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CIÊNCIA VS RELIGIÃO

UM CONFRONTO QUE NEM EXISTE!

Maximiliano Mendes - 17/06/2007

O clero secular

É muito comum vermos notícias em revistas ou jornais tratando do suposto conflito


entre a ciência – “objetiva, imparcial e progressista”, contra a religião – “dogmática,
preconceituosa e obscurantista”. As publicações de nível popular freqüentemente trazem
notícias cujo objetivo principal parece ser desafiar a fé Cristã. Todos os anos, na época
da Páscoa, já estamos acostumados a ver Jesus Cristo nas capas das revistas, e é comum
nos sentirmos desconfortáveis ao ler matérias com títulos questionando a divindade dele
(às vezes questionam até mesmo se ele existiu!), ou afirmando sem sombra de dúvidas
que a ciência está bem próxima de explicar a origem do Universo, da vida e do homem,
e, portanto, não precisamos apelar para uma divindade todas as vezes que os cientistas
ainda não forem capazes de esclarecer algo. Na verdade, vários cientistas criticam
duramente quem ousar dizer que um agente, uma divindade, teve papel ativo em
processos que eles não sabem explicar. Dizem que se está invocando uma divindade
para preencher as lacunas, uma atitude anticientífica, e crêem que todas essas lacunas do
conhecimento científico serão efetivamente preenchidas. Exagerando um pouco: De
acordo com eles, algum dia, potencialmente, a humanidade se tornará Onisciente e
conhecerá por completo toda a realidade do Universo.

Essa é a opinião de um novo clero, secular, modernista e que pregam nas universidades
vestidos de jaleco branco. Aos seus pronunciamentos a mídia em geral atribui status de
verdade absoluta: “A teoria da evolução explica a origem das espécies e do homem,
somos apenas produto do acaso e das leis naturais. O relato da Criação descrito no
livro de Gênesis é mitológico.” Acredita-se que tais afirmações são feitas revestidas do
mais cristalino racionalismo e imparcialidade. Como pode o leigo discordar da
autoridade de alguém que passou anos estudando antes de declarar alguma coisa de
forma objetiva e neutra? Mas será que esse é realmente o caso?

O mito da neutralidade

Jesus Disse em Mateus 12:30 – Aquele que não está comigo, está contra mim; e aquele
que comigo não ajunta, espalha (NVI). É de extrema importância que o leitor perceba
de imediato o seguinte: Não existe imparcialidade, somos todos tendenciosos. A
afirmativa pode inicialmente parecer absurda, justamente porque somos ensinados do
contrário. Perpetua-se um mito (da neutralidade) de que o establishment secular é
imparcial em suas análises, pois seu ponto de vista é livre de influências filosóficas ou
religiosas. Infelizmente para eles, esse tipo de pensamento é inviável, visto que todo ser
humano se baseia em uma série de pressupostos subjetivos para guiar sua interpretação
acerca dos fatos da realidade [1]. Se o Cristão investiga o mundo natural, espera-se que
faça isso partindo do pressuposto de que a Palavra de Deus é a Verdade, No princípio,
Deus criou os céus e a terra (Gênesis 1:1). Em contrapartida, o ateu, adepto do
naturalismo filosófico, investigará o mundo natural partindo do pressuposto de que ele é
tudo o que existe, considera-se que o Universo é uma entidade auto-existente.

O pressuposto que orienta o funcionamento do establishment secular é o naturalismo


filosófico. Esta filosofia afirma que a natureza, o mundo material, é tudo o que existe.
Não há uma realidade ou mundo sobrenatural, e, portanto, não existe a possibilidade de
que em algum momento da história houve intervenções sobrenaturais ou milagres [2]
(Aqui, a palavra “materialismo” também será utilizada como sinônimo dessa filosofia).
Essa é a crença básica do ateísmo, visão de mundo baseada no naturalismo. Uma visão
de mundo ou cosmovisão pode ser definida como o modo pelo qual uma pessoa vê ou
interpreta a realidade [3].

Esta tendenciosidade secular foi muito bem exposta pelo geneticista de Harvard,
Richard Lewontin [4]:

Nós adotamos o lado da ciência, apesar dos evidentes absurdos de algumas das suas
idéias, apesar da sua falha em realizar muitas das suas promessas extravagantes sobre
a vida e a saúde, apesar da tolerância da comunidade científica por estórias do tipo “é
por que é” não verificadas, porque nós temos um compromisso prévio, um
compromisso com o materialismo.

Não é que os métodos e institutos da ciência de alguma forma nos obriguem a aceitar
uma explicação material do mundo perceptível, mas, pelo contrário, nós é que somos
forçados pela nossa adesão a priori pelas causas materiais a criar um aparato de
investigação e um conjunto de conceitos que produzem explicações materiais, não
importa o quão contra-intuitivo, não importa o quão incompreensível para o não
iniciado. Além do mais, esse materialismo é um absoluto, pois nós não podemos
permitir que Deus bata em nossas portas.

