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PREFEITOS ELEITOS
INTRODUÇÃO GERAL
No primeiro semestre de 2008 pudemos realizar Seminários de Formação Política para
nossos pré-candidatos em boa parte do país. Muito ensinamos, mais muito mais debatemos
e, mais ainda, apreendemos.
País de dimensões continentais o nosso, apresenta uma enorme diversidade de aspectos
sociais, econômicos e culturais.
Este trabalho agora realizado, que está na direção do diálogo com nossos prefeitos eleitos
não pode deixar de lidar com este acúmulo. Daí nossa preocupação em produzir não um
“manual”, mas um roteiro de diálogo e debate. Não a norma exata, mas a tentativa de
amarrar as diversas pontas disso que se define como gestão pública em função de tentar
estabelecer o que seria uma “gestão PPS”, derivada de nossa forma de ver-o-mundo e
nossas propostas de longo prazo.
Não haverão de encontrar aqui o aprofundamento ou a tecnificação de cada item, isto virá
em outros desdobramentos deste processo, mas a preocupação de estabelecer
principalmente a relação entre todas estas partes diferentes do corpo, referentes não só à
gestão pública e seus atributos, mas a seu ambiente institucional, sua relação com o Estado.
O que buscamos produzir é uma apresentação a nossos gestores de um todo coerente que
oriente o debate e as escolhas que fatalmente deverão ser feitas.
ETAPA PRÉVIA
Aplicação de um questionário extenso sobre o prefeito e o município, com pelo menos 30
dias de antecedência.
Este questionário servirá de base para orientar as falas do Seminário, pois informará o perfil
do grupo de prefeitos, o perfil dos municípios e o grau de compreensão destes prefeitos em
relação a suas realidades locais.
O material servirá, ainda, para formar um Cadastro Nacional de Prefeituras ligadas ao PPS,
que poderá ser utilizado na Secretaria Nacional de Poder Local e na Secretaria Nacional de
Organização.
Nota - Sem qualquer dúvida uma atividade de planejamento ligada a um projeto de
organizar e sustentar as relações do partido com seus mandatos eleitos, na área executiva,
terá que passar por um cadastro.
ETAPA UM
Debate livre com os prefeitos sobre as propostas de campanha e como pretendem
implementá-las.
Nota - Este debate é importante, pois exporá intenções e vontades que devemos conhecer e
respeitar, sob o risco de prejudicar o processo de aproximação entre o partido e as gestões
municipais.
O Seminário deverá ser, na realidade, uma busca de “mediação”, uma abertura de diálogo
entre nossas propostas e o chão real da gestão municipal.
Devemos reconhecer que não temos nem a cultura municipalista, nem a cultura de relação
entre as instâncias dirigentes partidárias e os executivos. Sendo assim é sempre melhor
começar escutando.
ETAPA DOIS
Apresentação em sistema de seminário dos principais pontos que envolvem na atualidade o
conceito de gestão pública, em sistema de seminário.
Introdução
"Mudanças técnicas na forma de governo em si mesmas nem fazem uma nação competente,
nem feliz, tampouco valorosa. Somente conseguem tirar do seu caminho empecilhos
mecânicos, sendo, pois, pura e simplesmente meios para um fim”
Max Weber – Parlamento e governo na Alemanha reordenada.
2 – Principais conceitos
Uma passada pelos conceitos mais importantes para unificar a linguagem e estabelecer os
compromissos de gestão.
Essa dimensão diz respeito a um elemento central da técnica administrativa de como fazer,
com que métodos, de que modo, sob orientação de quais valores. A boa gestão é aquela que
define objetivos com clareza, recruta os melhores elementos através de concursos e
processos seletivos públicos, treina permanentemente os funcionários, desenvolve sistemas
de motivação não apenas de caráter material mas também de caráter psicossocial, dá
autonomia aos executores e, afinal, cobra os resultados. Nada disso existe na administração
pública federal.
O diagnóstico mostra que para uma reforma consistente do aparelho do Estado necessita-se,
hoje, mais que um mero rearranjo de estruturas. A superação das formas tradicionais de
ação estatal implica descentralizar e redesenhar estruturas, dotando-as de inteligência e
flexibilidade, e sobretudo desenvolver modelos gerenciais para o setor público capazes de
gerar resultados.
“Cada um desses quatro setores referidos apresenta características peculiares, tanto no que
se refere às suas prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados.
Como já vimos, existem ainda hoje duas formas de administração pública relevantes: a
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA e a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GERENCIAL. A primeira, embora sofrendo do excesso de formalismo e da ênfase no
controle dos processos, tem como vantagens a segurança e a efetividade das decisões. Já a
administração pública gerencial caracteriza-se fundamentalmente pela eficiência dos
serviços prestados a milhares senão milhões de cidadãos. Nesses termos, no núcleo
estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e o princípio
administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver
obedecidas e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja
um misto de administração pública burocrática e gerencial.
Em seguida, define-se um padrão para o que deve ser propriedade exclusiva do Estado e o
que não precisa ser:
No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente estatal. Nas atividades
exclusivas de Estado, onde o poder extroverso de Estado é exercido, a propriedade também
só pode ser estatal.
