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Vinhedo, quinta-feira, 2 de junho de 2005

Bem, Roberta, seguem abaixo minhas respostas

Primeiro, minha identificação:


Artur Vasconcellos Araujo, 40 anos, mestrando da Escola de Comunicação e Artes (ECA),
da Universidade de São Paulo (USP). Minha pesquisa investiga o blog como fenômeno
jornalístico.
Atualmente sou editor de Brasil (ou, se preferir, editor do noticiário nacional) do jornal
Correio Popular de Campinas (SP). Já fui editor-executivo do site PrimaPagina
(www.primapagina.com.br), de 2000 a 2001, e editor do site Cosmo Online
(www.cosmo.com.br) de 2001 a 2004, que pertence à Rede Anhangüera de Comunicação
(RAC), que também é dona do jornal Correio Popular.

1. Como os jornais, revistas, rádios e TVs devem se adaptar ao jornalismo on-


line?
Artur Araujo - Bem, essa questão é complexa. A princípio, sob um ponto de vista bem
simplório, as empresas jornalísticas não precisam se adaptar. Por que um jornal impresso
tem de criar uma rádio? Por que uma rádio tem de criar um jornal impresso? Por que um
jornal impresso tem de criar uma TV? Essas perguntas nunca tinham sido feitas – ou, pelo
menos, nunca tinham se mostrado com tanto vigor – antes do surgimento da web.
Houve, é verdade, casos de empresas jornalísticas, como a Globo, que se diversificaram:
são rádios, TVs e jornais impressos, mas eram até então exceções, exceções notáveis, mas
exceções.
Pensemos, por exemplo, na Folha de S. Paulo. Ela tem TV ou rádio? Não. E, em termos
internacionais, o The New York Times e o Le Monde não têm rádio ou TV. Inversamente, a
BBC britânica nunca virou jornal impresso, apesar de ser TV e rádio. Nem por isso, esses
quatro títulos deixaram de ser baluartes da atividade jornalística, certo?
As empresas jornalísticas não precisaram, durante muito tempo, se adaptar a outras
mídias. Entretanto, com o surgimento da internet, algo mudou, e essa premissa de não se
diversificar tornou-se mais frágil.
Na verdade, todas as empresas jornalísticas, das pequenas às grandes, buscam criar
nichos para suas marcas na internet. Então, sob esse viés, sua pergunta é muito oportuna.
Demonstra, de fato, uma percepção de uma nova realidade no mundo empresarial
jornalístico. Os próprios exemplos que dei, da Folha de S. Paulo, do The New York Times,
do Le Monde e da BBC, criaram projetos de internet. Um dos segredos para essa adesão
está nos custos: criar uma TV, por exemplo, é um investimento caríssimo, o mesmo vale
para revista, rádio ou jornal impresso. Criar um site, em comparação com as outras
hipóteses, não: com pouco dinheiro é possível fazer algo bem razoável.
Então, retomando a questão, eu diria que, pela própria lógica do mercado jornalístico,
todos têm de se adaptar.
Sua pergunta, entretanto, não é “se” as empresas devem se adaptar, mas sim “como”, o
que pressupõe –corretamente, aliás–, que isso é inevitável.
Bem, no caso do “como”, estamos diante de um problema que tem sido lidado de modo
variado pelas empresas jornalísticas. Basicamente, eu diria que há duas hipóteses de
trabalho.
De um lado, há aquelas que ou pretendem investir pouco ou não tem como investir muito.
Neste caso, simplesmente, reproduz-se o noticiário feito em outro meio. Os norte-
americanos chamam pejorativamente esse tipo de projeto de “shovelware”: é um website
pouco glamoroso, acrescente-se. Acrescente-se também que, segundo uma pesquisa de
2004 do professor brasileiro Rosental Calmon Alves, da Universidade do Texas (EUA),
noves fora as grandes empresas jornalísticas norte-americanas, muitas publicações de
médio e pequeno porte nos Estados Unidos utilizam algo muito próximo do “shovelware”
para marcar espaço na web (o estudo, escrito em inglês, pode ser visto no Online
Journalism Review, no endereço http://ojr.org/ojr/workplace/1090395903.php). No Brasil,
provavelmente, a coisa é um pouco pior, mas não conheço pesquisa nacional nesse sentido.
Há, entretanto, uma antítese do modelo “shovelware”, que são os projetos de internet
extremamente ousados, que têm equipes altamente qualificadas para a web e usam textos
de qualidade, vídeos e animações para produzir um jornalismo de excelência. Neste caso,
contudo, estamos falando de grandes investimentos, que nem todas as empresas conseguem
sustentar, principalmente se o projeto web se mostrar pouco rentável.
Entre esses dois extremos, existem empresas que tentam um meio-termo adequado à
realidade econômica ou à visão empresarial delas.
Acrescentaria também, e aí em um caminho um pouco diverso de sua pergunta, que um
projeto jornalístico pode ser exclusivamente web. Não seria então uma questão de
adaptação, mas sim de produção exclusiva para o meio. É o caso do Assunto Principal,
que tem sinalizado ser uma proposta jornalística interessante.
Agora, invertendo a pergunta: será que um dia jornais exclusivamente de internet
chegarão a virar jornais impressos, revistas, TVs e rádios? Ainda é cedo para tirar
conclusões. Eles terão certamente de se tornar rentáveis no ciberespaço antes de se
aventurar para outras mídias.