O eminente estudioso de Kant, Lewis Beck costumava dizer que qualquer um que
poderia crer em Deus, poderia crer em qualquer coisa. Apelar para uma divindade
Onipotente é permitir que a qualquer momento as regularidades da natureza possam
ser rompidas, que milagres podem acontecer.

Ainda sobre o absolutismo do materialismo, John Rennie, editor da revista Scientific


American (americana) diz [5]:

“Ciência da Criação” é um termo contraditório. Um dogma central da ciência


moderna é o naturalismo metodológico – Que busca explicar o Universo puramente em
termos de mecanismos naturais testáveis e observáveis.

(Vale ressaltar que esse dogma não é deduzido a partir do método científico, mas sim a
partir de uma suposição metafísica externa a ele [6].)

Acreditar na possibilidade da ocorrência de milagres não faz com que seja impossível
realizar ciência empírica. Aliás, a base da ciência moderna é a suposição de que o
Universo é ordenado, pois foi criado por um Deus ordeiro. De acordo com o
antropólogo e escritor Loren Eiseley [7]:

A filosofia da ciência experimental ... começou suas descobertas e a utilizar seus


métodos, crendo, e não sabendo, que estava lidando com um Universo racional
controlado por um criador que não age de forma volúvel e nem interfere com as forças
que colocou para operar ... Certamente esse é um dos paradoxos curiosos da história
da ciência, que profissionalmente tem pouco a ver com a fé, mas deve suas origens a
um ato de fé, que o Universo pode ser racionalmente explicado, e a ciência de hoje em
dia é sustentada por esta suposição.

E a Palavra de Deus nos diz em Jeremias 33:25 (NTLH): Mas eu, o Senhor, digo que fiz
leis para o dia e a noite e leis que controlam a terra e o céu.

De qualquer forma, a leitura das citações de Richard Lewontin e John Rennie deixa
claro que a imparcialidade secular é efetivamente um mito, e eles nos revelam uma
característica básica do naturalismo: Qualquer explicação que adote o pressuposto de
que existe um Deus criador, é imediatamente descartada como inválida. Os documentos
históricos contidos no Novo Testamento da Bíblia Sagrada nos fornecem evidências
para se crer que Jesus operava milagres e foi ressuscitado dos mortos por Deus. Como o
naturalismo exclui a priori qualquer explicação que envolve um fator sobrenatural, não
se admite que isso realmente tenha acontecido. As explicações naturalistas então são
coisas do tipo: “A Bíblia é uma farsa!”, “Os discípulos foram hipnotizados”, “É só uma
coleção de estórias fictícias com valor moral”...

Inclusive algumas outras explicações naturalistas sobre fatos contidos na Bíblia chegam
a beirar o absurdo. Os trechos Bíblicos em João 6:16–21; Mateus 14:22–33 e Marcos
6:45–51, nos mostram Jesus operando o milagre em que andou sobre as águas.
Recentemente, o oceanógrafo da Universidade da Flórida, Doron Nof, realizou um
estudo tendo por base este relato, e em resumo, a conclusão foi a de que quando Jesus
andou sobre as águas, na verdade estava andando sobre o gelo [8]! Qual é o motivo
disso? Tais pesquisadores não podem admitir um milagre de forma alguma, e sendo
assim, devem tentar explicar este relato, supondo contra todas as evidências, que houve
a possibilidade de formação de pedras de gelo no mar da Galiléia, mesmo que ninguém
nunca tenha observado isso [9]. De acordo com o próprio Dr. Nof:

Como cientistas naturalistas, nós simplesmente explicamos que provavelmente


processos únicos de congelamento aconteceram naquela região somente algumas
poucas vezes durante os últimos 12000 anos.

Se ele estiver correto, podemos dizer que Jesus chegou na hora certa não é mesmo?

Walking on Water, de Brian Jekel.


É curioso apontar que o mesmo Dr. Nof já abordou outro tema Bíblico anteriormente.
Em 1992, seu grupo de pesquisa propôs que uma forte ventania havia exposto um
caminho de terra firme localizado no fundo do mar vermelho, permitindo que os
israelitas escapassem dos egípcios [10]. Eu gostaria de sugerir ao Dr. Nof que não deixe
de publicar um artigo propondo que a cabeleira de Sansão funcionava como um sistema
de polias capaz de ampliar grandemente a sua força...

