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Petição - Sugestão Impedir IPEA de Postular Intolerância Racial

Casa Civil da Presidência da República


Palácio do Planalto - 4º Andar
70150-900 - Brasília – DF
Carta Registrada RO554015642BR postada em 03/11/2008

Excelentíssimo Presidente da República Federativa do Brasil.

Com Base na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE


1988, TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, CAPÍTULO I - DOS
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, Art. 5º Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXIV - são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder.

Venho, mui respeitosamente, SUGERIR, que Esta Presidência, envida Todos os


Esforços, utilizando-se de TODOS os Meios que dispuser, de tal forma, que seja
IMPOSSÍVEL, ao IPEA - Instituto de Pesquisas e Estudos Aplicados, postular
em favor da intolerância racial, conscientemente, ou mesmo inconscientemente,
uma vez que, conforme informações em seu site oficial, é uma "fundação pública
federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações
governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas
de desenvolvimento brasileiros. Os trabalhos do Ipea são disponibilizados para a
sociedade por meio de inúmeras e regulares publicações e seminários e, mais
recentemente, via programa semanal de TV em canal fechado", situação que, em
essência, agride, de forma mortal, a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais, Art.
1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; Art. 3º Constituem
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma
sociedade livre, justa e solidária; III - erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios: III - autodeterminação dos povos; VIII -
repúdio ao terrorismo e ao racismo; TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias
Fundamentais, CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

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natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; VI - é inviolável a liberdade
de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;

Aproveitamos para reafirmar nossa crença de que esta sugestão será objeto de
avaliação e considerações resultantes, se não em Respeito a Mim, pelo menos à
Constituição da República Fedrativa do Brasil. Afinal, o mínimo possível,
premente, necessário, seria a manifestação do Poder Constituído, representado por
Esta Presidência, sobre, e com base, no Direito Constituído, relacionado ao,
intrinsecamente, provocado, pela formalização da Sugestão em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

1ª. Premissa Motivacional da Sugestão: Apesar dos, reconhecíveis,


esforços, do Sr. Luiz Cezar Loureiro de Azeredo, Ouvidor do IPEA, até a presente
data, nenhuma resposta condizente aos meus questionamenos (ANEXOS I, II, III e
IV) me foi enviada.

2ª. Premissa Motivacional da Sugestão:


Nos questionamentos citados, destaco que no estudo Retrato das
desigualdades de genero e raça - 3a. edição temos a conceituação

"
Neste documento preliminar, os números se referem até o PNAD 2006 e
faz um recorte inédito nos microdados para traçar um perfil das
desigualdades brasileiras a partir das variáveis gênero e raça/cor.

"
Estranhamente, percebemos que um Órgão vinculado à Presidência da República
Federativa do Brasil, utilizando-se de informações prospectadas pelo IBGE -
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, outro Órgão Oficial da República
Federativa do Brasil, MANIPULA as informações ali contidas, de tal forma,
nos transparecer uma preocupação "RACISTA" quanto a avaliação do
desenvolvimento sócio-econômico da População Desta mesma República
Federativa do Brasil.
Segundo o IBGE raça/cor subdivide-se em Branos, Negros, Pardos e
Outros
Segundo o IPEA raça/cor subdivide-se em Brancos e Negros.

Temos a certeza de que o IBGE ao se preocupar com Pardos e Outros, sinaliza


a importância Histórica que é a MISCIGENAÇÃO da População Brasileira, que de
forma gritante, afeta qualquer plausível avaliação do Desenvolvimento Sócio-
Econômico.

2
Portanto, por que o IPEA teima em tratar PARDOS (resultado da miscigenação
de Brancos e Negros, portanto, possuem características físicas e sócio-econômicas
de Brancos e Negros) como, apenas e tão somente, Negros, e pior, alterando
informações de um Órgão oficial.

Esta pergunta, parte da premissa de que no Brasil, a identificação de raça/cor é


autodeterminada, que por isso deveria ser respeitada, diferentemente
de outros Países, em que a NEGRITUDE é imposta a qualquer descendente de
Negros, independentemente da cor de sua pele.

Gostaria de chamar a atenção para as informações constantes do Pnad


2004, uma vez que não dispomos do Pnad de 2006, onde agrupamos as
regiões mais pobres (Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e as regiões mais
ricas (Sudeste e Sul).

raça/cor regiões pobres regiões ricas


Negros 4.414.261 6.325.448
Pardos 48.994.094 27.641.147
Brancos 24.012.136 69.592.299
Outros 360.503 707.864

Portanto, calcado no PNAD de 2004, é facilmente percebido que nas regiões


brasileiras mais pobres, encontramos o maior contingente de Pardos (ou
Pardos aglutinados com Negros), o que nos remete a seguinte questão :

Os desníveis apresentados pelas população Parda (ou Parda aglutinada à Negra)


são reflexo do gritante desnível econômico entre estas macro regiões ou
são reflexos de tratamento diferenciado pela raça/cor ?

Aqui ressalto que o piso salarial de várias categorias são gritantemente


diferenciados, em função da riqueza destas regiões, bem como, chamo a
atenção para o fato concreto, que é a utilização, por muitas empresas, de Plano
de Cargo de Salários, que, intrinsecamente, impede o tratamento
diferenciado entre os profissionais de mesma atividade, exceção feita à questão
de antiguidade na Empresa.