2. O JOL pode, no futuro, “suprir” a necessidade de outros meios de


comunicação, já que, cada vez mais, abriga multimídias, permitindo que as
matérias não sejam apenas lidas, mas vistas e ouvidas?
Artur Araujo - O Jornalismo On-Line, de fato, comporta multimídias. Entretanto, a
qualidade dessa multimídia está vinculada a múltiplas questões. Estamos falando, nesse
caso, dos projetos ousados de internet, que citei na primeira resposta.
Do lado das empresas, implica, sob o aspecto da infra-estrutura, investimentos em
programas e equipamentos de qualidade. Já sob o aspecto da mão-de-obra, implica
pessoal gabaritado.
O que seria esse “pessoal gabaritado”? Nessa definição genérica cabem tanto os bons
jornalistas, capazes de apurar bem, de se expressar bem e de editar bem, até os
profissionais de apoio, como webdesigners, para produzir infografias e páginas atraentes
na web, os cinegrafistas, para produzir imagens de qualidade, os operadores de som, para
produzir áudios de excelência, e outras atividades também importantes que exigem
profissionais qualificados. Ou seja, estamos falando de investimentos, e investimentos
altos. E isso fica mais evidente quando pensamos, por exemplo, que um jornal impresso
precisará contratar um cinegrafista, o que a princípio é um investimento incerto, haja vista
a baixa rentabilidade dos jornais de web.
Ainda do lado da empresa, tal atitude implica também investimentos em largura de banda
para enviar esse conteúdo e ainda permitir que um grande número de usuários acesse-o.
Do lado do usuário implica também equipamentos de qualidade que consigam reproduzir
todo esse material. E o número de internautas ainda é limitado, ainda mais de internautas
com banda larga.
Até onde sei, apenas o Clarín, na Argentina, e o The New York Times, nos EUA, chegam a
atingir a excelência de que estou falando. É estranho que um jornal argentino, de um país
pobre, seja um bom exemplo, superior, aliás, a projetos como a o da BBC e o do Le
Monde, mas é a realidade. Não sei se é tino empresarial mais apurado ou delírio de
grandeza, mas o Clarín é um dos melhores projetos web do mundo.
Há ainda uma questão mais sutil: a web vai criar com o tempo uma linguagem própria,
que será diferente das que já existem. Exemplos: uma foto de revista difere de uma foto de
jornal; um filme para televisão difere de um para cinema. Imagino que isso também criará
diferenças entre os projetos multimídia para a web no futuro. Por isso tudo, não creio que
a palavra “suprir” seja a melhor para definir isso. Creio, sem ter certeza absoluta do que
digo, que sempre haverá espaço para TVs, rádios, jornais impressos e revistas.
Queria também acrescentar uma questão aqui: acho que recursos extras são
extraordinários, mas jornalismo é basicamente duas coisas: a capacidade de apurar bem e
de expressar bem o resultado de uma investigação jornalística. É isso que precisamos ter
em mente quando fazemos qualquer tipo de jornalismo. Já vi projetos jornalísticos ousados
no design e vazios no conteúdo. Já vi também jornais feios e extremamente bem-feitos no
sentido do conteúdo. É isso que os jornalistas precisam ter em mente. Se há dinheiro para
fazer algo hollywoodiano, parabéns, mas não vamos nos esquecer do sentido principal da
profissão...

