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Educação Ambiental
2006
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Texto de apoio à acção de formação RECURSOS DE EDUCAÇãO AMBIENTAL - Formador Nuno Gomes Oliveira
Reprodução vivamente autorizada para fins educativos
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Acção de Formação
Recursos de Educação Ambiental em ViIa
Nova de Gaia
1º - AS ORIGENS
A origem da Terra e da Vida
O conceito de espécie
A adaptação ao clima originou tipos humanos diferentes: Esquimó, à direita e Nilótico, à esquerda
(adaptado de HOWELLS)
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CRONOLOGIA (Base: Ano 2003)
Há ...
18.000 milhões de anos >>>>>>>> formação do nosso Universo
14.000 milhões de anos >>>>>>>> início da condensação da nossa Galáxia
4.500 milhões de anos >>>>>>>> formação da Terra
3.500 milhões de anos >>>>>>>> início da vida no mar (Pré-Câmbrico)
500 milhões de anos >>>>>>>> primeiros peixes (Silúrico)
435 milhões de anos >>>>>>>> início da vida em terra (Silúrico)
360 milhões de anos >>>>>>>> primeiros Fetos arbóreos (Devónico)
345 milhões de anos >>>>>>>> primeiros anfíbios (Devónico)
193 milhões de anos >>>>>>>> surgem os Dinossauros (Jurássico)
130 milhões de anos >>>>>>>> aparecem as plantas com flôr (Cretáceo)
65 milhões de anos >>>>>>>> extinção dos Dinossauros (Cretáceo)
5 milhões de anos >>>>>>>> surge o Australopithecus (Pliocénico)
2 milhões de anos >>>>>>>> surge o Homo habilis (Plistocénico)
2 milhões de anos >>>>>>>> descoberta dos Instrumentos
1,5 milhões de anos >>>>>>>> descoberta do Fogo
500 mil anos >>>>>>>> surge o Homo erectus (Plistocénico)
100 mil anos >>>>>>>> surge o Homo sapiens neanderthalensis (Holocénico)
100 mil anos >>>>>>>> primeiros Rituais
30 mil anos >>>>>>>> surge o Homo sapiens actual
30 mil anos >>>>>>>> descoberta dos Símbolos
7.000 anos >>>>>>>> descoberta da Agricultura
5.500 anos >>>>>>>> descoberta da Escrita
3.000 anos >>>>>>>> descoberta a Indústria
3.000 anos >>>>>>>> os Fenícios chegam à Península Ibérica
2.700 anos >>>>>>>> os Gregos cheganm à Península Ibérica
2.600 anos >>>>>>>> os Celtas chegam à Península Ibérica
2.237 anos >>>>>>>> os Cartagineses chegam à Península Ibérica
2.218 anos >>>>>>>> os Romanos chegam à Península Ibérica
1.591 anos >>>>>>>> invasão dos Suevos, Alanos e Vândalos
1.576 anos >>>>>>>> os Visigodos chegam à Península Ibérica
1.280 anos >>>>>>>> os Árabes invadem a Península Ibérica
1.123 anos >>>>>>>> os Cristão conquistam o Porto (Cale)
848 anos >>>>>>>> formação do Reino de Portugal
742 anos >>>>>>>> conquista definitiva do Algarve
576 anos >>>>>>>> conquista de Ceuta (início da expansão)
489 anos >>>>>>>> é semeado em portugal, pela 1ª vez, milho grosso
195 anos >>>>>>>> 1ª plantação de um Eucalipto na Europa (Paris)
165 anos >>>>>>>> invenção do "computador"
156 anos >>>>>>>> obrigatoriedade da escola primária
40 anos >>>>>>>> chegada à Lua
20 anos >>>>>>>> início do uso corrente de água engarrafada
10 anos >>>>>>>> início do uso corrente do Telemóvel
0 anos >>>>>>>> 1ª clonagem humana (?)
