados Unidos o valor dos medicamentos produzidos a partir de


plantas é de 15.000 milhões de contos/ano

Muitas espécies, como por exemplo o Tatu, são muito úteis para a investigação
científica.

Os Tatus são os únicos animais, além dos seres humanos, que se sabe
contraírem lepra e tem sido de um valor inestimável para a descoberta da cura
desta doença.

Que outros medicamentos nos reservam os milhões de animais e plantas que


ainda não estudamos ?

3ª RAZÃO: AGRO-PECUÁRIA E INDÚSTRIA

O material genético contido nas variedades domesticadas das plantas


cultivadas, gado, animais aquáticos e micro-organismos – bem como nos
seus afins selvagens – é essencial para os programas de melhoramento de
espécies, em que se pretende alcançar uma progressiva melhoria do
rendimento, da qualidade nutritiva, do sabor, da durabilidade, da resistência às
pragas e às doenças.

A galinha de Cornish, anteriormente de interesse apenas para os amadores de


aves curiosas, revelou-se tão útil para o cruzamento com outras formas, no
sentido de produzir uma ave comestível de rápido crescimento, que se tornou a
base da industria de frangos.

Por outro lado, a descoberta de que o pelo do Urso-polar é excepcionalmente


eficiente na absorção de calor, está a ajudar os investigadores a produzir
materiais para a manufactura de melhor vestuário de Inverno e de colectores de
energia solar.

Queremos desperdiçar estes ensinamentos ?


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4ª RAZÃO: ESTÉTICA

A fauna e a flora sempre encantaram o homem !

Ou no seu conjunto, formando paisagens, ou isoladamente, pelas cores,


formas, sons, aromas e comportamentos de cada animal ou planta.

Por isso o homem capturou animais selvagens para os ter perto de si,
domesticou o canário para lhe ouvir o canto, fez jardins botânicos, usou penas
e peles no seu vestuário, e flores nas suas festas e na sua morte.

Para voltar a ter um pouco de natureza na cidade, o homem moderno gasta


fortunas a construir parques e jardins, põe vasos nas suas varandas, ninhos
artificiais nos terraços, e assiste a horas de documentários sobre a vida
selvagem.

Milhões de pessoas em todo o mundo fazem turismo por causa da natureza,


visitando parques e reservas naturais, procurando observar espécies
diferentes das da sua terra.

Países como a Costa Rica ou o Quénia vivem já, em grande parte, do eco-
turismo.

A beleza não será razão que chegue para conservar a fauna e a flora ?

5ª RAZÃO: IMPERATIVO ÉTICO

Os seres humanos tornaram-se uma força fundamental da evolução.

Embora não tenhamos conhecimentos para controlar a biosfera, temos poder


suficiente para a alterar radicalmente.

Por isso temos a obrigação moral, perante os nossos descendentes e os


outros seres vivos, de agir com prudência; com a nossa capacidade de alterar
o curso da evolução nem por isso ficamos menos sujeitos a ela, por isso o
bom senso também nos aconselha a que sejamos prudentes.

Não podemos prever quais as espécies que serão benéficas para a


humanidade e podemos vir a descobrir que certas espécie que hoje nos
parecem dispensáveis podem, afinal, fornecer-nos produtos importantes.

Por razões éticas e pelo nosso próprio interesse, não devemos provocar a
extinção de espécies.

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6ª RAZÃO: PORQUE A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE

Ao longo da história da vida sempre houve espécies que se extinguiram por


razões naturais, às vezes de maneira catastrófica.

Há 66 milhões der anos deu-se a extinção em massa dos Dinossauros. Várias


teorias pretendem explicar este fenómeno; a conjugação de uma regressão
marinha com um arrefecimento do clima, o embate na Terra de um enorme
meteorito, com 10 km de diâmetro, ou talvez um imenso fenómeno de
vulcanismo, que modificou completamente a composição da atmosfera.

Culpa do Homem, não foi seguramente, porque ainda não tinha surgido na
Terra!

Então, porque razão estamos agora preocupados com a extinção de espécies


se ela sempre ocorreu no passado ? A diferença está no tempo.

No passado uma espécie demorava milhões de anos a extinguir-se, hoje, com


a "ajuda" do homem, a extinção dá-se em décadas.

E não nos esqueçamos que se, no passado, todas as espécies se tivessem


extinguido, hoje não existiria o Homem.

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5º - OS GRANDES PROBLEMAS
AMBIENTAIS
Poluição sonora

A poluição sonora é um flagelo das zonas urbanas e não restam dúvidas que é causa
de graves problemas para a saúde humana.

O ouvido humano é um órgão extremamente sensível, que permite detectar os sons e


os transmite ao cérebro; é o órgão que permite ao homem manter o seu equilíbrio
quando está em pé.

O ruído corresponde a ondas sonoras irregulares ou intermitentes, em geral


desagradáveis.

A intensidade sonora é avaliada em unidades decibel (db); o zero da escala


corresponde ao som mais baixo que o ouvido humano pode perceber; a partir de 90 db
(som produzido por um motociclo a 7,5 metros de distância) começa a haver perigo
para o ouvido humano.

As causas principais do ruído são os meios de transporte, as instalações industriais, a


construção civil, os electrodomésticos.

Os efeitos do ruído são variados, podendo provocar surdez, ansiedade e angústia,


reacções que determinam variações hormonais no sangue, que provocam alterações
fisiológicas como taquicardia, vasoconstrição, espasmos digestivos, etc.; com o tempo,
o coração, o cérebro e o fígado podem ser danificados.

Os ruídos muito fortes, com mais de 120 db, devem ser sempre evitados, mesmo por
períodos breves; ora em muitas discotecas este nível é ultrapassado. A partir de 150 db
(avião a jacto a deslocar) o tímpano pode romper-se e haver surdez total.

Poluição aquática

A água do mar representa cerca de 97% de toda a água na Terra; foi no mar que a vida
teve origem.

A água doce representa 4% de toda a água da Terra, sendo a maior parte constituída
por água no estado sólido, nos glaciares (2%) e pelas águas subterrâneas (0,5%).

A agua, pela sua mobilidade, dispersa rapidamente os poluentes nela lançados.

Os peixes, que tem de estar em constante movimento para fixarem o pouco oxigénio
dissolvido nas águas, absorvem grandes quantidades de poluentes químicos.

As causas da poluição das águas são numerosas, com particular destaque para os
esgotas urbanos e industriais provenientes dos grandes centros urbanos.
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Em França, o Rio Sena, recebe tanta quantidade de efluentes urbanos que, no Verão
metade das águas do rio não são senão águas de esgoto.

Muitos poluentes orgânicos favorecem o desenvolvimento dos seres vivos aquáticos,


motivando a diminuição de oxigénio dissolvido na água, e a morte dos mesmos seres
vivos

Nos oceanos, uma das principais fontes de poluição são os hidrocarbonetos, que tem
origem na lavagem dos tanques dos petroleiros e também nos desastres e fugas nos
poços de petróleo: 5 milhões de toneladas por ano !

Ora a biodegradação de 1 litro de petróleo consome o oxigénio dissolvido em 320.000


litros de água do mar.