Objetivos Globais:
• Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua capacidade administrativa de
governar com efetividade e eficiência, voltando a ação dos serviços do Estado para
o atendimento dos cidadãos;
• Limitar a ação do Estado àquelas funções que lhe são próprias, reservando, em
princípio, os serviços não-exclusivos para a propriedade pública não-estatal, e a
produção de bens e serviços para o mercado para a iniciativa privada;
• Transferir da União para os estados e municípios as ações de caráter local: só em
casos de emergência cabe a ação direta da União;
• Transferir parcialmente da União para os estados as ações de caráter regional, de
forma a permitir uma maior parceria entre os estados e a União.
Em projetos:
Projetos Básicos
Avaliação Estrutural
Por outro lado, dadas as novas funções, antes reguladoras que executoras: (1) Deve o
Estado criar novas instituições? (2) Quais?
A resposta a essas perguntas deverá ser a menos ideológica e a mais pragmática possível. O
que interessa é obter um resultado ótimo, dados recursos escassos. Esse resultado,
entretanto, não é nem pode ser julgado apenas do ponto de vista econômico. Outros pontos
de vista, como os da justiça, da cultura, da segurança, são também essenciais na resposta a
essas perguntas.
Parte-se de uma discussão sobre funções e papéis do Estado, em suas diferentes esferas,
para em seguida proceder à análise das competências e estruturas organizacionais da
administração direta e indireta, visando verificar se são insuficientes, superdimensionadas,
ou superpostas, além de considerar as possibilidades de descentralização.
Agências Autônomas
Entende-se por "organizações sociais" as entidades de direito privado que, por iniciativa do
Poder Executivo, obtêm autorização legislativa para celebrar contrato de gestão com esse
poder, e assim ter direito a dotação orçamentária.
Projetos Adicionais
Além dos três projetos mencionados, uma série de outros projetos são fundamentais para a
implantação de uma gestão de caráter gerencial no Estado brasileiro. Enumeramos abaixo
os principais projetos.
Projeto Cidadão
Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as relações entre os órgãos da Administração
Pública e os cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais, atendendo à diretriz do
Projeto de Reforma do Estado, de localização das ações nas necessidades do cidadão,
atuando nas seguintes áreas:
• quanto às esferas de governo, na primeira fase, sua amplitude será restrita aos
órgãos federais, sendo ampliada gradativamente para as esferas estaduais e
municipais;
• quanto à natureza da administração pública, o projeto estará voltado inicialmente
para a administração direta, englobando, posteriormente, a administração indireta,
autárquica e fundacional.
Indicadores de Desempenho
Esse projeto, essencial para a implementação das agências autônomas e das organizações
sociais, terá de ser realizado pelo MARE em parceria com o Ministério do Planejamento e
Orçamento, implicará um esforço sistemático e amplo para definir indicadores de
desempenho quantitativos para as atividades exclusivas do Estado. Esses indicadores,
somados mais adiante à definição de um orçamento global, serão a base para a celebração
de contrato de gestão entre o dirigente da entidade e o respectivo ministro. E a partir do
contrato de gestão será possível implantar um modelo de administração pública gerencial.
A diferença entre esse projeto e o das agências autônomas ou o das organizações sociais
está no fato de que enquanto aqueles se concentrarão em umas poucas entidades, nas quais
se realizará um esforço concentrado de aplicação das novas técnicas de gestão, neste toma-
se apenas o passo preliminar desse processo - a definição de indicadores de desempenho
claros - mas se generaliza a cobrança para toda a administração pública federal. Esse
projeto, portanto, como o da Avaliação Estrutural, é um projeto horizontal, que buscará
abranger todas as autarquias e fundações públicas hoje existentes.
Qualidade e Participação
Esse projeto foi concebido como instrumento básico da modernização da gestão pública,
com ênfase nos princípios da qualidade e da participação dos funcionários no nível
operacional. O que se busca é não apenas uma mudança nas formas de gestão mas também
da cultura das organizações, no que diz respeito à cooperação entre administradores e
funcionários. Tem como objetivo a introdução de novos conceitos e técnicas de gestão
pública, baseados no desempenho, na redução ao mínimo dos erros, e na participação dos
funcionários na definição dos processos de trabalho.
A preparação da nova administração pública que surgirá das reformas em curso passa
necessária e essencialmente pela profissionalização e pela valorização do servidor público.
Assim, uma nova política de recursos humanos deverá ser formulada para atender aos
papéis adicionais do Estado de caráter regulatório e de articulação dos agentes econômicos,
sociais e políticos, além do aprimoramento na prestação dos serviços públicos.
A adequação dos recursos humanos constitui-se, dessa forma, em tarefa prioritária nesse
contexto de mudança, exigindo uma política que oriente desde a captação de novos
servidores, o desenvolvimento de pessoal, um sistema remuneratório adequado que
estimule o desempenho através de incentivos, e a instituição de carreiras compatíveis com
as necessidades do aparelho do Estado modernizado.
Com relação às carreiras, elas podem ser classificadas em carreiras de Estado, formadas
principalmente por servidores estatutários no núcleo estratégico do Estado, e carreiras de
empregados celetistas, utilizadas na administração indireta e nos serviços operacionais
inclusive do núcleo estratégico.