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2º - O TERRITÓRIO
- Portugal: o território
- Geografia do turismo
Limite entre o
Norte e o Sul
Sub-tipos
Litoral Oeste
Marítimo
Fachada alântica
Algarva / Arrábida
Transição
Atenuado
Continental
Trás-os-Montes / Beira
Baixa / Alentejo Oriental
Acentuado pela posição
geográfica
Maciços de clima diferenciado
montanhas
colinas
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3º - A ECOLOGIA
- Ecologia = Ciência das inter-relações entre organismos vivos e o seu ambientes
7 BIOSFERA
6 ECOSSISTEMA ECOLOGIA
5 Comunidade ou Biocenose
4 População
3 Indivíduo ou Organismo...............................................................................
Biologia dos Organismos
2 Célula...............................................................................
Biologia Celular
1 Ácidos nucleicos...............................................................................
Bilogia Molecular
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- Conceito de ecossistema = sistema de troca de matérias entre organismos vivos e
substâncias abióticas, numa dada região
1. Substâncias abióticas
2. Produtores
3. Consumidores
4. Decompositores
- Produtores e consumidores
Luz
6CO2 + 6H2O >>>>C6H12O6+6O2
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Fossíntese
>>>>>>>>>>>>>>
CO2 + H2 O (CH2 O) + O2
<<<<<<<<<<<<<< Açucares
Respiração
- A cadeia alimentar
Exemplo de
cadeia alimentar
Corvo-
marinho
Arenque
Bicuda
Fitoplâncton Zooplâncton
Ave de Rapina
Cobra
Consumidores
Rã
Insecto
Produtores Planta
Decompositores
- Indicadores ecológicos
Densidade, taxas (taxa = rapidez com que qualquer coisa muda com o tempo)
de crescimento e mortalidade, envelhecimento, etc.
- Conceito de capacidae de suporte = limite superior além do qual não pode haver
crescimento
- Dispersão populacional
Migrações
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- Sucessão ecológica = Sequência de comunidades que se vão substituindo,
ordenadamente, umas às outras, em determinada área, até atingirem o climax ou
comunidade final
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4º - A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
- Fauna de Portugal
- Flora de portugal
Mas também houve extinções por causas naturais, como a dos Dinossauros,
há 65 milhões de anos.
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... e o Narciso de Willkommii foi visto pela última vez na Natureza, em 1962, no
Algarve.
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Se o homem depende dos seres vivos para a sua alimentação, como pode
destruí-los?
Embora apenas uma parte mínima das plantas e animais de todo o mundo
tenha sido estudada no que respeita ao seu valor para a produção de
medicamentos e de outros produtos farmacêuticos, a medicina moderna
depende profundamente deles.
Muitas espécies, como por exemplo o Tatu, são muito úteis para a investigação
científica.
Os Tatus são os únicos animais, além dos seres humanos, que se sabe
contraírem lepra e tem sido de um valor inestimável para a descoberta da cura
desta doença.
Por isso o homem capturou animais selvagens para os ter perto de si,
domesticou o canário para lhe ouvir o canto, fez jardins botânicos, usou penas
e peles no seu vestuário, e flores nas suas festas e na sua morte.
Países como a Costa Rica ou o Quénia vivem já, em grande parte, do eco-
turismo.
A beleza não será razão que chegue para conservar a fauna e a flora ?
Por razões éticas e pelo nosso próprio interesse, não devemos provocar a
extinção de espécies.
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6ª RAZÃO: PORQUE A EXTINÇÃO É PARA SEMPRE
Culpa do Homem, não foi seguramente, porque ainda não tinha surgido na
Terra!
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5º - OS GRANDES PROBLEMAS
AMBIENTAIS
Poluição sonora
A poluição sonora é um flagelo das zonas urbanas e não restam dúvidas que é causa
de graves problemas para a saúde humana.
Os ruídos muito fortes, com mais de 120 db, devem ser sempre evitados, mesmo por
períodos breves; ora em muitas discotecas este nível é ultrapassado. A partir de 150 db
(avião a jacto a deslocar) o tímpano pode romper-se e haver surdez total.
Poluição aquática
A água do mar representa cerca de 97% de toda a água na Terra; foi no mar que a vida
teve origem.