O aquecimento das águas é outra forma preocupante de poluição, provocada pelo


lançamento nos rios e mares de água aquecida em processos industriais .

Poluição atmosférica

A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra; ora nós estamos a alterar
profundamente a sua composição, tornando-a imprópria para a vida.

As causas da poluição atmosférica são variadas, mas a principal é a combustão


incompleta do carvão e dos hidrocarbonetos, quer na indústria e centrais eléctricas,
quer no transporte motorizado e aquecimento doméstico.

O monóxido de carbono (CO) é o poluente mais abundante, e a sua concentração em


áreas urbanas depende do volume de tráfego automóvel. É muito tóxico, e diminuiu a
capacidade do sangue para absorver o oxigénio nos pulmões; resultam dores de
cabeça, tonturas e, perturbações do ritmo cardíaco e, no limite, a morte.

Mas o homem continua a lançar anualmente na atmosfera mais de 400 milhões de


toneladas de carbono sobre a forma de monóxido !

Se a isto se somarem 13.000 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), mais


de 50 Milhões de toneladas/ano de dióxido de nitrogénio (NO2), 145 milhões de
toneladas de dióxido de enxofre (SO2), 170 milhões de toneladas de hidrocarbonetos e
280 milhões de toneladas de partículas, temos a dimensão da catástrofe.

Isto para além de outros poluentes em menores quantidades, mas muito mais tóxicos,
como o chumbo (Pb) a que se atribui a queda do Império Romano, por envenenamento
da aristocracia, causada pelo chumbo de que eram feitas as canalizações de água das
casas ricas.

Ora a poluição atmosférica influencia gravemente o clima, afecta as plantas e os


animais e ameaça do homem.

O efeito de estufa, provocado pelo dióxido de carbono (CO2), que dificulta a perda de
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calor da terra para o espaço, é um dos problemas mais alarmantes.

O Homem é a principal vítima da poluição atmosférica: bronquite (10% da mortalidade


na Inglaterra), enfisema pulmonar, de que resulta falta de ar e maior esforço do
coração, asma, cancro do pulmão (60.000 mortos em 1970) !

Poluição dos solos

Os solos são um complexo mineral e orgânico, altamente dinâmico; é do solo que as


plantas retiram a água e os elementos minerais indispensáveis ao seu
desenvolvimento.

As plantas e, indirectamente os animais e o Homem estão na total dependência do


solo.

A poluição dos solos deve-se especialmente às técnicas agrícolas modernas que, com
o objectivo de aumentarem a produtividade aplicam quantidades excessivas de
fertilizantes e pesticidas, que estão a contaminar os solos cultivados de maneira
irremediável.

No entanto, só 50% dos adubos azotados utilizados são, realmente, aproveitados


pelas culturas; o restante perde-se.

Os fertilizantes não purificados contém numerosos metais e metalóides em


pequeníssimas quantidades, que são altamente tóxicos e se vão concentrando na
camada superior do solo.

O excesso de nitratos nas culturas, por acção da flora bacteriana intestinal, pode-os
transformar em substâncias cancerígenas.

Os pesticidas são substâncias químicas complexas que tem por fim destruir os
insectos prejudiciais às culturas (insecticidas), as doenças provocadas por fungos
(fungicidas) e as plantas concorrentes com a agricultura (herbicidas)

O DDT (diclorodifeniltricloroetano), um dos mais conhecidos insecticidas, foi


sintetizado em 1874 pelo sueco Ziedler, e as suas propriedades insecticidas
descobertas em 1939 por Muller, na Suíça, o que lhe valeu o prémio Novel em 1948: 30
anos depois, a Suíça e a Suécia proibiram o uso do DDT !

Exploração intensiva dos recursos naturais

A exploração intensiva dos recursos naturais tem sido uma constante desde a
Revolução Industrial. Se não se alterar a situação de consumo de combustíveis fósseis
e matérias-primas, chegaremos a um ponto de ruptura, com consequências de difícil
previsão.

Os consumos energéticos tiveram uma subida de 76% entre 1925 e 1950 e de 225%
entre 1950 e 1975.
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A vida, hoje, não se pode conceber sem petróleo, mas as suas reservas mundiais são
reduzidas; calcula-se que as reservas se esgotem, a continuar o ritmo actual de
consumo, cerca do ano 2029.

Também os minérios são recursos sobre-explorados, embora nalguns casos esteja já


a ser feita a sua reciclagem.

O ferro (Fe), por exemplo, tem reservas avaliadas para 310 anos a consumos de 1975,
o cobre (Cu), para 45 anos, o chumbo (Pb) dará para 46 anos; felizmente que grande
parte dos metais hoje utilizados tem já origem na reciclagem de sucata.

A água é outro recurso fundamental, mas 97% do volume de água da Terra é salgada e
só 3% doce, na sua maioria sob a forma de gelo. Restam 0.8% nas reservas
subterrâneas, rios e lagos, e sob a forma de vapor de água na atmosfera. E só esta é
que pode ser aproveitada pelo homem.

O seu consumo tem vindo a aumentar muito. Para além do uso directo pelo homem, a
industria consome imensas quantidades de água: a produção de 1 Kg de papel requer
600 litros de água e a de 1 litro de cerveja, 15 litros de água.

A agricultura necessita, igualmente, água em abundância: 1 kg de trigo, 450 litros de


água, 1 kg de arroz 2000 litros e 1 litro de leite 3800 litros.

Os recursos de água doce utilizáveis calculam-se em 20 000 Km3 à escala global;


prevê-se que por volta do ano 2000 o consumo seja de 18 700 Km3, o que quer dizer
que o problema da falta de água se aproxima !

Destruição do litoral

Enquanto zona de contacto entre o espaço terrestre e o espaço marítimo, o litoral


constitui um bem único e frágil.

Os baixios costeiros e os estuários são habitat de abundante flora marinha e


alimentam e criam condições de protecção e reprodução para as aves aquáticas,
peixes, crustáceos e moluscos que ocupam, segundo se calcula, dois terços da
industria pesqueira mundial.

Alguns destes habitats contam-se entre os pesqueiros mais lucrativos do mundo,


nomeadamente aqueles em que existe camarão.

Ora a subsistência da pesca costeira está a ser ameaçada pelo poluição e destruição
dos ecossistemas litorais, provocando perdas enormes que, nos Estados Unidos, se
avaliam em 17,2 milhões de contos anuais.

O litoral assume, também, uma função indispensável de recreio físico e psíquico para
as populações das regiões continentais submetidas à pressão crescente da vida
urbana.
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A degradação urbanística das zonas litorais e a destruição, muitas vezes irreversível,
dos ecossistemas naturais, são causas graves de desvalorização e de perda de
receitas turísticas.

Além disso, as praias, dunas, falésias e recifes de corais são sistemas naturais que
asseguram a protecção das áreas continentais contra o avanço do mar, durante as
tempestades; sem os recifes de coral mais de 400 ilhas não existiriam no mundo.

Explosão demográfica

No tempo de Cristo, a população humana deveria rondar os 250 milhões de


habitantes; em 1800 já éramos 960 milhões, 100 anos mais tarde 1645 milhões, em
1980, 4414 milhões e, no ano 2000, cerca de 6 mil milhões !