Juntamente com a estruturação das carreiras deverá ser desenvolvida uma política de
concursos regulares que permita uma lotação adequada ao pleno desenvolvimento das
atividades e a recomposição regular e permanente da sua força de trabalho. Os concursos
para as principais carreiras serão realizados anualmente. Portaria do MARE determinará a
realização dos concursos, o número de vagas, e o mês de sua realização até 1999.
Quanto à aposentadoria e programa de saúde dos servidores públicos, o projeto propõe uma
nova regulamentação para os benefícios que compõem a seguridade social do servidor
público, notadamente no que diz respeito aos critérios de concessão da aposentadoria, os
quais deverão pautar-se pelos princípios gerais que regem o Regime Geral da Previdência
Social, quais sejam: a) delimitação do prazo de carência; b) proporcionalidade no que tange
à quantidade de contribuições e seus valores versus o valor do benefício da aposentadoria; e
c) manutenção de aposentadorias especiais para servidores envolvidos em atividades
penosas, insalubres e perigosas. Dessa forma, pretende-se rever os critérios de concessão e
os valores e formas de reajuste das pensões.
Assim, busca-se reduzir a pressão existente sobre o Tesouro Nacional no que se refere ao
pagamento dos inativos e pensionistas, extinguindo-se aquelas vantagens que são
distorcidas e não se coadunam mais com a realidade, sendo passíveis de reprovação pela
sociedade. Esse projeto propõe, também, a criação de formas de financiamento adequadas
para o Programa de Atenção Integral à Saúde do servidor e seus dependentes.
Esse projeto tem como objetivo resgatar os talentos individuais e promover sinergia dos
grupos e organizações que constituem a Administração Pública Federal, visando oferecer ao
cidadão brasileiro serviços de melhor qualidade e maior prontidão às suas demandas.
Esse projeto deverá ser implementado pelas diversas escolas de administração pública do
Estado, como forma de viabilizar a estratégia de modernização da gestão pública. Tem
como objetivo a formação e capacitação dos servidores públicos para o desenvolvimento de
uma administração pública ágil e eficiente.
O novo modelo de operação das áreas de treinamento prevê as seguintes iniciativas: (1) um
núcleo básico com texto-síntese dos valores que compõem o novo paradigma da gestão
governamental; (2) uma área de tecnologia educacional para apoiar a atividade pedagógica;
(3) novos instrumentos de avaliação, a partir da revisão dos utilizados na avaliação da
reação, e novos instrumentos que permitam avaliar o impacto do treinamento.
Nesse contexto, a programação dos cursos deverá enfatizar temas como novas estratégias
de gestão pública, desenvolvimento gerencial e de recursos humanos orientados para a
introdução da administração gerencial, atendimento ao público, além de treinamento na
utilização da tecnologia de informações, que será ferramenta básica na implementação dos
programas de reforma do aparelho do Estado.
Dada a importância e urgência desse projeto, o mesmo já se encontra detalhado no item 7.3
deste Plano Diretor.
Rede do Governo
Esses sistemas têm sido, independentemente das intenções de sua concepção inicial,
voltados para as necessidades operacionais da administração pública, tornando secundárias
ou inexistentes tanto as informações gerenciais quanto as de interesse público.
Conseqüentemente, não têm exercido a função de instrumentos de apoio à tomada de
decisão. É necessário um projeto que permita a interligação e o redirecionamento
estratégico dos diversos sistemas de informação, de forma a incorporar os novos conceitos
de gestão do aparelho do Estado. Além de estabelecer padrões de integração e de suporte
tecnológico adequados ao desenvolvimento de novos sistemas, mantendo e melhorando os
atuais, é preciso buscar informações coletadas de forma coerente e sem duplicidade e
processadas com segurança e eficiência, que possuam um caráter gerencial e sejam
disponibilizadas para toda a administração pública.
Aumentando a confiabilidade e diminuindo os custos desses sistemas, será possível torná-
los acessíveis à sociedade, para que esta controle e julgue o desempenho da administração
pública. Com isso, os sistemas também estarão articulados com os objetivos do Projeto
Cidadão e da Rede de Governo, ao permitir que a disponibilização dessas informações
ocorra por vários meios (com ênfase em sistemas de fácil acesso como a INTERNET)
alimentados permanentemente pelos serviços e recursos da Rede do Governo.
Finalmente, o documento fala dos que chamaríamos de “núcleo duro do governo” para a
implementação da reforma:
Nem mesmo o modelo burocrático foi plenamente implantado no Estado brasileiro, que
permanece sendo administrado através de práticas que muitas vezes ignoram os princípios
de impessoalidade, publicidade, especialização e profissionalismo.
É evidente a ‘capacidade de resistência do patrimonialismo’ na cultura política da
administração pública
Neste sentido, percebe-se que o Estado Brasileiro precisa ser ‘democratizado’ de maneira
intensa, ágil e flexível, precisa se impor com soberania na nova estrutura da economia
mundial, regular democraticamente a economia, coordenar o desenvolvimento e desenhar
políticas sociais ativas, agressivas e radicais.
