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sumÁrio
RESUMO:..........................................................................................................................
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................
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resumo:
É fácil concordar com capra quando ele afirma de que o estudo da forma
poucas vezes esteve em destaque na ciência, e na maior parte do tempo foi
negligenciado, suprimido ou deixado de lado pelo estudo da substância.
na grécia antiga, muitos filósofos estudavam a substancia se perguntando “de
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esta citação de maturana deixa bem clara a sua visão como estudioso da
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todos os sistemas vivos têm a forma de rede, mas nem tudo que tem a forma
de rede é um sistema vivo. para que seja considerado vivo, ou orgânico, é necessária
uma rede suficientemente complexa em sua organização que possibilite a sua auto-
produção, que se dá atravéz de múltiplos feedback loops que proporcionam auto-
regulação, auto-organização e emergência.
atividades só podem ser vislumbradas quando se enxerga a vida como uma rede
auto-organizativa. auto-organização está intimamente ligada ao padrão de rede.
(capra, 2003)
a natureza das ligações entre os elementos das redes depende do sistema vivo
em questão. por exemplo, em uma célula seriam os processos químicos. em nosso
cérebro o sistema nervoso, uma vasta rede neural, bilhões de axiomas e dendritos.
em um ecosistema as relações de alimentação. assim, para a sociedade humana
podemos concordar com o sociólogo alemão niklas luhmann, que afirma que somos
uma imensa rede de informações. milhares de feedback loops que funcionam como
amplificadores, e proporcionam auto-organização e auto-regulação.
niklas luhman ainda descreve a cultura como sendo uma rede fechada em
algum limite. nada mais é do que um sistema de crenças, explicações e valores,
continuamente sustentadas por conversações ao longo do tempo. isso se aplica tanto
para uma “cultura organizacional”, que seria um sistema sustentando em uma rede
restrita, quando para uma cultura social sustentada por uma rede ampla. (capra,
1998).
formais.
É necessário um balanço entre esses dois tipos tão diferentes de estruturas. as
redes informais quando crescem em uma organização expandem a criatividade, a
capacidade de aprendizado e o potencial coletivo desta. elas têm a capacidade de
adaptação, de desenvolvimento e evolução. as estruturas projetadas são importantes
para manter a estabilidade da organização. regras são necessárias para o bom
funcionamento do dia-a-dia, mas se essas estruturas foram muito amplas e as
estruturas informais não tiverem o seu espaço, a organização se tornará muito rígida
e incapaz de se adaptar a novas condições.
facilitar e favorecer conversas é a melhor forma de nutrir qualquer organização.
isto é amplamente reconhecido e discutido em círculos de negócios. centenas de
executivos descreveram em uma pesquisa as características das conversas que
tiveram impactos poderosos neles. várias respostas foram em comum, entre elas :
• existia um senso de respeito mútuo entre os envolvidos
• os integrantes pararam para falar e refletir sobre as coisas que cada um
achava importantes
• os participantes se escutaram, mesmo se existiam diferenças
• os participantes foram aceitos e não julgados pelos outros nas
conversas
• foram exploradas questões de relevância
• foi desenvolvido um significado em comum que não existia quando se
começou
(capra, 1998)
quando mais fluida for a circulação de informações pelas redes de
comunicação de uma organização, melhor ela conseguirá se adaptar a novas
situações, maior será sua criatividade coletiva e mais ela será vibrante.
o design gráfico tem um papel importante na circulação de informações na
nossa sociedade. atuando com uma visão sistêmica, o design gráfico pode disparar
mudanças estruturais, gerando fluxos de informação com o intuito de favorecer a
emergência de novas idéias e comportamentos.
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ter sido linkado, e não são raros os designers, que através dessas indicações,
ganharam visibilidade e foram convidados para participar ou contratados para
desenvolver projetos importantes, muitas vezes para países fisicamente distantes.
a grande “comunidade de design” que é nutrida por esta rede de comunidades
virtuais, como toda comunidade, tem sua criatividade e capacidade de aprendizado
própria. isso significa que o intercambio de informações, referências e/ou projetos em
comum fazem com que o conjunto dos designers freqüentadores destas comunidades
se insiram em um processo de agenciamento coletivo de subjetivação que pode levar
à singularização do modo de operar em relação a sua produção. o papel das
comunidades virtuais de design é justamente o de agenciar estas subjetividades
coletivas, incentivando o processo de singularização na produção de novas
subjetividades.
não é pretensão desta pesquisa descrever sistematicamente a estrutura de
cada um ou tentar generalizar a estrutura de uma comunidade, mas sim tornar
possível o reconhecimento do seu padrão de organização. a estrutura formal das
comunidades tem pontos muito fortes em comum e, em conjunto com a descrição de
alguns aspectos particulares interessantes de cada comunidade, podem proporcionar
uma visão abrangente de como, quando, onde e porquê essas comunidades existem.
quase toda comunidade contém as seguintes seções em sua estrutura:
notícias, entrevistas, destaques, links para outras comunidades e projetos. não são
raras as agendas de eventos de design, nem listas de oportunidades de emprego e
lojas virtuais.