As consequências são imprevisíveis, ainda por cima porque o maior aumento


populacional se regista nos países pobres que, em muitos casos, já nem conseguem
alimentar a população que tem.

O crescimento rápido nos países do Terceiro Mundo e o crescimento lento nos países
desenvolvidos é um dos mais graves desequilíbrios da actualidade.

Ainda por cima, o aumento da produção agrícola nos países pobres não tem
acompanhado o ritmo do aumento populacional.

Já em finais do século XVIII o inglês Thomas Robert Malthus previu problemas, ao


escrever que a população do mundo crescia segundo um progressão geométricas (1-
2-4-8-16-32-…) e os recursos segundo uma progressão aritmética (1-2-3-4-5-6-….); se
não se limitasse a natalidade, escreveu Malthus, a catástrofe surgiria.

Com o desenvolvimento tecnológico, o malthusianismo foi posto de parte; mas com a


actual explosão demográfica esta teoria foi recuperada e muitos países já estão a
seguir medidas de controlo da natalidade.

O crescimento tem de parar pois os recursos da Terra são limitados !

Enquanto leu este texto (1 minuto) nasceram no Mundo cerca de 150 pessoas!

Concentração urbana

A concentração da população nas áreas urbanas é um dos fenómenos mais


inquietantes do nosso tempo.

Na Europa 65% da população vive já em cidades !

Em 1950 apenas 5 cidades tinham mais de 5 milhões de habitantes. Hoje há cerca de


35 e dentro de 30 anos calcula-se que haja 90. Um terço da população humana viverá
então em cidades de mais de 1 milhão de habitantes, e uma dezena de cidades
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ultrapassarão os 20 milhões.

As causas do crescimento da taxa de urbanização tem a ver com a Revolução Industrial


e a concentração da produção fabril, que atraiu mão-de-obra das aldeias. Por outro
lado, a mecanização agrícola libertou mão-de-obra, que procurou emprego nas
cidades.

As vantagens que o homem retira da concentração urbana são anuladas pelas


múltiplas desvantagens: os transportes congestionam-se, o custo de vida sobe, a
saúde e o bem estar são ameaçados, a segurança diminui, perdem-se os laços
familiares e de amizade, surge a solidão e a doença.

O movimento pendular de trabalhadores que vivem nas periferias e vem trabalhar para
as cidades provoca enormes engarrafamentos e demora nas viagens e torna o dia a
dia insustentável.

O abastecimento alimentar, de água e de energia são outros problemas da cidades,


centros exclusivamente consumidores de recursos e produtores de detritos sob a
forma de esgotos, poluição atmosférica e lixos.

Em contrapartida, o efeito de atracção da cidade deixa o campo despovoado e


abandonado.

Há um limite a partir do qual o crescimento urbano tem de parar, sob pena de perda de
qualidade de vida !

Diminuição das florestas

As florestas ocupam 32% da superfície total dos continentes, e são importantíssimas


pela regulação do clima, do ciclo da água, pela produção de madeira e pela
conservação da biodiversidade.

A agricultura e a pastorícia tem sido as causas principais de destruição das florestas


com o objectivo de aumentar as pastagens e os terrenos de cultivo.

Na Europa já pouca resta das florestas primitivas, que começaram a ser derrubadas
na Idade Média. Mesmo o esforço de plantação feito nos últimos séculos não
compensa a perda.

Na China a floresta foi reduzida a 10% da área do país. No Estado do Paraná, no Brasil,
em 20 anos, entre 1933 e 1953, foram destruídos 4,8 milhões de hectares de floresta
e, em 1963, 2 milhões hectares arderam em 3 semanas !

A floresta Amazónica está ser destruída a um ritmo assustador, sendo imprevisíveis as


consequências

A destruição das florestas acarreta a erosão do solo provocada pelas chuvas e ventos,
ficando a rocha a nu, completamente improdutiva.

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Com a escorrência rápida das águas não há infiltração e surge as secas; mas vem,
também, as cheias catastróficas e o assoreamento do curso final dos rios.

Na Índia, o custo anual dos prejuízos provocados pelas inundações, em boa parte
causadas pela destruição das florestas, varia entre28 e150 milhões de contos anuais.

O impacto da destruição das florestas no clima está, ainda, por avaliar, mas é certo;
clima mais seco e aumento geral da temperatura do globo.

Enquanto leu este texto (1 minuto) 25 hectares de floresta tropical foram destruídos.
Quase a área do Parque Biológico.

Extinção das espécies

Ninguém sabe ao certo o número de espécies do planeta: 1,5 milhões para uns, 30
milhões para outros.

Mas o que se sabe é que muitas espécies animais e vegetais já se extinguiram, e


muitas estão à beira da extinção.

Avalia-se em 25 000 o número de espécies de plantas e em mais de 1 000 as


espécies e subespécies de vertebrados que estão ameaçados de extinção. E estes
números não têm em conta as perdas inevitáveis de espécies de pequenos animais –
particularmente invertebrados como moluscos, insectos e corais, cujos habitats estão
a ser destruídos. As estimativas que tem em conta estes seres vivos sugerem que o
número de espécies extintas no ano 2000 se situará entre meio milhão e um milhão.

A caça excessiva, a alteração dos habitats e a introdução de espécies exóticas estão


entre as causas principais.

Mas é o aparecimento das armas de fogo que determina a extinção rápida de muitas
espécies.

O Pombo-viajante, dos Estados Unidos, extremamente abundante, extingui-se em


1914; só em 1861 perto de 156 milhões destas aves foram mortas e vendidas !

O comércio de peles e de marfim são outras causas graves de extinção.

No século passado o comércio de peles levou à extinção completa de milhões de


Otárias da Ilha Juan Fernandez, ao largo do Chile.

Também muitas espécies de peixes estão hoje em declínio devido à pesca excessiva:
Sardinha, Pescada, Sável, Lampreia e muitas outras.

De Bacalhau, por exemplo, pescaram-se 1,9 milhões de toneladas em 1968, mas já só


apenas 1 milhão em 1972.
Grandes fomes

No passado, uma seca ou um frio excessivo podiam destruir as colheitas e, com a


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dificuldade das comunicações, vinha a fome e a morte de milhões de pessoas.

Um exemplo é a grande fome da Irlanda (1845-48), em virtude da perda da cultura da


batata por causa do míldio, uma doença que se desenvolveu em virtude das condições
climáticas anormais de 1845 e 46. Mais de 1 milhão de pessoas morreram na Irlanda,
e muitas imigraram para a América do Norte; a Irlanda ficou com a população reduzida
a metade.

Mais recentemente, desde 1968, uma seca prolongada abateu-se sobre o Sahel (ao
sul do Sara); em 1972 e 73 a seca foi total, morreu mais de 30% do gado, a produção
agrícola baixou 90%: o número de mortos ultrapassou os 100 000.