Percebe-se que as atribuições da administração pública foram crescendo e abarcando quase
todas as esferas da sociedade organizada. Como resultado da democratização do Estado, a
administração pública ganhou novas e complexas atuações nas áreas da saúde, educação,
lazer, previdência social, relações de trabalho, criou-se uma quantidade infinita de setores
que exigem ampla fiscalização, intervenção e regulação.
Contudo, é inegável que a operação dos mecanismos da democracia provocou a redefinição
do papel do Estado na sociedade, tendo como resultado a ampliação de suas funções. Para
entender o processo de reforma do Estado basta pensar na pressão que operação do regime
democrático gera sobre a administração pública. Assim, percebe-se que o Estado está sendo
lapidado pela democratização.
Assim, aponta-se os princípios fundamentais passariam a ser: servir a cidadãos, não a
consumidores; visar o interesse público; dar precedência à cidadania e ao serviço público
sobre o empreendedorismo; pensar estrategicamente; agir democraticamente; reconhecer
importancia da accountability.
Servir em vez de dirigir. Dar valor às pessoas, não apenas à produtividade. Encontrar
valores compartilhados e interesses comuns por meio de um diálogo generalizado e
engajamento dos cidadãos. E desta forma, o próprio serviço público é visto como uma
extensão da cidadania, sendo motivado por um desejo de servir aos outros e de atingir
objetivos públicos.
Diferentemente do gerencialismo, moldado a partir de conceitos econômicos como o auto-
interesse, este conceito é formado sobre a idéia de administradores públicos a serviço de
cidadãos, procurando envolvê-los totalmente com quem servem.
Para esta proposta a Constituição de 1988 aponta para um Estado Social e Democrático de
Direito, que vai mais além, de caráter inovador, buscando traçar novos horizontes à
administração pública brasileira.
Entende-se que a administração pública democrática e participativa é o modelo mais
adequado que atenderá as necessidades da sociedade atual. Entende-se que a Constituição
de 1988, além de traçar rumos ao modelo de Estado e ao modelo de administração,
inaugura os novos direitos e, portanto novas políticas públicas para o Estado e a
coletividade.
1
2.5– Modelo de gestão alternativa
Outro modelo começa a aparecer nos debates e envolve, também, uma discussão sobre o
Estado e seu papel.
Resumidamente trata-se dos modelos de gestão alternativa, basicamente fundados na noção
crítica do que é desenvolvimento econômico. Para estes propositores o conceito de
desenvolvimento econômico e suas aplicações nas propostas estratégicas de governo não
foram suficientes para garantir o “desenvolvimento humano”. Nesta lógica
desenvolvimento econômico e desenvolvimento humano não são necessariamente
complementares.
Esta linha de propostas volta-se para a completa descentralização de governo, priorização
total da cidadania e do aspecto participativo da gestão pública, “desurbanização” e a busca
de alternativas não-industriais de sustentabilidade da sociedade, desindustrialização,
rediscussão das matrizes de transporte e energia, etc...mudando o eixo das funções de
estado e acabando por impactar o próprio modelo de gestão pública.
Este modelo já não pode ser considerado assunto apenas de piadas e tenderá a ter crescente
importância no debate.
2.9-Linhas principais.
Uma passada pelas propostas básicas do PPS para a gestão pública municipal.
ETAPA TRÊS
Formação de compromissos ligados aos principais pontos da GESTÃO PPS
3 – Focos principais
Os itens programáticos que devem estar presentes em todas as prefeituras ligadas ao PPS,
formando um “Pacto de Ação” das prefeituras e entre as prefeituras, tendo em vista projetos
comuns em micro e macro-regiões.
Antes de entrar no assunto propriamente dito é necessário desenvolver três considerações:
B) Localização
Esta é uma palavra necessária nesse contexto que abordaremos.
Definiremos como “localização” o processo de trazer para o município real todo o conjunto
de propostas.
Deve haver uma clara percepção de que cada item apresentado deverá ser pesado e avaliado
à luz das necessidades e demandas municipais. Alguns itens poderão ser mais importantes
em um dado município e não em outro.
Alguns poderão ter sido “resolvidos” e em outros estarem muito longe de uma “solução”.
Cada um sabe onde lhe dói o calo, como se diz. Caberá ao prefeito eleito e a sua equipe
saber especificar o que é aplicável e o que não é, o que ajuda e o que pode apenas
atrapalhar desviando o foco dos assuntos mais importantes.
Evidentemente será o planejamento estratégico que alinhará e hierarquizará as diversas
propostas, definindo metas, indicadores de controle, fontes de recursos etc...
C) Assuntos
Algumas propostas poderão aparecer repetidas em partes diferentes do texto. É natural que
certos problemas como educação, por sua prioridade, sejam elevados à categoria de
prioritários, forçando seu aparecimento em diversas situações.
Cada objetivo é vinculado à metas claras e objetivas. Cada meta é amarrada a um indicador
específico que possibilite a sua avaliação.