geralmente “notícias” é a seção principal - um mural coletivo atualizado
freqüentemente (várias vezes em um dia) - com indicações de sites pessoais, projetos
coletivos, trabalhos considerados bons ou apenas coisas interessantes como “técnica
japonesa para dobrar camisetas”. a seção “entrevistas” tem uma peridiocidade
inferior, mas trás entrevistas recheadas de informações, links e imagens. a seção
“destaque” costuma conter matérias sobre um projeto coletivo, o conjunto de
trabalhos de algum designer ou um trabalho específico. a seção “respeito” ou
“recomendamos” ou ainda “apoio” – são os links para outras comunidades – é onde
podemos visualizar que as comunidades estão quase que todas interligadas,
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elas que divulgam e instigam as pessoas a participar. sem elas os projetos não seriam
instantaneamente povoados como são.
o livro e dvd brasilinspired – organizado por nando costa e publicado pela die-
gestalten - e a revista virtual versus, organizada por victor sahate, são exemplos de
projetos baseados em convites. em ambos os casos designers com trabalhos
reconhecidos são convidados a participar de uma publicação temática.
revistas ‘reais’ vendidas pela web como faesthetic e the drama magazine, tem
a inscrição livre, mas os trabalhos passam por uma curadoria tradicional centrada nos
organizadores da publicação.
os projetos com curadoria aberta, muitas vezes funcionam como concursos.
recentemente a comunidade computerlove promoveu um projeto com o tema
“informação e geografia”. foram inscritos 785 posters, e os vencedores ganharam
como premio a hospedagem de seu site no mediatemple (um servidor que hospeda
grande parte dos sites de comunidades e de designers reconhecidos).
alguns projetos evoluem e se transformam em comunidades, por exemplo o
threadless. É hoje uma comunidade onde qualquer um pode mandar suas propostas
de estampas de camiseta e votar nas melhores. as mais votadas são produzidas e
vendidas no site e ainda é possível comentar as estampas e dar upload de fotos das
camisetas sendo utilizadas por pessoas que as compraram.
a importância dos projetos para a construção de uma criatividade coletiva está
nas relações informais que eles proporcionam. em qualquer projeto, participando ou
não, é instigante ver tudo o que foi produzido, isso por si só já contribui na construção
de uma subjetividade coletiva. além disso, no momento em que um visitante acha
interessante algum trabalho específico ele acaba visitando o site do autor ou entrando
em contato por email, ampliando a sua rede de relações e referências, imergindo
ainda mais no movimento coletivo.
"... a experiencia estética ocorre no bem-estar e na alegria que vivemos em
estar coerentes com nossas circunstâncias." (maturana, 2001). o próximo capítulo
dessa pesquisa propõe justamente identificar qual seria uma estética coerente com as
novas circunstancias propostas pelas tecnologias da informação.
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4.2 TENDÊNCIAS
“‘assim como existem djs (disc jockeys) e vjs (video jockeys) sugiro
que se considere a profissão do ij ou ideas jockey. entre outras coisas,
jockey significa manobrar em inglês. o dj seleciona e mixa músicas, o
vj seleciona e edita imagens, o ij seleciona, interfere e dissemina
idéias: pop filosofia.”’ um ij (lê-se aijei), portanto, seria um sampleador
de idéias, que podem incluir sons e imagens. cada ij é um criador de
coêrencia semiótica.”
nossas principais atividades como seres humanos são: tomar decisões e reagir
a eventos. nossa eficiência como seres humanos se resume na forma com que
aceitamos, ignoramos, armazenamos, relacionamos informações
o ato de criar peças gráficas ao longo da história, sempre esteve ligado a uma
noção de controle; a de comandar as formas e cores de modo a determinar a
composição. os trabalhos aqui analisados possuem a característica de soltar o
controle da estrutura, deixando o maior espaço possível para o surgimento de
anomalias e randomicidades. assim como pollock pintava sem enconstar o pincel na
tela, hoje é posível gerar composições sem que o autor tenha posicionado
deliberadamente um único elemento gráfico.
computadores ainda não são sistemas complexos na sua estrutura, não se
auto-organizam. por isso, a randomicidade que o computador gera não é
profundamente enraizada em sistemas complexos quanto a que é gerada por seres
humanos. com a intencionalidade humana, os computadores se tornam ferramentas
capazes de gerar randomicidades complexas.
5. consideraÇÕes finais
tecnologias se desenvolvem muito rapidamente, hoje temos celulares cada vez mais
poderosos, mas qual será o tipo de ferramentas estaremos usando para nos
comunicar nos próximos 5 anos?
a tendência é das redes de comunicação se desenvolverem amplamente e a
quantidade de informação que circula por essas redes ser cada vez maior. como o
design gráfico deve agir no considerando-se que a comunicação se dará em sistemas
cada vez mais complexos é uma pergunta que deve ser tratada com atenção para o
desenvolvimento da profissão se dê em sintonia com as mudanças que a sociedade
está passando. É mais recompensador explorar do que alcançar as conclusões, mais
satisfatório querer saber do que saber, e mais emocionante procurar do que estancar.
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6. referÊncias bibliogrÁficas
albers, teis. entrevista concedida por email pelo designer. 20 jun. 2005.
cardoso, rafael. uma introdução à história do design. são paulo: edgard blücher,
2004.
_________. testemunho. porto algre: fsm, 2003. palestra proferida no 3º fórum social
mundial, em porto alegre, 27 de janeiro de 2003.
2005.
escorel, ana l. efeito multiplicador do design. são paulo: editora senac, 1999.
margolin, victor. global equilibrium or global expansion: design and the world
situation. design issues, v.12 - n.2, 1996.
maturana, h . cognição, ciência e vida cotidiana. belo horizonte: ed. ufmg, 2001.
recife, eduardo. entrevista concedida por email pelo designer. 15 jun. 2005.
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