A água doce representa 4% de toda a água da Terra, sendo a maior parte constituída
por água no estado sólido, nos glaciares (2%) e pelas águas subterrâneas (0,5%).
Os peixes, que tem de estar em constante movimento para fixarem o pouco oxigénio
dissolvido nas águas, absorvem grandes quantidades de poluentes químicos.
As causas da poluição das águas são numerosas, com particular destaque para os
esgotas urbanos e industriais provenientes dos grandes centros urbanos.
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Em França, o Rio Sena, recebe tanta quantidade de efluentes urbanos que, no Verão
metade das águas do rio não são senão águas de esgoto.
Nos oceanos, uma das principais fontes de poluição são os hidrocarbonetos, que tem
origem na lavagem dos tanques dos petroleiros e também nos desastres e fugas nos
poços de petróleo: 5 milhões de toneladas por ano !
Poluição atmosférica
A atmosfera é a camada de gases que envolve a Terra; ora nós estamos a alterar
profundamente a sua composição, tornando-a imprópria para a vida.
Isto para além de outros poluentes em menores quantidades, mas muito mais tóxicos,
como o chumbo (Pb) a que se atribui a queda do Império Romano, por envenenamento
da aristocracia, causada pelo chumbo de que eram feitas as canalizações de água das
casas ricas.
O efeito de estufa, provocado pelo dióxido de carbono (CO2), que dificulta a perda de
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calor da terra para o espaço, é um dos problemas mais alarmantes.
A poluição dos solos deve-se especialmente às técnicas agrícolas modernas que, com
o objectivo de aumentarem a produtividade aplicam quantidades excessivas de
fertilizantes e pesticidas, que estão a contaminar os solos cultivados de maneira
irremediável.
O excesso de nitratos nas culturas, por acção da flora bacteriana intestinal, pode-os
transformar em substâncias cancerígenas.
Os pesticidas são substâncias químicas complexas que tem por fim destruir os
insectos prejudiciais às culturas (insecticidas), as doenças provocadas por fungos
(fungicidas) e as plantas concorrentes com a agricultura (herbicidas)
A exploração intensiva dos recursos naturais tem sido uma constante desde a
Revolução Industrial. Se não se alterar a situação de consumo de combustíveis fósseis
e matérias-primas, chegaremos a um ponto de ruptura, com consequências de difícil
previsão.
Os consumos energéticos tiveram uma subida de 76% entre 1925 e 1950 e de 225%
entre 1950 e 1975.
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A vida, hoje, não se pode conceber sem petróleo, mas as suas reservas mundiais são
reduzidas; calcula-se que as reservas se esgotem, a continuar o ritmo actual de
consumo, cerca do ano 2029.
O ferro (Fe), por exemplo, tem reservas avaliadas para 310 anos a consumos de 1975,
o cobre (Cu), para 45 anos, o chumbo (Pb) dará para 46 anos; felizmente que grande
parte dos metais hoje utilizados tem já origem na reciclagem de sucata.
A água é outro recurso fundamental, mas 97% do volume de água da Terra é salgada e
só 3% doce, na sua maioria sob a forma de gelo. Restam 0.8% nas reservas
subterrâneas, rios e lagos, e sob a forma de vapor de água na atmosfera. E só esta é
que pode ser aproveitada pelo homem.
O seu consumo tem vindo a aumentar muito. Para além do uso directo pelo homem, a
industria consome imensas quantidades de água: a produção de 1 Kg de papel requer
600 litros de água e a de 1 litro de cerveja, 15 litros de água.
Destruição do litoral
Ora a subsistência da pesca costeira está a ser ameaçada pelo poluição e destruição
dos ecossistemas litorais, provocando perdas enormes que, nos Estados Unidos, se
avaliam em 17,2 milhões de contos anuais.
O litoral assume, também, uma função indispensável de recreio físico e psíquico para
as populações das regiões continentais submetidas à pressão crescente da vida
urbana.