Metas Indicadores
1. Reduzir pela metade, até 1. Proporção da população que ganha menos de um
2015, a proporção da dólar PPC por dia
população com renda 2. Índice de hiato de pobreza (incidência x grau de
inferior a um dólar PPC por pobreza)
dia 3. Participação dos 20% mais pobres da população na
renda ou no consumo nacional
2. Reduzir pela metade, até 2015, 4. Prevalência de crianças (com menos de 5 anos)
a proporção da população que abaixo do peso
sofre de fome 5. Proporção da população que não atinge o nível
mínimo de crescimento dietético de calorias
Meta Indicadores
3. Garantir que, até 2015, 6. Taxa líquida de matrícula no ensino primário.
todas as crianças, de ambos 7. Proporção de alunos que iniciam o 1º e atingem o 5º
os sexos, terminem um ano.
ciclo completo de ensino 8. Taxa de alfabetização na faixa etária de 15 a 24 anos.
básico.
ODM (1990-2015) OBJETIVO 3:
Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Meta Indicadores
4. Eliminar a disparidade 9. Razão meninos/meninas no ensino básico, médio e
entre os sexos no ensino superior.
primário e secundário até 10. Razão entre mulheres e homens alfabetizados na faixa etária de
2005. 15 a 24 anos.
11. Percentagem de mulheres assalariadas no setor não-
agrícola.
12. Proporção de mulheres exercendo mandatos no
parlamento nacional.
Meta Indicadores
5. Reduzir em dois terços, 13. Taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos
até 2015, a mortalidade de 14. Taxa de mortalidade infantil
crianças menores de 5 15. Proporção de crianças de 1 ano vacinadas contra o
anos sarampo
Meta Indicadores
6. Reduzir em três quartos, até 2015, 16. Taxa de mortalidade materna.
a taxa de mortalidade materna. 17. Proporção de partos assistidos por
profissionais de saúde qualificados.
Metas Indicadores
7. Até 2015, ter 18. Taxa de prevalência de HIV/AIDS entre mulheres grávidas na faixa
etária de 15 a 24 anos.
detido e começado a 19. Utilização de anticoncepcionais.
reverter a 20. Número de crianças órfãs devido à AIDS
propagação do
HIV/AIDS.
8. Até 2015, ter 21. Taxas de prevalência e de mortalidade ligadas à malária.
detido e começado a 22. Proporção da população das zonas de risco que utilizam
reverter a meios de proteção e de tratamento eficazes contra a malária.
propagação da 23. Taxas de prevalência e de mortalidade ligadas à
malária e de outras tuberculose.
doenças. 24. Proporção de casos de tuberculose detectados e curados no
âmbito de tratamentos de curta duração sob vigilância direta.
Metas Indicadores
9. Integrar os princípios do 25. Proporção da área de terras cobertas por florestas.
desenvolvimento sustentável nas 26 Área de terras protegidas para manter a
políticas e programas nacionais e diversidade biológica.
reverter a perda de recursos 27. PIB por unidade de dispêndio de energia
ambientais até 2015. (como padrão para a eficiência energética).
28. Emissões de Dióxido de Carbono (per
capita) (Duas outras formas de medirs a poluição atmosférica:
destruição da Camada de Ozônio e a acumulação de gases
causadores do aquecimento global)
10. Reduzir à metade, até 2015, a 29. Proporção da população com acesso
proporção da população sem acesso sustentável a uma fonte de água tratada
sustentável à água potável segura.
11. Até 2020, ter alcançado uma 30. Proporção de pessoas com acesso a saúde
melhora significativa nas vidas de pública de qualidade
pelo menos 100 milhões de habitantes 31. Proporção de pessoas com acesso ao
de bairros degradados. direito de propriedade.(A separação entre urbano e rural
de vários dos indicadores acima talvez seja relevante para monitorar
o progresso na qualidade de vida dos habitantes das favelas)
Meta Indicador
12. Avançar no desenvolvimento de um [Alguns dos indicadores abaixo serão monitorados separadamente
sistema comercial e financeiro para os países menos desenvolvidos (PMD), África, países sem
acesso ao mar e pequenos Estados insulares em desenvolvimento]
aberto, baseado em regras, previsível e Ajuda Pública para o Desenvolvimento (ODA)
não-discriminatório. 32. Ajuda Pública para o Desenvolvimento
(Inclui um compromisso com a boa governança, o
desenvolvimento e a redução da pobreza) (APD) como porcentagem da renda nacional
bruta dos países doadores membros da
13. Atender as necessidades especiais OCDE/Comitê de Ajuda ao Desenvolvimento
dos países menos desenvolvidos - CAD (meta de 0,7% no total e 0,15% para os
(Inclui: regime isento de direitos e não sujeito a quotas para
as exportações dos países menos desenvolvidos; um
PMA).
programa reforçado de redução da dívida dos países pobres 33. Proporção de APD para serviços sociais
muito endividados (PPME) e anulação da dívida bilateral
oficial; e uma ajuda pública para o desenvolvimento mais
básicos (educação básica, cuidados de saúde
generosa aos países empenhados na luta contra a pobreza) primários, nutrição, água salubre e
saneamento).
34. Proporção da APD sem vínculo.
35. Proporção da APD para o meio ambiente
nos países insulares em desenvolvimento.
36. Proporção da APD para o setor de
transporte em países insulares.
Acesso a Mercados
37. Proporção das exportações (por valores e
excluindo armas) livres de taxas ou quotas.