Como todos interpretam os fatos baseando-se em pressupostos subjetivos, então a


segunda coisa que o leitor deve perceber é a seguinte:

Os fatos não falam por si

Todos os fatos, resultados experimentais, evidências e etc. são interpretados de acordo


com um sistema [11-13]. Esse sistema é constituído de pressupostos subjetivos
baseados de acordo com a visão de mundo do interpretador. No que diz respeito à
disputa “ciência vs religião”, várias pessoas tendem a pensar de forma equivocada que
se trata de uma competição em que ganha quem tiver mais evidências ao seu favor. Esse
é um grande engano, pois as evidências e os fatos do mundo real são os mesmos, tanto o
ateu quanto o Cristão observam que existem organismos vivos neste planeta, mas ambos
irão sugerir interpretações e teorias distintas para tentar explicar a origem do Universo,
vida e etc.

Tendo em vista que os fatos não são neutros, não falam por si, e devem necessariamente
ser interpretados de acordo com os pressupostos subjetivos de quem os analisa,
chegamos a um dos pontos mais cruciais no que diz respeito ao suposto conflito entre
ciência e religião: A “Ciência” não é uma entidade pessoal, é uma ferramenta (ou um
método) utilizada por entidades pessoais, nós. Portanto, ela não diz nada sobre coisa
alguma, quem diz alguma coisa sobre algo são as pessoas, que interpretam os fatos
baseando-se em pressupostos subjetivos, dentre os quais, o naturalismo filosófico ou o
Cristianismo!

Qualquer argumento ou análise que não esteja de acordo com o naturalismo filosófico e
admita a existência de uma realidade externa a esse mundo material, é, portanto,
sumariamente descartada como sendo religiosa, fundamentalista e tendenciosa. Isso é
pura e simplesmente uma forma de se banalizar questões importantes. Atualmente
existe um grande debate sobre temas bastante difíceis, como o aborto, pesquisas com
células tronco embrionárias humanas e desafios ao evolucionismo, mas novamente,
qualquer opinião que se oponha ao pensamento do clero secular é imediatamente
tachada como religiosa e sem valor prático. Isso significa que essas opiniões devem
permanecer fora da esfera pública, sendo consideradas apenas como questões de foro
íntimo. Aplicar o rótulo de “religioso” em determinado argumento tem um poder de
persuasão incrível diante do público em geral, pois a maioria das pessoas crê que os
cientistas e o establishment secular são imparciais e objetivos (e já foi mostrado que
isso não é verdade). Apesar de não ser uma religião como o Cristianismo, o secularismo
também tem o seu “inferno”: A ignorância. É como se eles proclamassem: Quem não
acredita em nós, nas nossas explicações científicas, é ignorante! E aí está a magia do
artifício retórico, ninguém quer ser chamado de ignorante.
Talvez o leitor já tenha percebido o cinismo dos secularistas ateus: Mesmo sendo
tendenciosos e também atuarem baseados de acordo com uma visão de mundo, acusam
outras pessoas de agirem da mesma forma que eles, mas dando a entender que eles
mesmos não agem assim. Como diria Lênin, um dos principais responsáveis pelo terror
comunista soviético do Século XX: Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz
[14].

Intolerância religiosa disfarçada

O método científico apresenta limitações, é claro que não existe a possibilidade de se


colocar Deus ou um anjo em um tubo de ensaio e executar um experimento com eles, só
podemos experimentar com aquilo que podemos manipular, e estes objetos fazem parte
do mundo natural. Este conceito, em princípio não entra em conflito com a fé Cristã.
Inclusive, é importante distinguir entre dois “tipos” de modalidades científicas [15-16]:

• A ciência operacional, mais comum, que lida com processos observáveis e que
podem ser repetidos, no presente.
• A ciência das origens, como o evolucionismo, constituída de especulações
sobre eventos que supostamente ocorreram no passado, e que por conta disso,
não podem mais ser observados e repetidos.

A forma mais segura de se saber algo sobre o passado, é contar também um depoimento
confiável. Nós Cristãos temos o depoimento mais confiável de todos, e cujo autor foi
testemunha ocular dos eventos que a ciência das origens procura explicar: A Bíblia, a
Palavra de Deus, o Criador dos céus e da terra! Voltaremos depois a este ponto quando
formos falar sobre a teoria da evolução.

Atualmente, a palavra ciência passou a ser sinônimo de naturalismo filosófico. Nas


palavras de Phillip Johnson, autor de livros sobre a Teoria do Design Inteligente [17]:

Eu não acho que o assunto já tenha sido realmente confrontado nesse debate ... O que
os anti-Darwinistas chamam de naturalismo metafísico, os Darwinistas chamam de
“ciência”, e insistiam que se a ciência deixar de ser naturalista, ela deixaria de ser
ciência. Simplificando o assunto ao máximo possível, a resposta Darwinista à questão
apresentada não foi “Não, isso está errado, pois o Darwinismo pode ser defendido sem
se assumir uma perspectiva naturalista”. Ao invés disso, eles responderam: “E daí?
Tudo o que você está dizendo é que o Darwinismo é ciência.”