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A degradação urbanística das zonas litorais e a destruição, muitas vezes irreversível,
dos ecossistemas naturais, são causas graves de desvalorização e de perda de
receitas turísticas.
Além disso, as praias, dunas, falésias e recifes de corais são sistemas naturais que
asseguram a protecção das áreas continentais contra o avanço do mar, durante as
tempestades; sem os recifes de coral mais de 400 ilhas não existiriam no mundo.
Explosão demográfica
O crescimento rápido nos países do Terceiro Mundo e o crescimento lento nos países
desenvolvidos é um dos mais graves desequilíbrios da actualidade.
Ainda por cima, o aumento da produção agrícola nos países pobres não tem
acompanhado o ritmo do aumento populacional.
Enquanto leu este texto (1 minuto) nasceram no Mundo cerca de 150 pessoas!
Concentração urbana
O movimento pendular de trabalhadores que vivem nas periferias e vem trabalhar para
as cidades provoca enormes engarrafamentos e demora nas viagens e torna o dia a
dia insustentável.
Há um limite a partir do qual o crescimento urbano tem de parar, sob pena de perda de
qualidade de vida !
Na Europa já pouca resta das florestas primitivas, que começaram a ser derrubadas
na Idade Média. Mesmo o esforço de plantação feito nos últimos séculos não
compensa a perda.
Na China a floresta foi reduzida a 10% da área do país. No Estado do Paraná, no Brasil,
em 20 anos, entre 1933 e 1953, foram destruídos 4,8 milhões de hectares de floresta
e, em 1963, 2 milhões hectares arderam em 3 semanas !
A destruição das florestas acarreta a erosão do solo provocada pelas chuvas e ventos,
ficando a rocha a nu, completamente improdutiva.
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Com a escorrência rápida das águas não há infiltração e surge as secas; mas vem,
também, as cheias catastróficas e o assoreamento do curso final dos rios.
Na Índia, o custo anual dos prejuízos provocados pelas inundações, em boa parte
causadas pela destruição das florestas, varia entre28 e150 milhões de contos anuais.
O impacto da destruição das florestas no clima está, ainda, por avaliar, mas é certo;
clima mais seco e aumento geral da temperatura do globo.
Enquanto leu este texto (1 minuto) 25 hectares de floresta tropical foram destruídos.
Quase a área do Parque Biológico.
Ninguém sabe ao certo o número de espécies do planeta: 1,5 milhões para uns, 30
milhões para outros.
Mas é o aparecimento das armas de fogo que determina a extinção rápida de muitas
espécies.
Também muitas espécies de peixes estão hoje em declínio devido à pesca excessiva:
Sardinha, Pescada, Sável, Lampreia e muitas outras.
Mais recentemente, desde 1968, uma seca prolongada abateu-se sobre o Sahel (ao
sul do Sara); em 1972 e 73 a seca foi total, morreu mais de 30% do gado, a produção
agrícola baixou 90%: o número de mortos ultrapassou os 100 000.
Mas não é só a fome total, que provoca a morte, que é preocupante. A insuficiência de
alimentos pode provocar a subalimentação e a composição desequilibrada da
alimentação pode provocar a malnutrição
Grandes epidemias
Uma epidemia é uma doença que alastra numa área geográfica importante,
provocando um número de doentes muito superior à incidência normal dessa doença.
A cólera, a varíola, a difteria, o tifo, a febre amarela e muitas outras epidemias atingiram
a Europa.
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6º - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 1
Milhões de anos mais tarde, talvez já com o homem de Neandertal (Homo sapiens
neanderthaliensis), mas mais seguramento com o homem moderno (Homo sapiens
sapiens), desenvolve-se a agricultura e a pecuária, e um outro homem ensinou os
seus filhos a explorar os recursos naturais mas... também a respeitá-los, para que
podessem ser suficientes para toda a tribo durante todo o ano.
Esse último momento, que podemos, com um pouco de imaginação e liberdade, situar
no fim do último Périodo de Gelo, há mais ou menos 97.000 anos, algures, sei lá, em
Jericho (Província de Jérusalem, na actual Cisjordania), perto do Mar Morto, a Educação
Ambiental acabava de nascer !