3. Como fica a questão da periodicidade?


Artur Araujo – Muitos acadêmicos que refletem sobre o jornalismo defendem a
periodicidade como um traço essencial da profissão. O que significa a palavra? Segundo o
dicionário Houaiss, quer dizer “período de tempo previsto entre duas edições sucessivas
de uma mesma publicação”. Seria isso uma razão de ser da imprensa? Não estou
plenamente convencido.
Nesse sentido, para legitimar minha ponderação, invoco dois clássicos. O primeiro é
Fraser Bond, professor da Universidade de Nova York, que no livro “Introdução ao
jornalismo”, lançado na década de 1950, definia a atividade como “todas as formas nas
quais e pelas quais as notícias e seus comentários chegam ao público”. A questão da
periodicidade, como pode ver, não era vista como prioritária para ele.
Outro clássico é o alemão Otto Groth. Na década de 1920, ele escreveu “Die Zeitung” (“O
jornal”, em português). Nesse tratado de quatro volumes, ele procurou cunhar uma
definição adequada para o conceito.
Groth considerava a periodicidade, de fato, um traço essencial da atividade jornalística.
Contudo, nas páginas 26 e 27 do primeiro volume deste livro, ele diz, em uma livre
tradução minha do alemão:
“A renúncia da periodicidade como característica espacial e temporal do jornal, que
ameaça dissolver as diferenças dele com a revista, implica a equalização deste com
qualquer forma de transmissão de mensagem. Tal postura subestima a forte conexão entre
as propriedades de duas das mais importantes características do jornalismo, que são a
publicidade e a atualidade. Isto porque o público leitor de jornal não poderia ser
cultivado sem a periodicidade, graças a qual obtém uma segura sensação de
continuidade. E a contínua reaparição das 'folhas' é certamente um sentido e uma
conseqüência da atualidade, cujo atributo só pode ser seguido pela rápida aparição das
edições.”
Groth, acredito, considera a periodicidade como pré-requisito, como meio, que viabiliza a
publicidade – entendida por ele como aquilo que é público, e não a propaganda – e a
atualidade, propriedades compreendidas pelo autor como essenciais à natureza do jornal.
A periodicidade viabiliza, para ele, a relação continuada entre o público leitor e o título,
além de viabilizar a apresentação de um conteúdo atual. Neste sentido, se um jornal
conseguir por outros métodos manter seu público leitor e oferecer um conteúdo atual, o
que há de errado nisso?
A periodicidade, aliás, não precisou esperar a internet para tornar-se um fundamento
abalado na definição de jornalismo. Podemos lembrar que projetos em rádio e televisão já
tinham essas características de não periodicidade. Eles a substituem por algo que pode ser
definido como uma contínua atualização dos conteúdos, radicalizando de certo modo o
conceito de periodicidade. Essas propostas não estariam, de modo diverso, mantendo uma
relação ininterrupta com o público e viabilizando, do mesmo modo, a apresentação de um
material atualizado e disponível à audiência? Diria que sim. A CNN, nos EUA e a rádio
CBN, no Brasil, encarnam essa proposta de modo claro.
Ainda sobre Otto Groth, a título de curiosidade, ele veio a escrever outro tratado sobre o
mesmo tema na década de 1960: “Die unerkannte Kulturmacht”, que quer dizer “O
desconhecido poder da cultura”.
Trata-se de uma obra de sete volumes, a qual não tive ainda o prazer de ler.

4. O que ainda pode melhorar?


Artur Araujo - Tudo pode melhorar. Ainda bem, aliás. A perfeição, graças a Deus, não é o
forte da raça humana, e sempre uma geração tem algo não melhor, mas diferente a
acrescentar à geração anterior. Isso vale para cada pessoa também, e torna a nossa
existência mais interessante, aliás.
Acho, contudo, que esse problema tem alguns ângulos, no que ser refere ao Jornalismo
On-Line, que gostaria de destacar. São eles em relação aos jornalistas, às empresas de
jornalismo e em relação ao público.
Em relação aos jornalistas, precisamos criar formas mais interessantes de nos
relacionarmos com o público, e estou falando aqui no sentido de audiência. Não sabemos
muitas vezes lidar com o público.
É certo que a palavra “público” abrange muitos tipos humanos. Há, por exemplo, aquele
tipo que acha que o jornalista tem de resolver um problema pessoal dele. Um tipo que
quer, por exemplo, que a redação pare para fazer o trabalho escolar do filho. Há também e
o sujeito que fantasia coisas e liga para denunciar fatos que não existem ou não são
denunciáveis. Há ainda aquele que liga para desabafar... todos são difíceis de lidar e, bem,
esses, especificamente, a redação costuma lidar muito bem. Até porque são pessoas
geralmente agressivas e intimidadoras.
Há também os que nos passam boas pautas, e esses algumas vezes não são bem tratados,
apesar nos ajudarem.
Há ainda um outro tipo que nos perturba: aquele leitor que sabe mais do que nós, e nós
não sabemos lidar com ele. Até porque temos dificuldade, de um lado, de sair do pedestal
de autoridade, mas também de outro, de que a denúncia na falha de uma apuração ou de
redação resulte em desprestígio no ambiente de trabalho ou, pior, demissão.
Sobre esse último tipo de leitor e o penúltimo, que nos dá boas pautas, nós, jornalistas,
precisamos melhorar nossa postura. A internet é, dos meios existentes, aquele que mais
estimula a participação do público. Ainda não sabemos bem o que fazer com isso. Um
jornal on-line coreano teve uma idéia interessantíssima: usar a população como fonte das
matérias. Trata-se do OhmyNews.com, que tem 2 milhões de leitores por dia. Ainda é cedo
para saber se é um bom caminho, mas empresas de ponta do mundo inteiro têm
acompanhado com interesse a iniciativa.
Há ainda um fenômeno que não pegou forte aqui, mas já é comum nos EUA. Blogs, listas
de discussão e sites de relacionamento como o Orkut estão se tornando ferramentas para
denunciar erros nos jornais ou matérias que eles consideram importantes e que ou não
foram levadas em conta ou foram subdimensionadas. Isso também será uma nova forma de
pressão que nós, jornalistas brasileiros, temos de nos preparar para lidar em um tempo
que eu não imagino muito distante. Não tenho fórmulas para essas questões, mas elas
estão se impondo e precisamos ter respostas melhores para elas.
Em relação às empresas jornalísticas, acho que elas ainda precisam pensar em formas
mais rentáveis para viabilizar o negócio, que é promissor. E precisam achar esse caminho
sem destruir a essência da profissão, que é não a de ser imparcial e, por extensão,
indiferente às questões políticas, sociais e culturais da comunidade em que se insere, mas
sim a de buscar a primazia do interesse coletivo, conciliando-o com sua atividade
econômica. É difícil, eu sei, mas nunca foi fácil e não há motivo para que isso tenha
deixado de ser difícil.
Há, por fim, uma questão que tem a ver com o público. Trata-se da inclusão digital.
Dependendo da estatística, há de 10% a, em estimativas ultraotimistas, 30% da população
brasileira conectada. Nos dois casos, a performance é modesta. Há o projeto do
computador popular, do governo Lula, mas que não parece tão barato assim: R$ 1.400,00
não é quantia que uma pessoa de classe média baixa possa dispor com tanta facilidade. Há
a idéia de fazer da rede elétrica um canal condutor de dados, o que faria com que, para
você se conectar, bastasse ter uma tomada em casa – e um modem adequado para fazer os
dados chegarem ao micro, obviamente. Independente da fórmula, é preciso incluir
digitalmente nossa população.