3ª. Premissa Motivacional da Sugestão: Recentemente, tive a


oportunidade de ouvir comentários, de Pedro Bial, sobre o Candidato Barack
Obama, que se entendi bem, refletiam duas coisas importantes:

- Barack Obama não é um ativista da cor, isto é, em momento algum, permite que
sua campanha eleitoral seja rotulada como de um Líder Negro, nos EUA não
existem PARDOS.
Talvez, sua postura reflita, a própria consciência de que é tão Branco quanto
Negro, bem como, a importância de sua origem branca no seu desenvolvimento

3
pessoal e afetivo. Algo, que concretamente, poderemos encontrar, não em um
Brasileiro, mas, em Milhares de Brasileiros Pardos, Brasil a fora.

- Em algumas partes dos EUA, em função da imigração dos Latinos, a


segregação racial ja não é tão sentida, uma vez que, estes, são, pelo menos
nestas áreas, parcela significativa da população. Tal, se deve ao fato de que nas
Americas Central e do Sul, a miscigenação é coisa antiga.

Estas poucas palavras tentam trazer à questão a importância do EVOLUÍDO,


uma vez que, este processo não tem volta, bem como, a cada nova geração, esta
mais CRISTALIZADO.
Portanto, como qualquer evolução social, é lenta, mas esta, se intensifica a
medida que o tempo passa, razão pela qual, certamente chegaremos lá, sem que
precisemos acentuar falhas ou defeitos isolados, que por tomarem projeção
maior, podem prejudicar o próprio evoluído.

4ª. Premissa Motivacional da Sugestão: Por entender que vivemos uma


Sociedade que Segrega, que Exclui, que Impede, que NÃO TOLERA a pobreza,
onde, os menos pobres, assim agem com os mais pobres, e isto não é racismo, é,
em essência, a fragmentação da Sociedade em CASTAS, algo que permite, a
continuidade, por exemplo, de privilégios Históricos, muitas vezes Imorais e
Indecorosos, vide a prisão especial para 3o. gráu completo.
Em relação à cotas, gostaria de chamar a atenção para a discussão USP dará
até 12% de bônus para estudante da rede pública - 31/07/2008 - Vestibular ,
http://www.via6.com/topico.php?tid=205325 , que me parece ser o sistema mais
justo de seleção Universitária.
Portanto, se nos permitirmos, mascarar as prováveis causas dos problemas
oriundos das CASTAS Econômicas, Sociais, Culturais, Funcionais, Profissionais e
Políticas, nunca evoluiremos o necessário para que Nossa Sociedade seja,
efetivamente, de forma ampla, Justa, Fratera e Solidaria, como especifica Nossa
Constituição.

1ª. Sugestão: Que esta Presidência, solicite ao IPEA - Instituto de Pesquisas e


Estudos Aplicados, que os estudos Desigualdades Raxiais, Racismo e Políticas
Públicas: 120 anos após abolição e Desigualdades de Gênero e Raça - 3a.
edição sejam revisados, de forma, a incorporarem, os Grupos Pardos e Outros,
utilizado no PNAD, pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

2ª. Sugestão: Que esta Presidência, solicite ao IPEA - Instituto de Pesquisas e


Estudos Aplicados, que doravante, TODOS os Estudos devam Respeitar a
AUTODETERMINAÇÃO dos Brasileiros, uma vez que, quem se identificou como
Pardo, possa se analisar e concluir sobre as várias avaliações efetuadas, inclusive
sobre Pardos.
Principalmente, quando o próprio IPEA - Instituto de Pesquisas e Estudos
Aplicados, nos informa que o governo brasileiro ratifica a Convenção pela
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965, essa passa a ter

4
peso de lei em território nacional. Esta convenção define discriminação racial como
"qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na raça, cor,
ascendência na origem nacional ou étnica", o que nos garante a certeza de que a
Exclusão de informações obtidas como Pardos e Outros, infelizmente, é,
concretamente, uma avaliação excludente, restritiva ou preferêncial na raça,
cor.

Atenciosamente,

Plinio Marcos Moreira da Rocha


Rua Gustavo Sampaio no.112 apto. 603
LEME – Rio de Janeiro – RJ – Brasil CEP 22010-010
Tel.(21) 25542-7710 ou 2295-7208
Analista de Sistemas

ANEXO I - Esclarecimentos e Contestações sobre Desigualdades Raxiais,


Racismo e Políticas Públicas: 120 anos após abolição

Texto enviado ao IPEA através de seu site, em função do estudo "Desigualdades


Raxiais, Racismo e Políticas Públicas: 120 anos após abolição".

Prezados,
Alguém pode me explicar, uma vez que, por entender que o Brasil é miscigenado, e
continua sendo mais e mais miscigenado, gostaria de entender ...

Pardo é SÓ Negro ?

Ou Pardo é tão Branco quanto Negro ?

Nas regiões onde a presença Negra é menor, em função da própria colonização


regional, será que podemos dizer que os índices atribuídos aos Brancos, são
compatíveis aos índices atribuídos nacionalmente aos Negros, face a expressiva
presença Branca ?

Nas regiões onde a presença Negra é maior, em função da própria colonização


regional, será que podemos dizer que os índices atribuídos aos Negros, são
compatíveis aos índices atribuídos nacionalmente aos Brancos, face a expressiva
presença Negra ?
Se a resposta a duas últimas questões for sim, poderíamos, então, afirmar se tratar
de distorção oriunda de fator sócio-econômico e não racial ?