Mas não é só a fome total, que provoca a morte, que é preocupante. A insuficiência de
alimentos pode provocar a subalimentação e a composição desequilibrada da
alimentação pode provocar a malnutrição

A subalimentação origina populações num estado de permanente cansaço. Se


continua por muito tempo aparece o edema da fome que disforma as crianças, que
ficam magras mas com o abdómen muito inchado.

Se o problema é a falta de qualidade alimentar pode surgir o beriberi (falta de vitamina


B1), a pelagra (falta de vitaminas PP), o escorbuto (falta de vitamina C).

Uma alimentação satisfatória consiste, em média, em 2800 calorias e 40 gramas de


proteínas de origem animal por dia. Cerca de 60% da população mundial está abaixo
deste patamar, do que resulta a morte anual de 40 milhões de pessoas !

Enquanto leu este texto, morreram de fome no Mundo cerca de 80 pessoas !

Grandes epidemias

Uma epidemia é uma doença que alastra numa área geográfica importante,
provocando um número de doentes muito superior à incidência normal dessa doença.

Com a situação sanitária do passado, as epidemias foram constantes, sendo celebre


a peste negra (1347-51) provocada por um bacilo, parasita de vários roedores como a
Ratazana-preta; o bacilo era transmitido da ratazana ao homem pelas pulgas; calcula-
se que mais de 25 milhões de pessoas morreram na Europa: mais de 1 terço, ou
mesmo metade da sua população.

A cólera, a varíola, a difteria, o tifo, a febre amarela e muitas outras epidemias atingiram
a Europa.

Apesar de todos os avanços médicos do séc. XX, como a preparação de hormonas, a


síntese das vitaminas e a descoberta de penicilina, em 1918-19 uma nova epidemia, a
"pneumónica" consegue instalar-se e matar milhões de europeus. E em 1957-58, de
novo a "gripe asiática" mata na Europa.

As doenças dependem de muitos factores, físicos, biológicos e até sócioculturais. Mas,


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também de factores ecológicos.

O uso do DDT, na Bolívia, para exterminar os mosquitos transmissores da malária,


matou paralelamente grande número de gatos e outros predadores; com a morte
destes os pequenos roedores propagaram-se livremente e provocaram uma epidemia
de tifo.

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6º - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1

Um dia, talvez um Ramapithecus (Ramapithecus wickeri e R. junjabicus) ou um


Australopithecus (Australopithecus africanus e A robustus), ensinou outro a relacionar-
se com o ambiente, a caçar, a recolher frutos silvestres, a proteger-se dos predadores.

Milhões de anos mais tarde, talvez já com o homem de Neandertal (Homo sapiens
neanderthaliensis), mas mais seguramento com o homem moderno (Homo sapiens
sapiens), desenvolve-se a agricultura e a pecuária, e um outro homem ensinou os
seus filhos a explorar os recursos naturais mas... também a respeitá-los, para que
podessem ser suficientes para toda a tribo durante todo o ano.

Esse último momento, que podemos, com um pouco de imaginação e liberdade, situar
no fim do último Périodo de Gelo, há mais ou menos 97.000 anos, algures, sei lá, em
Jericho (Província de Jérusalem, na actual Cisjordania), perto do Mar Morto, a Educação
Ambiental acabava de nascer !

Porque o fim último deste ramo da educação é, justamente, que o Homem aprenda a
viver com a natureza, a explorar os seus recursos , mas duma forma sustentável.

Mas talvez isto seja, apenas, literatura !

Claro, foi só no último século que o Homem começou a dar-se conta da necessidade
de novas regras de relação com o mundo natural e o ambiente em geral.

Com a poluição do período industrial, a extinção das espécies, e a fome, o Homem


compreende que os recursos naturais não são inextinguiveis. E com o crescimento
das cidades, a sobrepopulação, a pobreza urbana, o Homem compreende, também,
que precisa de outro quadro de vida.

Ao principio, duma forma sentimentalista, o Homem descobre o respeito pelas plantas


e animais, a água pura, a paisagem, e começa a proteger estes bens.

Em Portugal, em 1910, aparecem já publicações de sensibilização para a natureza


como: O Guia do Naturalista, Os ninhos e os Ovos, a Botânica Recreativa, os Repteis
de Portugal (SEQUEIRA, 1910).

Mas será somente nos anos 20/30, perante a necessidade de preservar a floresta da
Serra da Arrábida, que um verdadeiro movimento de conservação e de sensibilização
para a natureza dá os primeiros passos em Portugal.

Como noutros sitios, é a acção "por reacção" (TALBOT,1981) a necessidade de


preservação das paisagens e das espécies que desperta a atenção das pessoas
para o património natural.

Nesse período, e durante muitos anos, vê-se a conservação a um nivel estrictamente


1 Texto publicado no Boletim PENSAR EDUCAÇÃO, editado pelo Centro de Formação de Professores de
Gaia Oeste /1998
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local; "a aproximação reactiva insiste mais sobre o efeito do que sobre a causa, nos
sintomas mais do que na doença" (TALBOT, 1981).

Um pouco em toda a parte, parques e reservas asseguram melhor a preservação dos


sítios e das espécies em perigo, e o público vai visitar esses parques e começa, cada
vez mais, a interessar-se pelo mundo natural. Pode dizer-se que os parques e reservas
têm um papel fundamental na sensibilização e mesmo na educação ambiental.

Pela primeira vez, somos confrontados nestas áreas com regulamentos de


comportamento: não podemos fazer barulho, temos que andar somente nos trilhos,
deixar o carro nos lugares apropriados, não devemos deixar nada e nada tirar...excepto
fotografias !

Começamos a compreender que podemos ter o usufruto da natureza sem a destruir,


se respeitarmos algumas regras.

Pouco a pouco, esta consciência ambientalista extende-se às populações e aos


poderes públicos.

Mas no periodo da Comunicação, a escala de tratamento dos problemas alarga-se,


começou-se a compreender, há duas ou três dezenas de anos, que para salvar a
Andorinha-da-chaminé (Hirundo rustica), que visita a Europa no Verão, não basta
protegê-la na Europa, mas temos que ir mais longe, a África, onde se colocam os
verdadeiros problemas de conservação desta espécie.

Compreendemos, então, a ligação entre a Andorinha-da-chaminé e a desertificação, da


qual sabiamos já a relação com a desarborização. Enfim, podemos mesmo ver uma
relação muito estreita entre a conservação da Andorinha-da-chaminé e os problemas
das populações do Sahel (região das estepes ao Sul do Sahara, caracterizada por uma
curta estação de chuvas).

Portanto, não são só os animais e as plantas que estão em perigo, começa-se a


compreender que os problemas de ambiente só têm uma solução efectiva se os
considerarmos duma maneira global, ou seja mundial.

Então, redefinimos os objectivos da conservação (adaptado da STRATEGIE MONDIALE


POUR LA CONSERVATION, 1980) :

Conservação é a gestão humana da biosfera de forma que ela ofereça os


maiores benefícios à geração presente mantendo o seu potencial de modo a
poder responder às necessidades e aspirações das gerações futuras.