5. Como está a evolução dos sites de notícias? Faz-se jornalismo ou ainda há


muitos que recorrem ao ctrl C ctrl V da Internet?
Artur Araujo - Olha, vamos primeiro olhar o lado ruim. O jornalismo de internet padece
atualmente de uma certa má imagem pública, decorrente de baixos investimentos das
empresas jornalísticas. Há exceções, sim. Mas vamos ver a regra: são notícias mal
escritas, que se caracterizam pela superficialidade, por uma brevidade caricatural, por
erros de ortografia e erros de sintaxe. São textos mal checados (o que muitas vezes é
confundido com a pressa nos procedimentos, uma qualidade essencial à imprensa em
geral). São textos copiados de outros sites, que muitas vezes também fizeram apurações
ruins e redações piores ainda.
Há também uma falta de políticas claras para lidar com erros. Muitas vezes apaga-se o
dado errado e finge-se que nada ocorreu, e isso não é nada bom.
Agora, depois desse quadro catastrófico, o que eu tenho a te dizer? Que tudo isso é
relativamente fácil de resolver: um projeto jornalístico precisa primar pela qualidade. Se
não dá para fazer, nem tente, porque fazer mal é pior. Faça bem-feito pouca coisa e já está
muito bom. Tentar abraçar o mundo com as pernas resulta nessa má imagem. Todos os
problemas que listei são relativamente fáceis de resolver: apure-se melhor, mesmo que não
seja muito, escreva melhor, tente não copiar dos outros – se a notícia é importante e você
não a tem, publique uma pequena nota citando a fonte da informação e comece a apurar
por conta própria. Assuma seus erros, é melhor que varrer para baixo do tapete.

6. Quais são as expectativas quanto ao futuro do JOL?


Artur Araujo - O Jornalismo On-Line veio certamente para ficar. Ainda não está clara
como será a relação da web com outros meios. Não há luz no fim do túnel, mas podemos
talvez presumir, como Paulinho da Viola recomenda naquele samba “Argumento”: “Sem
preconceito ou mania de passado, sem querer ficar do lado de quem não quer navegar,
faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro leva o barco devagar.”
O que seria “levar o barco devagar”? É lembrarmo-nos que jornalismo é apuração
precisa e expressão clara: essa é a essência, a natureza da profissão. O resto é
“perfumaria”. Talvez estejamos no limiar de um processo de convergência de meios. Há
projetos como o e-paper, que é um dispositivo portátil flexível, que pode, mantendo o
formato jornal impresso de apresentação, ser atualizado continuamente durante o dia. Há
convergências na TV e no rádio, que apelam cada vez mais aos recursos da web.
As novas tecnologias digitais nos fazem imaginar a possibilidade de uma integração de
mídias em suportes ainda não disponíveis, mas que talvez estejam na iminência de surgir.
O importante, no fim das contas, é fazer bom jornalismo.

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