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De dirigir
“Trata-se de outro medo mais comum do que se pensa, principalmente entre as
mulheres”, diz Ana Beatriz. Quase sempre ele está relacionado à dificuldade de
assumir a autonomia, de dirigir e responsabilizar-se pela própria vida. A
psicoterapia aqui pode ajudar porque as raízes dessa falta de confiança podem ser
antigas. Há ainda as terapias que colocam a pessoa literalmente dentro do carro,
com um psicólogo ao lado, que vai ajudando o motorista a lidar com seu pânico
diante do volante.
De dentista
Esse é dos medos comuns. Há gente que se apavora ao ouvir o barulho do
motorzinho do dentista, outros se assustam ao ver a seringa da anestesia. Um bom
papo com o dentista, claro, ajuda. Mas técnicas de relaxamento podem reduzir
bastante o problema.
Quando vira fobia?
Quando começa a impedir atividades do dia-a-dia. Aí, o sentimento passa a se
chamar transtorno de ansiedade e muitas vezes requer tratamento médico. A
síndrome do pânico também faz parte desse caldeirão. “Afinal, é um período de
intenso temor, injustificado, com sintomas característicos, como taquicardia, suor,
dor no peito, tontura”, conta a psiquiatra Ana Beatriz Silva. “É até possível se curar
sozinho, mas o mais recomendável é procurar uma terapia ou um atendimento
psiquiátrico”, diz ela.
10. De fazer perguntas: para o médico, para o chefe, para alguém que você
considera sábio.
O papel dessas pessoas é, também, dividir conhecimento.
NA ADOLESCÊNCIA
De não usar a roupa certa no primeiro dia de escola, de ser o último a beijar na
boca, de ir mal na prova, de não passar no vestibular, de não poder viajar nas
férias.
NA MATURIDADE
De ficar desempregado, de se separar, de não casar, de não saber cuidar dos filhos,
de ter que cuidar dos pais, de não conseguir comprar a casa própria.
NA VELHICE
De morrer, de ficar doente, de não ter tempo de conviver com os netos, de perder a
memória, de ficar só, de perder as forças para fazer as coisas de que gosta.
Pedi ajuda
“Sempre tive muito medo de falar em público, o que me impedia de concretizar o
sonho de lecionar. Fiz pedagogia e não demorou a surgir uma oportunidade para
dar aula numa boa escola. Só que eu gelei e acabei dizendo não. Fiquei arrasada, e
isso me chateou tanto que fui buscar ajuda. Procurei uma psicoterapeuta para
entender o que acontecia comigo. Ao mesmo tempo, comecei a me exercitar. A
idéia era ficar mais relaxada.
Aprender a lidar com seu medo é um processo longo. Não adianta chegar à
consulta e falar que quer resolver seus medos e pronto. A análise é um caminho
que em muitos momentos envolve dor. Você precisa se expor, abrir a alma. Fui
resolvendo minhas questões aos poucos e, com o tempo, percebi o que me
paralisava e daí o medo gigante foi diminuindo de tamanho.
Um dia, me chamaram para dar uma palestra sobre educação em um colégio. Na
hora, tremi na base, mas consegui falar. Etapa vencida, comecei a batalhar por um
em prego – dar aulas, meu sonho – e acabei conseguindo.
Até hoje, sinto um pouco de medo antes de entrar numa sala, mas vou lá e faço o
trabalho. O importante não é querer matar o medo, mas olhá-lo, admitir que existe
e aprender a lidar com ele.”
ANA PAULA SCHMIDT, 27 anos, professora do segundo grau