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APRESENTAÇÃO 17
ISLÂNDIA
Europa de 1945
FINLÂNDIA
NORUEGA
SUÉCIA
DINAMARCA
IRLANDA URSS
REINO
UNIDO
HOLANDA RDA
POLÓNIA
BÉLGICA
RFA
LUXEMBURGO
CHECOSLOVÁQUIA
ROMÉNIA
ANDORRA JUGOSLÁVIA
ITÁLIA
PORTUGAL
BULGÁRIA
ESPANHA
ALBÂNIA
GRÉCIA
MALTA
Portugal é membro da UE desde 1 de Junho de 1986 e, tal Desde o Tratado de Roma, foi garantida a livre circulação
como os outros Estados-membros, beneficiou largamente dos trabalhadores europeus e dos capitais, com a liberdade de
dos diversos Fundos Comunitários atribuídos, que propor- prestação de serviços e o direito de estabelecimento profissio-
cionaram grandes melhorias em todos os aspectos da vida nal; o Tratado de Maastricht manteve estes direitos dos cida-
nacional; contudo, não conseguiu sair de uma posição de dãos, confirmados em Nice, com a Carta dos Direitos Funda-
atraso relativamente a outros parceiros. Uma das razões pode mentais da UE.
ser encontrada no nível, ainda hoje, baixo de educação, tanto Dez anos após o Tratado de Maastricht, em 1 de Janeiro de
sob o ponto de vista quantitativo como qualificativo, da sua 2002, mais de 300 milhões de europeus começaram a usar uma
população; por isso urge que as entidades responsáveis insis- moeda única, que não só concorreu para estreitar a união eco-
tam na necessidade de fortalecer este factor, de modo a que a nómica da Europa, como deu aos cidadãos um sentimento de
posição portuguesa seja melhorada no mais curto espaço de participação numa entidade europeia comum. Mas, para que
tempo. haja a sensação de ‘ser europeu’ não se pode focar apenas o
tema ‘economia’: é indispensável realçar o da ‘cultura’. Por isso,
entre as primeiras séries de Programas para a Europa foi dada
atenção aos Programas educacionais e culturais: Erasmus, pro-
3
10 km2 Milhões hab/km2
379,5
478,0
82,5
3 154
339,3
544
59,6
59,3
505
57,3
243,3
231,2
411
190,2
40,7
357
173,4
305
301
124,9
244
120,3
113,2
109,6
96,2
83,7
80,6
16,2
132
56,4
11,0
10,4
10,4
92
8,9
84
8,1
21,8
70
17,1
5,4
5,2
4,0
43
34
31
0,4
3
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
% do PIB
Milhões
3,5
Comércio
15,0
3,0
Educação
14,5
74,3
2,5 Governo
11,9
2,0
9,0
7,8
1,5
1,0
3,2
2,2
2,1
2,0
1,9
0,5
1,5
1,2
1,0
1,0
0,07
0,0
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
10 559
7 805
7 464
7 392
7 329
7 266
7 065
6 888
27 500
26 900
26 500
26 100
6 405
6 186
6 181
25 000
24 800
24 600
24 500
24 300
23 500
23 400
23 400
5 622
19 700
16 500
3 971
15 700
3 875
3 867
3 644
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
Uma prioridade na UE é o investimento na educação e na das o nível de vida é ainda muito diferenciado de país para país,
investigação científica, para reforço da sua competitividade e mesmo de região para região. O mesmo acontece com a taxa de
para dar aos europeus ‘as capacidades necessárias’ a uma vida desemprego, além disso também muito desigual entre homens
melhor no século XXI; e como os jovens compreendem cada e mulheres; em todo o caso, na Primavera de 2002 mais de 64%
vez mais o valor da obtenção de melhores qualificações, o das ‘pessoas em idade de trabalhar’ tinham emprego e havia
número de estudantes, principalmente no ensino superior, mais 1,7 milhões de empregos do que na Primavera anterior. E
tem vindo a crescer; mesmo o grupo feminino, cujas possibi- para que a Europa possa ser ‘tão competitiva quanto possível’
lidades eram inferiores às dos homens, já os alcançou ou, com o resto do mundo, e apoiar os reformados de amanhã,
mesmo, ultrapassou. Só o programa Erasmus, desde o seu necessita que a sua população trabalhadora aumente, o que se
início, em 1987, já contribuiu para a possibilidade de mais de admite só ser possível favorecendo mais flexibilidade no merca-
um milhão de estudantes prosseguirem total ou parcialmen- do de trabalho, atraindo mais mulheres para ele, promovendo o
te cursos em países europeus que não o seu. trabalho a tempo parcial e atrasando a idade da reforma – quase
O modelo social europeu assume diferentes formas conso- tudo orientações nada fáceis de concretizar.