Porque o fim último deste ramo da educação é, justamente, que o Homem aprenda a
viver com a natureza, a explorar os seus recursos , mas duma forma sustentável.
Claro, foi só no último século que o Homem começou a dar-se conta da necessidade
de novas regras de relação com o mundo natural e o ambiente em geral.
Mas será somente nos anos 20/30, perante a necessidade de preservar a floresta da
Serra da Arrábida, que um verdadeiro movimento de conservação e de sensibilização
para a natureza dá os primeiros passos em Portugal.
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- assegurar a utilização sustentada das espécies e dos ecossistemas que
suportam as comunidades rurais assim como importantes industrias.
Mas para o êxito de alguma medida que se possa tomar, necessita-se a participação
activa das populações; para isso deverão estar conscientes e mobilizadas.
Só podemos ter sucesso nas acções de política ambiental quando estas se sucedem
a acções de educação ambiental.
Em Junho de 1972 as Nações Unidas reuniram em Estocolmo, pela primeira vez, uma
Conferência Mundial para avaliar os problemas do ambiente e para tomar as "decisões
necessárias à realização dum programa internacional sobre a educação relativa ao
ambiente, interdisciplinar quanto à sua aproximação, escolar e extra-escolar,
englobando todos os níveis do sistema educativo...”.
- Não se deve mostrar a natureza aos alunos ; eles devem descubri-la sózinhos
;
- Mais vale desenvolver as capacidades de observação do que a memória ;
- Memoriza-se melhor o que se observou ;
- O estudo das interrelações deve substituir o estudo dos factos isolados.
Neste Seminário ficou claro, também, que "o quadro urbano e o quadro natural
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oferecem possibilidades equivalentes para a educação mesológica e que temos muitas
vezes tendência a insistir sobre as suas diferenças".
O relatório final sublinha que "existe uma relação permanente entre os elementos
naturais e culturais, e por conseguinte, estes devem estar sempre intimamente ligados
na interpretação do ambiente, assim como nunca se deve separar o rural do urbano".
Durante essa reunião, foi aprovada uma estratégia para a educação ambiental e a
formação voltada para os anos 90, insistindo sobre :
- o acesso à informação
- a investigação ciêntifica
- os programas educacionais e os materiais pedagógicos
- a formação do pessoal
- educação técnica e vocacional
- educação e informação do público
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- educação na universidade
- a formação dos especialistas
- a cooperação internacional e regional
- legisladores e administradores ;
- aqueles que tratam do desenvolvimento, da industria e do comércio, e os
sindicatos;
- os organismos de profissionais ;
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- as comunidades mais afectadas pelos projetos de conservação ;
- as crianças e jovens das escolas.
a) troca de informação
b) aperfeiçoamento da documentação para docentes e alunos ;
c) integração da educação ambiental em todas as actividades da Comunidade
Europeia.
Nas acções prioritárias para a protecção e valorização do ambiente natural das nossas
cidades, o Livro Verde aconselha :
Assim, o Livro Verde sobre o Meio Urbano abre as portas, e favorece mesmo a
utilização dos espaços urbanos e sub-urbanos vagos para equipamentos natureza,
com a componente da educação ambiental.
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7º MÓDULO - BIBLIOGRAFIA
Na internet encontrará informação sobre todos os temas abordados
nesta acção.
Com isto, não queremos dizer que não compre livros; os que abaixo
se indicam são alguns dos que o Formador usa habitualmente.
ALARCÃO, Jorge, et alli (1990), Portugal, das origens à romanização, Editorial Presença, Lisboa.