38. Tarifas médias e quotas para produtos
agrícolas, têxteis e vestuários.
39. Subsídios agrícolas domésticos e para
exportações nos países da OCDE.
40. Proporção da APD para promover o
comércio.
14. Atender às necessidades especiais 35. Proporção da APD para o meio ambiente
dos países sem acesso ao mar e dos nos países insulares em desenvolvimento.
pequenos Estados insulares em 36. Proporção da APD para o setor de
desenvolvimento transporte em países insulares.
(Por meio do Programa de Ação para o Desenvolvimento
Sustentável dos Pequenos Estados Insulares em
Desenvolvimento e as conclusões da vigésima segunda
sessão extraordinária da Assembléia Geral)
O objetivo nº 8 é bastante amplo e deve ser encarado como uma tarefa do país, mas todos
os sete primeiros são perfeitamente compatíveis com a realidade municipal e podem ser
encarados como objetivos a ser considerados por todo e qualquer município brasileiro na
organização das estratégias de ação.
Muito do que está ai acima já foi assumido pelo governo brasileiro e está assimilado em
diversos programas e ações federais.
Focados na questão da superação da miséria, evidentemente os ODM não responderão por
todas as demandas sociais, mas certamente alcançá-los será um fator de extrema
relevância, gerando externalidades positivas. De outro lado, municípios que já tenham
alcançado ou superado as metas traçadas não estão impedidos de alcançar outras mais
ambiciosas.
Atualmente o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento- vem
atuando no sentido de criar uma “Agenda Municipal” para os ODM’s e já tem elaborado
um roteiro, o Programa de Gestão Municipal para os ODM’s”. Este roteiro será estudado
em um seminário separado, mas adiantamos tratar-se de um trabalho voltado para o que se
define como um Estudo de localização dos ODM’s”, entendido aqui o termo “localização”
como “trazer para a realidade local”.
3.1.2 – Agenda 21
A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por
organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as
áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente
tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século
XXI, cujo alicerce é a sinergia da sustentabilidade ambiental, social e econômica,
perpassando em todas as suas ações propostas.
Além da Agenda 21, resultaram desse mesmo processo quatro outros acordos: a Declaração
do Rio, a Declaração de Princípios sobre o Uso das Florestas, a Convenção sobre a
Diversidade Biológica e a Convenção sobre Mudanças Climáticas.
Agenda 21 brasileira
(texto reduzido e adaptado- retirado do site da “Rede Agenda 21”)
Entender que o processo é tão importante como o produto. Os maiores ganhos virão das
novas formas de cooperação e diálogo entre atores sociais, eficiência e eficácia dos
resultados pretendidos;
B. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
A idéia de agricultura sustentável revela a insatisfação atual e o desejo social de novas
práticas que conservem os recursos naturais e forneçam produtos mais saudáveis, sem
comprometer os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar. Resultado de
emergentes pressões sociais por uma agricultura que não prejudique o meio ambiente e a
saúde.
Cerrados
Os cerrados ocupam 1/4 do território brasileiro, mais de 200 milhões de hectares. Do total,
155 milhões estão no planalto Central e 38,8 milhões de hectares no Nordeste, dos quais a
maior parte (30,3 milhões) na região Meio Norte: 43,3 % da superfície do Maranhão é
composta de cerrado e 64,7 % da do Piauí. Existem áreas de cerrado em Rondônia,
Roraima, Amapá, Pará e São Paulo.
O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (depois da Amazônia) e concentra nada
menos que 1/3 da biodiversidade nacional e 5 % da flora e da fauna mundiais.
Floresta Amazônica
A Amazônia possui, basicamente, quatro tipos de cobertura vegetal:
floresta densa, que abrange 49 % da superfície regional;
floresta aberta, com 27 %;
cerrado, que ocupa 17 % da área total;
4. campos naturais, abrangendo em torno de 7 % da região. Cerca de 88 % dos solos da
Amazônia são de baixa fertilidade. Os solos férteis somam 50 milhões de hectares.
No conjunto, a Amazônia é a maior reserva de diversidade biológica no mundo. Contém 1/5
da água doce disponível e 1/3 das florestas latifoliadas. Estima-se que a região detém pelo
menos a metade de todas as espécies vivas do planeta.
Amazônia, além da diversidade de ecossistemas, tem áreas de intensa ocupação e cidades
de porte considerável em seu interior, bem como áreas literalmente isoladas e outras ainda
caracterizadas por forte infra-estrutura.
.