ante os países, mas todos eles desejam ‘sociedades justas e soli-
dárias’; por isso foram instituídos os fundos estruturais com o fim
de reduzir as diferenças de nível de vida entre as regiões, aju- Desenvolvimento tecnológico
dando a desenvolver as economias das mais pobres e se “procu- e nível de vida
ra redistribuir a riqueza através de pagamentos na forma de
benefícios sociais concebidos para reduzir a diferença entre ricos e O desenvolvimento tecnológico, que está guiando o mun-
pobres e proteger os membros vulneráveis da sociedade, como do para a sociedade de informação/conhecimento, está cada
os doentes, os idosos e os desempregados”. Apesar destas medi- vez mais ao alcance dos jovens, e pode contribuir largamente
Mulher
%
16,3
215 648
Homem
76,4
14,3
74,5
74,0
71,5
11,8
69,1
68,6
68,2
147 261
10,5
132 426
765 589
65,4
65,0
64,2
9,5
9,4
63,6
9,0
8,9
8,9
62,9
8,7
8,2
8,2
98 763
59,7
7,3
7,2
7,2
6,9
58,4
6,1
56,9
5,7
5,6
5,6
5,4
55,4
5,0
5,0
48 710
4,8
4,7
4,5
4,4
4,1
4,1
31 409
3,7
3,4
22 322
21 538
19 622
2,6
19 015
18 905
13 106
-21 109
-5 714
3 687
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
Computadores por 100 habitantes, 2001 Telemóveis por 100 habitantes, 2002 Exportações para a UE no total
da exportação, 2001
86,9
%
80,1
78,7
106
94
74,8
62
71,4
89
87
85
56
83
83
83
65,7
82
63,0
79
79
61,8
61,5
60,8
76
74
57,5
72
55,1
54,6
53,8
53,7
45
45
65
43
43
64
39
37
36
41,0
35
35
34
49
31
30
22
20
17
UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE EUA JAP ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE EUA JAP UE-15 ALE AUS BEL DIN ESP FIN FRA GRE HOL IRL ITA LUX POR RU SUE
para estes desígnios; por exemplo, se em 1990 só 1 em 100 Energia: a maior fragilidade da UE
pessoas (na UE-15) usava telemóvel, em 2002 já esse número
tinha crescido cerca de 78% e um ano mais tarde atingia os A Europa, pela enorme falta de energia própria, é muito vul-
80%, colocando a Europa à frente dos Estados Unidos da nerável às crises políticas internacionais que envolvam países
América e do Japão, “em parte porque os países europeus lide- exportadores de petróleo, pois só dois dos seus países (Dina-
ram na tecnologia do fabrico destes telefones”. E todos sabem marca e Reino Unido) produzem e exportam este bem, graças
como este meio de comunicação veio aproximar o mundo em às reservas de petróleo e gás natural do Mar do Norte; mais de
todos os aspectos e é, por isso, fonte de enriquecimento. Os metade da energia consumida tem de ser importada, o que, alia-
computadores pessoais (PC) são outra destas fontes, nomeada- do às condicionantes do mercado, aumenta o seu custo; esta é
mente pelas possibilidades enormes dadas pela Internet; esta, uma das razões porque em quase todos os países se trabalha
embora a sua utilização possa – e deva – ser uma chave para intensamente para desenvolver recursos próprios e alternativos
modernizar os sistemas educativos e criar empregos e o seu neste sector. Em Portugal, por exemplo, estão em curso progra-
uso esteja crescendo rapidamente, ainda não é tão popular mas de desenvolvimento para o uso mais amplo das energias
como nos Estados Unidos da América. Este sucesso pôde ser eólicas, minihídricas e geotérmicas. Outro benefício dos recur-
alcançado porque todos os cidadãos da UE-15 aumentaram o sos alternativos é a redução da queima de combustíveis fósseis,
seu nível de vida ao longo da última década; mas foram os que lança anidrido carbónico (CO2, ‘gás de estufa’) para a atmos-
irlandeses que realizaram os maiores progressos. fera, o qual contribui para o aquecimento global que parece
Europa do alargamento
38,2
103km2
774,8
Milhões hab/km2
312,7
70,2
1 257,3
238,4
21,8
129,4
122,2
109,7
109,0
110,9