A partir desta formulação, podemos estabelecer os três objectivos principais da


conservação :

- manter os processos ecológicos essenciais e os sistemas de suporte da vida


(regeneração e protecção dos solos, recuperação dos elementos nutritivos,
depuração das águas, por exemplo), dos quais a sobrevivência e o
desenvolvimento dos homems dependem ;

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- assegurar a utilização sustentada das espécies e dos ecossistemas que
suportam as comunidades rurais assim como importantes industrias.

- preservar a diversidade genética (o leque do material genético que


encontramos nos organismos da terra) da qual dependem os programas de
reprodução necessários à proteção e melhoramento das plantas cultivadas e
dos animais domésticos, assim como a maioria dos progressos científicos, a
inovação técnica e a segurança da maioria das industrias que utilizam a
matéria viva.

Mas para o êxito de alguma medida que se possa tomar, necessita-se a participação
activa das populações; para isso deverão estar conscientes e mobilizadas.

Só podemos ter sucesso nas acções de política ambiental quando estas se sucedem
a acções de educação ambiental.

Neste ponto da evolução do tratamento dos problemas, a educação ambiental ganha


direitos, e salta para um lugar de relevo nos grandes debates e reuniões
internacionais.

A educação ambiental a nível internacional

Em Junho de 1972 as Nações Unidas reuniram em Estocolmo, pela primeira vez, uma
Conferência Mundial para avaliar os problemas do ambiente e para tomar as "decisões
necessárias à realização dum programa internacional sobre a educação relativa ao
ambiente, interdisciplinar quanto à sua aproximação, escolar e extra-escolar,
englobando todos os níveis do sistema educativo...”.

Uma das recomendações dessa reunião, a Recomendação nº 96, afirma que a


educação ambiental é "um dos elementos mais críticos para que possamos enfrentar a
crise mundial do ambiente".

A Conferência Ministerial do Conselho da Europa, que se reuniu em Viena em 1973 foi


consagrada ao ambiente e, como consequência, o Comité Europeu para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais organizou em 1975 uma série de
seminários sobre "Educação mesológica" (meso = meio, ambiente. Hoje abandonada,
esta expressão fazia referência a essa ciência de síntese que é a mesologia).

O seminário internacional sobre a educação Mesológica num contexto rural e Urbano


(Países-Baixos, Agosto de 1975), começa a renovar a pedagogia :

- Não se deve mostrar a natureza aos alunos ; eles devem descubri-la sózinhos
;
- Mais vale desenvolver as capacidades de observação do que a memória ;
- Memoriza-se melhor o que se observou ;
- O estudo das interrelações deve substituir o estudo dos factos isolados.

Neste Seminário ficou claro, também, que "o quadro urbano e o quadro natural
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oferecem possibilidades equivalentes para a educação mesológica e que temos muitas
vezes tendência a insistir sobre as suas diferenças".

Em 1976 na Dinamarca, outro seminário do Conselho da Europa foi consagrado ao


"estudo comparativo de culturas, procurando explicar as modificações aparecidas e os
processos de inovação numa zona limitada no espaço", com uma atenção particular
para o meio rural.

O Seminário internacional sobre a educação Mesológica num contexto estrictamente


Urbano teve lugar em Bristol, em Agosto de 1977, e recordou "a interdependência entre
a cidade e seu ambiente mais extenso".

A nivel pedagógico, insistiu-se durante esse seminário sobre a utilização dos


percursos urbanos, os centros de estudos urbanos, os espaços verdes e os jogos e
simulações na educação ambiental.

"Seria conveniente fazer uma reflexão profunda sobre a eficiência dessas


estruturas e dos métodos que já não parecem dever, nem poder ser
generalizados. Podemos pensar que elas serão os instrumentos na medida em
que as primeiras aumentarão o campo geográfico pela seu contributo
documental. sem o limitar às zonas urbanas e onde as segundas, as
simulações, não deformarão exageramente a realidade e não terão por fim
substituir a relação directa com os meios exteriores" (CHARLES,1986).

Com objectivo de desenvolver a já referida Recomendação nº 96 da Conferência das


Nações Unidas, em Outubro de 1975 reuni-se em Belgrado, sob os auspícios da
UNESCO, o colóquio de Educação para o ambiente, que "estabeleceu os princípios
dum programa mundial de educação ambiental".

Na Carta de Belgrado sobre a Educação Mesológica, nome pelo qual é conhecida a


declaração final desta conferência, define-se como objectico para a educação
ambiental :

"... ajudar os indivíduos e os grupos sociais a terem consciência do ambiente


global e dos problemas conexos, e sensibilizá-los para esses temas".

Assim precisa-se "duma nova ética universal, pessoal e individualizada", solidamente


fundada nos princípios fundamentais definidos na Declaração das Nações Unidas
sobre o Nova Ordem Económica Internacional.

Entre os principais destinatários do esforço de educação ambiental proposto, estão


especificamente mencionados "os técnicos superiores e aqueles que têm o poder de
decisão nos sectores ligados ao ambiente".

Em Outubro de 1977 reuniu-se em Tiblissi (Ex-URSS) a Conferência


Intergovernemental sobre a Educação relativa ao ambiente, a partir da qual ficou claro
que o ambiente não é só o ambiente físico mas também o ambiente social e cultural. O
conceito de ambiente deve englobar os problemas de desenvolvimento, mais
precisamente de subdesenvolvimento e de disparidades geradoras de injusticias, de
pobreza e de opressão.
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Assim, a conferência sublinhou a importância de reexaminar as relações complexas e
delicadas que ligam o homem ao seu ambiente tomando em conta os fatores sociais e
culturais que são muita vez a raiz do mal.

Perceber este carácter complexo significa uma tomada de consciência da


interdependência de todos esses fatores e, por conseguinte, a análise das relações
que os solidarizam. Esta essência interdisciplinar é, então, uma das características
fundamentais da educação em matéria de ambiente e, porque aproximar o ensino da
vida, considerando esta como objectivo, permite prever-lhe um papel determinante na
reforma dos sistemas educativos". (CHARLES, 1986).

Em 1978, o Seminario Europeu sobre a Ecologia Aplicada, consagrou o essencial dos


trabalhos aos problemas colocados pelas estruturas, as técnicas e os métodos
destinados à interpretação do ambiente.

O relatório final sublinha que "existe uma relação permanente entre os elementos
naturais e culturais, e por conseguinte, estes devem estar sempre intimamente ligados
na interpretação do ambiente, assim como nunca se deve separar o rural do urbano".

Em Lisboa, em 1978, o Seminário internacional da Educação ambiental na região de


Europa Meridional propôs :

- inserir a todos os níveis a educação mesológica baseada na análise dos


sistemas e na investigação dos métodos práticos;
- Realçar a organização de trabalhos no terreno e de actividades específicas
efectuadas nas regiões meridionais ;
- organizar estágios europeos para formadores ;
- trabalhar conjuntamente no estabelecimento dum projecto contínuo e
coordenado, com respeito à educação mesológica, do infantário à
universidade;
- criar centros de estudos em meio urbano realçando as relações com o
mundo rural ;
- favorecer a participação do movimento associativo nas acções de
sensibilização para o ambiente.