"

5
Como a transição demográfica ainda é um fenômeno em curso, a população negra
deve continuar crescendo mais que a branca até chegar a ser maioria absoluta no
País. Uma projeção das tendências da última década sugere que em algum
momento de 2008 a população negra será mais numerosa que a população branca.
Se as tendências de fecundidade continuarem como nos últimos anos, a partir de
2010 será um pais de maioria absoluta de negros. Como as taxas de fecundidade
estão caindo também entre as mulheres negras, haverá uma estabilização da
produção de negros, talvez em torno de 50% da população.

"
O parágrafo acima, me estarrece, e me remete a uma questão básica:

Quem é racista ?

Aquele que coloca a questão entre Brancos e Negros, de tal forma, que seja
imperativo NEGAR a miscigenação, ou seja, não admitindo que no produto inter-
racial PARDO existam características de Branco e Negro ?

Ou Aquele que teima em ser intolerante a qualquer outro que não atenda aos
seus, quaisquer, preceitos e conceitos de igual ?

Minha intuição diz, claramente, que AMBOS são racistas, onde um exclui por
distorção própria de preceitos e conceitos. e o outro. por não aceitar que um
produto legítimo de duas raças, como Pardo, é concretamente, descendente de
Negro e de Branco. O que dizer, quando o 2º em questão, é um Órgão
Institucional, ou seja é representante Legítimo de um Estado Soberano
formalmente Organizado, que apresenta estudos sobre a sua população ?

"
Esses mecanismos de discriminação racial não apenas influenciam na distribuição
de lugares e oportunidades. Reforçados pela própria composição racial da pobreza,
eles atuam naturalizando a surpreendente desigualdade social desse país. Ou seja,
o racismo, o preconceito e a discriminação operam sobre a naturalização da
pobreza, ao mesmo tempo em que a pobreza opera sobre a naturalização do
racismo, exercendo uma importante influência no que tange à situação do negro no
Brasil.

"
Este parágrafo me deixa confuso em relação a um "pseudo" ciclo vicioso, uma vez
que, restringe este "pseudo" ciclo ao negro, quando, vários dos Pardos, atingidos
no "pseudo" ciclo, possuem características mais acentuadas de Brancos.

Este parágrafo me deixa mais confuso, quando avaliamos que nos últimos anos,
houve uma concentração exacerbada da riqueza brasileira, isto é, um menor
contingente de Brasileiros possue riqueza, quando então, podemos concluir, que
inversamente a melhora social de parte da parcela de negros e pardos, tivemos

6
a piora social de parte da parcela de brancos, quando então, ratifico meu
entendimento, de que racismo (intolerência), no Brasil, é Social e Econômico,
portanto, longe, muito longe de raça. Aqui ressalto a afirmação de Carlinhos
Brown, genro de Chico Buarque, algo como, "No Brasil o racismo é Econômico,
porque se o negro possui dinheiro, é tratado como um branco".
É triste perceber que um Estudo, feito por um Órgão institucional, manipula
informações de forma a difundir segregação, que na prática, são mais visíveis e
sentidas, na constante busca de sua identificação, de que qualquer outra coisa.

Incomoda-me, e muito, quando ao nos cientificarmos do estudo, percebemos que


este, NEGA, de forma contundente, que a Sociedade Brasileira evoluiu e mudou
muito, em relação a qualquer situação histórica, onde nesta última década, por
exemplo, vimos Negros (não Pardos) assumirem postos de Projeção e
Relevância no cenário nacional Brasileiro, nas mais diversas atividades, algo,
impossível de se imaginar, também por exemplo, na década de 80.

Incomoda-me, e muito, quando o estudo ratifica o conceito da expressão afro-


descendentes, de forma similar, aos afro-americanos dos EUA, quando vivemos
cultura e postura inter-racial, radicalmente diferentes. Nos EUA a "negritude" é
imposta a todo descendente de Negro, independentemente de sua condição
social, e até da própria cor da pele, enquanto que no Brasil, muitos Pardos, se
consideram Brancos, o que distorce ainda mais, qualquer estatística inter-racial,
pois, não é o Estado que determina a raça, e sim o próprio indivíduo, que se
classifica. Portanto, no Brasil, quem é Branco, Pardo, Índio, Amarelo ou Negro ? Um
exemplo desta certeza, esta no ORKUT, uma vez que, por exemplo, não nos é difícil
encontrar Pardo, se identificando como caucasiano.