ALEXANDRE, Jean-François et LESAFFRE, Guilherm (1988), Regardez vivre les oiseaux, Delachaux &
Niestlé, Lausanne
ARNOLD, E.N.; BURTON, J.A. (1978), Tous les reptiles et amphibiens d´Europe, Bordas, Paris
BLAMEY, M. & GREY-WILSON, C.(1991), La flore d´Europe occidentale, Les Editions Arthaud, Paris
CORNELL, Joseph (1989), Vivre la nature avec les enfants, Souffles, Paris
Convention relative à la conservation de la vie sauvage et du millieu naturel de l´Europe (1981), Diário
da República, I Série, nº 167, 23/07/81, Imprensa Nacional, Lisboa
DEJONGHE, Jean-François (1983), Les oiseaux des villes et villages, Editions du Point Vétérinaire,
Maisons-Alfort
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GIRRE, L. (1980), Connaître et reconnaître les plantes médicinales, Ed. Ouest de France, Renns
HEDLEY, R. H., et alli (1980), Man´s place in evolution, British Museum (Natural History), Londres
International Strategy for Action in the field of Environnemental Education and Training for fr 1990s
(1988), UNESCO-UNEP Congress Mockba 1987, Nairobi
MUUS, Bent J. & Dahlström, Preben (1981), Guide des poissons d´eau douce et pêche, Delachaux &
Niestlé, Neuchâtel.
OLIVEIRA, Nuno Gomes (1979), Introdução ao estudo e observação das aves, NPEPVS, Porto
O Nosso Futuro Comum (1991), Comissão Munidial do Ambiente e Desenvolvimento, Liber, Lisboa.
PETERSON, R., MOUNNFORT, G., HOLLOM, P.A.D., GÉROUDET, P. (1968), Guide des Oiseaux
d´Europe, Delachaux & Niestlé, Neuchâtel, Suiça
POLUNIN, O. & SMYTHES, B. E. (1981), Guia de campo de las flores de España, Portugal y Sudoeste
de Francia, Ediciones Omega, Barcelona
POLUNIN, O. (1982), Guia de campo de las flores de Europa, Ediciones Omega, Barcelona
POLUNINI, Oleg & EVERARD, Barbara (1984), Arbres et arbustes d´Europe, Delachaux et Niestlé,
Éditeurs, Paris.
RUFINO, Rui et alli (1989), Atlas das aves que nidificam em Portugal Continental, Secretaria de
Estado do Ambiente, Lisboa
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TEXTO DE APOIO 1
Inicialmente estéril, a Terra vê, há cerca de 3 500 milhões de anos, surgirem no mar as
primeiras bactérias, depois algas e finalmente, há 600 milhões de anos, os primeiros
organismos multicelulares, de corpo mole.
ERA: PRÉ-CMBRICO
INÍCIO: Hà cerca de 4.700 milhões de anos
DURAÇÃO: Cerca de 4 150 milões de anos
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Há cerca de 4 700 milhões de anos, formou-se a TERRA, a partir de uma nuvem de
poeira e gás.
Inicialmente estéril, a Terra vê, há cerca de 3 500 milhões de anos, surgirem no mar as
primeiras bactérias, depois algas e finalmente, há 600 milhões de anos, os primeiros
organismos multicelulares, de corpo mole.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: CMBRICO
INÍCIO: Há cerca de 550 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 50 milhões de anos
Mares pouco profundos cobrem, durante o Câmbrico, grande parte dos actuais
continentes. No entanto, a geografia da Terra, nessa época, é pouco conhecida.
A vida apenas existia no mar, onde as algas são muito abundantes; a paisagem
terrestre era desoladora.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: ORDOVÍCICO
INÍCIO: Há cerca de 500 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos
A vida vegetal continuou neste período confinada aos mares, onde aparecem novas
espécies de moluscos, de crinóides e de estrelas-do-mar, bem como graptólitos,
estranhos animais com afinidades aos antepassados dos vertebrados.
Nesta época não é conhecida fauna terrestre, surgindo as primeiras plantas trerrestres
hà cerca de 450 milhões de anos.
É um período de grande actividade vulcânica, de que são resultado muitos dos lagos
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de Inglaterra.
