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Memorial de Bonhoeffer

A tarefa da Sociedade Internacional Bonhoeffer

Por Antonio Carlos Ribeiro*


Mas os bens da justiça, da verdade, da beleza, todas as grandes realizações necessitam
de tempo, constância, ‘memória’, senão degeneram. Quem não estiver disposto a tomar a
responsabilidade por um passado e construir um futuro é ‘esquecido’ (Dietrich Bonhoeffer)

Ao passar em frente ao muro do campo de Concentração de Dachau em 2001, perguntei ao Pastor Stefan
Pickart: por que os alemães mantêm essa construção, com todo o horror que ela evoca? Ele me respondeu:
para não deixar a memória se apagar! Em tempos difíceis, cristãos guardaram a memória dos que foram
fiéis a Cristo, não apoiaram as atrocidades dos nazistas e não associaram o nome de Cristo ao genocídio.

No dia 4 de fevereiro deste ano foram celebrados os 100 anos de nascimento de Dietrich Bonhoeffer, um
homem de fé e teólogo brilhante, morto aos 39 anos. Gente de todo o mundo, especialmente cristãos e
judeus, deram graças por sua vida. A Sociedade Internacional Bonhoeffer (SIB) organizou o Congresso do
Centenário do seu nascimento, realizado de 3 a 6 de fevereiro deste ano em Breslau, hoje Wroclaw,
Polônia. O evento reuniu o Bispo Presidente da Igreja Evangélica da Alemanha (IEA), Wolfgang Huber, o
Arcebispo Primaz Anglicano, Rowan Williams, e o Bispo Luterano de Wroclaw, Ryszard Bogusz. Uma
celebração ecumênica em Berlim teve a participação do Cardeal Arcebispo Georg Sterzinsky, da Polônia,
e um ato festivo na Universidade Humboldt.

O presidente da Seção Língua Portuguesa – Brasil, Pastor Luís Cumaru (na foto, ao lado de Renate
Bethge, esposa do ex-aluno Eberhard Bethge, já falecido), falou sobre o Congresso, especialmente as
celebrações, os manifestos diante da Igreja St Elisabeth e as oficinas sobre temas teológicos. Lembrou das
prédicas de Christian Gremmels, presidente da SIB - Alemanha, sobre “os que foram decaptados por causa
de Jesus” (Apocalipse), e do Bispo Huber, sobre o modelo de santidade fiel a este mundo. Proferiu sua
própria meditação Sobre o Aniversário de Cem anos de Nascimento de Dietrich Bonhoeffer, baseada no
texto em epígrafe (carta de 01.02.1944).

Tarefa exigente, a Seção Língua Portuguesa – Brasil reúne cartas e textos de Bonhoeffer, traduz, divulga
filmes e as Obras de Bonhoeffer, mantém a página na internet (http://www.sociedadebonhoeffer.org.br/),
entre outros materiais produzidos pela matriz e publica um boletim quadrimestral para os associados. O
último número traz fotos do evento, incluindo as autoridades colocando flores no monumento em
Wroclaw e a casa onde o teólogo nasceu, além do prefácio ao Discipulado, do bispo G. K. A. Bell e do
artigo A libertação de Auschwitz, de Keith Clements, lembrando que os trilhos que levam a Auschwitz
ainda estão lá, entre outros materiais.
Os amantes da teologia de Bonhoeffer, que querem estar atualizados com a pesquisa internacional a partir
do legado deste teólogo e mártir contemporâneo, deveriam visitar o site, inscrever-se na SIB – Brasil (R.
Ver. Duque Estrada, 22/302 – 24240-210 – Niterói – RJ), e passar a dispor deste rico material.

Indagado sobre o que é ser cristão, o teólogo católico Hans Küng disse: “é aquele que, em sua caminhada
individual, se esforça por orientar-se por este Jesus Cristo”, lembrando a “resistência do lutador
evangélico Dietrich Bonhoeffer”.

* Teólogo e jornalista – Rio de Janeiro


Doutorando em Teologia (PUC-Rio) - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5999603915184645
Transcrito da Revista Novo Olhar, São Leopoldo, v. 4/12, p. 35, 20 ago. 2006 (ISBN: 16799054)

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