Abraços,
Plinio Marcos

------------------------------------------

Confirmação de comunicação à Ouvidoria do Ipea


Prezado Sr(a) Plinio Marcos Moreira da Rocha,
A Ouvidoria do Ipea agradece seu contato.
Sua manifestação foi registrada sob o número 20080024 e está sendo encaminhada
para atendimento.
Em breve retornaremos com a resposta.
Atenciosamente,
Ouvidor do Ipea

ANEXO I I - Esclarecimentos e Contestações sobre Desigualdades Raxiais,


Racismo e Políticas Públicas: 120 anos após abolição

Em 20/06/08, Luiz Cezar Loureiro de Azeredo <luizcezar.azeredo@ipea.gov.br>


escreveu:

Prezado Senhor Plínio:

7
Encaminho a seguir os esclarecimentos prestados pelos pesquisadores da Diretoria
de Estudos Sociais às observações apresentadas em sua mensagem encaminhada
à Ouvidoria do Ipea.
Atenciosamente
Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Ouvidor
Ipea

Esclarecimentos Prestados :

O IPEA não tem negado o fenômeno da miscigenação no Brasil ele segue os


critérios de identificação racial mais comumente usados no Brasil. Os órgãos oficiais
no Brasil utilizam o critério de auto-identificação racial com as seguintes categorias:
(1) branco, (2) preto, (3) pardo, (4) amarelo, (5) indígena, (6) não deseja identificar-
se. Em outras palavras, o IPEA, assim como o IBGE considera como branco aquele
que se diz branco, preto quem se diz preto e assim por diante. Nisto o IPEA, como
não poderia deixar de ser, segue a política oficial dos órgãos estatísticos brasileiros.
É importante ressaltar que esta metodologia não é aplicada apenas pelo IBGE como
também pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), o
Ministério do Trabalho nas informações coletadas na Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no Cadastro Único, o
Ministério da Saúde no DataSUS, entre muitos outros órgãos. Esta metodologia
também é seguida pela maioria dos institutos privados de pesquisa de opinião tais
como o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) e Datafolha. É
importante ressaltar que todos os indivíduos têm a opção de não declarar sua cor,
embora muito poucos o façam.

Nas seis categorias acima, não há a categoria "negro." De fato, esta categoria de
cor/raça não existe nas estatísticas primárias. É uma opção metodológica e analítica
juntar as categorias "preto" e "pardo" em uma única categoria chamada "negro".
Esta opção se justifica em função das estatísticas sociais, que demonstram que há
pouca diferença em indicadores de rendimento, desemprego, escolaridade ou
pobreza entre os que se declaram "pretos" e "pardos" e grandes diferenças entre
estas duas categorias e os que se declaram "brancos." Alguns autores chegam a
defender que a categoria "negros" inclua também os que se declaram "indígenas"
devido ao fato de também haver pouca diferença entre estes e os que se declaram
"pretos" e "pardos".
Não se trata de um procedimento consensual. Há diversos autores que trabalham o
tema no Brasil que optam por não fazer esta agregação, embora a maior parte dos
trabalhos científicos sobre o tema opte utilizá-la.
Maiores informações sobre identificação racial podem ser obtidos lendo os
seguintes trabalhos:
Osório, Rafael Guerreiro. O Sistema Classificatório de Cor ou Raça do IBGE.
Brasília: IPEA, 2003. (Texto para Discussão no. 996). Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/default.jsp.

8
Petruccelli, José Luis. A declaração de cor/raça no Censo 2000: um estudo
comparativo. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. (Texto para Discussão no. 6). Disponível
em: http://www.lpp-uerj.net/olped/documentos/ppcor/0110.pdf.
Schwartzman, Simon. Fora de foco: diversidade e identidades étnicas no Brasil.
Publicado em Novos Estudos CEBRAP, 55, Novembro 1999, pp. 83-96. Disponível
em: http://www.schwartzman.org.br/simon/pdf/origem.pdf.

Não cabe ao IPEA questionar a validade da legislação brasileira ou os acordos


internacionais assumidos pelo mesmo. Quando o governo brasileiro ratifica a
Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965,
essa passa a ter peso de lei em território nacional. Esta convenção define
discriminação racial como "qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência
fundada na raça, cor, ascendência na origem nacional ou étnica que tenha como
objetivo ou como efeito destruir ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou
o exercício, em condições de igualdade, dos direitos do homem e das
liberdades fundamentais nos domínios político, Econômico, social e cultural
ou em qualquer outro domínio da vida pública". Neste sentido, os estudos do
IPEA referem-se a provas estatísticas de que negros e brancos não apresentam
condições de igualdade no exercício de sua liberdade fundamental nos domínios
citados na referida convenção e sobre a necessidade da adoção de metidas de
combate a discriminação racial como diversos outros documentos internacionais
assinados pelo Estado brasileiro além da própria constituição federal.

---------- Forwarded message ----------


From: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo <luizcezar.azeredo@ipea.gov.br>
Date: 2008/6/23
Subject: RES: Esclarecimentos prestados pela Diretoria de estudos Sociais do Ipea
To: Plinio Marcos Moreira da Rocha <pliniomarcosmr@gmail.com>

Prezado Senhor Plínio Marcos :


Registro o recebimento de suas observações adicionais aos esclarecimentos
prestados por pesquisadores da Diretoria de Estudos Sociais ao contido em
mensagem anteriormente enviada à Ouvidoria do Ipea.
Informo , na oportunidade , que sua nova mensagem está sendo encaminhada à
referida Diretoria .
Atenciosamente
Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Ouvidor
Ipea

De: Plinio Marcos Moreira da Rocha [mailto:pliniomarcosmr@gmail.com]


Enviada em: sábado, 21 de junho de 2008 04:25
Para: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Assunto: Re: Esclarecimentos prestados pela Diretoria de estudos Sociais do Ipea

9
Prezado Luiz Cezar Loureiro de Azeredo,

Acuso o recebimento dos presumíveis esclarecimentos, bem como, reitero meus


questionamentos, tendo em vista as seguintes observações.