Em geral, os secularistas afirmam que a ciência empírica é a única forma de se conhecer


efetivamente a realidade, quaisquer outras coisas, e inclui-se aqui a revelação divina,
são imediatamente descartadas. Sendo assim, é importante que se refute a idéia de que a
ciência empírica (experimental) é a autoridade máxima e final no que diz respeito ao
conhecimento da realidade e porta-voz oficial da Verdade.

Acompanhe a seguir um trecho de um debate entre o apologista Cristão William Lane


Craig Vs. o ateu Peter Atkins [18]:

• Atkins: Não há necessidade de Deus. Qualquer coisa no mundo pode ser


compreendida sem necessariamente se evocar um deus. Você precisa aceitar que
é possível ter uma visão assim com relação ao mundo.
• Craig: Certamente isso é possível. Mas...
• Atkins (interrompendo): Você nega que a ciência possa ser a responsável por
todas as coisas?
• Craig: Sim, eu realmente nego que a ciência possa ser responsável por todas as
coisas.
• Atkins: Então, por quais coisas ela não pode ser responsável?
• Craig: Creio que existe um grande número de coisas que não podem ser
cientificamente provadas, mas que é racional aceitar:
o Matemática e lógica (a ciência não pode prová-las porque a ciência as
toma como pressupostos);
o Verdades metafísicas (como, por exemplo, a existência de outras mentes
além da minha própria);
o Julgamentos éticos (você não pode provar pela ciência que os nazistas
eram maus porque a moralidade não está sujeita ao método científico);
o Julgamentos estéticos (o belo, assim como o bom, não pode ser
cientificamente provado); e ironicamente,
o a própria ciência em si (a crença de que somente o método científico
descobre a verdade não pode ser provada pelo próprio método científico
[Pois essa crença é baseada em uma filosofia, e não no método]).

Raciocinemos um pouco mais sobre este ponto: Caso algum pesquisador queira
descobrir, por exemplo, se a luz é um fator indispensável para que uma planta realize o
processo de fotossíntese, creio que o leitor concorda que será necessário elaborar um
experimento que siga uma série de padrões já bem estabelecidos pela metodologia
científica, sem problemas aqui. Entretanto, ao chegar em casa e abraçar a esposa e os
filhos, será que esse mesmo pesquisador precisa elaborar algum experimento a fim de
comprovar empiricamente que ama sua família ou ele já sabe disso, mesmo sem nunca
ter se submetido ao processo experimental? Ora, fica claro que a ciência empírica não é
a única forma de se conhecer a realidade. Além do mais, uma visão de mundo baseada
no naturalismo filosófico afirma coisas que certamente não pode comprovar: Que nunca
houve um milagre ao longo de toda a história da humanidade, e não somente isso, que
não existe uma realidade sobrenatural. Ou seja, afirmam que algo fora do alcance do
método científico não existe, ao mesmo tempo em que o próprio método científico é
limitado e, em nome da ciência, não se pode afirmar nada fora de seus limites.
Paradoxal não?

De qualquer forma, ainda pode-se alegar que a “ciência deve ser separada da religião”,
pois cada uma deve lidar com domínios distintos e não interferentes (ou que não se
sobrepõem). Essa idéia foi criada pelo famoso paleontologista da Universidade de
Harvard, Stephen Jay Gould, que criou uma espécie de fórmula pacificadora. De acordo
com ele [19]:

Não deveria haver conflito [entre ciência e religião], pois cada sujeito tem um
magistério ou domínio legítimo de autoridade de ensino – e estes magistérios não
deveriam se sobrepor (princípio que eu gostaria de chamar MNI, “magistérios não
interferentes” [NOMA, Non Overlapping Magisteria]).

A rede da ciência cobre o Universo empírico: do que ele é feito (fato) e porque ele
funciona desta forma (teoria). A rede da religião se estende sobre questões de
moralidade e valores. Estes dois magistérios não se sobrepõem nem abrangem todas as
questões (considere, para começar, o magistério da arte e o significado da beleza).
Citando os grandes clichês, nós dizemos a idade das rochas, e a religião possui a
Rocha Eterna [Jesus Cristo]; estudamos como os céus operam, e eles determinam
como ir para o Céu.