Agricultura sustentável: consolidação das ações propostas
Novos mecanismos de articulação entre sociedade civil e governo e valorizar os já
existentes (comitês de bacias, conselhos municipais, Agenda 21 Local) com a redefinição
dos conselhos de desenvolvimento rural para conselhos municipais de desenvolvimento
rural sustentável:
Fortalecer a agricultura familiar diante dos desafios da sustentabilidade agrícola
Adotar as bacias hidrográficas como unidades de planejamento e gestão ambiental;
Promover a realização de zoneamentos agroecológicos;
Criar comissão com a participação dos segmentos interessados para estudar o
aperfeiçoamento do Código Florestal, com objetivo de definir parâmetros adequados ao
estabelecimento de áreas de preservação permanente;
Identificar as fontes de recursos para recomposição de reservas florestais (cobrança pelo
uso da água e incentivos fiscais) com controle da aplicação dos recursos pela sociedade
organizada;
Estimular a recuperação e reabilitação das áreas degradadas;
Promover a integração de políticas agrícolas e ambientais nos planos nacional, regional e
local, sem comprometer as especificidades culturais da população;
Catalogar plantas nativas úteis, estimular sua produção e uso das mesmas, com a devida
patente nacional, para fins comestíveis, medicinais, industriais, paisagísticos e outros;
Desenvolver tecnologias e práticas de produção agrícola que aumente a produtividade e
evite a degradação da diversidade biológica.
Estimular as avaliações prévias e posteriores dos impactos sobre a biodiversidade causados
por projetos de desenvolvimento agrícola (EIA/RIMA para a agricultura);
Viabilizar a implantação das unidades de conservação em quantidade e extensão adequadas
à conservação da biodiversidade, criando mecanismos de regularização fundiária,
implementando planos de gestão de acordo com a legislação e prevendo o aporte de
recursos.
Definir e implementar política para uso de terras de várzea, principalmente na Amazônia,
com objetivo de preservar lagos, rios e igarapés das regiões brasileiras.
C. CIDADES SUSTENTÁVEIS
Objetivos e premissas de uma agenda para a sustentabilidade das cidades
Esse tema incorpora os principais objetivos da Agenda 21 Global e a Agenda Hábitat.
A problemática social e a problemática ambiental urbana são indissociáveis. A
sustentabilidade das cidades tem que ser situada na conjuntura e dentro das opções de
desenvolvimento nacional. A sua viabilidade depende das estratégias de promoção da
sustentabilidade integrarem os planos, projetos e ações governamentais de
desenvolvimento urbano, nos quais políticas federais têm o papel indutor fundamental na
promoção do desenvolvimento sustentável.
A chamada sustentabilidade das cidades depende do cumprimento de agenda específica. A
Agenda Marrom preocupa-se com a melhoria da qualidade sanitário ambiental das
populações urbanas. No Brasil, a pauta tem especial significado e o principal indicador de
progresso que podemos utilizar é a universalização dos serviços de saneamento ambiental
nas cidades brasileiras.
1. A integração regional
O desenvolvimento econômico tendeu até aqui à concentração, porque a proximidade dos
serviços diminui custos produtivos. No Brasil essa foi uma tendência clara da dinâmica de
crescimento, com forte processo de polarização nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
No pico da concentração, por volta de 1970, dois estados, com apenas 3,5 % da área do
país, participavam com 55 % do PIB e 30 % de sua população.
2. A situação da infra-estrutura
O processo de privatização dos serviços de infra-estrutura introduziu uma nova
racionalidade nas decisões de investimento, que passam a ser orientadas por critérios de
rentabilidade privada quando essas decisões de investimento na infra-estrutura têm
conseqüências de longo prazo, tanto no que se refere ao uso dos recursos naturais quanto no
que concerne ao desenvolvimento regional.
3. A questão da energia
A matriz energética brasileira caracteriza-se por considerável nível de perdas entre etapa de
geração e consumo final, o que reduz a quantidade de energia útil efetivamente à disposição
da sociedade.
No campo da eficiência no setor do petróleo, existe Programa de Conservação de Petróleo,
que visa racionalizar uso dos derivados de petróleo e gás natural. Programa tem como meta
reduzir em 25 % o consumo desses derivados, num prazo de 20 anos, pelo aumento do uso
eficiente.
4. A questão dos transportes
4.1. O transporte rodoviário de cargas
Setor rodoviário contribui para o aumento da renda regional, produz degradação direta e
indireta do meio ambiente.
4.2. O transporte ferroviário
O setor ferroviário encontra-se em fase de reestruturação, em função, sobretudo, da
privatização da malha brasileira. Os primeiros balanços da privatização mostram que quase
todas as concessionárias não cumpriram as metas estabelecidas.
4.3. O transporte fluvial
As hidrovias brasileiras cumprem papel marginal na matriz de transporte, o que
corresponde a cerca de 2 % do mercado, concentrando-se na bacia amazônica, Lagoa dos
Patos e, mais recentemente, na bacia do Prata. A pequena participação se deve ao fato de
que, em geral, as vias fluviais brasileiras não correspondem às principais correntes de
comércio doméstico.
4.4. Os portos e a cabotagem
A participação dos portos nos fluxos do comércio externo é quase absoluta: 97 % para
importações e 95 % para exportações. Destaca-se o predomínio da navegação de longo
curso, determinada pelo comércio exterior brasileiro, que responde por dois terços da
demanda por serviços portuários.
4.5. O transporte intermodal
O gasto anual com transporte de carga no Brasil chega a US$ 70 bilhões. Os fluxos chegam
a mais de 200 milhões de toneladas por ano. Mais de 80 % do comércio interestadual
realiza-se ao longo de extenso eixo Norte/Sul.
O transporte de cargas no Brasil, apresenta baixo quociente do valor de mercadoria/frete e
percorre longas distâncias.