A zona que corresponde ao actual Deserto do Sara encontrava-se no Pólo Sul, coberta
por uma grande calota de gelo.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: SILÚRICO
INÍCIO: Há cerca de 440 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 30 milhões de anos
Existiam no Silúrico três grandes continentes: um que inclui as terras que são hojea
Europa e a América do Norte; outro a Ásia e o terceiro a Austrália, Antárctida, África,
América do Sul e Índia.
No final do período aparecem nos rios e lagos escorpiões aquáticos de cerca de 2,5 m.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: DEVÓNICO
INÍCIO: Há cerca de 410 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos
Surgem plantas com raízes, caule e folhas, que dão à terra um aspecto verde; podem
atingir 12 m.
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O Sul de Inglaterra, a França e a Alemanha estão cobertos por mares de grande
profundidade.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: CARBÓNICO
INÍCIO: Há cerca de 350 milhões
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos
As variações térmicas sazonais eram praticamente nulas e na Europa o clima deve ter
sido quente e húmido.
ERA: PALEOZOÍCO
PERÍODO: PÉRMICO
INÍCIO: Há cerca de 290 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 40 milhões de anos
Foi a descoberta de fósseis destas árvores que ajudou a elaborar a teoria da "deriva
dos continentes".
Há cerca de 270 milhões de anos dois grupos de répteis evoluem dando origem aos
Mamíferos e aos Dinossauros.
Há 248 milhões de anos dá-se a primeira, e uma das maiores, extinções em massa.
no mar e na terra: extinguem-se as Trilobites, os Crinoídes e muitas outras formas de
vida.
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O Dimetrodon , com uma crista no dorso, é o animal mais conhecido deste período.
ERA: MESOZOICO
PERÍODO: TRIÁSICO
INÍCIO: Há cerca de 250 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 45 milhões de anos
Há cerca de 230 milhões de anos aparecem pela primeira vez Dinossauros, que não
ultrapassam os 15 cm de comprimento.
Primeiro o clima é quente e seco mas, depois, torna-se mais húmido, favorecendo a
expansão de coníferas, fetos e cicadáceas.
A área da actual Península Ibérica era coberta por lagos quentes e salgados, cercados
de desertos.
ERA: MESOZOÍCO
PERÍODO: JURÁSSICO
INÍCIO: Há cerca de 205 milhões de anmos
DURAÇÃO: cerca de 60 milhões de anos
ERA: MESOZOICO
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PERÍODO: CRETÁCEO
INÍCIO: Há cerca de 145 milhões de anos
DURAÇÃO: cerca de 80 milhões de anos
No início deste período o nível do mar estava 25 m acima do actual e há 100 milhões
de anos estava 200 m abaixo; o clima era húmido e quente.
ERA: TERCIÁRIO
INÍCIO; Há cerca de 65 milhões de anos
DURAÇÃO: 63 milhões de anos
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As espécies de peixes do oceano tomam, na sua maioria, as formas que hoje lhes
conhecemos.
O Proconsul, um antropoíde primitivo que vive na África Central, migra para a Ásia e
Europa e símio semelhante ao Gibão, o Pliopithecus, é vulgar nas florestas da Europa
Meridional.
ERA: CENOZOÍCO
PERÍODO: QUATERNÁRIO
INÍCIO: Há cerca de 2 milhões de anos
DURAÇÃO: até a actualidade
Há cerca de 500 mil anos surge, no Sul da África, o Homem moderno (Homo sapiens)
que há 35 mil anos atinge a Europa, sob a forma de Homem de Cro-Magnon; há 20 mil
anos o Homem moderno entra no continente Americano pelo estreito de Bering, e
avança para sul.
Há cerca de 10 mil anos (Holocénico) os gelos derretem e o nível dos oceanos sobe
mais.
E assim chegamos aos nossos dias, tendo realizado, em poucos minutos, uma
viagem de 4.700 milhões de anos, durante a qual as terras se elevaram e
submergiram, onde apareceram e desapareceram espécies animais e vegetais,
desde humildes trilobites a gigantescos dinossauros; em que as regiões do globo
permutaram de clima, com os gelos das montanhas a invadiram os vales para se
refugiaram, outra vez, nas alturas solitárias.
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