Em Moscovo, em 1987, realizou-se o Congresso Internacional de Educação Ambiental


e Formação, sob os auspicios da UNESCO - UNEP (Programa das Nações Unidas
para o Ambiente), que reuniu mais de 300 especialistas de 100 países e observadores
das organizações internacionais.

Durante essa reunião, foi aprovada uma estratégia para a educação ambiental e a
formação voltada para os anos 90, insistindo sobre :

- o acesso à informação
- a investigação ciêntifica
- os programas educacionais e os materiais pedagógicos
- a formação do pessoal
- educação técnica e vocacional
- educação e informação do público
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- educação na universidade
- a formação dos especialistas
- a cooperação internacional e regional

Na continuação dos trabalhos internacionais de definição e implementação dos


programas, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), a Organização
das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) e o Fundo Mundial
para a Vida Selvagem (WWF), encaregaram a União Internacional para a Conservação
da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN) da elaboração dum documento com as
bases dum programa mundial de conservação.

Como consequência, a Estratégia Mundial de Conservação viu o dia em1980. Este


documento fundamental consagra o capítulo 13 à educação ambiental, e começa por
referir :

"O comportamento, em relação à biosfera, de sociedades inteiras deve


finalmente ser mudado, se queremos assegurar a realização dos objectivos de
conservação ; uma nova ética torna-se necessaria..."

E algumas linhas depois :

" A falta de consciência das vantagens da conservação e da sua importância no


dia a dia impede que, aqueles que tomam decisões políticas, aqueles que
põem em prática a política de desenvolvimente e o público em geral, percebam
a urgência de cumprir os objectivos da conservação. Os ecossistemas e as
espécies estão destruidos, justamente, porque as pessoas não vêem que é do
seu próprio interesse não os destruir. (...). Enquanto os homems não
perceberem que devem salvar os ecossistemas e as especies, eles não farão".

A Estratégia Mundial para a Conservação da Natureza também refere :

"Embora haja progressos, a educação ambiental ainda é insuficiente".

O documento que estamos a citar refere um dos problemas :

" Há uma grande quantidade de apelos emocionais que são dirigidos a


audiências ricas e explicações didácticas sobre o funcionamento dos
ecossistemas, mas os exemplos justificativos da manutenção dos sistemas
ecológicos que garantem a vida e a preservação da diversidade são,
geralmente, anedóticos e não têm o suporte duma documentação suficiente
para convencer os cépticos."

No fim do capítulo 13 a Estratégia refere os grupos a que, por ordem de prioridade,


deve dirigir-se a educação ambiental :

- legisladores e administradores ;
- aqueles que tratam do desenvolvimento, da industria e do comércio, e os
sindicatos;
- os organismos de profissionais ;
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- as comunidades mais afectadas pelos projetos de conservação ;
- as crianças e jovens das escolas.

Nas conclusões (capítulo 20) a estratégia recomenda a todos os países do mundo a


elaboração de estratégias de conservação nacionais ou sub-nacionais, recomendação
da qual a Assembleia da República Portuguesa se fez o eco quando incluiu entre os
instrumentos da política ambiental "A estratégia Nacional de Conservação da Natureza,
integrada numa estratégia europeia e mundial". (Artº 27º da Lei Quadro do Ambiente -
Lei nº11/87 de 87.04.07)

O Conselho dos ministros da Educação da Comissão das Comunidades Europeias


tomou, em Maio de 1988, uma resolução (RESOLUÇÃO 88/C 177/03,1988) a propósito
da educação ambiental.

Nessa resolução, a Comunidade determina como acções necessárias a nivel dos


estados-membros :

a) Inserir a educação ambiental em todos os sectores do ensino e consagrar as


políticas de educação ambiental num documento à disposição de todos os
estabelecimentos de ensino, que devem tomar em conta o carácter interdisciplinar
da educação em materia de ambiente ;

b) Para esse objectivo, será importante que cada estado-membro :

- tome em consideração os objectivos da educação ambiental no momento de


fazer os programas escolares ;
- favoressa as actividades extra-escolares para pôr em prática os
conhecimentos teóricos sobre o ambiente ;
- facilite a formação continua dos docentos ;
- ponha à disposição dos alunos e docentes o material pedagógico necessário.

c) Formação continua dos especialistas e introdução da educação ambiental na


universidade.

Ao nivél comunitário, a resolução 88/C 177/03, prevê :

a) troca de informação
b) aperfeiçoamento da documentação para docentes e alunos ;
c) integração da educação ambiental em todas as actividades da Comunidade
Europeia.

Mais recentemente (88/99), a Comunidade Europeia efectuou uma série de seminários


sobre a problemática do ambiente em Meio Urbano (LIVRO VERDE SOBRE O
AMBIENTE URBANO ,1990) onde a importância da educação ambiental releva; citamos
:

"Em algumas cidades foram elaborados inventarios detalhados dos habitats


naturais e grupos de voluntários formaram-se com o objectivo de preservar
esses espaços do desenvolvimento urbano e garantir a sua gestão equilibrada.
Embora, em termos absolutos, estes espaços não tenham sempre uma vida
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natural dum valor comparavel ao dum habitat realmente natural, a sua
localização no interior ou perto dos centros urbanos dá-lhe um valor e
importância especiais. Eles também são um recurso importante para as acções
educativas e de familiarização com a natureza."

Nas acções prioritárias para a protecção e valorização do ambiente natural das nossas
cidades, o Livro Verde aconselha :

"1. A Comissão das Comunidades deverá prever um programa de projetos-


guias em toda a Comunidade para demostrar as vantagens dos projetos e
programas de acção ecológica.

2. As autoridades urbanas deverão ser encorajadas à revisão do seu inventário


de espaços públicos livres e a aproveitar todas as oportunidades para
acrescentar o seu número."

Estes principios fundam-se na presuposição de que :

"Com o aumento da consciencialização ambiental, a riqueza dos habitats


naturais situados no interior das nossas cidades acaba por ser reconhecida.
Embora o valor destes espaços raramente possa ser comparado aquele dos
habitats mais naturais situados no campo, a sua proximidade duma densa
população traz-lhe um valor especial, pela oferta duma melhor qualidade de
vida urbana, oportunidades de lazer e de educação informal em matéria de
história natural e ambiente."

Assim, o Livro Verde sobre o Meio Urbano abre as portas, e favorece mesmo a
utilização dos espaços urbanos e sub-urbanos vagos para equipamentos natureza,
com a componente da educação ambiental.

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7º MÓDULO - BIBLIOGRAFIA
Na internet encontrará informação sobre todos os temas abordados
nesta acção.

Mas tenha muito cuidado: verifique que a instituição que divulga na


internet a informação é idónea (Universidade, associação, organismo
oficial, etc.), pois na internet também abunda o lixo!

Verifique, ainda, a data de actualização do site; é que pela internet


também andam alguns fantasmas”

Se pesquisar por “páginas escritas em português”, acederá a sites


do Brasil, com muito qualidade.

Com isto, não queremos dizer que não compre livros; os que abaixo
se indicam são alguns dos que o Formador usa habitualmente.

Água, Legislação (1991), Instituto Nacional do Ambiente, Lisboa

ALARCÃO, Jorge, et alli (1990), Portugal, das origens à romanização, Editorial Presença, Lisboa.