A primeira vista até parece ser uma posição bem razoável, mas vamos analisar alguns
pontos principais a seguir [20]: É verdade que alguns domínios da ciência são
metafisicamente neutros, e que certos assuntos realmente não se sobrepõem, por
exemplo, estudar acerca da doutrina da trindade é algo puramente dentro do domínio
teológico, ao passo que a análise nutricional de certo animal é um tema científico
metafisicamente neutro. Entretanto, o problema é que a religião Cristã tem muito a dizer
sobre muitos fatos, ela diz que Deus criou os céus e a terra, ela afirma que em
determinado momento, historicamente verificável, um homem fazia milagres e
posteriormente ressuscitou dos mortos... Ora, de acordo com a idéia dos MNI de Gould,
esses fatos não são de domínio da religião, mas sim da ciência. Mas como a ciência é
baseada no naturalismo e não pode admitir a ocorrência de milagres, vejamos,
primeiramente de acordo com o próprio Gould [21]:

O primeiro mandamento para todas as versões de MNI talvez possa ser resumindo com
esta declaração: “Não misturarás os magistérios, dizendo que Deus ordena
diretamente eventos importantes na história da natureza por meio de interferência
especial, conhecida somente mediante revelação e não acessível à ciência”.

(Por exemplo, ele diz que a aparição de Jesus ressuscitado ao apóstolo Tomé é só uma
estória de valor moral [22].)

Phillip Johnson conclui sobre a fórmula dos MNI e sobre Gould [23]:

Gould até permite por condescendência que os religiosos expressem suas opiniões
subjetivas sobre a moralidade, desde que não interfiram com a autoridade que os
cientistas têm de determinar os fatos – um dos quais é o de que Deus é só um mito
confortador.

Johnson comenta que se o MNI é uma fórmula pacificadora, deve ter tomados seus
princípios do apartheid! É óbvio que não é possível conciliar o Cristianismo com o
naturalismo, justamente por não se tratar de um conflito entre a ciência e a religião, mas
sim entre duas cosmovisões, ou até mesmo, se preferir, duas religiões. Ambas procuram
responder as mesmas questões: de onde viemos e para onde vamos.

E a evolução?

Definitivamente, o campo em que se travam as maiores batalhas entre o Cristianismo e


o naturalismo filosófico é o campo das origens. Em primeiro lugar, é importante que
saibamos definir “evolução”, e não somente isso, devemos saber distinguir os
significados distintos em que se utiliza esta palavra.

Evolução biológica é simplesmente mudança. É um conceito dentro do âmbito da


genética de populações: As freqüências genotípicas das populações sofrem
modificações ao longo das gerações, de forma que graças a este processo, pode haver a
formação de novas espécies na medida em que as variedades mais aptas a viver em
certo ambiente são selecionadas (as variedades que apresentam vantagens seletivas).
Isto é algo que efetivamente se observa, é a chamada parte fato da evolução, e não tem
nada a ver com crença ou comprometimento a priori com qualquer tipo de
pressuposição subjetiva.

Lembrando: especiação não é um processo antibíblico como alguns pensam. O que está
traduzido como “espécie” na sua Bíblia, em hebraico é miyn, traduzida como tipo –
kind, nas Bíblias de língua inglesa. [24].

Em contrapartida, chamaremos Evolucionismo (ou Darwinismo, ou neo-Darwinismo),


uma espécie de doutrina metafísica que é, em essência, um dos conceitos fundamentais
do ateísmo tradicional: A crença em que o Universo é auto-existente, ou seja, sempre
existiu, e que toda a vida surgiu e evolui através de processos, não-inteligentes, acaso e
leis naturais. A vida surgiu por sorte e não por desígnio e planejamento.

Muito comumente, ambos os termos são utilizados como sinônimos. Aqui, quando nos
referimos à evolução ou à teoria da evolução, estaremos nos referindo ao
evolucionismo. Porém, os próprios secularistas confundem os dois termos de forma
propositada, e o intuito disso é extrapolar os fatos observados, para se justificar o que
não é observado! A citação a seguir, de Jonathan Sarfati, explica muito bem essa tática
[25]:

O que é evolução? É de importância vital que palavras como “evolução” sejam


utilizadas de forma precisa e consistente. A teoria da “evolução” que os evolucionistas
estão realmente promovendo, e que os criacionistas se opõem, é a idéia de que
partículas se transformaram em pessoas ao longo do tempo, sem qualquer necessidade
de um Designer Inteligente. O evolucionista [Gerald A.] Kerkut definiu de forma
precisa a sua Teoria Geral da Evolução (TGE), como: “teoria em que todas as formas
de vida do mundo surgiram de uma única fonte, que por sua vez, veio de uma forma
inorgânica.” Ele continua: “A evidência que apóia isso não é forte o bastante para que
a consideremos qualquer coisa a mais do que uma hipótese a ser trabalhada.” [G.A.
Kerkut, Implications of Evolution (Oxford, UK: Pergamon, 1960), p. 157.]

