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VIAJANDO ATRAVÉS DA ATMOSFERA

Talaia, M.A.R.
Departamento de Física, Universidade de Aveiro, AVEIRO

SUMÁRIO
O progresso do conhecimento da atmosfera tem fascinado o
homem ao longo dos séculos. O tema envolve, no geral, o cidadão
na sua vida quotidiana. Por exemplo, todos estão interessados em
saber se na altura de gozar férias faz bom ou mau tempo (!). Por
conseguinte, o tema quando leccionado pode despertar nos alunos
o interesse pela meteorologia.
Estudar a estrutura da atmosfera para camadas afastadas da
superfície terrestre é algo fascinante e motivador. Um dos
processos usados é através de radiossondagens.
O objectivo deste trabalho é envolver os professores nos assuntos
da área da Atmosfera.
Este trabalho convida-o a viajar através da atmosfera até cerca de
16000 metros de altitude (inclui a Troposfera) acompanhando uma
sonda que é ligada a um balão cheio com hélio, a que vulgarmente
é chamada radiossondagem.
Para a aquisição dos dados meteorológicos, foram usados um
computador pessoal onde foi instalado um programa elaborado
para o efeito, uma interface de aquisição de dados ADAS AIR-3A
(Atmospheric Data Acquisition System), uma antena de radio
(frequência de 403.5 MHz), uma sonda aerodinâmica AS-1A-PTH
ligada por um fio a um balão e um teodolito (segue o balão para
registo da direcção e velocidade do vento).
Individualmente as radiossondagens são o ponto de partida na
previsão de alguns factores meteorológicos locais.

RADIOSSONDAGEM
As radiossondagens ajudam a compreender a estrutura da
atmosfera e constituem a principal fonte de perfis verticais de
dados meteorológicos atmosféricos. As medições efectuadas numa

1
radiossondagem disponibilizam informações necessárias à análise
do tempo, previsão e alerta de condições meteorológicas adversas.
Este trabalho apresenta duas radiossondagens realizadas em duas
regiões diferentes, nomeadamente Aveiro e Lisboa.
A Figura 1 mostra a preparação de um lançamento e a Figura 2
mostra uma “radiossondagem” em curso.
Durante a aquisição de dados é possível acompanhar visualmente,
no écran do monitor do computador, em tempo real, os elementos
meteorológicos previamente seleccionados. O Quadro 1 mostra
alguns dados registados para Aveiro e Lisboa durante o início das
radiossondagens.
Quadro 1 – Visualização dos dados registados (Aveiro e Lisboa)
ETIME PHT=M MR=GM PR=MB DT=DC WT=DC
659 24 9.93 1017.5 22.4 17.2
723 20 9.96 1018.0 21.4 16.8
746 23 9.69 1017.6 20.2 16.2
809 23 10.17 1017.6 19.7 16.4
833 112 9.95 1007.1 17.4 15.2
856 236 9.78 992.6 16.1 14.5
920 368 9.83 977.2 15.0 13.9
tempo altura (m) P (mbar) T (ºC) HR Td (ºC) Rumo vento Vel. vento
0 104 1008.9 29.5 39 14.1 40 1.1
2 139 1004.9 27.1 33 9.5 41 1.2
4 147 1003.9 27.0 33 9.4 41 1.3
6 156 1002.9 26.9 34 9.8 42 1.3
8 162 1002.2 26.8 34 9.7 42 1.4
10 169 1001.4 26.7 34 9.6 42 1.4
12 177 1000.4 26.6 34 9.5 43 1.4
14 188 999.2 26.5 34 9.4 43 1.5
16 197 998.3 26.4 34 9.3 44 1.5
18 208 997.0 26.4 35 9.8 44 1.6

Os dados meteorológicos enviados pelos sensores da sonda são


gravados no disco do computador para posterior análise (foi usado
durante a radiossondagem um programa específico, chamado “PC-
Talk.exe”).

