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Presidente da Assembleia da República
Exmo. Sr. Primeiro Ministro
Exma. Sra. Ministra da Educação
Exmo.Sr.Presidente do Conselho Executivo
Exmos.Srs.Coordenadores de Departamento
Exma. Comissão de Avaliação
assinados, vêm, por este meio, tomar posição no que respeita à situação que
passam a expor.
Não é possível pensar a acção educativa sem conceber a sua avaliação,
quer se trate dos alunos, dos docentes ou, de um modo geral, de todos os
profissionais envolvidos no fenómeno do ensino e da aprendizagem. Como
qualquer actividade humana, a educação está sujeita às mudanças que se vão
conceito de avaliação, bem como os instrumentos pelos quais esta se actualiza,
devem ser continuamente revistos, numa perspectiva formativa, construtiva, de
modo a poder dar uma resposta adequada às exigências que as sociedades
modernas hoje nos colocam em termos dos padrões de conhecimento.
Avaliar e ser avaliado sempre foram dois aspectos indissociáveis da
educativas, a avaliação foi um direito que, de alguma maneira, foi negado aos
professores, na medida em que todo o empenho, profissionalismo, dedicação e
qualidade científica que muitos deles sempre puseram no seu trabalho foram
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submersos na mediania igualitária – não necessariamente justa – de uma
menção de Satisfaz.
digna desse nome provoca sempre alguma instabilidade, encontra resistências,
causa apreensões. Daí a necessidade e a importância de debater as questões
perceber a fundamentação dos pressupostos e operacionalizar os modos da sua
articulação à prática.
Numa altura em que o modelo de avaliação de desempenho do pessoal
docente está a ser posto em prática à revelia de toda uma classe, não porque os
construtiva, não burocrática, que não perca de vista o objectivo principal da
acção educativa – os alunos e as suas aprendizagens e que não transfira para
os profissionais do sistema o ónus das fraquezas desse mesmo sistema, urge
PARAR PARA REFLECTIR.
Está claro para a classe docente que este modelo de avaliação é um
quantidade de árvores que vai ser necessário abater para produzir pasta de
comporta e obriga – que obriga os professores a desdobraremse em múltiplas
tarefas cuja finalidade não está sob a sua alçada mas pertence,
definitivamente, à esfera do governo que para tal foi democraticamente eleito
pelos cidadãos aos quais prometeu as metas que agora tenta, por decreto,
afectar aos professores.
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É óbvio para qualquer pessoa e, principalmente, para aqueles que
vivem, por dentro, a realidade de uma escola ou tutelam essa realidade, que o
responsabilidade dos docentes, enquanto indivíduos, mas da escola como
um todo e do sistema educativo em que se alicerça.
Também o professor não está no terreno a defender pontos de vista
esgotase no cumprimento dos programas e dos curricula delineados pelo
Ministério da Educação. Logo, não lhe cabe a ele definir objectivos. Os
objectivos de todos os docentes estão definidos, à partida, são comuns a todos
Porém, não está na sua mão garantir resultados. Há todo um conjunto de
factores como o meio onde a escola está inserida, a situação sócio económica
dos agregados familiares, a cultura de hábitos de trabalho ou a ausência dela, a
falta de expectativas de alunos e encarregados de educação, o papel atribuído
à escola na formação dos jovens, vista por alguns como um espaço natural de
aquisição de competências e saberes e por muitos como o local onde deixar as
crianças e os jovens durante as horas de expediente que não dependem do
professor mas são resultado de anteriores políticas educativas e económicas e
de que todos, professores, alunos e a sociedade em geral, sofremos os efeitos.
Estes factores suscitam, igualmente, outras tantas questões:
implementação das várias políticas educativas de sucessivos governos.
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Porquê, agora, imputar aos professores a responsabilidade dos erros
dessas mesmas políticas?
2. Por que motivo a “culpa”, nas palavras da Senhora Ministra, do
insucesso dos alunos tem de ser, necessária e exclusivamente, atribuída
aos professores?
3. Que responsabilidade têm os professores na decisão de algumas
famílias de retirarem os jovens da escola para, assim, poderem fazer
face a uma situação económica desfavorável?
4. Por que razão os professores têm de se comprometer, no início de cada
ano lectivo, com metas que, desde logo, não dependem só de si, como a
melhoria dos resultados dos alunos e a diminuição da taxa de abandono
escolar?
5. Numa lógica empresarial de desempenho por objectivos, como se
depreende dos diplomas emanados do Ministério da Educação, estando
envolvidas no processo três entidades distintas – professores, alunos e
encarregados de educação – por que motivo só aos primeiros se exige
deveres e se cobra resultados?
6. Qual a justiça de um modelo de avaliação de desempenho, ADD, que
inúmeras horas, para além das 35 consagradas nos seus horários, em
investigação, outras, que não são contabilizadas, ou sequer pagas, mas
que contribuem, perversamente, para a sua avaliação?
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7. Qual a lógica de um modelo de avaliação docente que:
. avalia do mesmo modo professores em início, meio e final de carreira?
. não respeita a especificidade da área de especialização de cada docente?
professores?
preparação de aulas, formação profissional , etc. – ou o seu investimento em
formação póslicenciatura?
. não dá formação, ou fálo tardiamente, e apenas a alguns, dos intervenientes
no processo?
. impõe quotas quanto à atribuição das menções qualitativas, de acordo com o
despacho 20131/2008, condicionando, à partida, os resultados da avaliação e
comprometendo a sua imparcialidade?
Num processo normal, bem pensado, bem planeado e minimamente
credível, deveria ter havido um tempo previamente estabelecido para reflexão
enquadramento legal bem como dos instrumentos que a servem. Tal não
aconteceu e o processo foi imposto unilateralmente.
dandolhe sentido, credibilidade e eficácia e reparando as injustiças que os
diplomas legais impostos pelo Ministério da Educação consagram.
(adaptação do texto produzido pelos colegas da Escola Secundária /3 Camilo Castelo
Branco, de Vila Real)
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