Situação 1
Esclarecimento evazivo, sem que o comparativo nacional X regionais, pudesse
comprovar a opção, colocada como justificável, pela metodológica e analítica de
juntar as categorias "preto" e "pardo". Quando então, chamo a atenção para o
fato concreto, de se reconhecer que não se trata de um procedimento
consensual, logo, independentemente da ausência do comparativo proposto, não
deveria ser entendido como justificável, pelo menos, por um Órgão Institucional
que expõe análises contundentes de informações estatísticas sobre sua população.
Seus Esclarecimentos 1
Nas seis categorias acima, não há a categoria "negro." De fato, esta categoria de
cor/raça não existe nas estatísticas primárias. É uma opção metodológica e analítica
juntar as categorias "preto" e "pardo" em uma única categoria chamada "negro".
Esta opção se justifica em função das estatísticas sociais, que demonstram que
há pouca diferença em indicadores de rendimento, desemprego, escolaridade ou
pobreza entre os que se declaram "pretos" e "pardos" e grandes diferenças
entre estas duas categorias e os que se declaram "brancos." Alguns autores
chegam a defender que a categoria "negros" inclua também os que se declaram
"indígenas" devido ao fato de também haver pouca diferença entre estes e os que
se declaram "pretos" e "pardos".
Não se trata de um procedimento consensual. Há diversos autores que trabalham o
tema no Brasil que optam por não fazer esta agregação, embora a maior parte
dos trabalhos científicos sobre o tema opte utilizá-la.

Situação 2
Quando ousei fazer os questionamentos, que não foram devidamente esclarecidos,
as questões abaixo, preocupavam-se em definir, dentro do território brasileiro,
respeitando-se as origens étnicas de colonização, qual na verdade é a relação
nacional, comparativamente às relações regionais, portanto, sinto falta de uma
resposta contundente, uma vez que, se confirmada minha expectativa,
verificaremos, que nas regiões onde a presença negra (pretos e pardos) é
pequena, de pouca significância estatística, todos os índices nacionais
apresentados no trabalho, por etnia, situação econômica, presos, situação
social, estarão, efetivamente e significativamente relacionados a brancos, bem
como, o inverso deverá ser verdade, isto é, nas regiões onde a presença do
negro (preto e pardo) for massiça, todos os índices estarão relacionados a
negros. Portanto, para aceitar as explicações, necessário se faz, avaliar as
situações regionais, comparativamente à situação nacional, o que não foi feito.
Constante do Questionamento original e não esclarecido.
Nas regiões onde a presença Negra é menor, em função da própria colonização
regional, será que podemos dizer que os índices atribuídos aos Brancos, são
compatíveis aos índices atribuídos nacionalmente aos Negros, face a
expressiva presença Branca ?
Nas regiões onde a presença Negra é maior, em função da própria colonização

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regional, será que podemos dizer que os índices atribuídos aos Negros, são
compatíveis aos índices atribuídos nacionalmente aos Brancos, face a
expressiva presença Negra ?
Se a resposta a duas últimas questões for sim, poderíamos, então, afirmar se tratar
de distorção oriunda de fator sócio-econômico e não racial ?

Situação 3
Esclarecimento genérico e impreciso, uma vez, que teima em colocar a situação
nacional, sem responder a proposta comparativa nacional e regional, feita nos
questionamentos acima, principalmente, por teimar em colocar que as diferenças
nos domínios Político, Econômica, Social e Cultural são consequencias de
discriminação racial, algo que, sem o comparativo solicitado, fica impregnada de
um achismo inaceitável, o que coloca esta situação, como uma presumível e
contundente afirmação racista, propalada e propagada por um Órgão
Institucional.

Seus esclarecimentos:
Não cabe ao IPEA questionar a validade da legislação brasileira ou os acordos
internacionais assumidos pelo mesmo. Quando o governo brasileiro ratifica a
Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial de 1965,
essa passa a ter peso de lei em território nacional. Esta convenção define
discriminação racial como "qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência
fundada na raça, cor, ascendência na origem nacional ou étnica que tenha como
objetivo ou como efeito destruir ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou
o exercício, em condições de igualdade, dos direitos do homem e das
liberdades fundamentais nos domínios político, Econômico, social e cultural
ou em qualquer outro domínio da vida pública". Neste sentido, os estudos do
IPEA referem-se a provas estatísticas de que negros e brancos não apresentam
condições de igualdade no exercício de sua liberdade fundamental nos domínios
citados na referida convenção e sobre a necessidade da adoção de metidas de
combate a discriminação racial como diversos outros documentos internacionais
assinados pelo Estado brasileiro além da própria constituição federal.

