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Processo nfi 986/2004 - 3& Vara Civel

Comarca de Sorocaba

VISTOS.

Trata-se de MANDADO DE SEGURANÇA impe-


trado por OIANCARLO PARINI - ME, empresa individual qualificada
nos autos» contra ato do SECRETARIO DE FINANÇAS DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE SOROCABA (cf. determinação de fls. 79).
Esclareceu, de proômlo, que, explorando]
o ramo de "bar com salão para festas (danceteria)", obteve, junto à
Municipalidade, a concessão do competente "alvará dei
funcionamento".
Prosseguiu dizendo que, em diversas
ocasiões, foi autuado e notificado para encerrar suas ativida-
des, pela utilização de música ao vivo ou mecanizada e suposta
infração à Lei Municipal nfi 4.913/95 (lei do silêncio).
Disse, na seqüência, que, tendo contra-1
tado serviço especializado de medição, constatou que o nível de
ruído produzido do lado de fora do estabelecimento não se en-j
quadrava como perturbador do sossego noturno, ficando inclusive:
abaixo do ruído produzido pelos veículos que
transitaram pelo local.
Alegou, ainda, que não teria
te der as exigências previstas na Lei Municipal, que
não quer sido regulamentada. Citou jurisprudência.
Processo nfil 986/2004 - Sft Vara,
Cível Comarca de Sorocaba

Tecendo. assim, as considerações que


entendeu pertinentes ao tema, concluiu requerendo a concessão
de liminar e, ao depois, da segurança, tudo com vista a impedir
a autoridade coatora de interdi tar o estabelecimento dela, im-
petrante, por conta da utilização de música ao vivo ou meca-
nizada.
Representação processual a fls. 08.
Documentos a fls. 09/68.
Deferida a liminar (fls. 75 e verso).
Informações do SECRETARIO DE FINANÇAS
DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA a fls. 85/100. Aduzindo
ter, a impetrante, decaído do direito de fazer uso do mandado!
de segurança, prosseguiu dizendo que a impetrante» tendo obtido
autorização para a instalação de "bar com salão de festas"* acabou
desvirtuando o ramo de atividade comercial declarada ao
Município, instalando no local uma danceteria, com funciona-
mento após às 24h00 e com a utilização de som ao vivo ou mecâ-
nico.
Teceu» na seqüência, considerações so-
bre os limites existentes ao livre exercício de atividade eco-
nômica e sobre o poder de policia da Administração, para con-
cluir que o particular não pode, simplesmente, exercer a ativi-|
dade comercial que pretende.
Prosseguiu dizendo ser do Município a|
competência para a concessão de licença de localização» insta
lação e funcionamento de estabelecimentos industriais» comer
ciais e de serviços, citando doutrina.
Disse» mais» que a Lei Municipal nQ
4.913/95» referida na inicial, é clara, objetiva e precisa,
não necessitando ser regulamentada. Citou doutrina.
Finalizou concluindo pela o\enegaçâX da
segurança.
Procuração a fls. 102. Documentos
fls. 103/155.
Processo nQ 986/2004 - 3A Vara Cível
Comarca de Sorocaba

A fls. 156 foi admitido o MUNICÍPIO DB


SOROCABA no pólo passivo da lide.
Parecer do parque t local a fls.
157/162, pelo afastamento da decadência e pela denegação da or-
dem.
É O RELATÓRIO.
FUNDAMENTO B DECIDO.
De se afastar, por primeiro» a alegação
da ocorrência de decadência. O objeto do presente- mandamus 6
evitar a interdição do estabelecimento da impetrante. Mandado
de segurança, portanto, nitidamente preventivo, hipótese em
que, à evidência, não se cogita da ocorrência de decadência:
"não se opera a decadência em writ preventivo, pois que a lesão temida está
sempre presente, em um renovar constante" (Superior Tribunal de
Justiça, 13 Turma, REsp nQ 46.174-0-RS, Rei. Min. CÉSAR
ROCHA, j. 23.05.94).
Ao mérito, propriamente dito.
De se denegar a segurança.
A uma, por não possuir, o impetrante,
autorização para que possa exercer atividade que envolva a uti-
lização de música ao vivo ou mecanizada. A licença conferida à
impetrante limita—se à exploração de atividade de "bar com
salão de festas" (fls. 12).
A duas, por não constar, dos autos, que
a impetrante tenha se submetido às exigências e restrições
previstas nos artigos 2Q, 3Q, 4Q e 59 da Lei Municipal nQ
4.913/95.
A três, na medida em que a legislação
municipal em comento, pese a recomendação constantcfdo^artigo
12, é daquelas que não dependem de regulamentação. I
Nesse último tópico, impende
considerar
que: \ \
Processo nfi 986/2004 - 3& Vara
Cível Comarca de Sorocaba