4.6. O transporte urbano
A situação da grande maioria das cidades de porte, no Brasil e no mundo, vivem o caos. Em
função da concentração excessiva, geram-se situações que têm levado pessoas e empresas a
migrarem para centros urbanos de menor porte. O transporte urbano tornou-se gerador de
problemas, com sistemas funcionando de forma ineficiente, prestando serviços inadequados
e com alto custo.
5. A questão das comunicações
No setor das comunicações, a questão da sustentabilidade vincula-se ao processo de
reestruturação decorrente da privatização. O risco da formação de oligopólios reforça a
necessidade de regulação.
6. A questão do saneamento
Os índices de atendimento da população por serviços de saneamento no Brasil ainda estão
muito aquém do desejável. Segundo dados da PNAD de 1997, dos 40,6 milhões de
domicílios brasileiros, 22,3 % não são atendidos por rede de água, 57,1% não possuem
esgotamento sanitário e 23,7 % não têm coleta de lixo. Menos de 5 % dos esgotos recebem
algum tipo de tratamento.
7. Infra-estrutura e integração regional: consolidação das ações propostas
Definir Estado como um promotor de ações de infra-estrutura nas regiões periféricas,
visando à integração nacional, redução das desigualdades regionais e sociais, propiciando a
convergência entre a ótica pública e privada na avaliação de projetos e decisão de
investimento.
Criar metodologia adequada às características de cada região, para definição das parcerias
entre capital privado e público, transferindo experiência desenvolvida nos diferentes setores
de infra-estrutura em estágios diversos de regulação.
relativas ao meio ambiente.
Aperfeiçoar a qualidade dos estudos de impacto ambiental
Programa de educação ambiental e mobilização social contínua, visando informar e
sensibilizar a população, promovendo o envolvimento da sociedade na gestão dos resíduos
sólidos.
Promover a revisão da legislação com ações corretivas relativas ao uso e parcelamento do
solo, contemplando critérios técnicos adequados relacionados à impermeabilização e à
utilização de áreas de preservação permanente.
2. O papel do Estado
O Estado brasileiro ocupa posição nuclear na promoção de políticas nacionais de
desenvolvimento. Por isso mesmo, o gerenciamento das escolhas tecnológicas implicadas
nos processos produtivos é um problema de política pública de ciência e tecnologia para o
desenvolvimento sustentável.
O Estado não pode abrir mão do papel regulador das relações sociais e econômicas, nem
deixar de atuar para corrigir desigualdades e prover necessidades fundamentais dos setores
mais necessitados.
3. A construção do conhecimento
A ciência brasileira terá de construir tecnologias limpas adequadas ao seu desenvolvimento,
com os indicadores ambientais para acompanhar sua evolução; sistema de contabilidade
ambiental capaz de apontar custos a serem apropriados em todas as atividades e projetos.
A estratégia é construir uma ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável na
medida que descobertas científicas e tecnológicas devem ser encaradas como vetores de
renovação de processos produtivos, em favor do desenvolvimento sustentável.
3.2.10-Creches comunitárias.
Dentro da questão da mulher é de extrema importância, nos municípios que não possam
oferecer educação pré-escolar e escolar em horário integral, a criação de redes de creches
comunitárias que possam, em sistema de horário integral, recepcionar os filhos das
mulheres trabalhadoras. São programas de relação custo-benefício muito baixa.
3.2.11-O regionalismo, micro e macro.
Finalmente, a questão a considerar é a necessidade de não reduzir às fronteiras de um
município os processos de transformação da gestão municipal. O planejamento estratégico
tem que levar em conta a necessidade de criar pactos de ação com as prefeituras dos
municípios limófores e com as prefeituras da mesma macro região. Com efeito boa parte
dos problemas não é típico de apenas um dado município e tem soluções melhores quando
tratado pelo conjunto. Por este aspecto é importante estarmos atentos para a formação de
lideranças regionais.
3.3 – Debate sobre as revisões que deveriam ser desenvolvidas pelas prefeituras
As revisões estruturais e institucionais que devem ser realizadas em nossas prefeituras.
3.3.1-Revisão administrativa: prefeituras comunitárias
3.3.2-Revisão orçamentária: orçamento participativo
3.3.3-Revisão do PDOT
3.3.4-Revisão da Agenda 21
3.3.5-Revisão dos Conselhos Paritários Municipais
ETAPA QUATRO
Introdução
Fatores como expansão demográfica, envelhecimento da população, urbanização, busca por
melhor qualidade de vida, são potentes elementos de pressão por maiores e melhores
serviços públicos.
Ao mesmo tempo que pressionam o gasto público, podem ser difusos exigir do gestor
escolhas difíceis, frente à sempre permanente escassez de recursos orçamentários. Estas
escolhas podem ser futuramente balizadas e levadas à prática por eficientes instrumentos de
planejamento e gestão, mas, antes de tudo, é fundamental que o gestor possa “medir” onde
está para saber para onde vai.
Muito sinteticamente este é o papel dos indicadores na gestão pública: estabelecer termos
possíveis de comparação em diferentes momentos do tempo, para fornecer ao gestor
público elementos confiáveis que orientem as tomadas de decisão.
PÓS-CURSO