ALEXANDRE, Jean-François et LESAFFRE, Guilherm (1988), Regardez vivre les oiseaux, Delachaux &
Niestlé, Lausanne

ARNOLD, E.N.; BURTON, J.A. (1978), Tous les reptiles et amphibiens d´Europe, Bordas, Paris

BLAMEY, M. & GREY-WILSON, C.(1991), La flore d´Europe occidentale, Les Editions Arthaud, Paris

BRUUN, Bertel (1978), Birds of Britain and Europe, Hamlyn, Londres

CAMPBELL, Bernard (1988), Ecologia Humana, Edições 70, Lisboa

CHINERY, Michael (1981), Insectes d´Europe, Bordas, Paris,

CHINERY, Michael (1990), História Natural de Portugal e da Europa, Verbo, Lisboa

CHINERY, Michael (1979), Los amantes de la naturaleza, Editorial Blume, Barcelona

CORBET, Gordon et OVENDEN, Denysa (1984), Mammifères d´Euprope, Bordas, Paris

CORNELL, Joseph (1989), Vivre la nature avec les enfants, Souffles, Paris

Convention relative à la conservation de la vie sauvage et du millieu naturel de l´Europe (1981), Diário
da República, I Série, nº 167, 23/07/81, Imprensa Nacional, Lisboa

DEJONGHE, Jean-François (1983), Les oiseaux des villes et villages, Editions du Point Vétérinaire,
Maisons-Alfort

FELLRATH, Michel (1980), La rivière milieu vivant, Payot, Lausanne

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TEXTO DE APOIO 1

RESUMO DA HISTÓRIA DA TERRA E DA


VIDA
Há cerca de 4 700 milhões de anos, formou-se a TERRA, a partir de uma nuvem de
poeira e gás.

Conforme foi arrefecendo, aumentou de volume e a crusta rochosa solidificou. Grandes


meteoritos caem sobre a Terra, que não estava, então, protegida por atmosfera.

Com o arrefecimento, o vapor de água condensa e inicia-se a formação de rios e


mares.

Inicialmente estéril, a Terra vê, há cerca de 3 500 milhões de anos, surgirem no mar as
primeiras bactérias, depois algas e finalmente, há 600 milhões de anos, os primeiros
organismos multicelulares, de corpo mole.

As algas verdes iniciam a produção de oxigénio, que começa a modificar o ar.

A maravilhosa aventura da VIDA tinha começado!

ERA: PRÉ-CMBRICO
INÍCIO: Hà cerca de 4.700 milhões de anos
DURAÇÃO: Cerca de 4 150 milões de anos

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Há cerca de 4 700 milhões de anos, formou-se a TERRA, a partir de uma nuvem de
poeira e gás.

Conforme foi arrefecendo, aumentou de volume e a crusta rochosa solidificou. Grandes


meteoritos caem sobre a Terra, que não estava, então, protegida por atmosfera.

Com o arrefecimento, o vapor de água condensa e inicia-se a formação de rios e


mares.

Inicialmente estéril, a Terra vê, há cerca de 3 500 milhões de anos, surgirem no mar as
primeiras bactérias, depois algas e finalmente, há 600 milhões de anos, os primeiros
organismos multicelulares, de corpo mole.

As algas verdes iniciam a produção de oxigénio, que começa a modificar o ar.

A maravilhosa aventura da VIDA tinha começado !

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: CMBRICO
INÍCIO: Há cerca de 550 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 50 milhões de anos

Mares pouco profundos cobrem, durante o Câmbrico, grande parte dos actuais
continentes. No entanto, a geografia da Terra, nessa época, é pouco conhecida.

A vida apenas existia no mar, onde as algas são muito abundantes; a paisagem
terrestre era desoladora.

Vários animais de corpo mole começam a apresentar esqueleto duro: Espongiários,


Braquiópodes, Gastrópodes marinhos e as Trilobites, um dos seres vivos mais
abundantes neste período a que muitas vezes se chama a IDADE DAS TRILOBITES.

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: ORDOVÍCICO
INÍCIO: Há cerca de 500 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos

A vida vegetal continuou neste período confinada aos mares, onde aparecem novas
espécies de moluscos, de crinóides e de estrelas-do-mar, bem como graptólitos,
estranhos animais com afinidades aos antepassados dos vertebrados.

Na América do Norte encontraram-se, em terrenos deste período, escamas dos peixes


mais primitivos.

Nesta época não é conhecida fauna terrestre, surgindo as primeiras plantas trerrestres
hà cerca de 450 milhões de anos.

É um período de grande actividade vulcânica, de que são resultado muitos dos lagos
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de Inglaterra.

A zona que corresponde ao actual Deserto do Sara encontrava-se no Pólo Sul, coberta
por uma grande calota de gelo.

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: SILÚRICO
INÍCIO: Há cerca de 440 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 30 milhões de anos

Existiam no Silúrico três grandes continentes: um que inclui as terras que são hojea
Europa e a América do Norte; outro a Ásia e o terceiro a Austrália, Antárctida, África,
América do Sul e Índia.

A Inglaterra e algumas regiões da América do Norte estão cobertas por um mar de


águas quentes.

As rochas das cataratas do Niágara são deste período.

As plantas, ainda sem folhas, continuam a adaptar-se à vida em terra.

Desenvolvem-se recifes de corais e as Trilobites e os Graptólitos começam a ser


menos abundantes.

No final do período aparecem nos rios e lagos escorpiões aquáticos de cerca de 2,5 m.

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: DEVÓNICO
INÍCIO: Há cerca de 410 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos

Alguns animais invertebrados deixam o mar e adaptam-se à vida em terra; miriápodes,


ácaros, aranhas, escorpiões, entre outros.

No mar desenvolvem-se Tubarões que podem atingir 6 m, e surgem antepassados de


quase todos os grupos actuais de peixes. Por isso se chama a este período a IDADE
DOS PEIXES.

Surgem plantas com raízes, caule e folhas, que dão à terra um aspecto verde; podem
atingir 12 m.

Há cerca de 370 milhões de anos surgem os primeiros anfíbios, desenvolvidos a partir


de peixes que conquistam a terra.

No final do período já existem vários tipos de fetos e cavalinhas.

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O Sul de Inglaterra, a França e a Alemanha estão cobertos por mares de grande
profundidade.

Uma grande cadeia de montanhas forma-se no actual Atlântico.

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: CARBÓNICO
INÍCIO: Há cerca de 350 milhões
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos

Os répteis começam a reproduzir-se em terra; os insectos diversificam-se e surgem


Libélulas gigantes. Aparecem os primeiros gastrópodes terrestres.

Os anfíbios continuam a evoluir; são animais com aspecto de Salamandras que, no


final do período, chegam a atingir 4,5 m.

Árvores de folha permanente com mais de 30 m crescem nos pântanos tropicais.

As variações térmicas sazonais eram praticamente nulas e na Europa o clima deve ter
sido quente e húmido.

Formam-se mares quentes e pouco profundos e os continentes encontram-se


cercados por deltas de rios. No sul do Brasil ocorrem glaciações.

ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: PÉRMICO
INÍCIO: Há cerca de 290 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 40 milhões de anos

Os continentes da Era Paleozóica formam uma massa única denominada Pangaea.

Grande parte da América do Norte, Europa e África formam um deserto.

A metada sul de Pangaea encontra-se coberta de uma floresta de pequenas árvores


denominadas Glossopteris.

Foi a descoberta de fósseis destas árvores que ajudou a elaborar a teoria da "deriva
dos continentes".

Há cerca de 270 milhões de anos dois grupos de répteis evoluem dando origem aos
Mamíferos e aos Dinossauros.

Há 248 milhões de anos dá-se a primeira, e uma das maiores, extinções em massa.
no mar e na terra: extinguem-se as Trilobites, os Crinoídes e muitas outras formas de
vida.
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O Dimetrodon , com uma crista no dorso, é o animal mais conhecido deste período.

ERA: MESOZOICO
PERÍODO: TRIÁSICO
INÍCIO: Há cerca de 250 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 45 milhões de anos

Os Répteis continuam a dominar a vida na Terra, mas a partir deles evoluem os


primeiros Mamíferos - animais de sangue quente.

Há cerca de 230 milhões de anos aparecem pela primeira vez Dinossauros, que não
ultrapassam os 15 cm de comprimento.

Surgem, no mar, os Ictiossauros, répteis carnívoros com forma de peixe.

Primeiro o clima é quente e seco mas, depois, torna-se mais húmido, favorecendo a
expansão de coníferas, fetos e cicadáceas.

A área da actual Península Ibérica era coberta por lagos quentes e salgados, cercados
de desertos.

A maior parte da área emersa da Terra é constituída por desertos e montanhas


cobertas de arbustos.

ERA: MESOZOÍCO
PERÍODO: JURÁSSICO
INÍCIO: Há cerca de 205 milhões de anmos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos

Os Répteis aumentam de tamanho e variedade.

Os Dinossauros, que começam a dominar a Terra, eram provavelmente, animais de


sangue quente; os mais pequenos poderiam ter o corpo coberto de pelo ou penas.

Surge a primeira ave: o Archaeopterix, dinossauro coberto de penas, que se adaptou à


vida no ar.

Continuam a dominar o mar os Ictiossauros.

A terra, devido às chuvas abundantes, cobre-se de florestas de coníferas; surgem os


Fetos-arbóreos e as primeiras flores.

Grande parte da Ásia e da Europa está coberta por mares.

ERA: MESOZOICO
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PERÍODO: CRETÁCEO
INÍCIO: Há cerca de 145 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 80 milhões de anos

Répteis gigantes dominam a vida: Dinossauros e Pterossauros em terra, Ictiossauros


nos mares.

Todos eles se extinguem no final do período, há cerca de 65 milhões de anos.

O grande continente Pangaea começa a fragmentar-se: surge um braço de mar entre a


África e a América do Norte, e a Índia afasta-se para norte.

No final do período começam a elevar-se as Montanhas Rochosas e os Andes.

Um clima ameno, já com estações, permite o desenvolvimento de árvores de folha


caduca: Mágnólias, Figueiras, Choupos e Plátanos surgem nesta época.

No início deste período o nível do mar estava 25 m acima do actual e há 100 milhões
de anos estava 200 m abaixo; o clima era húmido e quente.

ERA: TERCIÁRIO
INÍCIO; Há cerca de 65 milhões de anos
DURAÇÃO: 63 milhões de anos

O centro da Europa cobre-se de extensas e luxuriantes florestas, predominantemente


formadas por árvores de folha caduca. Há 50 milhões de anos aparecem as
Gramíneas.

Extintos os répteis marinhos, os mamíferos regressam, há 40 milhões de anos, ao


mar: desenvolvem-se as Baleias e os Golfinhos.

Surgem numerosas variedades de Mamíferos, como o MAMUTE, antepassado do


Elefante actual (que já não é um Dinossauro), e os antepassados do Cavalo, do
Rinoceronte, do Porco do Boi, do Cão e de muitos animais actuais.

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As espécies de peixes do oceano tomam, na sua maioria, as formas que hoje lhes
conhecemos.

Embora se mantenha um clima temperado, começa a surgir um ciclo de Invernos mais


frios, o que provoca a diminuição das florestas e o aumento dos prados.

O Proconsul, um antropoíde primitivo que vive na África Central, migra para a Ásia e
Europa e símio semelhante ao Gibão, o Pliopithecus, é vulgar nas florestas da Europa
Meridional.

Há cerca de 3 a 4 milhões de anos, surge o Australopithecus, que caminha erecto em


campo aberto e é, possívelmente, o antepassado do Homem.

Ocorrem Elefantes no centro de Inglaterra e extinguem-se os Tubarões gigantes.

A fauna e a flora, os oceanos e os continentes começam a tomar a forma actual.

ERA: CENOZOÍCO
PERÍODO: QUATERNÁRIO
INÍCIO: Há cerca de 2 milhões de anos
DURAÇÃO: até a actualidade

Seres antropoides manifestam inteligência suficiente para fazerem utensílios de pedra


com que matam e esquartejam animais.

Há cerca de 1 milhão de anos o Homo erectus , originário de África, espalha-se pelo


Europa e Ásia.

Há cerca de 500 mil anos surge, no Sul da África, o Homem moderno (Homo sapiens)
que há 35 mil anos atinge a Europa, sob a forma de Homem de Cro-Magnon; há 20 mil
anos o Homem moderno entra no continente Americano pelo estreito de Bering, e
avança para sul.

Aparecem verdadeiros Cavalos, Elefantes e Bois; há Leões na Europa e vivem


Hipopótamos no Tamisa.

A maior parte da Europa, América, Antárctida e Himalaias encontra-se sob camadas de


gelo e glaciares, que periódicamente derretem e elevam o nível do mar.

Há cerca de 10 mil anos (Holocénico) os gelos derretem e o nível dos oceanos sobe
mais.

Com a regularização do clima e o surgimento de Verões mais quentes, a Europa


cobre-se de florestas: Pinheiros, Bétulas, Aveleiras e, depois, Carvalhos e
Sabugueiros.

A paisagem assemelha-se à actual e a fauna e a flora são idênticas às que hoje


conhecemos.
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O Homem moderno, Homo sapiens, atinge todos continentes, excepto a Antárctida, e
aprende a cultivar plantas e a domesticar animais !

E assim chegamos aos nossos dias, tendo realizado, em poucos minutos, uma
viagem de 4.700 milhões de anos, durante a qual as terras se elevaram e
submergiram, onde apareceram e desapareceram espécies animais e vegetais,
desde humildes trilobites a gigantescos dinossauros; em que as regiões do globo
permutaram de clima, com os gelos das montanhas a invadiram os vales para se
refugiaram, outra vez, nas alturas solitárias.

Deixamos a Terra com um novo habitante, o HOMEM, aparentemente incapaz de


sobreviver no meio dos elementos e dos restantes animais, mas que irá construir o
reino imortal do Espírito !

Desenvolvimento relativo do cránio e cérebro


(Adaptado de VUILLAUME, 1967)

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