2
As radiossondagens foram registadas até 16000 metros de altitude.
No geral, os resultados obtidos a partir de radiossondagens têm
aplicabilidade directa na análise da estrutura vertical da atmosfera
(uso de diagramas termodinâmicos), cartas meteorológicas (para
diferentes níveis de pressão), cartas sinópticos; nas condições
fronteira para modelos de previsão numéricos regionais e globais;
nos modelos de dispersão de poluentes atmosféricos; na validação
de dados meteorológicos registados via satélite e na investigação e
estudo de impacto ambiental.
As Figuras 3 e 4 mostram a localização de estações meteorológicas
(GCOS sistemas de observação climática global). A Figura 5
mostra locais e o número total de observações realizadas (Terra e
mar - inclui plataformas e navios).
A Figura 6 mostra satélites meteorológicos usados na observação
de dados atmosféricos. Os satélites geostacionários (inclui o
METEOSAT) cobrem uma determinada área do disco visível da
Terra, contudo só uma parte das medições registadas são usadas
pelos analistas.
A Figura 7 mostra a variação da temperatura do ar com a altitude
para a região de Aveiro e Lisboa. O gradiente vertical real da
temperatura para Aveiro foi determinado usando uma recta de
ajuste (método dos desvios mínimos quadrados). O valor de
6.44 º/km para o gradiente de temperatura calculado para a região
de Aveiro está de acordo com a literatura disponível (McIntosh and
Thom, 1981) afirmam ser aceitável um valor entre 6 a 7 º/km até
ao limite da Troposfera, em média até cerca de 12000 metros).
A Figura 8 mostra a variação da pressão com a altitude para Aveiro
e Lisboa. Na figura também se mostra a previsão da variação da
pressão com a altitude (linha amarela) quando se usa o gradiente
real Γ, determinado a partir da radiossondagem de Aveiro. O valor
para a pressão a determinado nível é dado por
g
⎛ ΓZ ⎞ ΓRd
p = p0 ⎜⎜1 − ⎟⎟ (1)
⎝ T0 ⎠

3
em que Rd = (R M ) com R = 8314 J.kmol-1.K-1 e
M = 28.964 kg.kmol-1 (valor assumido até cerca de 100 km de
altitude).
A observação do gráfico da Figura 8 indica haver um excelente
acordo entre a previsão dada pela equação (1) e os dados
experimentais.
As Figuras 9 à 11 apenas são apresentadas para mostrar como
diferentes elementos variam com a altitude.
A observação cuidada da Figura 7 mostra a existência de inversões
de temperatura. Em Aveiro a inversão parece acontecer
aproximadamente nos 400 metros acima da superfície terrestre
enquanto que em Lisboa aproximadamente nos 3000 metros.
Acima dos 3000 metros de altitude a análise do gráfico parece
sugerir que a estrutura vertical da atmosfera para Aveiro e Lisboa
são semelhantes. A Tropopausa (limite de separação entre a
Troposfera e a Estratosfera) parece situar-se nos 12600 metros para
a região de Aveiro e 13000 metros para a região de Lisboa.

4
Figura 1 – Preparação do lançamento do balão

Figura 2 – A sonda viajando através da atmosfera

5
Figura 3 – Estações meteorológicas de superfície (no mar e Terra)

Figura 4 – Estações meteorológicas usadas na observação da estrutura


vertical da atmosfera

6
Figura 5 – Radiossondagens realizadas (Terra e mar)

7
Figura 6 –Satélites meteorológicos

16000
Dados experimentais: Lisboa
14000
Dados experimentais: Aveiro
12000

10000
Altitude (m)

8000

6000

4000

2000

0
-80 -60 -40 -20 0 20 40
Temperatura do ar (ºC)

Figura 7 –Variação da temperatura com a altitude (Aveiro e Lisboa)

8
16000
Dados experimentais: Lisboa
Dados experimentais: Aveiro
14000
Equação (1)

12000

10000
Altitude (m)

8000

6000

4000

2000

0
0 150 300 450 600 750 900 1050
Pressão (hPa)

Figura 8 –Variação da pressão com a altitude


16000

14000 Dados experimentais: Aveiro

12000
Altitude (m)

10000

8000

6000

4000

2000

0
0 2 4 6 8 10 12
Razão de mistura (g/kg)

Figura 9 –Variação da razão de mistura. Radiossondagem realizada em


Aveiro

9
18000
16000 Dados experimentais: Lisboa
14000
12000
Altitude (m)

10000
8000
6000
4000
2000
0
0 5 10 15 20 25
Velocidade do vento (m/s)

Figura 10 –Variação da velocidade do vento com a altitude

16000

14000 Dados experimentais: Lisboa

12000

10000
Altitude (m)

8000

6000

4000

2000

0
0 30 60 90 120 150 180 210 240 270 300 330 360
Rumo do vento

Figura 11 –Variação do rumo do vento com a altitude

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