Situação 4
Com relação a inexistência da raça negra / negro, ou melhor, do entendimento de
que Negro é a aglutinação de Preto e Pardo, o que me causa algum espanto,
gostaria de salientar, que nos dicionários de língua portuguesa, em conformidade
com aquilo que me foi ensinado no passado, a raça é negra:
http://www.dicionariodeportugues.com/?busca-palavra=raça
Raça
s.f. Sucessão de ascendentes e descendentes de uma família, um povo; geração:
raça de Davi. / Grupo de indivíduos cujos caracteres biológicos são constantes e
passam de uma a outra geração: raça branca, raça negra, raça amarela, raça
vermelha. / História natural Subdivisão de uma espécie: raças humanas. / Categoria
de pessoas da mesma profissão, de inclinações comuns: os usurários constituem
má raça. (Sin.: descendência, família, linhagem, geração, estirpe, classe.) // Animal
de raça, animal de boa origem.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?palavra=ra%E7a

11
raça
sf (ital razza e este do lat ratio) 1 Conjunto dos ascendentes e descendentes de uma
mesma família ou de um mesmo povo. 2 Estirpe, geração, origem, casa, brasão. 3
Cada uma das grandes famílias em que se costuma dividir a espécie humana. 4 O
tronco comum, onde têm origem as várias classes de animais. 5 Grupo de seres
caracterizados por qualidades análogas. 6 Categoria, classe ou grupo de pessoas
com certas e determinadas qualidades ou predicados. 7 Descendente (de qualquer
sexo). 8 Os homens em geral; a humanidade. 9 Tipo, casta, classe, espécie, jaez,
qualidade, padrão. 10 Boa raça: Cavalo de raça. 11 Sociol Conjunto dos indivíduos
com determinada combinação de caracteres físicos geneticamente condicionados e
transmitidos de geração a geração em condições relativamente estáveis. 12 Greta
no casco das bestas. R. amarela: a que se caracteriza pela pele amarela, rosto
largo, maxilas salientes, olhos amendoados, cabelos pretos, ásperos e luzidios,
nariz largo e achatado, pescoço curto, pouca barba e ângulo facial menos aberto
que o da raça branca. R. azeitonada: a que se caracteriza pela pele cor de azeitona,
olhos negros, nariz curto, boca grande, cabelos pretos e brilhantes, maxilas
salientes e estatura média. R. branca: a que se caracteriza pela pele branca, olhos
azuis, castanhos ou pretos, rosto oval, ângulo facial muito aberto, nariz saliente,
lábios delgados e róseos, maxilas sem saliência, barba espessa, cabelos finos, lisos
ou ondeados, ordinariamente louros ou negros. R. caucásica: V raça branca. R. de
víbora: gente de muito má índole. R. etiópica: V raça preta. R. humana: os homens.
R. indígena: V raça vermelha. R. malaia: V raça azeitonada. R. mongólica: V raça
amarela. R. negra: V raça preta. R. preta: a que se caracteriza pela pele mais ou
menos escura, cabelos curtos e muito crespos, nariz achatado e maxilas
proeminentes. R. vermelha: raça humana que abrange todos os povos indígenas
da América e se caracteriza pela pele avermelhada ou cor de cobre, testa inclinada
para trás, cabelos pretos, grossos e lisos, pouca barba, nariz saliente e estatura
alta. R. futuras: gerações porvindouras. R. latinas: povos que provêm dos romanos.
Ser da raça do diabo: ser de mau gênio; ter maus instintos; ser excessivamente
inquieto, impulsivo ou agressivo. Ser de má raça: ser de má índole, ter maus
instintos, ser de má qualidade. Ter raça: a) provir de ascendência africana; b) ter
linhagem, brasão; c) ter fibra.
http://www.dicionariodeportugues.com/?busca-palavra=negro
Negro
adj. Que é de cor muito escura; preto, sombrio. / Física. Ausência absoluta de cor. /
Fig. Triste, melancólico; funesto: dia negro. / Odioso, perverso, mau: alma negra. /
&151; S.m. Pessoa da raça negra; preto. / Fig. Escravo. // Fam. Trabalhar como
um negro, trabalhar sem descanso. // Bras. Meu negro (dito também meu nego),
tratamento familiar carinhoso, equivalente a "meu bem".
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=negro
negro
adj (lat nigru) 1 Que recebe a luz e não a reflete; preto. 2 Escuro. 3 Sombrio. 4
Denegrido, requeimado do tempo, do sol. 5 Lutuoso; fúnebre. 6 Que causa sombra;
que traz escuridão. 7 Tenebroso, caliginoso. 8 Tempestuoso. 9 Tétrico, horrível,
lúgubre. 10 Que pertence à raça ou ramo negro. 11 Ameaçador, medonho. 12
Condenado, maldito. 13 Que anuncia infortúnios; funesto, nefasto. 14 Horrendo,
pavoroso. 15 Pervertido. 16 Adverso, inimigo. 17 Execrável, nefando, odioso. sm 1

12
Indivíduo da raça negra. 2 Escravo. 3 Homem que trabalha muito. 4 poét
Escuridão, trevas. 5 Ornit O mesmo que negrinha (ave). N.-d'água, Folc: o mesmo
que caboclo-d'água. N.-de-fumo: fuligem produzida pela combustão dos resíduos do
pez, do alcatrão e outras resinas; pó-de-sapato. N.-de-marfim: marfim reduzido a
carvão. N.-dos-bosques: inseto lepidóptero (Satyrus phoedra). N. fugido: jogo
infantil, variação do esconde-esconde. N.-mina: a) assim se denominava certa casta
de negros do grupo sudanês; b) nome de uma árvore silvestre.

Conclusão e Reiteração

Me parece que estamos frente a uma recusa de colocar de forma clara e objetiva,
a situação Sócio-Econômica-Política da população Brasileira, focando as
colonizações específicas de cada região, de tal forma, ser possível, ou
não, manter um entendimento de que se vive, ainda hoje, um racismo impeditivo
e/ou segregacionista, algo que, concretamente, não aceito, uma vez que tem
como base um achismo preconceituoso e tendencioso, que não se sustenta. A
minha intenção é de provocar em um Órgão Institucional, de importância e
relevância, como o IPEA, o alinhamento necessário, de que o Brasil vive problemas
Sociais-Econômicos-Políticos sem relação direta com racismo.