Entretanto, muitos propagandistas da evolução são culpados da prática enganadora da


tergiversação, ou seja, mudar o sentido de uma única palavra (evolução) no meio de
um argumento. Uma tática comum, “trocar a isca” [bait-and-switch], consiste
simplesmente em produzir exemplos de mudança ao longo do tempo, chamar isso de
“evolução”, e então afirmar que isso implica que a TGE está, portanto, provada ou é
essencial, e a criação refutada. A série de TV PBS Evolution, e o artigo 15 Answers to
Creationist Nonsense, da revista Scientific American são cheios de exemplos dessa
falácia.

Em resumo, mostram-se exemplos de mudanças em seres vivos (fato observado), e


esses processos são apresentados para o público como se fossem fatos que comprovam
o Evolucionismo. Vejamos uma definição de evolução [26]:

Em termos modernos, podemos definir evolução como uma mudança na composição


genética da população ao longo do tempo. Eventualmente, uma população pode
acumular mudanças o bastante para constituir uma nova espécie – uma nova forma de
vida. Assim, também podemos usar o termo evolução em uma grande escala, para
denotar a aparição gradual de toda a diversidade biológica, dos primeiros micróbios à
enorme variedade de organismos vivos hoje em dia.

O trecho sublinhado mostra muito bem a extrapolação.

Conclui-se que o evolucionismo é basicamente o ramo científico do naturalismo. Ou


pelo menos pretende ser, pois de acordo com os próprios padrões dos modernistas ateus,
para que algo seja considerado verdadeiramente científico, é necessário que preencha
certos requisitos. No caso da teoria geral da evolução (ou qualquer outra teoria), é
importante que exista a possibilidade de que ela possa ser falseada ou refutada.
Utilizando um exemplo bem simples, a teoria da gravidade de Newton afirma que os
corpos se atraem, mais simples ainda, corpos como os nossos, localizados aqui na
superfície do planeta são atraídos para o centro da terra. Essa teoria pode ser facilmente
refutada, caso se observe que alguém inicialmente na superfície da terra, ao invés de ser
atraído para o centro dela, passe a ser repelido! O exemplo é bem dramático, mas serve
para definir o que é falseabilidade.

De forma geral, a alternativa para o evolucionismo seria alguma forma de Criacionismo.


O establishment secular adotou o evolucionismo como paradigma vigente em
praticamente todos os campos da ciência, e rejeitam categoricamente a possibilidade de
considerar o Criacionismo como hipótese ou teoria científica, pois afirmam que ele não
pode ser falseado. Realmente, eu concordo que o Criacionismo como visão de mundo,
em princípio não pode ser falseado, apesar de que algumas previsões que o tomam por
base possam ser. Entretanto, a pergunta que devemos fazer é: O evolucionismo pode ser
considerado como uma teoria científica capaz de ser testada e falseada?

Nas palavras do notório filósofo da ciência, Karl Popper (que era um evolucionista)
[27]:

... Eu cheguei à conclusão de que o darwinismo não é uma teoria científica testável,
mas sim um programa de pesquisa metafísico – um sistema possível para teorias
científicas testáveis.

Um comentário do Dr. Michael Behe, Professor de bioquímica e autor do famoso livro


A Caixa Preta de Darwin, sobre a falseabilidade da teoria da evolução também é muito
esclarecedor [28]:

A Academia Nacional de Ciências [Americana] afirmou que o design inteligente não é


falseável, e eu acho que isso é justamente o oposto da verdade. O design inteligente é
bastante sujeito à falsificação. Eu alego, por exemplo, que o flagelo bacteriano
[estrutura bacteriana utilizada para a locomoção] não pode ser produzido pela seleção
natural; ele precisa ter sido propositadamente projetado. Bem, tudo o que um cientista
tem de fazer para provar que eu estou errado é pegar uma bactéria sem flagelo, ou
eliminar os genes que codificam o flagelo de uma bactéria, ir para o seu laboratório,
cultivar o micróbio por um longo período, e ver se ele produz alguma coisa que se
assemelhe a um flagelo. Se isso tiver acontecido, o design inteligente, da forma como
eu o entendo, terá sido nocauteado. Eu certamente não espero que isso aconteça, mas
[o design inteligente] é facilmente falseável por uma série de experimentos como esse.

Agora nos voltemos para o outro lado e perguntemos: Como podemos falsear a
afirmação de que foi a seleção natural que produziu o flagelo bacteriano? Se esse
mesmo cientista fosse para o laboratório e eliminasse os genes do flagelo, cultivasse a
bactéria por um longo período, e nada acontecesse, bem, ele diria que talvez não
tivesse começado com a bactéria certa, talvez não tenha esperado tempo suficiente,
talvez precisasse de uma população maior, e então seria muito mais difícil falsear a
hipótese Darwiniana.

Eu acho que o oposto é que é verdade. Eu acho que o design inteligente é facilmente
testável e falseável, embora não tenha sido falseado, e o Darwinismo é muito resistente
a ser falseado. Eles podem sempre alegar que alguma coisa não estava bem.