- na ausência de norma municipal e,


eventualmente, de norma estadual a regular a matéria, prevalece
a normalização federal, especificada na Resolução CONAMA nfi
01/90 que, por sua vez, faz remissão à NBR 10151 da ABNT, se
gundo se extrai do artigo 2Q da Lei Municipal nfi 4.913/95, por
ai se concluindo que a regulamentação reclamada pela impetrante
não é, sob esse prisma, necessária.

- não há necessidade de a Municipali


dade elaborar cadastro especial de profissionais e empresas ha
bilitadas a elaborar o laudo técnico previsto no artigo 4Q, in
ciso VI, da Lei Municipal nQ 4.913/95. O que se exige, apenas,
é que o profissional que subscreva o trabalho seja habilitado e
regularmente inscrito no cadastro do ISS do Município (artigo
5Q, inciso I e § 1Q).

De se concluir, assim, quanto à questão


da regulamentação da Lei Municipal nQ 4.913/95, com o ilustre
Promotor de Justiça oficiante, Dr. ORLANDO BASTOS, que a fls.
161 escreveu:
n
A regulamentação, como se verifica do artigo 2Q
da lei, poderá ser feita para tornar a norma mais rigorosa do que a legislação
estadual e federal, mas, na sua ausência, aproveitam-se os dispositivos estaduais e
federais ati-nentes à matéria".
No mesmo sentido, por fim, o entendi-
mento constante do v. acórdão proferido na Apelação Cível nQJ
191.345.5/2-00, da 3& Câmara de Direito Público do Tribunal de
Justiça de São Paulo, Rei. Des. VISEU JÚNIOR, j. 08.06.2004, do
qual se extrai a seguinte passagem:
11
A Lei Municipal nQ 4.913/95. que exipe o
certificado de uso, é auto-executávct e, ao dispor sobre o controle e fiscalização das
atividades que geram poluição sonora, determinou ao Poder Público o dever de
cientificar os estabelecimentos que estivessem em perfeito funcionamento, dando o
prazo de 180 dias para a devida adequação (...) se o estabelecimento funciona de
modo irregular, em conflito com a legislacao
Processo nfi 986/2004 - 3fi Vara
Cível Comarca de Sorocaba

lação sobre poluição sonora, é coerente a determinação de encerramento


da atividade ou fechamento administrativo" (grifei).
Com esses fundamentos, afastada a ale-
gação de ocorrência de decadência e forte na ausência de
necessidade de regulamentação da Lei Municipal nQ 4.913/95,
DBNEGO a segurança pleiteada no presente mandamus impetrado
por GIAN— CARLO PARINI - MB contra ato do SECRETARIO DE
FINANÇAS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA, revogando a
liminar concedida a fls. 75 e verso, assim como seus
efeitos.
Responderá a impetrante pelo pagamento
das custas e despesas processuais, não se cogitando de ho-
norários advocaticios (súmulas nQ 512 do STF e nQ 105 do STJ).
Denegada a segurança, não há que se
cogitar de recurso de ofício (artigo 12, §, da Lei nQ
1.533/51).
Considerando-se que "a decisão dene-
gatória da segurança ou cassatória da liminar produz efeito li-beratôrio
imediato do ato impugnado, ficando o impetrado livre para praticá-lo ou
prosseguir na sua efetivação desde o momento em que for proferida" (HELY
LOPES MEIRELLES, "Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação
Civil Pública, Mandado de Injunção, Habeas Data", Malheiros
Editores, 143 edição, 1990, página 70), Oficie-se,
imediatamente, ao SECRETARIO DE FINANÇAS DA PREFEITURA
MUNICIPAL DE SOROCABA, comunicando a cassação da liminar e
denegação da segurança, devendo o ofício ser instruído com
cópia desta sentença (grifei).
P.R.I.C.
r\

MARIO GAIARA NETO


Juiz de/Direito
Sorocaba, 1Q de f

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