Portanto, reitero a solicitação, de que me seja apresentada uma avaliação


comparativa entre os Índices Nacionais e Índices Regionais, ressaltando que
cada região deverá estar caracterizada pela etnia predominante de colonização,
onde, acredito, nos será palpável a eliminação do referencial utilizado como base
do achismo mencionado.

Aproveito para chamar mais uma vez a atenção, para o fato, reconhecido, de que a
aglutinação de Pretos e Pardos, não é um procedimento consensual, pelo
contrário, reconheço que é utilizado, basicamente pela Indústria do Racismo,
aquela que vive o racismo, em plenitude, na constante busca de sua
identificação.

Agradeço antecipadamente a atenção, novamente, a ser dispensada,


Atenciosamente,
Plinio Marcos

ANEXO III - Considerações sobre Indicadores Sociais da população negra têm


melhoras, mas condições de vida seguem inferiores às dos brancos

---------- Forwarded message ----------


From: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo <luizcezar.azeredo@ipea.gov.br>
Date: 2008/9/10
Subject: RES: Novo estudo do IPEA
To: Plinio Marcos Moreira da Rocha <pliniomarcosmr@gmail.com>

Prezado Senhor Plínio Marcos :

13
Registro o recebimento de sua mensagem onde são apresentados comentários
sobre o critério de classificação racial utilizado na elaboração do estudo “
Desigualdades de Gênero e Raça” , cuja 3ª edição foi recentemente divulgada.

Informo , na oportunidade , que suas observações estão sendo encaminhadas para


ciência do titular da Diretoria de Estudos sociais do Ipea , área responsável pela
elaboração do trabalho acima referido.

Atenciosamente
Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Ouvidor
Ipea

De:Plinio Marcos Moreira da Rocha [mailto:pliniomarcosmr@gmail.com]


Enviada em: quarta-feira, 10 de setembro de 2008 09:17
Para: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Assunto: Re: Novo estudo do IPEA

Este email esta relacionado à notícia Indicadores Sociais da população negra


têm melhoras, mas condições de vida seguem inferiores às dos brancos por
Silvana Salles Do UOL Notícias Em São Paulo.

2008/9/10 Plinio Marcos Moreira da Rocha <pliniomarcosmr@gmail.com>


Prezado Luiz Cezar,

Segundo o IPEA em seu site oficial:

"
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação
pública federal vinculada ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República. Suas atividades de pesquisa fornecem
suporte técnico e institucional às ações governamentais para a
formulação e reformulação de políticas públicas e programas de
desenvolvimento brasileiros. Os trabalhos do Ipea são disponibilizados
para a sociedade por meio de inúmeras e regulares publicações e
seminários e, mais recentemente, via programa semanal de TV em canal
fechado.
"
No estudo Retrato das desigualdades de genero e raça - 3a. edição
temos a conceituação

"
Neste documento preliminar, os números se referem até o PNAD 2006 e
faz um recorte inédito nos microdados para traçar um perfil das
desigualdades brasileiras a partir das variáveis gênero e raça/cor.

14
"
Estranhamente, percebemos que um Órgão vinculado à Presidência da
República Federativa do Brasil, utilizando-se de informações prospectadas
pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, outro Órgão
Oficial da República Federativa do Brasil, MANIPULA as informações ali
contidas, de tal forma, nos transparecer uma preocupação "RACISTA"
quanto a avaliação do desenvolvimento sócio-econômico da População
Desta mesma República Federativa do Brasil.
Segundo o IBGE raça/cor subdivide-se em Branos, Negros, Pardos e
Outros
Segundo o IPEA raça/cor subdivide-se em Brancos e Negros.

Temos a certeza de que o IBGE ao se preocupar com Pardos e Outros,


sinaliza a importância Histórica que é a MISCIGENAÇÃO da População
Brasileira, que de forma gritante, afeta qualquer plausível avaliação do
Desenvolvimento Sócio-Econômico.

Portanto, por que o IPEA teima em tratar PARDOS (resultado da


miscigenação de Brancos e Negros, portanto, possuem características
físicas e sócio-econômicas de Brancos e Negros) como, apenas e tão
somente, Negros, e pior, alterando informações de um Órgão oficial.

Esta pergunta, parte da premissa de que no Brasil, a identificação de


raça/cor é autodeterminada, que por isso deveria ser respeitada,
diferentemente de outros Países, em que a NEGRITUDE é imposta a
qualquer descendente de Negros, independentemente da cor de sua
pele.

Gostaria de chamar a atenção para as informações constantes do Pnad


2004, uma vez que não dispomos do Pnad de 2006, onde agrupamos as
regiões mais pobres (Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e as regiões
mais ricas (Sudeste e Sul).

raça/cor regiões pobres regiões ricas


Negros 4.414.261 6.325.448
Pardos 48.994.094 27.641.147
Brancos 24.012.136 69.592.299
Outros 360.503 707.864

Portanto, calcado no Pnad de 2004, é facilmente percebido que nas


regiões brasileiras mais pobres, encontramos o maior contingente
de Pardos (ou Pardos aglutinados com Negros), o que nos remete a
seguinte questão :

15
Os desníveis apresentados pelas população Parda (ou Parda aglutinada à
Negra) são reflexo do gritante desnível econômico entre estas macro
regiões ou são reflexos de tratamento diferenciado pela raça/cor ?