O evolucionismo não pode ser falseável, mas como os secularistas descartam qualquer
coisa que se oponha ao naturalismo, os editores de jornais e periódicos científicos
profissionais agem no sentido de impedir que os artigos científicos partindo dos
pressupostos contrários ao naturalismo sejam publicados. Pura intolerância religiosa
disfarçada. Pode se enunciar esta regra da seguinte forma: Os evolucionistas só aceitam
como científicas as teorias e artigos publicados nos jornais baseados no naturalismo
filosófico, e estes jornais, como regra, impedem que se publique qualquer coisa pró-
criacionismo ou pró-design inteligente neles [29].

Um exemplo recente e marcante dessa inquisição secular foi o caso envolvendo Richard
Sternberg. Sternberg era o editor de um periódico secular, o Proceedings of the
Biological Society of Washington, que perdeu seu cargo exatamente por permitir que um
artigo pró-design de autoria de Stephen Meyer, teórico do Design Inteligente, fosse
publicado no jornal em Outubro de 2004. Apesar de ser um evolucionista, Sternberg,
além de dispensado, foi tachado de “Criacionista enrustido” [29-30]! Outro caso ainda
mais recente envolveu o astrofísico Guillermo Gonzalez, professor assistente na
Universidade do Estado de Iowa, autor de um livro pró-design chamado The Privileged
Planet. Mesmo preenchendo todos os requisitos para adquirir a estabilidade no cargo de
professor titular em sua Universidade, o fato de ser pró-design foi o bastante para que a
patrulha ideológica da inquisição secular lhe negasse o cargo [31].

O evolucionismo se afirma como ciência, mas exclui de forma tirânica qualquer


tentativa de criticá-lo ou falseá-lo.

Utilizando esses conhecimentos

As universidades são os centros de onde surgem as doutrinas seculares e onde se


formam os doutrinadores secularistas. É certo que durante boa parte de suas vidas
escolares, os Cristãos são freqüentemente desafiados pela cultura da “tolerância”, que
tolera tudo menos o Cristianismo. Todavia, ao ingressar em um curso universitário,
provavelmente o Cristão terá sua visão de mundo grandemente desafiada, e é realmente
difícil suportar o ataque vindo diretamente dos professores, e de outros colegas, que
certamente são pessoas inteligentes e estudiosas. Por isso é essencial que se saiba
identificar de imediato os artifícios retóricos dos adversários, e em que nível se dá a
discussão, ou seja, que se trata de uma disputa entre o Cristianismo e o modernismo.
Tudo isso para evitar, digamos, jogar nas regras do adversário: Provar a veracidade do
Cristianismo, utilizando como base uma filosofia que o descarta a priori.
Porém, isso não é o bastante. Também é necessário que o Cristão entenda as razões
pelas quais crê, para que seja capaz de seguir a orientação do Apóstolo Pedro:

1 Pedro 3:15-16 – Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e o tratem como
Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que
expliquem a esperança que vocês têm. Porém façam isso com educação e respeito.
Tenham a consciência limpa. Assim, quando vocês forem insultados, os que falarem
mal da boa conduta de vocês como seguidores de Cristo ficarão envergonhados.
(NTLH).

Em uma palestra intitulada One Nation Under Darwin, Phillip Johnson comenta sobre a
importância da História da Criação no que diz respeito à formação dos valores morais e
cosmovisão a ser adotada por um determinado povo. De acordo com o naturalismo,
estamos aqui por acaso, e conclui-se que não há um sentido transcendente para a vida.
Em contrapartida, se estamos aqui porque somos parte da obra de um Deus, não
somente existe um sentido transcendente para a vida, mas também uma série de regras
estabelecidas pelo Criador e que devemos seguir. Quem investigar verá que a
cosmovisão Cristã é um sistema que fornece uma base sólida para se interpretar os fatos
da natureza, e isso, além de mostrar que o naturalismo é insatisfatório, certamente
fortalecerá bastante a fé de quem se interessar pelo tema, e torná-lo-á ainda mais capaz
de combater os doutrinadores secularistas no âmbito das idéias. É tarefa árdua, mas
lembre-se das palavras de Jesus: No mundo vocês vão sofrer; mas tenham coragem. Eu
venci o mundo (João 16:33).