98,4
91,3
90,6
10,2
10,1
93,0
77,4
70,7
78,9
7,8
65,3
64,6
53,0
49,0
45,2
5,4
36,1
30,0
3,5
20,3
2,3
2,0
1,4
9,2
0,7
0,4
0,3
BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR
Desemprego, 2003 Telemóveis por 100 habitantes, 2002 Computadores por 100 habitantes, 2001
%
19,3
31
84
17,6
77
28
70
68
14,5
65
23
13,4
22
55
54
18
10,7
10,0
10,2
47
15
15
39
14
36
35
7,5
7,4
32
6,8
6,6
10
5,8
23
9
4,3
7
5
4
BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR UE 15 BUL CHI ESQ ESN EST HUN LET LIT MAL POL RCH ROM TUR
mesmo estar a atingir-nos. E como a poluição não reconhece conhecimento (...) capaz de um crescimento económico
fronteiras, é urgente a tomada de medidas colectivas para prote- sustentável com mais e melhores empregos e mais coesão
ger o ambiente, ajudando a contribuir para uma das maiores social” sendo necessário para tal “combinar a estratégia euro-
prioridades da UE, o desenvolvimento sustentável. peia com as políticas nacionais”.
Estas orientações originaram uma longa agenda, que veio
a ser conhecida como a Estratégia de Lisboa, e a realização de
Presidência portuguesa na UE Conselhos Europeus de Primavera, “momento anual de balanço
e impulso adicional desta estratégia” nomeadamente em
Portugal presidiu, no primeiro semestre do ano 2000, aos relação às questões económicas e sociais, o que lhes confere
destinos de uma ‘nova Europa’, ainda em alargamento. um papel muito importante de coordenação, avaliação, aná-
Em 23 e 24 de Março de esse ano realizou-se a Cimeira de lise e calendarização. A Estratégia de Lisboa foi a mais
Lisboa que fixou um objectivo estratégico para a UE a ser importante contribuição da presidência portuguesa de 2000
alcançado ao longo desta década: a definição de uma estraté- para o futuro da UE.
gia de desenvolvimento económico e social capaz de respon- O Conselho Europeu de Santa Maria da Feira, de 19 e 20 de Junho
der positivamente aos novos desafios da globalização, da de 2000, realizou “um primeiro balanço da execução da nova
mudança tecnológica e das alterações demográficas. Por estratégia” adoptada na Cimeira de Lisboa, três meses antes, mas
outras palavras, fazer da UE “uma economia baseada no o grande teste terá de se ir fazendo ao longo do decénio.
O alargamento da UE
Com o alargamento, no período de 2004/2007, a UE alcan- mudança”, veremos redesenhar novas fronteiras – geográfi-
ça uma oportunidade histórica – a quase unificação de um cas, políticas, culturais. A primeira legislatura do Parlamento
continente até há pouco muito dividido – e a criação de uma Europeu a ser eleita por sufrágio universal data de Julho de
“Europa democrática, pacífica e estável”. Este alargamento vai 1979, nele tendo tido assento 410 deputados; a partir desta
aumentar o espaço europeu em mais um milhão de quilóme- data o escrutínio passou a ser quinquenal e o número de
tros quadrados e criar “um mercado único de uns 500 milhões deputados foi aumentando à medida que a UE se alargou. Nas
de consumidores, com bom potencial de crescimento econó- eleições de Junho de 2004, os cidadãos da UE-25 elegeram 732
mico e prosperidade”. Com a entrada da Turquia, haveria um representantes, cabendo 24 a Portugal.
acréscimo extra de 70 milhões de habitantes. Portugal está, geográfica e culturalmente, bem posiciona-
A UE passou a ser constituída por 25 países-membros e do para enfrentar este jogo internacional, nomeadamente se
“finalmente conseguirá reconciliar a sua História com a sua voltar a integrar o mar que lhe faz face na sua estratégia de
Geografia”; com adicionais alargamentos da União Europeia, médio prazo; mas só o conseguirá com muito esforço e a boa
que constituem “uma parte do rápido e radical mundo em vontade de todos.