Aqui ressalto que o piso salarial de várias categorias são gritantemente


diferenciados, em função da riqueza destas regiões, bem como,
chamo a atenção para o fato concreto, que é a utilização, por muitas
empresas, de Plano de Cargo de Salários, que,
intrinsecamente, impede o tratamento diferenciado entre
os profissionais de mesma atividade, exceção feita à questão de
antiguidade na Empresa.

Reiterando protestos de Estima, Respeito e Consideração, subscrevo-me,

Atenciosamente,
Plinio Marcos Moreira da Rocha
Rua Gustavo Samapio no. 112 apto 603
LEME - Rio de Janeiro - RJ
CEP 22010-010
tel. (21) 2542-7710

ANEXO IV - Alerta - importância de conceitos propalados pela indústria do


"racismo"

---------- Forwarded message ----------


From: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo <luizcezar.azeredo@ipea.gov.br>
Date: 2008/9/15
Subject: RES: Alerta sobre a importância de conceitos propalados pela indústria do
"racismo"
To: Plinio Marcos Moreira da Rocha <pliniomarcosmr@gmail.com>

Prezado Senhor Plínio Marcos :

Registro o recebimento de sua nova mensagem encaminhada à Ouvidoria onde são


apresentados comentários adicionais sobre conceitos relacionados com a questão
de classificação racial no Brasil.

Informo , na oportunidade , que suas observações foram encaminhadas para


conhecimento do Diretor de Estudos Sociais do Ipea.

Atenciosamente
Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Ouvidor
Ipea

16
De: Plinio Marcos Moreira da Rocha [mailto:pliniomarcosmr@gmail.com]
Enviada em: domingo, 14 de setembro de 2008 15:25
Para: Luiz Cezar Loureiro de Azeredo
Assunto: Alerta sobre a importância de conceitos propalados pela indústria do "racismo"

Prezados.
Ousei emitir alguns comentários no artigo PLS 235/2008 que trata das cotas para
negros: a vergonha de Pedro Aparecido de Souza que é Colunista da Revista
Jurídica Netlegis = www.revistajuridica.netlegis.com.br , sendo o último o
COMENTÁRIO ADICIONADO :
"
Prezados,

Conforme pode ser observado abaixo, existem muitos interesses envolvidos na


questão "racista", onde um deles, sendo o "pior", é a fragmentação de nossa
Sociedade em estruturas "independentes", algo que presumivelmente selará o fim
de nossa prosperidade.

Quando colocamos a importância de mudanças de referenciais, o fazemos, na


certeza, de que no Brasil, é impossível imaginarmos, regiões independentes, uma
vez que, nossa miscigenação não é, apenas e tão domente, étnica, uma vez que,
a migração entre naturais de Estados Brasileiros tambem é tão significativa que
nos será difícil especificarmos "naturais" e "não naturais" desta ou daquela
pseudo-região independente, bem como, a importância deste ou daquele para o
progresso desta mesma região.

Não existe, em nossa história, referenciais de luta, de humilhação, de flagelo


que possam presumivelmente justificar tais separações, bem como, as mesmas
tenderão a provocar um desequilíbrio sócio-econômico imprevisível, pois, muitos
Brasileiros que Migraram, possuem RAÍZES nos seus Estados de Origem, que
tenderão a provocar seu retorno.

Quando vimos, por exemplo, uma Iugoslávia se desintegrar, temos referenciais


históricos que nos permitem avaliar causa e efeito, porem, isto nunca ocorreu no
Brasil, de forma a ser possível sua identificação e qualquer sombra deste fato no
consciente. ou mesmo, inconsciente coletivo.
Portanto, aqueles que compactuam com a indústria do racismo, preocupem-se,
com o fato concreto, de estarem colocando TODO O AVANÇO social e econômico
em PERIGO.

Somos um POVO Solidário, Fraterno, e dentro do possível, Justo, mesmo que


nossas Autoridades se portem de maneira diferente, quando então, ressalto que
Nossa Sociedade possui instrumentos Jurídicos suficientes para as colocar no
rumo, e no prumo, compatível com os desejos e anseios deste mesmo POVO.

Sou um Brasileiro comum, um Carioca, um Fluminense, mas acima de TUDO,


sou um Brasileiro, que se ORGULHA de pertencer a este POVO, de tal forma, que
Sexo, Raça/Cor e Naturalidade são, concretamente, INSIGNIFICANTES.

17
Pauto minha Vida por um Brasil de TODOS os Brasileiros, sempre buscando uma
Sociedade mais Justa, mais Fraterna e mais Solidária, onde a essência, de Nossa
Constituição, é meu guia.

Abraços,
Plinio Marcos

PS: O texto COMPLETO esta disponibilizado na internet Brasileiro CUIDE SE ,


http://www.scribd.com/doc/6007553/Brasileiro-CUIDE-SE . ( Este texto tem como
origem a importância e relevância dos aspectos "separatistas" quanto aos conceitos
implementados pela indústria "racista" ),

18

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