REFERÊNCIAS E NOTAS:
1. Sarah J. Flashing. The Myth of Secular Neutrality: Unbiased Bioethics? Disponível em:
http://www.cbhd.org/resources/bioethics/flashing_2005-08-12.htm. Acesso em 15 de Junho de 2007.
2. Norman L. Geisler, Enciclopédia de Apologética: Respostas aos Críticos da Fé Crista. Ed. Vida, 2001. p. 622.
3. Ibidem p. 188.
4. Citado aqui: http://www.creationontheweb.com/content/view/703/. Acesso em 15 de Junho de 2007.
5. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution 2. Master Books, 2002. p. 19.
6. Ibidem, p. 19.
7. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution. Master Books, 1999. pp 24-25
8. Ver uma matéria aqui: http://www.physorg.com/news63367761.html. O artigo original é: Doron, N., McKeague, I.,
Paldor, N., (2006), “Is There a Paleolimnological Explanation for ‘Walking on Water’ in the Sea of Galilee?” Journal of
Paleolimnology, 35:417-439, April.
9. Andrew Lamb. Did Jesus walk on ice? Disponível em: http://www.creationontheweb.com/content/view/4273. Acesso em
15 de Junho de 2007.
10. Nof, Doron and N. Paldor (1992), “Are There Oceanographic Explanations for the Israelites’ Crossing of the Red-Sea?,”
Bulletin of the American Meteorological Society, 73[3]:305–314.
11. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution. Master Books, 1999. pp. 15-16.
12. Ken Ham. Searching for the “Magic Bullet”. Disponível em:
http://www.answersingenesis.org/creation/v25/i2/bullet.asp. Acesso em 15 de Junho de 2007.
13. Ken Ham. Creation: ‘where’s the proof?’. Disponível em: http://www.answersingenesis.org/creation/v22/i1/creation.asp.
Acesso em 15 de Junho de 2007.
14. Essa frase é atribuída a Lênin. Veja mais aqui:
http://www.dcomercio.com.br/especiais/mundo_real/52_geracao_maldita.htm. Acesso em 15 de Junho de 2007.
15. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution. Master Books, 1999. pp. 28-29.
16. Jonathan Sarfati, Refuting Evolution 2. Master Books, 2002. p. 23-25.
17. William A. Dembski e James M. Kushiner (Editores). Signs of Intelligence: Understanding Intelligent Design. Brazos
Press, 2001. p. 26. Design Inteligente é uma teoria que, em resumo, afirma que certos padrões encontrados na natureza
têm seu surgimento melhor explicado como sendo produtos de uma inteligência, e não das forças naturais e processos
não-inteligentes.
18. Norman Geisler e Frank Turek. Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu. Ed. Vida, 2006. pp. 129-130. (No link a seguir é
possível baixar o debate em formato mp3: http://www.bringyou.to/CraigAtkinsDebate.mp3. Acesso em 15 de Junho de
2007.)
19. Stephen Jay Gould. Nonoverlapping Magisteria. Disponível em:
http://www.stephenjaygould.org/library/gould_noma.html. Acesso em 15 de Junho de 2007.
20. Lee Strobel. The Case for a Creator. Zondervan, 2004. pp 74-76.
21. Phillip E. Johnson. Ciência, Intolerância e Fé; A Cunha da Verdade: Rompendo os Fundamentos do Naturalismo. Ed.
Ultimato, 2004. p. 111.
22. Lee Strobel. The Case for a Creator. Zondervan, 2004. p. 76.
23. Ibidem, p. 76.
24. Veja o léxico: http://bible.crosswalk.com/Lexicons/Hebrew/heb.cgi?number=04327&version=kjv. Acesso em 15 de
Junho de 2007.
25. Em uma série de artigos comentando a série de documentários sobre a evolução, produzida pela PBS, canal de televisão
americano. Disponível em: http://www.answersingenesis.org/pbs_nova/0924ep1.asp. Acesso em 15 de Junho de 2007.
26. Neil A. Campbell & Jane B. Reece. Biology. Benjamin Cummings, 2005. 7th ed. p. 438.
27. Karl R. Popper, Unended Quest (Revised edition) (Open Court Publishers, La Salle, Ill., 1976), p. 168. Citado em:
http://www.parentcompany.com/science_kit/sk3b.htm (Contém diversas outras citações de cientistas importantes acerca
da validade da TGE como teoria científica). Acesso em 15 de Junho de 2007.
28. Ver: http://www.uncommondescent.com/intelligent-design/michael-behe-on-falsification/. Acesso em 15 de Junho de
2007.
29. Tema muito bem explicado por Phillip Johnson no artigo O Design Inteligente na Biologia: A Situação Atual e as
Perspectivas Futuras. Disponível em: http://crentinho.wordpress.com/2007/03/08/o-design-inteligente-na-biologia-a-
situacao-atual-e-as-perspectivas-futuras/. Acesso em 15 de Junho de 2007.
30. Pode-se obter maiores informações no próprio website de Richard Sternberg: http://www.rsternberg.net/.
31. Ver mais em: http://pos-darwinista.blogspot.com. Busque pelo artigo: A Nomenklatura científica é maquiavelicamente
antropofágica!

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